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montesclaros.com - Ano 25 - quinta-feira, 19 de setembro de 2024
 

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Mensagem: Apelo a São Pedro Manoel Hygino A semeadura no Norte de Minas já espera seu tempo. Há intensa expectativa porque nem sempre apraz aos céus responder positivamente à súplica dos homens. A terra queda seca, os ventos levantam poeira, o volume de água dos córregos diminui, não poucos interrompem o curso, o agricultor se irrita ou chora. Como será 2019? As carrancas do rio São Francisco mais fecham a cara, mas ainda há esperança. O desastre no córrego do Feijão, pelos lados de Brumadinho, causando centenas de mortes, em janeiro, haverá de apagar a fé nos santos que protegem aquele solo e os milhões que a habitam? Pede-se, insistentemente, que as nuvens abram suas torneiras. Ninguém quer crer que o velho e amado Chico agonize. Três Marias, Sobradinho, e Itaparica reclamam mais água em seus reservatórios, para que os vapores (este o nome dos navios que ali se movem) percorram sem problemas os extensos trechos sem encalhar. Encalhar é mau sinal! Até outubro muito de bom precisa acontecer. Uma autoridade ensina, e a corrente e suas margens pedem clemência. A estimativa é dramática: “É muito provável que tenhamos que enfrentar período de seca. O ciclo hidrológico está modificado e não potencializa as fragilidades que já existiam, e, para piorar, pelos malfeitos humanos”. O homem trabalha para prejudicar-se pois não mede consequências. As águas, que correm para o mar, depois de abastecer a população ribeirinha, exige proteção. E se as nuvens falharem? Como ficará a matéria-prima que chega às torneiras carentes de milhares de habitações ao longo do rio, que se diz da unidade nacional? Fala-se demais, mas se atua pouco. Cumpre a recuperação das chamadas matas ciliares, mas quem está cuidando disso todo o ano, ao invés de somente protestar? Ou rogar nas orações das donas de casa quando o drama cai sobre elas, seus filhos, suas plantas, seus animais? Há mais de um século, os governos já pensavam na captação do São Francisco para atender à demanda regional. Entre 1844 e 1845, era o Brasil de Pedro II, registrou-se a uma estiagem brutal. Surgiu sobre a mesa dos engenheiros o projeto para levar água até o sertão. O plano era construir um canal que sairia de Cabrobó (PE) até o Ceará. O projeto chegou a ser elaborado e foi analisado por Dom Pedro II. Um grupo foi montado para avaliar a viabilidade. No entanto, os técnicos entenderam que não existiam recursos para fazer com que a água transpusesse a chapada do Araripe, na divisa do Ceará e Piauí. No governo Getúlio Vargas a proposta foi retomada, mas pouco avançou. No fim da ditadura militar, o general João Baptista Figueiredo autorizou a elaboração do projeto de transposição pelo extinto Departamento Nacional de Obras e Saneamento. O alto custo da obra, estimado na época em US$ 3,3 bilhões e disputas políticas na caserna fizeram com que a transposição não passasse de um projeto. Com tantas obras no país, a da transposição do velho Chico não se concretizou inteiramente. Novos entraves surgiram. Só resta orar para que não se repita a época de Pedro II. A metade do ano já passou.

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