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montesclaros.com - Ano 25 - domingo, 24 de novembro de 2024

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Jornalismo exercido pela própria população

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Mensagem N°36481
De: Mercia silva Data: Domingo 29/6/2008 20:00:52
Cidade: Capitão Eneas

na mensagem n°36438 , relatei que sou moradora do quem-quem, perto de capitão eneas , é impossivel beber agua do poço tubular , o gosto é horrivel , e uma agua salobra . só temos esta agua para beber gostaria que algum orgão nos ajuda-se ... nas mensagens n° 36468 de: josé prates e na n° 36474 de: oliveira júnior não faz referencia nenhuma ao nosso problema que é a nossa agua de beber ... por favor nos ajuda

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Mensagem N°36478
De: Evelina Antunes Data: Domingo 29/6/2008 18:42:30
Cidade: Maceió, AL

Viva Raphael Reys!Tenho 52 anos e até 1962 morei perto da Praça da Matriz.Das recordações da Infância me trouxe ótimas recordações.Parabéns pelo texto.Evelina

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Mensagem N°36474
De: OLIVEIRA JÚNIOR Data: Sábado 28/6/2008 21:52:24
Cidade: JANAÚBA/MG

QUEM QUEM - JANAÚBA: Em referência à mensagem 36.468, do norte-mineiro e carioca José Prates, uma atualização: a localidade de Quem Quem a que ele referiu-se está situada no município de Janaúba. Quem Quem fica bem perto da localidade de Caçarema, esta no município de Capitão Enéas (antiga Burarama). Ele também fez uma referência ao nome de Glaucilândia - não sei se seria a mesma localidadde, hoje município, situado na região de Juramento.
Falando ainda de Quem Quem, em 1995 essa comunidade tentou se emancipar de Janaúba. Ao lado do também distrito de Barreiro da Raiz, Quem Quem seria transformado em município com o nome de Itapuã de Minas. A intenção não foi adiante. Quem Quem continua sendo distrito e, há pouco tempo, serviu para gravações do filme dirigido pelo jornalista Pedro Bial cuja personagem principal foi a atriz Giulan Gan, então esposa de Bial. No Quem Quem também teve filmagens com os atores Tarcísio Meira e Bruna Lombardi, em longa (salvo engano, Diadorim) baseado em escritos de Guimarães Rosa. Isto quer dizer que Quem Quem não é qualquer lugar e muito menos lugar de alguém, mas, sim, um ambiente tranquilo, histórico e famoso.

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Mensagem N°36471
De: Zé Nelson Data: Sábado 28/6/2008 20:11:57
Cidade: Montes Claros-MG  País: Brasil

Acabo de chegar de viagem de BH e quase presenciei um acidente na entrada do Clube do Pentaurea, os organizadores da festa junina poderia pedir que os políciais da rodoviaria federal organizasse um esquema melhor na entrada do clube.

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Mensagem N°36470
De: Rogério Data: Sábado 28/6/2008 18:54:26
Cidade: Montes Claros

Acabei de ouvir detalhes do assalto no Automóvel Clube, detalhes contados por pessoa muito próxima dos garçons roubados na madrugada de sexta-feira, depois do tradicional encontro dançante. Os assaltantes, dois, desceram de motos, por volta de duas horas da madrugada. Renderam dois garçons na entrada de serviço, que foram trancados na despensa. Em seguida, subiram para o salão de festas e renderam mais dois, escoltados, sob a mira de armas, também para a despensa. Na escada, por ingenuidade, um dos rendidos mencionou que um quinto garçon estava no banheiro. Muito à vontade, depois de trancar a chave os quatro, os dois ladrões bateram na porta do banheiro e levaram o quinto. Tomaram cinco celulares, todo o dinheiro que tinham, passaram o cadeado e saíram, sem tropelia. Os garçons arrebentaram o cadead, concluído o serviço dos ladrões, chamaram a polícia, que fez as anotações de praxe.

