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montesclaros.com - Ano 25 - sexta-feira, 20 de setembro de 2024

Mural

Jornalismo exercido pela própria população

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Mensagem N°35532
De: Rony Boy Data: Terça 27/5/2008 01:26:00
Cidade: São Paulo

Gostaria de noticias sobre as investigações sobre os assassinatos ocorrido em Taiobeiras, pois pessoas inocentes e queridos morreram e parece que é uma cidade sem justiça

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Mensagem N°35531
De: Palmyra Santos Oliveira Data: Segunda 26/5/2008 22:11:21
Cidade: Porteirinha-Mg

Porque meu pai comprou um cinema
Palmyra Santos Oliveira

Penso que foi em 1926. O meu irmão José Gomes de Oliveira, na época com uns 10 anos, foi barrado na porta do cine Montes Claros por ser de menor. Chegou em casa muito triste, contou ao meu pai Manoel Gomes de Oliveira o ocorrido e este prometeu comprar o cinema. Convidou o meu padrinho Aristides Lucrécio de Oliveira para ser seu sócio e ambos compraram o cinema. A firma era “Gomes e Lucrécio”.
A primeira noite foi de graça para todos e eu, com mais ou menos 6 anos, fui também. Ao final, vi meu pai fechando as portas e perguntei se ele era empregado de lá. Disse-me que era o dono.
Na ocasião, o cinema era mudo e havia pessoas que tocavam os instrumentos: o piano era com Dulce Sarmento, o violão com Asclepíades Pinto, o bandolim tocado por Ducho.
Nas cenas de tiroteio, lembro-me que tocavam depressa e nas cenas românticas, lentamente. O filme do qual me lembro o nome: “O sol da meia-noite” com Laura Laplante (não sei a grafia) – o mocinho da época era Tomix (idem). Sei também que o meu irmão saía com Evandro Câmara, nosso vizinho, para distribuir os “porogramas” como eles falavam. Lembro-me também que certa noite, no cinema, distribuíram brindes, caixas de pó de arroz “Reny”.
Dentro havia surpresas: brincos, anéis e catitos (bonequinhos de celulóide). Então fui para casa com o meu anel. Dormi. Sonhei que eu havia ganho uma caixinha que ao abrir vi um catito e quando peguei...decepção. Minha mãe me acordou. “Ô mãe, por que a senhora me acordou? Eu queria pegar meu catito primeiro”. Ela me disse: “Mira, foi só um sonho!” Então Dasdores, esposa do Cocó que era comerciante, deu-me um catito de massa com o qual brinquei muito.
O meu padrinho Aristides Lucrécio que era primo do meu pai, faleceu de repente e a parte dele foi adquirida pelo Sr. João Ferreira Paculdino. A firma passou a chamar-se: “Gomes e Ferreira”. Depois meu pai queria mudar-se para Presidente Bernardes – SP onde morava o seu primo Joãozinho do Sr. Crisauto e vendeu sua parte para a então viúva do seu ex-sócio e a firma deles foi “Viúva Paculdino e Filhos.”

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Mensagem N°35524
De: Carmen Netto Data: Segunda 26/5/2008 14:32:59
Cidade: Bhte

O Aniversário de Genival Tourinho

Existem eventos de forte conteúdo emotivo. O aniversário de Genival teve essa característica. Podia ser também a festa do Montesclarense ausente, tal a quantidade de conterrâneos presentes. A festa aconteceu no Automóvel Clube de Belo Horizonte. A
beleza dos arranjos florais, a iluminação dos salões, a música romântica do sax de José Eymard formaram a moldura encantadora para esse encontro que, tenho certeza, foi o encontro da amizade.
Mineiro é igual caramujo, leva os costumes, os hábitos para aonde vai. Mesas fartas, bebida a vontade. Criou-se um clima onde brindava-se a vida em companhia de familiares e amigos. É isso que se chama felicidade, é assim que a vida deveria ser sempre...
Foi uma noite inesquecível. Naquele momento toda uma geração se encontrou. Conhecidos, amigos que não se viam há dezena de anos, colegas de ginásio, de faculdade. A noite encantadora transformava as pessoas presentes. Sorridentes, descontraídas, peregrinando entre as mesas para brindar o reencontro. E, tudo isso, por causa do aniversário de Genival Tourinho – um Montesclarense que de peito aberto enfrentou os “anos de chumbo”, sem medo de ser coerente com seus ideais.
Sua atuação como político, no verdadeiro significado do vocábulo, se guiou por valores morais e éticos, por isto é admirado e reconhecido não só nas Minas Gerais, mas em especial no sofrido Norte de Minas e também além das montanhas mineiras. Como advogado sua inteligência brilhante ganhou causas complexas e sua banca de advocacia é das mais respeitadas do Estado.
Com seu imenso poder de aglutinar, de congregar, pois é um homem que tem o culto da amizade, transformou aquele reencontro de amigos, num momento único. Parecia que naquela noite, o mundo era só dos Montesclarenses e de mais ninguém. Estávamos unidos porque tínhamos nascido na mesma cidade, falávamos a língua com o mesmo sotaque, nos sentíamos fraternos porque tínhamos bebido da mesma fonte e partilhado o mesmo pão.
Os ciclos se completam e vamos ao encontro de mudanças, onde novos projetos nos chamam. Os anos do calendário não contam. Contam a vida vivida intensamente, entremeada de dificuldades e realizações, mas sempre guiada pelos sonhos e esperanças. E, você, Genival, tem um baú prá lá de bom dessas vivências.
O menino cresceu, rodou o mundo, pensou o mundo, abriu leques de amizades. Ainda é o mesmo. Precisa de sonhos e de uma arte que lhes dê vida. E, é dentro de você Genival, que está aquilo que precisa para reconstruir utopias e nunca perder os sonhos.. Uma maturidade serena nos ensina a cada dia renovar a vida.
Parabéns, muitos anos de vida, saúde e paz. Desejo que continue a fazer da sua vida um poema longo, desses para se declamar em voz alta. Procure reencontrar seu coração adolescente e nele surpreender de volta alguma coisa conhecida como esperança.
Deus o abençoe e a sua família.
Carmen Netto Victória

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Mensagem N°35521
De: Maurício Data: Segunda 26/5/2008 10:30:34
Cidade: Montes Claros - MG  País: Brasil

E o norte de minas, também grande parte do Brasil, continua perdendo o "Velho Chico". Às minguas, correndo lentamente, o Velho Chico, agoniza e esperneia tentando amanhecer mais um dia. Estive em Januária,Itacarambi e Manga e o que vi não é nada animador. O Barranco de lá continua esquecido por Deus e pelos homens.

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Mensagem N°35519
De: Augusto Vieira Data: Segunda 26/5/2008 08:34:47
Cidade: Belo Horizonte

Obrigado, Denize, pela correção. Já a fiz em me site e espero que o editor de nosso Mural a faça na mensagem e no meu link.

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Mensagem N°35518
De: Raphael Reys Data: Segunda 26/5/2008 08:30:09
Cidade: Moc - Mg  País: Br

Ref.mensagem 35509-Márcio. Agradeço ao leitor pelo incentivo. Nada melhor do que uma gargalhada para desopilar o peritônio! Abraços

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Mensagem N°35515
De: Denize Versiani Data: Domingo 25/5/2008 22:39:45
Cidade: Montes Claros

Fazendo uma importante correção.. A viúva de dr. Edvaldo Versiani dos Santos é Elizabeth. Raquel é irmã dessa.

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Mensagem N°35510
De: Márcia Vieira Data: Domingo 25/5/2008 14:22:35
Cidade: Montes Claros - MG  País: Brasil

Foi cremado ontem, sábado, no Cemitério de Vila Alpina, em São Paulo, o corpo do escritor e terapeuta Roberto Freire. Em todos os campos de atuação, Freire era tido como rebelde e transgressor. Nos anos 70 criou a “somaterapia”, baseada nas pesquisas do psiquiatra austríaco Wilhelm Reich. Em sua trajetória, escreveu 25 livros e textos para a televisão (TV Mulher, A Grande Família, e outros). Entre as obras mais conhecidas, destacam-se o ensaio “Sem Tesão Não Há Solução” e “Cléo e Daniel”, este último, adaptado para o cinema, com Sônia Braga no elenco. Roberto Freire morreu na noite de sexta-feira, aos 81 anos, depois de alguns dias internado num hospital de São Paulo. O escritor deixou uma carta, pedindo que não fossem realizadas cerimônias fúnebres. A causa da morte não foi divulgada pela família.

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Mensagem N°35509
De: marcio Data: Domingo 25/5/2008 13:26:44
Cidade: BH/MG

Impagável a crônica de Raphael Reys, intitulada Murrão da Roça (mensagem 35450).Para quem estiver precisando de boas gargalhadas, é imperdível.
Parabéns, Raphael.

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Mensagem N°35507
De: Augusto Vieira Data: Domingo 25/5/2008 11:38:03
Cidade: Belo Horizonte

EM MEMÓRIA DE EDVALDO VERSIANI DOS SANTOS

Nos idos de 1958, quando retornei do Colégio D. Bosco, de Cachoeira do Campo, para cursar a terceira série ginasial, na Escola Normal, tornei-me colega de sala de Edvaldo Versiani dos Santos. Era um rapaz inteligente, forte, bonito, rico, humilde, de pouca conversa e muito tranqüilo. Por detrás de aparente timidez, revelava-se comunicativo, bondoso e solidário. Com o tempo comecei a freqüentar sua majestosa residência, na Viúva Francisco Ribeiro, em frente à casa de meu tio Air, muitas vezes para estudarmos para uma ou outra prova. “Seu” Zacarias e D. Bembem tratavam-me com o maior desvelo. Conheci Djalma, seu irmão, um pouquinho mais velho que nós, já rapagão, cobiçado pelas moçoilas da cidade, porque também bonitão, inteligente e grande atleta. Djalma nos dava muitas dicas de como nos comportarmos no relacionamento com as meninas. Rodamos por esta roda viva. Edvaldo tornou-se otorrinolaringologista, passou a exercer a profissão em nossa aldeia e casou-se com Elizabeth, filha de meus queridos padrinhos de formatura de científico e amigos pelo resto de nossas vidas, Simeão Ribeiro Pires e Terezinha Gomes Pires.
A vida, poetou Vinicius de Moraes, é “a arte do encontro, embora haja tantos desencontros pela vida”. Eu sempre me lembrava desse verso quando, adulto, esporadicamente revia Edvaldo, a quem chamava, carinhosamente, como na juventude, de Vadinho. Separados fisicamente por nossas andanças e profissões, nunca deixávamos morrer em nossos corações aquela sincera e pura amizade dos bancos escolares. Doeu-me profundamente a notícia de sua doença. Entristeceu-me mais ainda porque ele não merecia tanta dor.
A gente, meu caro Vadinho, na construção de nossos caminhos, transpõe imensos obstáculos, mas só não consegue vencer essa coisa misteriosa a que chamamos morte. Nossa geração chegou numa fase perigosa, em que ela vasculha nossas existências bem mais de perto. Às vezes até sentimos seu cheiro, da mesma forma que sentimos o cheiro de Deus. Como diz a canção, é preciso estarmos atentos e fortes, por não termos tempo de prevê-la. Ela chegou, fora da hora, para você. Poderá vir, da mesma forma, para qualquer um de nós. Só sei que, os que ficamos, continuaremos por aqui, profundamente tristes, certos de que, com sua prematura partida, um bom pedaço de nós também se foi. Onde você estiver, meu caro Vadinho, receba um forte abraço desse seu velho amigo, que se arvora, nesse momento tão triste, através dessas pobres palavras, também representante de Jairo Ataíde, Genésio Tolentino, Valderez Costa, Artur Ramos, Fernando e Paulo Roberto Costa, Bento e Alvimar Barbosa, Paulinho Macedo, José Luiz e João Augusto Vieira e de todos os seus demais colegas e amigos de juventude, cujos corações você conquistou de forma perene. Até breve, querido Vadinho. Que Deus o receba, em paz, por sua breve e honrada travessia!

