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montesclaros.com - Ano 25 - sábado, 21 de setembro de 2024
 

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Mensagem: Nosso Governador Tempos atrás em avaliação com o amigo de longa data, o cidadão Montesclarense por título, norte mineiro de coração, e morador nessa cidade por opção; Virgílio Guimarães, sobre os lideres e governantes do nosso Estado, e das possibilidades da eleição de um governador com raízes norte mineiras. Fui provocado por sua memória, que já tivemos um nosso; Antônio Gonçalves Chaves .Verdade!!! Retruquei... mas devo dizer que a minha memória me falhou e me veio a lembrança, o nosso pároco, vereador, chefe do executivo, deputado, Antônio Gonçalves chaves, o pai. E num relance, como desculpa pela falha, me veio a vontade de relembrar essa figura ímpar da nossa cidade, pois como esquecer de um homem tão ilustre?. Portanto segue uma pouco da vida, particularmente da nomeação e posse do nosso governador. Tudo começa com o cônego, que oriundo do Serro Frio, onde nasceu em 1802 e em 1834 assume os trabalhos religiosos por 44 anos em nossa cidade. Dois anos depois já era vereador, reeleito ate 1851 quando ordem judicial argui incompatibilidade da função de pároco com a vereança, e ele é obrigado a deixar o cargo politico. O nosso pároco por aqui, é progenitor de uma prole numerosa e descendentes com uma linhagem de políticos, juristas, jornalistas, poetas... e por aí vai longe uma família primorosa, os Chaves. O primogênito Antônio Gonçalves Chaves Jr nasce em 1840, estuda no Ateneu de Diamantina, na escola superior da faculdade de Direito de São Paulo, onde se forma advogado em 1863. De volta à província de Minas Gerais indicado pelo ministério Sinimbu atua na magistratura em vários locais; em Riacho dos Machados, Montes Claros, Diamantina e Mariana, onde é sempre bem aceito e querido por todos, adquirindo reputação de juiz com correção e retidão. Seu pai velho militante do liberalismo credencia o filho a avançar na política e em 1868 em um clima pré republicano, assume a liderança dos liberais, por onde se elege deputado provincial de Minas, se destaca como orador eloquente e conquista a liderança da maioria liberal, de onde prestou relevantes serviços à província e ao partido. Enquanto isso o imperador Pedro II divide o governo entre as duas correntes partidárias, Liberais com uma visão federalista e Conservadores que defendem um governo imperial forte. O imperador exercendo o poder moderador atua como chefe do poder executivo constitucional, mas implanta um regime informal parlamentarista de governo, indicando o presidente do conselho de estado que monta um gabinete de governança de cerca de seis ministros de estado. O Presidente deste conselho, com o apoio da câmara executa as ações do governo. Assim, Liberais e conservadores governam o país pelo tempo que dura o apoio do imperador e da câmara dos deputados. 32 gabinetes com esse modelo de governo governaram o pais ao longo do período da regência do imperador Dom Pedro II. Se a câmara se incompatibilizasse com o governo cabia ao imperador a destituição e nomeação de outro executivo. Indicado a magistratura pela politica logo Antônio Gonçalves Chaves é lembrado para governar a província de Alagoas, o que não acontece por ação dos conservadores que exerceram o governo na época, mas a indicação e nomeação surte efeito para a presidência do estado de Santa Catarina onde deixa uma experiência exitosa e demonstração de tino administrativo, imparcialidade, sisudez e sucesso, respeitado inclusive pelos adversários, o que o credencia a assumir o governo de Minas Gerais. Duas coincidências acontecem para que a sua indicação ao governo de Minas surta efeito; primeiro um problema de saúde que o obriga a afastar se do governo temporariamente para tratamento com o seu medico Dr Mata Machado, depois o falecimento do governador da província de Minas Gerais, Teófilo Otoni ainda jovem durante uma viagem de trabalho. Importante registrar que àquela época nossa capital era ouro preto e Montes Claros uma vila de tamanho reduzido, portanto um grande orgulho a nomeação do presidente da província de Minas e aqui vou registrar com a devida licença dos historiadores, governador em 10 de fevereiro de 1883 pelo imperador dom Pedro II, e dessa forma é saudado pela imprensa da época; “um passo muito acertado do governo, que soube aproveitar as grandes qualidades de administrador que tão brilhantemente manifestou em seos recentes actos, e ao mesmo tempo é certo que esta nomeação chamou para o governo as sympathias dos mineiros que sabem de perto apreciar as distinctas qualidades do illustre conterrâneo. A provincia de Minas, pela sua elevada posição no império, merece sempre que o governo a considere e distinga os filhos illustres, que tanto a seria injustiça esquecelos na direção do paiz” E assim também a câmara de vereadores de Montes reunida em 19 de março do ano saúda esse marco jubilar e emite nota de felicitações: A câmara municipal de Montes Claros, reunida em sessão extraordinaria, tem a honra de dirigir-se a V. Exc para manifestar o júbilo e o vivo prazer que sente por ver realisada a tão acertada escolha que o governo imperial acaba de fazer de V. Ex. para presidente d`esta província. O cargo de que ora se reveste V. Exc. è elevado, mas tem V. Exc. a dignidade e a aptidão bastante para as funcões d`elle: a mãos muito dignas com a provincia seus grandes e sagrados interesses. Filho de Minas, conhecedor da índole do mineiro, vae, por certo, V. Exc. dar uma legitima direcção aos negócios do governo, tão enobrecido pelas instituições que regem o paiz. _ Como presidente do Santa Catharina, acaba V. Exc. de imprimir em seus actos seus pensamentos e suas grandes ideas vencendo todas as fadigas do alanoso trabalho de um administrador solicito e cheio de dedicação. A` vista, pois, dessa administração, que perfeitamente correspondeu ao fim que teve em vista o governo imperial confiando á V. Exc. tão importante mandato, é bom visto que Minas Geraes deve contar que V. Exc, animado do espirito de patriotismo, com a mesma constância, abnegação e desinteresse, cuidará dos deveres que acarreta o seu elevado cargo. Congratulando-se, pois, esta câmara como os seus municipes pela elevada posição de confiança que merecidamente toma V. Exc, vem jubilosa pedir â V. Exc. que se digne de aceitar esta manifestação, como expressão franca dos sentimentos de que se acha possuida e como demonstração da muita confiança e do muito apreço que vota á pessoa de V. Exc, digno filho de Montes Claros. Deus guarde a V. Exc. Paço da câmara municipal de Montes Claros, 19 de Março de 1883. José Fernandes Barbosa, vice-presidente. Antônio Rodrigues Froes, João Pereira de Araujo, Joaquim Soares da Costa, Joaquim Ignacio Vieira e José Rodrigues Prates Junior, secretario. E como perdão auto concedido, pelo meu lapso de memória, registro aqui a percepção da sociedade da época, seja pelos jornais , seja pela população que pela Câmara se manifesta em uma demonstração de respeito por esse, que foi o mais ilustre dos Montes-Clarense, e o de maior proeminência nos escalões do governo estadual. No detalhe, ao que consta, meu tataravô José Fernandes Barbosa, vice presidente da Câmara, assina a nota também em meu nome. Marcos A A Maia Engenheiro

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