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Mensagem N°36468
De: JOSÉ PRATES Data: Sábado 28/6/2008 16:58:49
Cidade: RIO DE JANEIRO  País: BR

QUEM-QUEM DO PASSADO

José Prates


“Sou moradora de Quem-Quem...”, diz Mercia Silva, em sua mensagem Eu a li com interesse, porque, também, morei em Quem-Quem. Não foi ontem, que estive lá como morador. Foi há muito tempo passado, quando, talvez, Mercia nem sonhava em nascer. Foi naquela estação ferroviária que tive a minha primeira experiência como funcionário da Estrada de Ferro. Recém nomeado, fui para lá para substituir o Agente que entrava em gozo de férias. Não era um arraial, nem sequer um povoado. Naquele lugar, fora a estação, não tinha mais nada de importância que chamasse atenção ou atraísse pessoas para lá. Era uma fazenda de “seu” Paculdino, entregue a Demerval como administrador. Uma grande extensão de terra, sem nada cultivado além de pasto para o gado. O rio verde, caudaloso, cortava a fazenda de lado a lado e era onde íamos pescar à noite, na busca do peixe para o almoço do outro dia. Sem o peixe, era pegar a espingarda e ir logo cedo, pra beira do rio caçar marrecos ou ir ao milharal de Zequinha caçar pomba verdadeira. Uma vez, no mandiocal de “seu” Arlindo, cacei um porco do mato que pesou quarenta quilos. Foi uma festa quando chegamos no pátio da estação com o animal morto. Ali mesmo foi esquartejado e cada um levou o seu pedaço.
Como agente, eu tinha pouco a fazer. O trem passava de manhã, descendo e à tarde, subindo. Trem mixto, que parava na estação para descarregar as sacas de mantimento despachadas para as fazendas vizinhas, que já estavam de carroças no pátio da estação, aguardando a carga. Como eu disse, Quem-Quem, naquele tempo não era nada além de uma fazenda criatório de gado, destinado ao abate nos grandes frigoríficos, para onde era despachado em vagões lotados. Casas residenciais eram poucas, de contar nos dedos: a casa do agente, e a casa do guarda-chaves que ficavam no pátio da estação; a casa sede da fazenda e logo adiante a casa de Manoelzinho da serraria. Do outro lado, a venda de Dominguinhos onde à tarde o pessoal da turma ia tomar cerveja e beber cachaça com tira-gosto de torresmo. Perto da estação tinha a casa de Zé Antônio, caçador corajoso, sempre procurado por fazendeiros pra caçar a onça que ameaçava o rebanho. Tinha sido enfermeiro na construção da estrada. Casou-se com uma moça da redondeza e ali foi ficando. As casas da turma era bem lá em baixo, quase na beira do rio, perto da caixa dágua que abastecia as locomotivas. Por incrível que pareça, não era tedioso morar ali. Era, até gostoso.
À noite, o guarda chaves pegava o violão e íamos pra plataforma iluminada a lampião de querosene e ali ficávamos até altas horas. Rádio? um ou dois, à pilha. Ouvia-se como obrigação, o Repórter Esso com Heron Domingos e a novela o Direito de Nascer. Para ouvir a novela, vinham as mulheres e crianças e faziam roda em torno do rádio, sentadas em cadeiras que traziam de casa. Pois é. Esse era o Quem-Quem que eu conheci e onde iniciei minha carreira de funcionário público. Hoje, talvez seja um povoado com muitas casas e muitos habitantes, um distrito de Capitão Enéas que era Burarama, depois Glaucilândia e numa homenagem mais do que justa, tornou-se Cidade Capitão Enéas. Pois é, Senhora Mércia, ai está a história. de Quem-Quem. Conte aos seus filhos, se os tem. .Se não, faça isto quando os tiver.