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Mensagem N°35506
De: KARLA Data: Domingo 25/5/2008 06:52:35
Cidade: MOC

Esta sendo realisado o velorio do medico edvaldo versiani dos santos "otorinologista"no velorio da santa casa . o enterro será as 09:00

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Mensagem N°35489
De: Francisco Data: Sábado 24/5/2008 10:44:22
Cidade: M. Claros

A solitária digna voz do Congresso ontem calou-se. E será sepultada hoje, em Manaus.

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Mensagem N°35487
De: Ruth Tupinambá Data: Sábado 24/5/2008 10:08:14
Cidade: Montes Claros

Aquele Ringue... foi o máximo

Ruth Tupinambá Graça

Muita gente não sabe, mas por incrível que pareça, Montes Claros já teve um rinque de patinação.
Isto foi lá pelos anos trinta. Uma empolgação tremenda tomou conta da juventude. Era uma grande novidade e ele surgiu, milagrosamente, pode-se dizer, pois quem se arriscaria construir e equipar um rinque quando Montes Claros não possuía estrutura para o mais simples esporte?
O santo milagreiro foi um sírio que se chamava David Persiano. Ele veio para Montes Claros antes mesmo da Central do Brasil, como mascate, vendendo sedas, casacos de pele, perfumes, colchas chinesas, tapetes, tudo importado e da melhor qualidade.
Gostou da hospitalidade do sertanejo e aqui se instalou com uma grande casa de móveis e artigos importados, localizada na Praça Dr. Carlos ao lado, onde é hoje o prédio da Caixa Econômica Federal. Apaixonou-se por esta terra e para cá trouxe sua mulher e filhos. Levava vida de rico, era hábito seu passear à tarde (para lá e para cá) em frente à sua loja.
Andava impecável, terno de linho branco, colete e uma grossa corrente com relógio de ouro, à tiracolo, sapato de duas cores, um enorme charuto, da melhor qualidade no canto da boca. Apreciava um jogo de baralho, principalmente o Poker.
Fez grandes amizades com políticos da terra (companheiros de jogo) e sua casa era freqüentada pela nossa melhor sociedade.
Sua mulher, dona Sara, era uma mulher gorda e baixa, sem vaidade, neste ponto o oposto do marido. Vestia-se simplesmente. Era amável e atenciosa. Presenteava os vizinhos com pratinhos de quibe e outras especiarias que fazia, é claro, com perfeição, que era para nós grande novidade, pois em matéria de culinária estávamos muito atrasados.
O nosso forte era arroz com carne e pequi, feijão de tropeiro, carne de dois pelos e tutu com lingüiça, que embora deliciosos, estavam muito aquém do sofisticado menu estrangeiro.
Não sei mesmo porque, uma família síria e muito rica se interessaria tanto por nossa terra, tão desprovida de conforto e atrativos, naquela época. Nem mesmo o comércio era tão vantajoso. Talvez quisesse apenas o sossego e a paz do sertão. O dinheiro viria por acréscimo.
Seus filhos cresceram aqui e muita gente ainda se lembra da sua filha Rosinha Persiano, uma turquinha bonita e muito alegre, que se casou com Gabriel Cohen, negociante de móveis aqui durante muitos anos (montes-clarense do coração) deixando aqui grandes amizades.
E foi nesta disposição, bastante relacionado em Montes Claros, que seu David resolveu brindá-la com um rinque de patinação.
Ao lado de sua loja, possuía um terreno que servia de depósito de mercadorias e que se alongava até a Casa Alves, com fundos para a rua Simeão Ribeiro, hoje Quarteirão do Povo.
De repente começaram os preparativos para a construção que era acompanhada com ansiedade pelos montes-clarenses. Aquela novidade caíra do céu, para uma cidade sem nenhuma diversão, além do rádio e um cineminha duas vezes por semana.
Seu David, de mãos no bolso, peito estufado e charuto no canto da boca, inspecionava a grande obra cheio de entusiasmo. Mas a lerdeza dos nossos operários já irritava o turco que, no seu sotaque enrolado de estrangeiro, gesticulava nervoso enquanto a obra, não obstante, seguia em ritmo de tartaruga...
Os curiosos também, diariamente visitavam admirados com tantas novidades e que o turco explicava, todo vaidoso, pois ninguém no nosso meio conhecia, de verdade, aquele esporte a não ser através de revistas e cinemas.
Depois de uma peripécia, o rinque ficou pronto, mas veio a novela dos patins, que a morosidade do nosso transporte foi o culpado. Mas chegaram e finalmente a inauguração foi anunciada. Muita gente, cerveja à vontade, banda de música e até foguetes.
Seu David felicíssimo ao lado da família, recebia os cumprimentos explicando o funcionamento dos patins ali expostos.
No dia seguinte, a mocidade montes-clarense já se movimentava para a estréia do esporte. Foi uma loucura. Não havia um treinador e o aprendizado seria por conta própria.
De patins nos pés e soltos na arena, enquanto um gramofone rouco tocava valsas lentas (Danúbio Azul, Saudades de Ouro Preto, Branca etc.) a moçada se agarrava ao cano que circulava a enorme extensão cimentada. Num esforço tremendo, soltava um pouco aquele bendito cano, mas eram tombos e mais tombos. As moças, preocupadas em segurar as saias (naquele tempo o uso de calças compridas e shorts era proibido) se descontrolavam, não conseguiam se equilibrar e rodopiar ao som da música. Foi uma luta, mas ninguém desistiu. Todas as tardes tentavam e aos poucos, foram progredindo, à custa de tombos, escoriações e até pernas e braços quebrados.
Moças e rapazes disputavam e faziam grandes apostas. No fim de um mês já conseguiam soltar o cano, dar voltas ao longo da pista e os mais espertos faziam até piruetas.
A nossa turminha famosa: Yeda e Yolanda Maurício, Zuleika e Mary Bessone, Carmem e Íris Sarmento, Ydoleta e Maria Maciel, Luíza Guerra, Ruth Tupinambá, Alaíde Amorim, Wanda e Heloísa Veloso, Stela Jansen, Biá e Jaci Veloso, Helena de Paula, Lia Prates e muitas outras.
Os rapazes dos bancos, Comércio e Indústria e o Hipotecário e Agrícola do Estado de Minas Gerais (únicos da cidade) e estudantes em férias: Hermes de Paula, Jacinto Fróis, Raul Peres, Pedro Santos, Waldir e Darcy Bessone, Abelar e Aderval Câmara, Antônio Augusto Veloso, Benjamim dos Anjos e outros. Eles pagavam dois mil réis pe¬los patins e poderiam rodar à vontade. Para as moças eram gratuitos.
Nossa turminha mais esperta (gente mais nova) já conseguia dar show. Usávamos saia rodada e comprida e ao som das valsas rodopiávamos em toda extensão do rinque. Por mais cuidado que tivéssemos, as saias se levantavam e as pernas sempre apareciam... e eram admiradas e cobiçadas pois naquele tempo, só mesmo as pernas, e mesmo assim davam o que falar.
Aquelas tardes de patinação eram animadíssimas e os curiosos não perdiam aquele espetáculo!
As famílias mais preconceituosas não deixavam as filhas freqüentarem o rinque, consideravam imoral e indecente aquele extravagante esporte.
Nas temporadas do Rei Morno o rinque era bem aproveitado para os festejos carnavalescos.
Seu David cedia-o gentilmente, pois era o próprio folião, com fantasia de sua terra, por sinal, muito cara e bonita. Com turbante e tudo mais, exibia o lança perfume Rodo, muito cheiroso e embriagante, mas quando acertava nos olhos...
Pouca gente tinha condições de usá-lo, pois era caro e vinha de longe e quem conseguia este privilégio, ao invés de gastá-lo perfumando o cangote das donzelas usava-o, por maldade, nos olhos dos curiosos que sapiavam no sereno.
Seu David era civilizado e entre confetes e serpentinas, sabia se divertir com sua família nos três dias de carnaval.
Naquele tempo (mocidade em flor) ninguém se preocupava nem avaliava o furo que aquele belo esporte causava aos cofres do seu David. Não sei mesmo porque ele acabou, foi uma pena.
Talvez a valorização chegando em nossa terra despertou o interesse pelas cifra (há tempos adormecido) e o seu David resolveu vender aquele terreno ou transforma-lo em lojas.
Todos aproveitaram muito do rinque de patinação que marcou época em Montes Claros. Até os senhores papéis queimados nunca perdiam a hora da patinação. Horas agradáveis, descontraídas e uma oportunidade para os namorados.
Muitos romances começados ali, ao som das valsas lentas (em contraste a chieira dos patins) terminaram em casamento.
Para seu David foi só prejuízo, mas para nós aquele rinque foi o máximo, e nos deixou muita saudade.

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Mensagem N°35486
De: Luiz de Paula Data: Sábado 24/5/2008 10:01:16
Cidade: Montes Claros

(Do livro "Por Cima dos Telhados, Por Baixo dos Arvoredos" - Parte 14)

JOGO DE PÔQUER

De vez em quando, amigos de meu pai combinavam com ele e faziam uma sessão de pôquer, após o fechamento da venda.
O grupo se reunia por volta das oito horas da noite, ou pouco mais tarde. Quando saía o último freguês, meu pai mandava-me fechar as portas da frente e colocar mais carbureto no gasômetro, para garantir boa iluminação até as dez ou onze horas da noite. Enquanto eles preparavam a mesa para o jogo eu ia à sala de jantar apanhar copos limpos para eles beberem cerveja Brahma Rainha, ao natural, pois por aquelas bandas nunca se ouvira falar em geladeira.
Eu gostava demais de assistir a essas partidas de pôquer. Os parceiros eram pessoas bem humoradas, que gostavam de contar piadas e rir. Dois deles eram jogadores tarimbados. Já haviam jogado em São Paulo e contavam casos engraçados, muito ao agrado de minha aguçada curiosidade.
Mas meu pai proibia minha presença. Terminado o meu trabalho eu devia retirar-me. Todavia, a curiosidade em mim era maior do que o dever de cumprir a ordenação paterna. Eu sempre encontrava um jeito de ir ficando, em qualquer pequeno espaço que a visão de meu pai não alcançava.
Certa ocasião, já tarde da noite, muito depois de terminado o jogo, minha mãe deu por falta de mim. Foi um tumulto em casa. Todos se puseram a procurar-me. “Teria fugido de casa? Teria caído na cisterna?” Eram as perguntas que se faziam. Até que minha mãe, movida por sua intuição tapuia, apanhou uma lamparina e foi encontrar-me dormindo a sono solto sobre um caixote que servia de depósito de papel de embrulhos, sob o balcão da venda.
Em outra ocasião, lá pelas tantas, um dos parceiros no jogo, o senhor Stênio Garcia de Paiva, um alegre e brilhante bon vivant, filho de importante empresário de Belo Horizonte, quis lembrar-se de antiga modinha que conhecera em Diamantina. Desde suas primeiras informações, eu, de meu esconderijo, atinei com a resposta. Mas os adultos - isso eu e meus irmãos sempre soubemos - são uns tapados. Só davam palpites errados.
No decurso do jogo, pintavam os mais diferentes assuntos. No caso da modinha, após umas duas jogadas, o sr. Stênio insistiu:
- Ora, pessoal, é uma modinha muito bonita e muito conhecida. Tenho certeza de que vocês a conhecem. Há uma história muito interessante, ligada a essa modinha, que eu quero contar a vocês. Mas antes tenho de me lembrar da modinha. É uma em que o camarada apela para a namorada vir ouvi-lo.
Mas, com todo o respeito, a turma era burrinha mesmo. Não acertava um palpite. E a cada vez que o sr. Stênio voltava ao assunto eu tremia de impaciência e trincava os dentes para evitar que gritasse minha opinião. Mas ninguém é de ferro. Quando a pergunta mais uma vez foi feita, não pude me conter. E saindo de minha toca aproximei-me do sr. Stênio e falei assim:
– Olha, seu Stênio, eu acho que a modinha é esta - E com a voz desafinada que Deus me deu, comecei a cantar:


Acorda minha beleza,
descerra a janela tua,
espalha-se a luz da lua
pela poética devesa.

O sr. Stênio era um extrovertido. Vibrou. Abraçou-me, lascou-me um beijo na testa. Os parceiros também gostaram e me abraçaram sorrindo.
Mas houve uma exceção. Meu pai. Vendo-me surgir do nada, contrariando sua determinação, fechou a cara e foi ríspido:
– Você perdeu boa oportunidade de ficar calado. Sua mãe o está chamando lá dentro ...
Eu pus o rabo entre as pernas, como se diz, e fui saindo de cabeça baixa, murcho, sem graça, igual a cachorro que fez “malfeito” na igreja...

ADENDO

Um dia, nos anos 60, encontrava-me em meu escritório, no centro da cidade, quando se apresentou um cidadão idoso, da parte do jornal “Estado de Minas”.
Entregou-me o seu cartão mas eu já o havia reconhecido assim que transpôs a porta de entrada do escritório.
Deixei-o falar do trabalho que estava executando na cidade para o jornal.
Depois informei-o de que já o conhecia. E contei-lhe o caso do jogo de pôquer.
O bom homem se desfez em lágrimas.
Quando se recompôs convidei-o a participar de um encontro de seresteiros que aconteceria à noite, em minha casa.
Ele compareceu e em dado momento os seresteiros cantaram em sua homenagem, a meu pedido, a modinha pela qual demonstrara predileção naquela noite distante, entre amigos. Ele agradeceu comovido e retirando-se para uma mesa ao lado, escreveu e depois leu para os presentes o que abaixo vai transcrito, cujo original me entregou.

“Luiz de Paula, filho do querido Tico, homem paradoxal de bondade e severidade, que nós, na nossa ignorância e incompreensão tratávamos apenas no risco de nossa insatisfação. Mas que a ampulheta do tempo nos prostra hoje de joelhos em preces de gratidão.
Quantas vezes aquela bondade que não tive a graça de sentir como precisava, batia-me no ombro e na doçura da advertência e do conselho, dizia-me: senhor Stênio, o senhor tem uma bondosa esposa.
Sou esmoler da palavra que a emoção torna ainda mais difícil. Muita coisa desejaria falar ao seu coração terníssimo Luiz, e que você bondosamente e enternecidamente escutaria, mas não vou roubar aos seus amigos o encantamento destes momentos e no embaraço de pontualizar meu matraquear de velho, peço que me perdoem a inoportunidade do que não pude calar.
Obrigado a todos. Sinta, meu caro Luiz, meu abraço no seu coração.
Stênio Garcia de Paiva”


(continuará, nos próximos dias, até a publicação de todo o livro, que acaba de ser lançado em edição artesanal de apenas 10 volumes. As partes já publicadas podem ser lidas na seção Colunistas - Luiz de Paula)

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Mensagem N°35483
De: Humberto Barros Data: Sábado 24/5/2008 08:40:09
Cidade: Montes Claros

E-mail: [email protected]
Telefone: (38) 91020413
Mensagem: Meus caros, gostaria de saber, se o Deputado Tadeu Leite, tem alguma participação nessa emissora. Pergunto isso, porque qualquer critica que fazemos ao deputado, vocês simplesmente ignoram, agem do mesmo modo que a radio terra. Desculpem se a pergunta é indiscreta, mais ficaria muito grato, se obtivesse uma resposta. Obrigado pela atenção. Humberto Barros

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Mensagem N°35465
De: Vilela Data: Sexta 23/5/2008 13:44:03
Cidade: Montes Claros

Caro Marcelo, que tenho conhecimento, a missa mais cedo no domingo é as 07:00 horas na Igreja do colégio Imaculada e na capela do batalhão de polícia, com os Monsenhores Silvestre e Alencar respectivamente.

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Mensagem N°35464
De: Waldyr Senna Data: Sexta 23/5/2008 13:35:52
Cidade: Montes Claros

Na pauta da campanha

Waldyr Senna Batista

Há sinais de que a palavra honestidade permeará a campanha eleitoral em Montes Claros, a partir de julho. Em discurso que durou exatos seis minutos, na Câmara municipal, o vereador Athos Mameluque, que também preside o diretório local do PMDB, pronunciou-a mais de uma dezena de vezes. Intercalando frases curtas com interrogações, pôs em dúvida a honestidade do prefeito Athos Avelino, que prometeu interpelá-lo judicialmente.
Ao acionar sua metralhadora giratória o vereador peemedebista trilhou a linha habitual do candidato do seu partido e parece ter pretendido tomar a dianteira dos debates que virão quando se instalarem os palanques e os programas de rádio e televisão. A escaramuça atingiu em cheio o mais destacado item do currículo do prefeito, que sempre o tem citado como diferencial num segmento em que grande parte dos políticos brasileiros tem deixado a desejar.
Esse debate vem de longe e tem até resposta pronta da parte mais aguerrida da oposição local, que, ao se defender, ataca dizendo que, ser honesto, é obrigação de todas as pessoas, especialmente das que exercem função pública. E completa afirmando que quem se preocupa em alegar com insistência essa condição é porque tem culpa no cartório.
O chumbo trocado, portanto, não chega a ser novidade, e o prefeito, pelo que enfrentou na eleição passada, não deve estar esperando vida mansa na campanha que se aproxima. Com a diferença de que, desta vez, a agressividade será amplificada, envolvendo os demais concorrentes, numa espécie de frente ampla que, paradoxalmente, congregará adversários no combate ao adversário comum.
Estatísticas de âmbito nacional revelam que, dos prefeitos que tentaram o segundo mandato, 62% alcançaram o objetivo. Teoricamente, isso coloca como favoritos todos os que buscam a reeleição, sem se afastarem do cargo e tendo nas mãos a máquina administrativa. Quando manipulada criteriosamente, essa força poderosa assegura vantagem expressiva. Se utilizada abusivamente, como se tem visto no país inteiro, o poder de fogo torna-se ilimitado.
A esta altura da precampanha, todos os concorrentes já dispõem de pesquisas com base nas quais estabelecem sua pauta. Ninguém disputa prefeitura de município de relativa importância sem o uso dessa ferramenta, aperfeiçoada de forma a abranger todos os passos dos candidatos, desde a montagem da programação até a abordagem dos temas de maior receptividade em cada pedaço do município.
O prefeito Athos Avelino já esteve em situação mais desconfortável, segundo as pesquisas realizadas para uso interno. Mas poderia estar melhor posicionado, se não tivesse demorado tanto em mostrar serviço, instalando canteiros de pequenas obras, como está acontecendo. Ele se deixou envolver pelo esforço de arrumar a casa e na tentativa de domar a chamada herança maldita, além de apostar nas grandes obras financiadas pelos governos estadual e federal, nas quais é acusado de pegar carona. Elas não ficarão prontas antes da eleição, exceto a usina de biodiesel da Petrobras, para cuja inauguração ele pretende trazer o presidente Lula da Silva.
São as pequenas obras que geralmente fazem a diferença em qualquer administração. Asfaltamento de ruas, recuperação de praças em parceria com empresas privadas, melhor aparelhamento de postos de saúde e escolas, atendem ao trivial e produzem efeitos eleitorais imediatos. Nos primeiros dias da administração, a primeira-dama Vera Pereira, em entrevista, deu a receita, que não foi aviada devidamente: “Nossa administração será de pequenas obras”. Elas não apareceram e as grandes estão na base do vamos ver.
Agora, o tempo trabalha contra o prefeito, que ainda poderá contar com dois fatores importantes: a exposição natural devido ao exercício da função e a divulgação da publicidade institucional, condicionada aos rigorosos limites da legislação eleitoral e à qualidade técnica do material produzido, que até agora tem deixado a desejar.

(Waldyr Senna é o mais antigo e categorizado analista de política em Montes Claros. Durante décadas, assinou a "Coluna do Secretário", n "O Jornal de M. Claros", publicação antológica que editava na companhia de Oswaldo Antunes. É mestre reverenciado de uma geração de jornalistas mineiros, com vasto conhecimento de política e da história política contemporânea do Brasil).

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Mensagem N°35455
De: Luciana Data: Sexta 23/5/2008 09:53:10
Cidade: Copenhagen  País: Dinamarca

Na verdade a fábrica de producao de insulina em Montes Claros nao produz para comércio interno no Brasil, ela produz para exportacao! Se tiverem que comprar insulina desta empresa, precisam contactar o escritorio de vendas em Sao Paulo e eles vao fornecer a insulina que é produzida na Dinamarca, Franca ou Estados Unidos.

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Mensagem N°35453
De: [email protected] Data: Sexta 23/5/2008 08:56:05
Cidade: Montes Claros

Morre em Manaus, as 6h desta manhã, o Senador Jeferson(76 anos) Perez-PDT-AM, vítima de infarto fulminante.

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Mensagem N°35451
De: Toninho de Bola Data: Sexta 23/5/2008 07:34:45
Cidade: Montes Claros  País: Brasil

Gostaria sinceramente de parabenizar este MURAL, pelas maravilhosas cronicas de que postam aqui, Dona Ruth Tupinambá, Augusto Vieira, Rafael Reys e outros craques da escrita que não conheço, mas os leio a todos, e um parabéns especial ao MURAL, pela publicação gratuita do livro do Dr. Luiz de Paula, que é um verdadeiro deleite para mim,que quando leio seus capítulos, sinto como se estivesse assistindo um filme da minha infancia, da qual sinto saudades, ocorrida na minha pequena , mas inesquecível Monte Azul. Muito Obrigado MURAL.