(José Prates é jornalista e Oficial da Marinha Mercante. Como tal, percorreu os cinco continentes em 20 anos embarcado. Residiu em Montes Claros, de 1945 a 1958, quando foi removido para o Rio de Janeiro, onde reside com a família. É funcionário ativo da Vale do Rio Doce, estando atualmente adido ao Sindicato dos Oficiais da Marinha Mercante, onde é um dos diretores)

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Mensagem N°36466
De: Eduardo Maciel Data: Sábado 28/6/2008 16:00:02
Cidade: Belo Horizonte  País: Brasil

Somente hoje, através da mensagem de Haroldo Lívio, tomei conhecimento do falecimento de Beto Oliveira, exatamente no dia 24/06, do tão festeiro e festejado São João.Muito mais do que pelo seu trator vermelho, tão audaz e musical como o Jippe Manuel, que trabalhou inúmeras vezes no Buriti, tive a oportunidade de conviver com ele desde pequeno, devido sua grande e boêmia amizade com meu pai, Benedito Maciel, vendo-o dançar, tocar, e, principalmente, cantar de maneira particular e ímpar a música do Fazendeiro Rico.Beto Oliveira foi uma dessas pessoas boas, que viveu de maneira simples, honesta, romântica, boêmia e calma.Creio que ele reencontrará com os seus inseparáveis amigos do Bar Sibéria, o que fará do céu uma festa só.Montes Claros perdeu um de seus filhos mais puros e originais, o que a desfigura e descaracteriza cada vez mais. Bené, Zoca, Cao, Lisa, Lú, Dú e Junior são personagens de uma história onde Beto Oliveira desfilou como amigo e herói, e, neste momento, só nos resta rezar por ele.

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Mensagem N°36465
De: Luiz Guilherme Data: Sábado 28/6/2008 12:55:17
Cidade: Montes Claros

Pela primeira vez em quinze anos morando em Montes Claros, vou deixar de ir a uma festa junina que ocorrerá em um clube campestre neste fim de semana, não irei por que no verso do panfleto de divulgação da festa o clube diz que terá seguranças particular no interior do clube, bem como a presença da Policia Militar e termina dizendo em letras garrafais "O CLUBE NÃO SE RESPONSABILIZARÁ POR NENHUM FURTO OU ROUBO." Ano passado arranharam completamente a lateral do meu carro e de quebra levaram o meu som. Um amigo socio do clube me disse que isto vem acontecendo desde que a festa vem sendo feita apanas com fins lucrativos e não para a diversão ou lazer do socio deste "famoso" clube campestre.

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Mensagem N°36463
De: Luiz de Paula Data: Sábado 28/6/2008 08:57:15
Cidade: Montes Claros/MG

(Do livro "Por Cima dos Telhados, Por Baixo dos Arvoredos" - Parte 24)