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Mensagem N°35450
De: Raphael Reys Data: Sexta 23/5/2008 06:41:58
Cidade: Moc  País: Br

MURRÃO DA ROÇA

Dentre os valentes dessa terra de Figueira em tempos de antanho, tínhamos o Chico Dominguinhos, o Tenente Estrela, e nos anos 50 Lêro Reis o boxeador.
Nos Montes Claros ainda românticos, o halterofilista Leônidas era um modelo de masculinidade da época. Só que rasgou a boca no arame ao desafiar um magro e pequeno forasteiro chamado Baianinho, um mestre em capoeira, que lhe aplicou uma surra na terra poeirenta e vermelha das ruas de então.
Chapas de caminhão costumavam serem valentes e fanfarrões, assim como Leonel Cara Cortada, ou Leonel Estrelinha que foi furado no pescoço por Gerinha Portuguesa, outro valente. E também o chapa Brigadeiro, que não usava camisa tinha empunhadeiras de couro nos pulsos e andava se balançando todo. Feito pato descendo o morro!
Aí veio a geração de valentes presepeiros, como o Canário Pardo que tinha os braços tatuados e só andava em cana; Negão da Titia, que assombrava a Malhada Santos Reis. O bairro Roxo Verde era palco de muitos valentes: Zé Louro, Tião Chapa, Jailson e Xuxú um guarda costas de políticos.
Dentre outros valentes do pedaço havia o Sapatão da Vila Oliveira, o Zé do Burro que era guarda costa de Manoel do Bandeira 2. Noé Santana no Alto São João, Zé Piolho na Vila Ypiranga, ex-atleta e torcedor fanático do Bela Vista.
Dentre os valentes e bazofistas o Zé Veloso da Santa Rosa, que derrubava os juizes de futebol que marcavam pênalti contra o seu time de estimação. O Geraldim Puliça no Renascença e o Sansão na Vila Brasília. O João Tijolo valente empreiteiro de mortes encomendadas e o folclórico Eduardo Pistoleiro.
Didi Fofo, nos Morrinhos que foi enrolado em fios de arame farpado e jogado ladeira abaixo rolando. O exemplo não adiantou nada!
Nenzim e João Brejeiro, Paulo do Dnocs, Gabilera do Alto São João, que furava bola em jogo e Zé Doido e João Capa Preta, na Igrejinha do Bom Jesus.
Da equipe de peões da Matsulfur dois valentes que davam trabalho: Edson Estragarraça e Nogueirinha, toda segunda feira tinham que ser tirados da carceragem por Necésio de Moraes. Na baixada da Matriz, os valentes eram o Borreta e o Leonídio!
Na galeria dos destemidos e valentões, cita-se Wilson Fróes, Walter Zorro, Geraldo Pau de Sebo, Cabila do Roxo Verde e o negão Torresmo, da nova geração das escolas de capoeira. Não podemos deixar de citar o valente e dom Juan arrasador de corações de mulheres mal amadas, o Dilo Barbeiro, com seu facão curto dentro da bolsa a tiracolo.
E para encerrar a crônica, citaremos um frouxo e laxativo. Evandro Canzil, um cruzeirense enrustido que veste camisa do Atlético para despistar e bagunçar o coreto dos atleticanos. Ele é tão frouxo que corre de medo de despacho arriado na encruzilhada e medalha com o signo de São Salomão! É tão medroso que não passa na porta da Casa Minas Gerais.
Nós temos histórias. Somos curraleiro, mas, somos chiques. Arrasamos até em murrão da roça!

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Mensagem N°35448
De: Gildásio Data: Quinta 22/5/2008 22:02:51
Cidade: Montes Claros

Hoje, vi pela primeira vez um sinal efetivo de que a Makro Atacadista vai se instalar em M. Claros, no galpão onde funcionou a antiga Fuji, no bairro Planalto. Passei pelo local e vi a derrubada de árvores frutíferas, que ficavam no pátio da frente. Foram plantadas há cerca de duas décadas pelos então funcionários da Fuji, posteriormente adquirida pela Mitsubishi do Brasil. O terreno acaba de ser transferido para a Makro, que anunciou para o dia 30 de junho a inauguração dos seus serviços em M. Claros. O empreendimento, ao lado da duplicação da avenida Magalhães Pinto, dará um impulso realmente novo àquela parte da cidade. Aliás, li aqui neste interessante Mural que a duplicação acelera e define as duas cidades de Montes Claros: a cidade baixa com o centro histórico, e cidade alta, localizada naquela platô e áreas próximas. Fui informado de que a empresa atacadista usará o grande galpão já existente no local, abreviando desta forma a sua instalação dentro do tempo recorde de 40 dias. A vinda desta grande empresa forçosamente atrairá outras do mesmo ramo, como a francessa Carrefour. Agora, é esperar para ver. (Em tempo: na mesma avenida duplicada, um pouco antes do Max Min Clube, mas na pista contrária, a farmácia Minas Brasil está levantando o clube dos seus funcionários).

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Mensagem N°35441
De: Ruy Data: Quinta 22/5/2008 07:43:19
Cidade: Brasília DF

Mais do que nunca o noticiário no Brasil depende de escândalos em Brasília e desastres no Brasil.

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Mensagem N°35440
De: Joanes Cavalcanti Data: Quinta 22/5/2008 06:08:07
Cidade: Januária

É brincadeira o cara falar que está estudando Medicina no Paraguai, Bolívia, Venezuela. Quando eu não queria nada na vida eu já estive dentro de um ônibus cheio de colegas que estavam saindo do norte de Minas Gerais para esta aventura, mas quando escutei o coordenador, espécie de "gato" falar:- fiquem calados, porque o negócio é o diploma! Eu começei a ter convulsão (Contração violenta e involuntária dos músculos acompanhada de abalos mais ou menos violentos)e pulei fora do ônibus com minha mala. Meses depois um dos colegas voltaram falando que aquilo é loucura e que é um faz de conta que estavam estudando. O governo tem de tomar uma providência, porque isto contraria todos os princípios da honestidade e ética. O indivíduo faz o antigo madureza, supletivo(EJA) e corre para Bolívia, Paraguai e outros países e volta com o distintivo( não é diploma) de médico.
Brincadeira à parte, mas naquele momento eu lembrei do sofrimento dos colegas que estudam Medicina, Odontologia na Unimontes e senti que estava sendo desonesto com a nação brasileira.
Hoje eu trabalha na fazenda do meu pai em Januária e produzimos muito milho, feijão e criamos gado e estou ciente que ajudo este país crescer. Está de bom tamanho, mas não estou tapeando ninguém.
Cursos na área da saúde é coisa séria.

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Mensagem N°35437
De: Lucy Data: Quarta 21/5/2008 22:48:48
Cidade: S. Paulo

Já que os fados me transportam para a minha natal M. Claros, de onde jamais deveria ter partido, envio desta fria paulicéia desvairada uma outra citação à nossa Moc, ainda de Maria Lúcia Godoy. É quando a soprano número um do Brasil relata uma guerra musical na qual se envolveu nossa querida cidade. Tempos outros, diversos do atual, quando era por música, e por poesia, que se enfrentavam as doces cidades de Minas, hoje sitiadas pelo medo e pela violência.
Aspas, para o relato:

"É a ti, flor do céu, que me refiro
Neste treno de amor, nesta canção
Vestal dos sonhos meus, por quem suspiro
E sinto palpitar meu coração

Não te esqueças de mim, por piedade
Um só dia, um só instante, um só momento
Não me lembro de ti sem ter saudades
Nem me podes fugir do pensamento

Quem me dera outra vez esse passado
Essa quadra ditosa em que vivi
Quantas vezes na lira debruçada
Cantando em teu colo adormeci

Esta modinha gerou, em 1969, uma "Guerra" entre o Serro, Santa Luzia, Diamantina e Montes Claros, cada cidade desejando ser a sua "terra natal". Ganhou Diamantina, berço de Teodomiro Alves Pereira e Modesto A. Ferreira, seus autores. Na época, a "guerra" teve repercussão nacional, ajudando a imortalizar mais ainda esta melodia, preferida de Juscelino Kubitschek"

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Mensagem N°35434
De: Luiz de Paula Data: Quarta 21/5/2008 21:51:58
Cidade: M. Claros

(Do livro "Por Cima dos Telhados, Por Baixo dos Arvoredos" - Parte 13)

COMPANHEIROS DE AVENTURAS

Sou o quarto filho em uma família de sete irmãos. Quando comecei a entender as coisas já encontrei à minha frente três sabichões que conheciam de tudo neste mundo - os três irmãos mais velhos.
De como fazer um bodoque de pau pereira ou uma arapuca de vergônteas tratadas ao calor do fogo. Ou preparar visgo de leite de gameleira cozinhado em água fervente. Ou, ainda, como colher o buriti para fazer alçapões e gaiolas ou como pegar codornas no campo, correndo em círculos ao redor delas até as bichinhas ficarem tontas e aí bastava atirar o chapéu em cima delas e apanhá-las com as mãos. E ainda a contar terríveis histórias de capetas e assombrações.
Não vou negar: eles me ensinaram muitas coisas. Mas viviam a caçoar de mim. E me batiam por qualquer dê-cá-uma-palha.
E não aceitavam que eu os acompanhasse quando saiam para pescarias no Rio das Velhas e nos córregos existentes em volta do povoado. E nem para as caçadas de codornas, inhambús e preás, no Anda-sol, na Palma Velha ou no Morro da Anta.
Diziam que eu era muito novo.
Sentindo-me desprezado eu me fazia de bobo e saia de perto deles mas ficava a vigiá-los. E quando eles se punham a caminho eu os acompanhava por fora da estrada, para não ser visto, escondendo-me atrás dos arbustos, sempre de longe.
Mas eles eram muito sabidos e por mais que me ocultasse acabavam por me descobrir. Aí eles paravam e ordenavam aos gritos que eu voltasse para casa. E um ou outro, mais ranzinza, corria em minha direção para forçar-me a regressar. Eu não era bobo de ficar esperando. Corria também, a valer, sempre olhando para trás, para manter a distância entre nós. Quando o perseguidor desistia e voltava para junto dos outros eu também retornava, mantendo sempre a distância que me protegia.
A estrada para o rio era de boa largura, numa distância de mais de um quilômetro, o que facilitava essas escaramuças.
Quando eles começavam a jogar pedras eu recuava para altura em que as pedras já chegavam sem força. As pedras batiam no chão e vinham pulando até pararem junto a meus pés.
E assim a coisa prosseguia. Eles em marcha à frente e eu os acompanhando, ora recuando, ora avançando, em permanente estado de beligerância.
Até que acontecia algo que por mim já era esperado. Algum deles se lembrava de que havia esquecido alguma coisa. Podia ser um anzol ou uma isca especial, ou um canivete. Qualquer coisa desse tipo. De minha posição eu percebia que eles haviam parado e confabulavam.
Daí a pouco um deles se desgarrava e vinha em minha direção. Passo a passo, sem gritar, sem xingar, sem jogar pedras. Eu percebia que ele vinha em paz. Era a figura clássica do parlamentar. Só faltava a bandeira branca.
Eu então ficava na minha. Parado mas alerta. Pronto para ouvir, mas pronto também para dar no pé. Se fosse uma armadilha.
Quando a aproximação começava a por em risco a minha segurança, eu gritava:
– Fala daí mesmo!
Meu irmão compreendia a razão de meus temores, estacava a razoável distância e me passava as ordens sobre o que eu deveria ir buscar. E que fosse correndo.
Aí eu ficava feliz. Num átimo voltava ao povoado, pegava o que fôra buscar e retornava, sempre correndo, já sem qualquer temor.
E reinavam a paz e a democracia.
Permitiam até que eu participasse e opinasse em assuntos da maior importância. Como aconteceu certa ocasião em que juntos decidimos sobre qual a melhor fruta do mundo.
Após acalorada discussão, da qual eu tive a honra de participar, chegamos a um consenso. Não era somente uma, mas eram três as melhores frutas do mundo. A jabuticaba, a pinha de casa e o abacaxi


(continuará, nos próximos dias, até a publicação de todo o livro, que acaba de ser lançado em edição artesanal de apenas 10 volumes. As partes já publicadas podem ser lidas na seção Colunistas - Luiz de Paula)

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Mensagem N°35433
De: Carlos Alberto Data: Quarta 21/5/2008 20:05:43
Cidade: Montes Claros-MG

Montes Claros tem 3 faculdades de Medicina e mesmo assim faltam médicos Pediatras e Clínicos Geral para atender nos Pronto-Socorros da cidade. Isso mostra que não é a quantidade que vai resolver o problema da saúde pública da cidade e do país!