O ESTUDANTE

INÍCIO

Aos seis anos e meio entrei para a Escola Rural Mixta (com x) de Várzea da Palma, diplomando-me no final do 2º ano, com nota 10 (distinção). Dessa formatura guardo o diploma com carinho e respeito. Ele traz as assinaturas da professora, Flávia Pimentel Roquete e do presidente da mesa, Joaquim de Paula Ferreira, meu pai.
Fiz o terceiro ano no Grupo Escolar Gonçalves Chaves, em Montes Claros e conclui o curso em Pirapora, em 1928, com nota 10, distinção.
O ano de 1929 e parte do ano de 1930 eu passei em Várzea. Foi um tempo rico em convivência com a natureza e as pessoas do lugar.
Em agosto de 1930 meu pai combinou com meu tio Basílio meu retorno a Montes Claros. Para tentar o prosseguimento dos estudos. Dessa vez eu fui sozinho, sem a companhia dos dois irmãos mais velhos.
As notícias que tínhamos de Montes Claros eram de que em 1928 começara a funcionar o Gynnásio Municipal de Montes Claros e que meu primo Antônio, um ano mais velho que eu, matriculara-se no ano anterior no Curso de Admissão, fôra aprovado nos exames e estava matriculado no primeiro ano ginasial.
As aulas haviam começado em fevereiro ou março. Eu estava indo em agosto.
(É bom lembrar que estávamos vivendo os tempos negros da depressão de 1929).
A viagem se fazia pelo S-2, trem expresso, com pernoite em Corinto. Viajei de carona, acertada com o chefe do trem.
Levava comigo uma carta de meu pai, para o senhor Manoel de Sá, proprietário do Hotel Ideal, em Corinto. Na carta ele pedia ao hoteleiro que me hospedasse, por uma noite, e conseguisse no dia seguinte uma carona para eu prosseguir viagem para Montes Claros. Tudo seria acertado com a venda de bilhetes de loteria que o sr. Manoel de Sá mandava para o estabelecimento de meu pai.
Eu viajava contra minha vontade, obrigado por meu pai. E levava comigo muitas preocupações.
Da primeira vez, em 1926, fui para a casa do meu tio a convite dele. Desta vez eu estava indo a pedido de meu pai. Eu estava indo para a casa dos outros, sem ter recebido convite. Era uma situação muito constrangedora para mim. As matrículas haviam se encerrado em janeiro e eu estava indo em agosto. Além disso, fazia mais de ano que eu estava com uma ferida feia na perna, que não sarava com os banhos de entrecasca de pau santo e de barbatimão. Incomodava-me chegar em casa de meus tios com aquela ferida.
Eu já conhecia o sr. Manoel de Sá, dono do hotel em Corinto. Ele andava sempre de cara fechada. Foi assim que me recebeu. Mas era um bom cidadão, honesto, trabalhador e prestativo. Leu a carta de meu pai e me arranjou um quartinho escuro, sem janelas, nos fundos do hotel, depois do quarto da cozinheira, para passar a noite. E me avisou. “Levante cedo. Às seis e meia nós vamos para a estação. O trem para Montes Claros parte às 7 horas”.
No outro dia, cedo, fomos para a estação.
Por sorte o chefe de trem escalado para Montes Claros era o mesmo que viera até Corinto. Tudo combinado, eu fui instruído para continuar na segunda classe e devia manter-me atento quando chegasse a Buenópolis, onde ocorria um cruzamento de trens. Se o Fiscal Itinerante, que viria no trem de Montes Claros, resolvesse passar para o nosso, como era comum acontecer, alguém me entregaria um bilhete já picotado, que eu apresentaria ao chefe de trem, quando este viesse percorrendo os carros, acompanhado do Fiscal Itinerante. Em Buenópolis fiquei atento, mas o trem partiu sem que me procurassem. A linha estava livre.
Ao chegar a Montes Claros, carregando minha velha mala de papelão, encontrei um quadro não desejado, mas que me favoreceu. O meu primo Antônio também estava com uma ferida na perna, em piores condições do que a minha, só que a dele estava recebendo tratamento médico: banho diário com Líquido de Dakin (hipoclorito de sódio) e aplicações de uma fórmula líquida receitada pelo Dr. Santos. A ferida localizava-se no terço médio da tíbia, na parte frontal, e sangrava quando ele tentava caminhar. Em conseqüência o Antônio fôra obrigado a trancar a matrícula e perder o ano.
A minha ferida não me impedia de caminhar, localizada que estava na parte lateral esquerda do terço médio da tíbia. Não alcançava o osso e por isso não forçava sangramento.
Meus tios ficaram satisfeitos com a minha chegada. O Antônio era o filho caçula, muito adulado. Eu, sendo apenas um ano mais novo, era uma boa companhia para ele.
Meu tio Basílio, sempre bondoso, conseguiu matricular-me, mesmo àquela altura do ano. Imagino que ele aproveitou a matrícula do Antônio.
As aulas eram ministradas em dois turnos. Das 8 às 11 horas da manhã e das 13:00 às 16:00 horas.
Meu primeiro dia de aula não começou bem.