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Mensagem N°35432
De: Thiago Data: Quarta 21/5/2008 19:48:42
Cidade: M. Claros

Só tem dois fiscais para fiscalizar toda Montes Claros na Secretaria do Meio Ambiente.

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Mensagem N°35431
De: marcos p. f. s. Data: Quarta 21/5/2008 19:31:26
Cidade: Salinas MG

salinas uma cidade a maior cidade do vale do jequitinhonha ainda não tem uma internet decente gostaria de saber das autoridades quando vamos ter uma internet do tipo velox ou mesmo um sinal de qualidade pois se a cidade quer entrar na era digital isso é muito necessário torço muito por salinas e sei que isso vai ser muito importante para o nosso futuro.

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Mensagem N°35419
De: Amigo Data: Quarta 21/5/2008 10:38:51
Cidade: moc

Mas um se vai nessa guerra do tráfico, perdemos um amigo um exelente jovem que tinha uma vida pela frente cheia de sonhos e desejos é triste Marcos vinicius mais conhecido por( MORCEGÃO),era um otimo lateral direito em peladas e jogos que fizemos mas Deus sabe oque faz e ele concerteza vai ser feliz no outro plano de vida mas vai deixar saudades em todos que o conheceram mas vai ficar na lembrança oque sempre falava pra ele em peladas e jogos..(PRA DENTRO DELES).....VALEU AMIGO

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Mensagem N°35418
De: Isadora Data: Quarta 21/5/2008 09:32:48
Cidade: Montes Claros  País: Brasil

O bairro Morrinhos está em Guerra. Nessa semana perdemos mais um jovem vítima de assassinato. Marcos Vinícius era um ótimo colega, e foi fatalmente atingido por uma bala perdida no domingo. Ontem ele não resistiu e faleceu. Quantas pessoas mais vamos perder nessa briga de traficantes? O pior, é que nesse caso perdemos um inocente. Queremos que a Polícia aja, enquanto há tempo.

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Mensagem N°35414
De: Cesar Ribeiro Data: Quarta 21/5/2008 08:08:24
Cidade: Montes Claros/mg  País: Brasil

Estão simplesmente acabando com o campo da praça de Esportes, bem como a tradicional "pelada" de todos os domingos que acontece a mais de 20 anos naquele local, com tanto lugar para fazer festa, porque fazer dentro do campo da Praça de Esportes.

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Mensagem N°35398
De: Augusto Vieira Data: Terça 20/5/2008 10:38:39
Cidade: Belo Horizonte

GENIVAL 75 E A MATEMÁTICA

Tive o prazer de participar da festa dos 75 anos de meu querido amigo Mário Genival Tourinho. Eu já comparecera à festa dos 70, no mesmo local, o Automóvel Clube de Belo Horizonte. Essa gente de minha aldeia é mesmo amiga e vivedeira. Encontrei, cinco anos depois, quase as mesmas pessoas, dentre elas, Leônidas, Gilberto e João Jaques Lafetá, Affonso Prates, Alceu Carneiro, Flávio Pinto, Ucho e Fred Ribeiro, Pancho, Marcos Afonso, Finadinho (de Carlúcio Ataíde), Raimundo Tourinho, Carlos Emílio (de Antônio Rodrigues) e Ademir Fialho. Genival é muito querido em Belo Horizonte e, juntando nossa turma catrumana com a da capital, o segundo pavimento do clube ficou completamente lotado, como da vez anterior.
Pois bem, lá pelas três da madrugada, vi Alceu Carneiro e perguntei por sua esposa, Regina. Ele apontou uma imensa mesa redonda, num dos cantos do salão e disse que ela lá se encontrava. Respondi que queria cumprimentá-la. Dirigimo-nos ao local, saudei Regina e resolvi sentar. Aí, fim de festa, foi chegando gente, inclusive o aniversariante. O papo foi tão gostoso que só terminou com o dia amanhecendo. Genival contou várias histórias de Montes Claros. Uma delas me fascinou. Ele era estudante do Colégio Diocesano. Fazia o Tiro de Guerra, motivo pelo qual, não freqüentava habitualmente as aulas de matemática, que eram no primeiro horário, às sete horas da manhã. Tomou segunda-época. O professor, um engenheiro do DER, estava a fim de ferrar aquele aluno faltoso. Dr. Tourinho tratou logo de arranjar aulas particulares para o filho. E sabem quem foi a professora? D. Fernanda Ramos, mãe de Regina, que residia na mesma avenida em que se localizava o Diocesano, nossa hoje transfigurada Coronel Prates. O professor apresentou a Genival um problema, daqueles escolhidos a dedo para bombardear alunos. Genival leu a questão e, embora bem preparado pela mestra, não conseguiu resolver. Ele, então, disse ao professor que estava com dor de barriga e que precisava ir ao banheiro. Obtida a permissão, sob vigilância, Genival entrou no cômodo da instalação sanitária e, sorrateiramente, saiu pela janela dos fundos, pulou o muro da casa de Dr. Hermes, atravessou os quintais de D. Clotildes, de “seu” Aristeu de Melo Franco, pulou os muros de D. Vidinha e de D. Eponina Pimenta, até chegar à casa de D. Fernanda, a quem apresentou a questão. A mestra revelou que aquele problema só tinha duas soluções e que conhecia uma delas. Ensinou a Genival, que agradeceu e, suando às bicas, fez o espinhoso caminho de volta, escalando os mesmos muros com extrema agilidade, até reentrar, cuidadosamente, no cômodo onde se encontrava, pela janela que deixara aberta. Percebendo a vigilância do professor, começou a tossir desbragadamente. O homem tranqüilizou-se e ele se recompôs do hercúleo esforço. Passado algum tempo, retornou à sala de aula e apresentou a solução. O professor, surpreso, não acreditou no que vira e perguntou ao aluno como conseguira resolver aquele problema, no intuito de testar-lhe os conhecimentos. Genival, com ares de sábio, queixo empinado, arrogantemente respondeu:
— Muito simples, professor, apenas parti de um número imaginário...
E foi assim, graças à sabedoria de D. Fernanda Ramos, que o sapeca e inteligente estudante do Diocesano, não tomou a estrondosa bomba antevista pelo chato professor de matemática, que nem era de Montes Claros. E esse eterno menino, no esplendor de suas 75 primaveras, ainda arrematou a história assim:
— Imagine, Augustão, um cara de fora, chato, me dar bomba logo em matemática!?!?

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Mensagem N°35390
De: Hugo Data: Terça 20/5/2008 08:02:31
Cidade: Moc

Alguém viu a redução de 17% nas contas de energia? A minha teve redução na tarifa (não sei de quantos porcento) mas meu consumo em Kw teria subido mais de 50%. Justamente no mês em que achei ter economizado mais. Seria a CEMIG compensando a redução? Alguém observou fato semelhante em sua conta?

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Mensagem N°35370
De: Marcelo Vilela Data: Segunda 19/5/2008 14:12:20
Cidade: Montes Claros  País: Brasil

Gostaria de informar aos irmãos católicos ligados neste site, que o Reverendíssimo Padre Henrique Munaiz irá celebrar a missa no Rito Tridentino, conforme autorizado pelo Santo Padre o Papa Bento XVI no Motu Proprio Summorum Pontificum. Será neste sábado na capela do Carmelo em Montes Claros e será marcada a data mensal pra esta celebração. Parabéns ao Pe. Henrique pela iniciativa e acolhimento! Esclarecendo, este Rito era o celebrado antes do concílio VaticanoII, e tem toda uma tradição e valor de séculos na igreja.

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Mensagem N°35362
De: Cornélia Cangussu Data: Segunda 19/5/2008 11:17:32
Cidade: Montes Claros  País: Brasil

A Lua, linda, rasgava o céu com o seu clarão, já noitinha, quando seus amigos, numa despedida fúnebre, o acompanhava ao campo santo. O que temos de mais valioso na vida? Família, amigos e companheiros, mas lá estavam eles tambem, seus diletos companheiros de buteco,rodada de carteado, os conterrâneos e os amigos seresteiros, ainda que com voz embargada lhe dizia: Adeus, Adeus, Adeus, cinco letras que choram, num soluço de dor.... e era perceptível o lamento dos acordes que ecoavam do vinho fazendo coro às outra vozes sussurradas dos demais companheiros. Lá se foi o nosso amigo Espinosense Wilson Lopes, simplesmente Wilson Meia-Noite.

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Mensagem N°35358
De: JOSÉ PRATES Data: Segunda 19/5/2008 10:51:35
Cidade: RIO DE JANEIRO RJ

SOBRE A MENSAGEM 35101 DO HERMES
José Prates

Quando vou à Rua da Quitanda, aqui no Rio, é para satisfazer algum compromisso a que não posso fugir. Não gosto daquele tumulto num comércio fervilhante, com locutores plantados no passeio estreito de uma rua estreita sem condições de fuga, nos azucrinando os ouvidos com anuncio de mercadoria. Os meus nervos já não estão mais para isso. Será que é só aqui que isto acontece, eu me perguntava. Não é, não. É um mal dos grandes centros comerciais onde tudo é válido pra atrair freguês, que agora chamam de consumidor, num tratamento impessoal, sem cortesia. Freguês, aquele que comprava no lugar certo, levando o caderno pra anotar e, no fim do mês, quando recebia o salário, levava o dinheiro para pagar e o caderno “pra riscar”, não existe mais. Não existe porque chegou o supermercado todo poderoso, cheio de moda, oferecendo “qualidade e preço”, mas, não tem “fiado”. O pequeno não resistiu. Acabou a quitanda do “seu” Joaquim; fechou o armazém da esquina que tinha sacas de arroz, feijão, milho, fubá, abertas e expostas ao freguês, logo na entrada. Nas prateleiras, ficavam as garrafas, o macarrão e lataria. Num balcãozinho, rodeado de tamboretes altos, num lugar reservado, era servida a cachacinha que o freguês pedisse; um balcão só para salgados, ficava ao fundo. Na geladeira a gordura de porco em pacote de um quilo que vendia sem pesar. Se fosse meio quilo, bastava cortar no meio. Óleo de cozinha veio depois que inventaram o colesterol. No meio disso, o toc-toc do tamanco de “seu” Manoel, batendo no cimento vermelho do piso, no vai e vem pra atender a freguesia. Pra onde foram? Não sei.
E agora? Agora não tem mais “seu” Manoel, seu Joaquim, nem seu Afonso. Tudo mudou. “Seu” Manoel desapareceu; o armazém virou estacionamento. Não tem mais caderno pra anotar, porque acabou o “fiado”. Agora é cartão de crédito. Nem a carrocinha do leite, com o leiteiro em cima, gritando “Olhem o leite!”, existe mais. Nos grandes centros comerciais tudo mudou e Montes Claros, pelo que diz Hermes em sua mensagem 35101, neste mural, acompanhou a mudança. Ao ler a mensagem, exclamei sem sentir: Meu Deus! Por que? Porque o que está em minha memória não é esse Montes Claros da modernidade: é o Montes Claros adolescente, romântico, com namorados passeando de mãos dadas na Rua Quinze, sem malícia, sem maldade, mostrando pura a inocência. Montes Claros do comércio amigo com a loja de “seu” Ramos, na Rua Quinze, a venda de Periquitinho na esquina da Dr Santos e na Praça Dr. Carlos, o armazém de “seu” Afonso, marido da professora Marucas, onde minha sogra comprava no caderno. Esse é o Montes Claros que trago na mente, a terra da minha juventude; o Montes Claros que não tinha locutores na porta de loja, fazendo publicidade, ensurdecendo quem passa. Publicidade era Leonel Beirão com sua boneca gigante que percorria as ruas centrais ao rufar de tambores, divertindo as pessoas paradas na calçada para vê-lo passar no uniforme vistoso da guarda nacional, fazendo a publicidade. Era o Montes Claros das ruas calmas, do povo tranqüilo que andava sem pressa, parando pra um “dedo de prosa”, encostado no poste da luz. Cresceu, tornou-se adulto. Quem sempre residiu lá, não sentiu esse crescimento. Para quem está distante há muito tempo, como eu, a notícia espanta. Em nossa mente, em nossa lembrança o que existe é o Montes Claros de ontem, a cidade romântica com a Rua Quinze servindo de passarela para as jovens adolescentes mostrarem-se aos rapazes, postados na calçada. Esse é o Montes Claros que eu guardo e que levarei comigo.

(José Prates é jornalista e Oficial da Marinha Mercante. Como tal, percorreu os cinco continentes em 20 anos embarcado. Residiu em Montes Claros, de 1945 a 1958, quando foi removido para o Rio de Janeiro, onde reside com a família. É funcionário ativo da Vale do Rio Doce, estando atualmente adido ao Sindicato dos Oficiais da Marinha Mercante, onde é um dos diretores)

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Mensagem N°35357
De: Petrônio Braz Data: Segunda 19/5/2008 09:43:47
Cidade: Montes Claros/MG

A CIDADE SEM PASSADO

Presente na solenidade de lançamento do livro “A Cidade sem Passado”, com selo da Editora UNIMONTES, da professora Filomena Luciene Cordeiro, do Departamento de História de nossa Universidade Estadual, graduada em História, pós-graduada em “Ciências Sociais”, pela mesma UNIMONTES e em “Gestão da Memória: Arquivo, Patrimônio e Museu”, pela Universidade do Estado de Minas Gerais, e mestre em História pela Universidade Severino Sombra, ocorrido nas dependências da grande Universidade Norte-mineira, com Prefácio da professora Philomena Gebran.
Dela recebi a produção técnico-literária com o autógrafo: “Ao Petrônio. Que a cidade de Montes Claros, construída também por você, possa garantir a preservação da memória e da sua história. Obrigada.”
O livro, como atesta a Autora, é o resultado de sua dissertação de Mestrado do Curso de Pós-Graduação em História, pela Universidade Severino Sombra, de Vassouras, defendida em 2004 e das inquietações da Autora relativas à ausência de uma política, sobretudo de patrimônio documental em Montes Claros e da Região Norte-mineira.
Embora o título da obra nos revele ser Montes Claros uma cidade sem passado, em verdade ele existe e foi muito bem descrito por Hermes Augusto de Paula, todavia, não está sendo materialmente preservado. É uma pena!
O Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros, por iniciativa de seu presidente, escritor Wanderlino Arruda, está estimulando os seus membros efetivos a escreverem, para relembrar e fixar aspectos diversos do passado, de suas coisas e de suas gentes, que deve ser sempre presente na memória da comunidade.
A professora Dra. Márcia Pereira da Silva, em uma das orelhas do livro atesta ser “inegável a importância da memória para a vida humana. Os diários, álbuns de fotografias, filmagens de ocasiões especiais, cadernos de receitas, dentre outros hábitos disseminados socialmente comprovam que os homens precisam preservar o passado que, no limite, serve de referencial para o presente.”
Obra de natureza técnico-literária, “A Cidade sem Passado” nos remete ao fundo de nossas consciências, para nos conscientizar de que o patrimônio cultural deve ser preservado.
Além do extraordinário conteúdo do livro, Filomena Luciene Cordeiro nos oferta uma coleção de fotografias históricas da “Princesinha do Norte”, a “cidade da arte e da cultura”, que nos transporta ao passado. Aqui, o aspecto urbano da cidade em 1953, ali uma foto de uma cavalhada, mais adiante o Grupo de Seresta “João Chaves”, a inauguração do Parque de Exposições “João Alencar Athayde” em 1947, o velho Mercado Municipal, mas não é este o aspecto fundamental do livro.
Montes Claros integra a história deste grande País, e ela precisa ser preservada.
A Autora nos envia aos arquivos públicos e particulares da cidade: Arquivo da Paróquia da Matriz de Nossa Senhora e São José, Arquivos da Prefeitura e da Câmara Municipal de Montes Claros e nos transporta à Divisão de Pesquisa e Documentação Regional da UNIMONTES.
Como arquivista, memorialista, escritora, professora, historiadora, Filomena Luciene Cordeiro aborda com propriedade a relevância do documento para a preservação da memória histórica e relaciona os princípios éticos e as responsabilidades do arquivista.
Obra que precisa ser lida, preservada e, principalmente, seguida. Com sua leitura, como eterno estudante, muito aprendi.

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Mensagem N°35345
De: Elisa Matoso Data: Domingo 18/5/2008 22:38:42
Cidade: M. Claros

É de indigar com fato que está acontecendo em nossa Monte Claros, por parte de uma empreiteira que presta serviços para a Cemig, onde os trabalhadores estão assustados, que ao chegarem na sede da empresa, encontra um cachão de defundo na recepção, com flores e todo um clíma de velório com um esplho em cima do cachão, de modo que ao apróximar e verificar quem é o falecido, encherga o rosto da própria pessoa. O pior ainda, que ao ser questionado por alguns trabalhadores, representantes da empresa disseram que é uma dinâmica da assistente social, para fazer com que os trabalhadores da empresa entendam, que a condição financeira ruim que ela se encontra,significa a morte e o enterro dos trabalhadores. (...)

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Mensagem N°35342
De: Petrônio Braz Data: Domingo 18/5/2008 18:14:20
Cidade: Montes Claros/MG

É o que eu sempre disse: A transposição das águas do rio São Francisco, para atender aos nordestinos, vai dificultar e encarecer o uso da água no Norte de Minas. Notícias de hoje informam que a União (governo federal) e os governos de seis Estados estão ampliando a cobrança pelo uso da água dos rios, principalmente da indústria e do agronegócio. O Projeto Jaíba será prejudicado.

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Mensagem N°35340
De: Ludimila Costa Data: Domingo 18/5/2008 16:34:52
Cidade: Montes Claros-MG

Entre o Panorama e a Vila Oliveira se se armou um grupo barracas de lona preta, bem ao estilo daquela que se armou nos meados dos anos oitenta que orinou o Bairro Cristo Rei (Favela Feijão Semeado). Será que está surgindo uma nova favela lona preta? E quem é o responsável dessa vez?

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Mensagem N°35336
De: luana cristine Data: Domingo 18/5/2008 14:19:14
Cidade: M. Claros

Titulo da notícia: Choque entre moto e caminhão mata cabo PM em cruzamento de ruas no bairro Morrinhos
Nome: luana cristine
E-mail: [email protected]
Cidade: montes claros/MG
Comentário: infelizmente por irresponsabilidade de um motorista perdemos um homem, welber nao era apenas o cb da policia militar do meio ambiente, era filho, irmao, amigo, pai e esposo. por irresponsabilidade de um motorista que se achava no dirieto de nao respeitar uma placa de sinalizaçao pelo fato de ser 5 hs da manha eu perdi meu irmao. ele estava indo apenas cumprir o seu dever, estava indo pro trabalho,assim como esse motorista que tirou a sua vida,espero que essa fatalidade sirva de exemplo para aqueles que tem que conviver diariamente com o transito. Mas Deus sabe o que faz, a dor é imensa, a saudade será eterna, mas sabemos que ele esta fazendo a alegria dos anjos nos ceus. te amamos muito, saudades eternas!!!!!!!!!!! queria aproveitar e avisar que a missa de 7° dia será realizado na terça feira as 19 hs na igreja Sao Noberto.

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Mensagem N°35335
De: EMILIANO Data: Domingo 18/5/2008 13:02:53
Cidade: UTRECH  País: HOLANDA

Estou em Utrech e escuto maravilhosamente a 98. Parabens

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Mensagem N°35332
De: Luiz de Paula Data: Domingo 18/5/2008 01:31:48
Cidade: M. Claros

(Do livro "Por Cima dos Telhados, Por Baixo dos Arvoredos" - Parte 12)

TI - TUÍ - Í

Meus irmãos e eu gostávamos de ouvir nossa mãe contar histórias do tempo da infância dela. Apinhávamos a seu redor, a pedir que nos falasse de seu tempo de criança.
Lembro-me da noite em que ela nos falou sobre as estações do ano. E esclareceu que tínhamos também nossa primavera. E acrescentou: “é um passarinho que avisa quando a primavera está para chegar”.
- Verdade, mãe?
- Verdade, filho. É uma avezinha de porte médio. Muito bonitinha. Ela tem o pescoço e o peito brancos. E as asas e a cauda escuras, marchetadas de branco.
- Ela canta, mãe?
- Canta, sim. É com seu canto que ela anuncia a vinda da primavera. É um canto bonito, melodioso, que alcança grandes distâncias. E ela o repete, seguidamente, desde quando começa a madrugada.
Nossas mentes de crianças ficaram empolgadas. Que coisa mais bonita! Um passarinho que avisa às pessoas que a primavera está chegando...
Nossa mãe carinhosamente prometeu:
- Quando chegar o mês de setembro eu acordarei vocês bem cedo, no escuro da madrugada, para vocês ouvirem o canto da primavera.
Não muito tempo depois, em uma madrugada de setembro, ela nos acordou, um a um, sacudindo-nos, sem fazer barulho, para não perturbar as outras pessoas da casa.
Após estarmos todos de pé, a seu lado, ela abriu uma janela que dava para o nascente e recomendou:
- Agora fiquem calados e escutem com atenção.
Nós estávamos curiosos e cochichávamos uns com os outros. A partir de sua recomendação, fizemos silêncio e nos pusemos à escuta. Daí a pouco começou a chegar aos nossos ouvidos o doce canto esperado. Era um canto de suave modulação, dividido em três tempos. No trecho intermediário as notas se prolongavam. Graficamente talvez se pudesse representá-lo assim: tí - tuííí - í.
Era um canto de alvíssaras.
Nós escutávamos embevecidos. Era um trinado límpido, cristalino, de indizível doçura, a repetir-se espaçadamente e a crescer e a ganhar distâncias na solidão daquela hora: tí - tuííí - í. Tí - tuííí – í. Tí - tuííí - í...
Olhando pela janela, vi que ao longe, acima do barrado azul da serra, o céu já assumira as cores da alvorada. E perguntei à nossa mãe como se chamava aquele passarinho.
- Primavera (*) - ela respondeu.
Mas para mim e meus irmãos, o seu nome, a partir daquele dia, passou a ser tí - tuí - í. E a tão grata cena, vivida naquela madrugada de setembro, tornou-se algo ternamente guardado para sempre em nossa lembrança.

(*) Ave passariforme do gênero XOLMIS, popularmente
conhecida como PRIMAVERA.

A ROSCA

Minha mãe havia me dado um tostão. Naquele tempo, o tostão, também chamado de cem réis, era a moeda de mais baixo valor. Mas com ela comprava-se uma caixa de fósforos, ou um papel e envelope, para cartas, e muita coisa mais.
Conheci a moeda de cobre, de 40 réis, e o vintém, de liga de níquel, de 20 réis, mas já fora de circulação, embora os adultos de então se referissem freqüentemente a um tempo em que uma e outro eram moedas correntes.
Voltando ao tostão, desde o momento em que o recebi, a moedinha não esfriou mais. Mantive-a sempre quente, apertada em minha mão.
Chegou a noite. Fui dormir pensando no que iria comprar no dia seguinte.
Ao despertar, pela manhã, de pronto não me lembrei do tostão. Dei-me conta, sim, de que havia algo novo naquele novo dia. Senti que vinha de dentro de mim uma alegria nova, latejando como se quisesse saltar do peito para fora. Mas não atinava com a razão disso tudo. Por que será que estou me sentindo assim tão feliz?
Foi nessa altura que me lembrei do tostão. E foi aquele susto! Cadê o tostão? Não se encontrava mais em minha mão. Revirei-me na cama, num átimo, e, graças sejam dadas, lá estava ele, o danadinho, a destacar-se sobre o lençol.
Apanhei-o depressa e voltei a apertá-lo na mão e a sonhar, olhando no telhado as teias de aranha e as falhas das telhas, por onde se avistava, aparecendo ao longe, o límpido azul do céu.
“Que vou comprar?” Era sobre o que me perguntava.
A escolha era farta. Poderia comprar três laranjas, ou quatro limas, ou cinco balas doces, ou dois biscoitos de fofão, ou uma rosca.
“Vou comprar uma rosca”.
Na rua de baixo havia a venda do seu Gaudêncio, delegado do lugar.
A esposa dele, Dona Biló, era quitandeira de mão cheia. Além do pão de sal, pesado, barrigudo, ela fazia uma rosca morena, temperada com canela e adoçada com rapadura, que para mim era a rainha das quitandas. Decidi-me.
“Vou comprar uma rosca”.
E fui. Deviam ser umas duas horas da tarde. Por aí assim. Nem muito antes nem muito depois. Comprei a rosca e no caminho, de regresso, vim roendo-a por fora, comendo a casca, que tinha um cheirinho bom de erva-doce. Poupando. Quem já foi menino pobre sabe o que é poupar. Comer devagar. Um pedacinho de cada vez. Para durar muito.
Ao me aproximar de casa a rosca já estava sem a casca. Raciocinei: “meus irmãos são muitos. Se eu entrar pela porta da frente vou ser forçado a dar um pedaço aqui, outro ali e lá se vai minha rosca”. Decidi: “vou pelos fundos.” Passei pelo quintal, saltei a janela do quarto de minha mãe e me deitei na cama dela, cobrindo-me com seu cobertor, dos pés à cabeça. E bem no escondido continuei a roer a minha rosca na maior felicidade.
Mas vocês sabem como são as coisas. Em lugar pequeno as notícias correm depressa. Assim é que o Vicente, meu irmão mais velho, ficou sabendo, não sei por que meios, que eu fora visto a roer uma rosca, vindo da venda de seu Gaudêncio. O Vicente nunca foi bobo. E tirou logo suas conclusões.
O certo é que daí a pouco comecei a ouvir seus gritos, dentro de casa, chamando por minha mãe.
Acompanhando o som da voz, percebi que ele fôra à cozinha, em seguida ao quintal, e agora vinha, a repetir o chamado, em direção ao quarto em que me encontrava.
Minha avó dizia que nós, os seus netos, tínhamos o capeta no couro. Devia ser o Romãozinho, que é o capeta dos meninos. Deve ter sido ele que me cutucou e me fez responder, debaixo do cobertor, o mais alto que pude, com a boca cheia de rosca, quando o Vicente passava pelo corredor sempre a gritar por minha mãe.
– Úuu... - Eu respondi.
Ele deve ter escutado. E a pergunta veio em altos brados:
– Onde é que a senhora está, mãe?
– Aquiii... – Respondi em falsete.
O Vicente insistiu:
– Onde, mãê?
– Úuu... Foi como respondi. Eu não quis arriscar-me a imitar novamente a voz da minha mãe. Ele já estava muito próximo e poderia descobrir o embuste. Por isso só fiz assim: – Úuu...!
Aí ele entrou no quarto, viu o vulto na cama, acreditou que era nossa mãe, e pôs-se a choramingar.
– Ó, mãe! A senhora deu um tostão ao Luiz, aquele cachorro amarelo, e ele comprou uma rosca. Todo mundo viu ele vindo da venda de Dona Biló, comendo a rosca. E a senhora não me deu nada. E arrematou, redobrando o chôro:
– Me dá um tostão, mãêêêê!
Não agüentei. Era engraçado demais. Eu ali debaixo daquele cobertor e o Vicente a chorar e a me chamar de mãe, e a pedir um tostão. Ele que era tão prosa e arrogante diante de mim...Não fui capaz de conter o riso.
Mas imediatamente tive de passar à ação. De um só golpe atirei o cobertor em cima dele e saltei para o outro lado, rindo a mais não poder, e pulei a janela, enquanto o Vicente perdia tempo desembaraçando-se do cobertor, dava a volta à cama e por sua vez saltava também a janela em minha perseguição, a xingar tudo que sabia.
Mas eu já estava longe. E os cacos de telha atirados por ele não me alcançaram.
Ganhei a rua, entrei num quintal vizinho e me escondi embaixo de um velho carro de boi.
Pacientemente deixei o tempo passar. Mais tarde voltei. Espiando de longe e avançando aos poucos, até chegar em frente à venda de meu pai e verificar que a barra estava limpa. Ninguém na venda. Somente meu pai. Em sua mesa, a escrever.
Entrei e fiquei perto do meu pai.
Daí a pouco o Vicente apareceu. Essa era a hora perigosa. Era o nosso primeiro encontro depois da presepada que lhe armara. Ele me viu e veio-lhe o ímpeto de me atacar. Mas eu me encostei mais em meu pai e ele se conteve e veio se aproximando devagar, até encostar-se em mim. Aí começou a me xingar só com o canto da boca, enquanto tentava pisar em meus pés e me beliscava no couro das costelas. Aí eu denunciei:
– Olha, pai. O Vicente está aqui querendo pisar em meus pés e me pinicando na costela...
Meu pai interrompeu a escrita, virou-se para nós, percebeu a atitude belicosa do Vicente e passou-lhe uns pitos, mandando que parássemos com aquilo e fossemos brincar lá fora.
O Vicente saiu, emburrado, mas eu não arredei pé da venda a não ser com meu pai, para jantar, e, mais tarde, para dormir.
No outro dia minha mãe deu ao Vicente um tostão. E a paz voltou a reinar em nosso mundo.


(continuará, nos próximos dias, até a publicação de todo o livro, que acaba de ser lançado em edição artesanal de apenas 10 volumes. As partes já publicadas podem ser lidas na seção Colunistas - Luiz de Paula)

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Mensagem N°35330
De: valter josé vieira Data: Sábado 17/5/2008 21:30:46
Cidade: santos SP

Os navios que transportam veículos são do tipo ro-ro .Hoje o porto de Santos, recebeu pela primeira vez um navio de colossais dimensões para este fim,o ro-ro Morning Composer,da armadora Eukor,que foi lançado na Coreia do Sul,no dia 26/03/08.Esta embarcação,tem a capacidade para transportar a fantástica quantidade de 6 000 veículos.Navegando com bandeira panamenha,passará a visitar o Porto de Santos com freqüência,doravante.O Composer, tem 197 metros de comprimento , 32 de largura. Seu calado é de 7 metros possibilitando sua navegação pelos principais portos nacionais,devido este baixo calado.Tem 12 decks (andares ), para distribuir os veículos.

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Mensagem N°35324
De: Petrônio Braz Data: Sábado 17/5/2008 13:22:54
Cidade: Montes Claros/MG

O meio ambiente é assunto que interessa, e muito, a todo o Norte de Minas, que luta por um projeto sério de revitalização do Vale do rio São Francisco.
Notícia divulgada pela internet nos informa que a destruição da natureza custa R$ 5 trilhões por ano
A destruição da natureza acarreta ao mundo danos no valor de aproximadamente 2 trilhões de euros ao ano, cerca de R$ 5 trilhões, segundo um estudo da ONU. Os resultados provisórios deste estudo sobre os custos globais da perda de espécies e espaço vital serão apresentados na conferência da ONU sobre Biodiversidade que começa nesta segunda-feira, na Alemanha.
Segundo o estudo, ao qual teve acesso o semanário alemão Spiegel, a perda da biodiversidade custa por ano 2 trilhões de euros.
"Os pobres no mundo são os que pagam a maior parte" destas perdas, assinala Pavan Sukhdev, diretor do estudo. Segundo o analista, isto acontece porque são precisamente os países mais pobres que mais sofrem com a perda de biodiversidade, como o desaparecimento de riquezas naturais cujo valor chega à metade da riqueza econômica dessas nações.

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Mensagem N°35321
De: Wantuil Data: Sábado 17/5/2008 11:18:28
Cidade: M. Claros

Marcado para 30 de junho, dentro do prazo eleitoral, a inauguração da pista dupla da avenida Magalhães Pinto, do Parque de Exposições ao Max-Min Clube. Pessoas da área dizem que as obras estão atrasadas e que dificilmente poderão ser inauguradas ainda a tempo para o uso político/eleitoral. Os recursos são do governo do estado e da prefeitura e não se sabe, até agora, com quem ficará o proveito político, caso o Palácio da Liberdade e a prefeitura não caminhem juntos na próxima eleição local. Esta junção, no último pleito, derrotou o favorito nas pesquisas, o deputado Gil Pereira. Com as obras, praticamente desapareceu o trevo do aeroporto, pois um braço da pista duplicada passa em cima do local onde havia o chinelão do tropeiro, obra de Konstantin Cristof. O chinelão, fraturado e humilhado, está abandonado ao lado da pista.

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Mensagem N°35319
De: Marly Data: Sábado 17/5/2008 10:49:52
Cidade: M. Claros

Estão queimando bandeiras do Brasil no Paraguai. Os sem terra de lá.

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Mensagem N°35318
De: Web Outros Data: Sábado 17/5/2008 10:43:42
Cidade: Belo Horizonte/MG

A hora de transposição

Manoel Hygino (jornal "Hoje em Dia")

As notícias são incompletas, nem completas poderiam ser, senão se tornariam relatório. Mas o Brasil, no fundo, não sabe exatamente de que se trata a transposição do São Francisco, cujas obras começaram com trabalhos preliminares pelo Exército. Segundo os que entendem do problema e o vivem, não se tem ciência efetivamente de qual é o projeto em execução, já que o original foi alterado muitas vezes, inclusive o apresentado em audiências públicas.
O escritor Petrônio Braz, presidente da Academia de Ciências, Letras e Artes do São Francisco, advogado com importante contribuição publicada no campo do Direito Municipal, convidado pelo professor Luiz Giovani Santa Rosa, fez palestra na Casa do Rotariano sobre o assunto. Especificamente, discorreu sobre o programa de desenvolvimento sustentável do semi-árido, projetado para atendimento às vitais necessidades da gente nordestina.
Nascido no município de São Francisco, Petrônio Braz conhece em profundidade a questão. Começou sua exposição por enfatizar que nós, mineiros, nada teríamos a ganhar ou a perder com a transposição, posto que as águas do rio já terão cumprido o seu papel em Minas. Sem embargo sublinhou que, sendo Minas fornecedor de 75% das águas que descem para a calha do rio, continuou tendo a ver com o projeto.
Mais do que isso, a menos de um quilômetro do rio, nas duas margens, o norte-mineiro passa fome e tem sede. Todos os anos, os municípios entram em regime de emergência ou de calamidade pública por falta de água e não há projeto conhecido visando melhorar o quadro.
O pensamento do palestrante é também o de milhões de mineiros: mesmo nada tendo a ver com transposição das águas, após elas deixarem o território de nosso Estado, como brasileiros temos o direito (mais do que isso, o dever, digo-o) de analisar os lados positivos e negativos do projeto.
A energia consumida com o bombeamento da água para o abastecimento dos dois canais no Nordeste, somada à uma energia que deixará de ser produzida pelo complexo Paulo Afonso, comprometerá a produção também da usina de Sobradinho.
Outros fatores foram alinhados. Assim, a evaporação do rio, até Sobradinho. Somente no lago da represa desta usina, ela corresponde ao volume de água lançado no São Francisco. Além disso, a infiltração absorverá apreciável quantidade de água bombeada, considerando que os terrenos das áreas de caatinga são de natureza sedimentar, com alta capacidade de absorção.
O rio da integração nacional corta terras de cinco estados, mas - com exceção do Alto Médio São Francisco, seja dizer, acima de Pirapora, as populações ribeirinhas são altamente sacrificadas, vivendo em estado de pobreza quase absoluta. Não são muito diferentes dos irmãos do Nordeste.
Ademais, embora apresentados projetos com vistas à revitalização do rio em Minas, em verdade não passam de micro-projetos, sem a força determinante de uma ação realmente efetiva e positiva.
Minas Gerais, onde nasce a grande via fluvial, continua exigindo um macro-projeto de revitalização. Carece de uma ação condizente com a realidade, com a situação que o rio atravessa, não somente com objetivo de despoluição dos afluentes, mas sobretudo para sua própria revivificação.
Em resumo: revitalizar é fazer renascer, dar nova vida. Isso é o essencial para Petrônio Braz e os mineiros. É o que interessa ao Brasil.

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Mensagem N°35313
De: Ruth Tupinambá Data: Sábado 17/5/2008 08:48:12
Cidade: Montes Claros/MG

Nos tempos em que os bebês nasciam

Ruth Tupinambá Graça

Logo após o casamento toda a cidade (que ainda era pequena) ficava curiosa aguardando a grande novidade do casal.
Quando demorava muito uma comadre mais curiosa procurava o casal bisbilhotando: Qual o motivo daquela demora? A cegonha estava atrasada voando por fora... o que seria?
O normal era, logo após a lua-de-mel, aparecer o enjôo e aos nove meses, o bebê.
Era pecado, evitar filhos. A mulher casada não tinha outra escolha, teria os filhos que Deus mandasse. E por mais pobre que fosse a família, o ditado era consolador:
Deus dá, Deus cria. E assim a casa enchia.
Os bebês nasciam e como nasciam!
A maioria num desconforto tremendo, após um sofrimento de oito a doze horas. Os poucos médicos da cidade eram só para doenças graves e parto (não é doença) ficava a cargo das parteiras, na maioria das vezes, sem nenhuma noção de higiene. Eram apenas curiosas, num grande desejo de servir.
Durante a gravidez a gestante deveria se abster de certos alimentos considerados maléficos, presa a crendices daquela época: não podia comer pele torrada (a placenta ficaria agarrada), pimenta e couve (provocava dor de barriga no neném), carne de porco sem castrar (atrasava o parto).
Depois vinha o resguardo, ainda mais severo: limonada e frutas ácidas nem em sonhos. Surubi, bacalhau e dourado eram remosos (indigestos), carnes de caça (veado, tatu, paca etc.) provocava alucinações (o parto subia para a cabeça).
Em compensação, havia o Vinho Reconstituinte, a cerveja preta, canjicas e mingaus para ajuntar leite.
Os frangos eram tratados em poleiros separados, comendo ração especial, durante os nove meses, para a alimentação da parturiente, um pirão gordo de farinha do Morro Alto e temperos especiais durante os trinta dias de resguardo.
O tratamento dos bebês era outro drama. Após o corte do umbigo (qualquer tesoura) o curativo era feito com azeite de mamona quente e pó de fumo torrado, durante sete dias.
Era comum a criança morrer durante esse período, principalmente nas roças. Muitas mães só completavam o enxoval depois dos fatídicos sete dias, se a criança escapasse... a maioria morria com o mal dos sete dias, mas na verdade o mal era infecção umbilical. As parteiras menos esclarecidas acreditavam que aquele mal levava impiedosamente as criancinhas.
Com os meus seis anos, eu já entendia e percebia certas coisas em casa. A mamãe estava incomodada, dizia o pai, passeando na sala, de um lado para outro; muito afobado. Algo estava acontecendo.
A Martha, uma velha escrava, cria do vovô e que nos pageava, imediatamente nos levava para o quintal, procurando nos distrair.
A cegonha ia chegar e depositar o neném no balaio que já o esperava (suspenso por cordas presas ao teto), enfeitado com fitas e tiras bordadas. Não existia maternidade, tudo era resolvido em casa mesmo, apenas com a parteira.
Na cidade havia três especiais: Sá Germana, Sá Theófila e Sá Rosinha Leite. Eram as mais esclarecidas e conscienciosas, atendiam as grávidas de melhor nível social. Eram procuradas e respeitadas por todos e até pelos médicos. Mamãe gostava mais de Sá Germana, era muito discreta e paciente. O papai ia buscá-la com muito respeito.
Ela chegava tranqüila, vestida de preto (era viúva), trazendo em baixo do chale de lã, com grandes franjas em marambaias os apetrechos para a importante tarefa. Fazia o parto, a seu modo. Tudo dependia da natureza da parturiente e assim ela sofria esperando a hora mandada por Deus. Nenhuma anestesia e, após doze a quinze horas (era normal) de dores fortíssimas, as dilatações se completavam auxiliadas apenas por cápsulas de quinino, fomentações quentes na barriga, banhos e escaldas pés.
Acontecia às vezes, não completar a dilatação, vindo, em conseqüência, a hemorragia.
Chamava-se o médico na última hora e nem sempre dava tempo de salvar o neném, usando o fórceps. O bebê nascia sozinho, debatendo-se, sofrendo juntamente com a mãe. O esforço era tremendo e nascia tão inchados! Muitas vezes até com hematomas.
Hoje os bebês não sofrem e noventa por cento não nascem. Existe, para a tranqüilidade de todos, a cesariana que resolve o problema com conforto, sem dores e sofrimentos, só que exige muita grana...
Eu rezava para que Deus desse a mamãe uma boa hora, fazia promessas incríveis, enquanto a Martha inventava mil coisas para nos prender no quintal. Eu opinava sempre pelo guisado completo até com sobremesa de melado de rapadura com mandioca. Ela concordava, havia tempo, a cegonha não tinha pressa. Ela nos punha para catar gravetos naquele enorme quintal.
Tudo pronto, eu subia cuidadosamente com o prato de comida, na mangueira. Era gostoso comer nas alturas e depois jogar o prato lá embaixo... era uma grande aventura.
Quando tudo serenava, éramos chamados para ver o irmãozinho que já dormia enroladinho no queiro de baeta vermelha (para dar sorte), bem refestelado no pequenino balaio. A mamãe dormia tranqüila, que alegria! Olhávamos desconfiados procurando entender aquele milagre.
Na cozinha começava um movimento diferente. A própria parteira preparava o pirão para a mamãe com temperos especiais para não secar o leite nem provocar cólicas no bebê.
O Vinho Reconstituinte e a cerveja preta, comprados de véspera, já estavam no armário e a marmelada Colombo, para a sobremesa da mamãe.
Em casa tudo mudava. Não podíamos correr dentro de casa, fazer barulho, nem dormir tarde.
Papai falava pouco sobre a situação, apenas gestos, mas entendíamos tudo. Tínhamos que ser educados e bonzinhos.
A parteira vinha todos os dias para o banho e o curativo do umbigo do nenê, que geralmente caía no oitavo dia.
Às vezes atrasava. O bebê tinha o umbigo muito grosso e que dificultava a cicatrização. A parteira gracejava: isto é porque ele vai ser muito rico ou um político muito importante.
Era comum enterrar o umbigo logo que caía. A mamãe era muito supersticiosa e para a sua tranqüilidade guardava-os (de todos os filhos) numa caixinha de couro preto, com bordados de tachas douradas. Os supersticiosos acreditavam que se rato o carregasse, o menino mais tarde seria um ladrão, e se o perdesse, ficaria desorientado na vida.
Durante muitos e muitos anos, vi aquela caixinha com os tesouros da mamãe... bem guardadinhos.
Mas, com o correr dos anos e as nossas mudanças, eles se perderam com o tempo... mas nenhum azar nos aconteceu.
Não existe nenhum ladrão na nossa família (modéstia à parte), e até agora, nenhum desorientado...

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