Às 8 horas da manhã, do dia marcado para meu comparecimento, o padre Eugênio Guypers, diretor do Colégio, levou-me à sala de aulas e me apresentou ao professor Firmino Velloso, informando que eu viera do interior e que o colégio abrira uma exceção e aceitara minha matrícula para tentar o ingresso ao curso ginasial.
À nossa frente estavam os alunos, com o vistoso uniforme de brim cáqui – túnicas abotoadas até o pescoço e calças compridas. Fazia parte da turma um primo meu, o Olympio Teixeira Guimarães, um dos poucos alunos externos a fazer o curso. Ele havia me informado que a turma se compunha de mais de 40 rapazes, com idade que variava de 14 a 18 anos, quase todos estudando em regime de internato. Eram filhos de fazendeiros da região. Eles eram submetidos a uma disciplina muito severa, com horário rígido para refeições e estudos, que começava com uma missa diária, às 6 horas da manhã e terminava com o recolhimento ao dormitório às 9 horas da noite.
Os alunos ouviram as palavras do diretor no mais absoluto silêncio.
Assim que o diretor se retirou, o silêncio foi quebrado por risos e assovios mas o professor conteve a quebra de disciplina soando energicamente a campainha da mesa.
Observei que a sala era ampla e tinha quatro fileiras de carteiras de dois lugares, todas ocupadas. Só havia uma carteira vazia. A primeira de uma das fileiras. Foi nessa que o professor mandou que me sentasse.
A reação iniciada pelos alunos, e contida pelo professor, me desconcertou bastante, mas procurei compreender. Eles estavam ali desde o início do ano escolar, submetidos, a maioria deles, a um regime de internato rigoroso. E de repente aparece, no início da primeira aula da manhã, levado pelas mãos do padre diretor, um fulano da roça, magro, miúdo e amarelo, e mais novo do que eles, com cara de capiau e uma roupa velha desirmanada – casaco de uma cor, calça de outra, e curta, batendo nos joelhos. E com uma ferida na perna, amarrada com um pano branco.
Aqueles jovens, criados em liberdade nas fazendas dos pais e agora submetidos a um regime de clausura, viviam entediados, ávidos por uma novidade qualquer que quebrasse a rotina cansativa a que estavam submetidos. Minha presença, nas circunstâncias em que ocorreu, foi um prato cheio.
Eu não os condenava. Mas preferia não estar ali naquela situação. Mas meu pai me mandara vir. Cabia-me enfrentar os problemas. E tentar superá-los.
Estava eu imerso nessas reflexões quando meu primo Olympio pediu licença ao professor e veio sentar-se a meu lado.
E a aula prosseguiu.
Quando o polaco, que substituía o sino, tocou, anunciando o recreio, o professor me reteve a fim de completar o preenchimento da minha ficha escolar. E quando me liberou, faltava pouco para o recreio terminar.
Mesmo assim saí para o pátio e logo se aproximaram alguns alunos e um deles me perguntou o nome.
– Luiz – eu respondi. – E ele, a sorrir, foi dizendo, sob o aplauso dos presentes:
– Luiz, catibiribis, serra matutís, firifirifís ...
Desapontado e surpreso, ao ser alvo daquela brincadeira que não conhecia, senti, logo a seguir, duas pancadas fôfas no alto da cabeça. Vim a saber depois que eram as tais de cacholetas, pancadas deferidas com as mãos cruzadas em conchas, que o brincalhão desfere, por trás, na cabeça do agredido. Voltei-me rápido, para verificar quem era o autor da brincadeira de mau gosto mas todos na roda estavam a rir e eu não pude identificar ninguém. A seguir soou o polaco e voltamos todos para a sala de aulas.
Às 11:00 horas eu e o Olympio saímos juntos, ele a lamentar o comportamento dos colegas e eu a dizer-lhe que não se preocupasse com isso.
Às 13:00 horas estava de volta. Com minha roupa da roça e a ferida na perna. E de mãos limpas, como viera de manhã. Eu era o pato feio no meio daqueles veteranos alegres e brincalhões.
A disposição dos alunos, na ocupação das carteiras, considerava a idade e/ou a altura de cada um. Os menores e mais novos à frente e os maiores e mais velhos ao fundo. Para facilitar a visão de todos. Para mim, como já disse, foi designada uma carteira da frente, que estava vazia. Meu primo Olympio pedira licença ao professor e viera sentar-se a meu lado.
Todas as matérias do curso eram ministradas pelo professor Firmino Velloso, um cidadão moreno, magro e de boa altura, que não ria. Era competente. Mas carregava a fama de mau. De massacrador. Ele recebera dos padres a tarefa de disciplinar aqueles rapazes habituados a lidar com cavalos e bois, nas propriedades rurais dos pais e que todos os anos se matriculavam no colégio em regime de internato. Para que, ao alcançarem o primeiro ano ginasial, já estivessem condicionados para assimilar as matérias do curso de Ciências e Letras, que credenciava o aluno a prestar o exame vestibular para o ingresso à Universidade.
Assim que tomamos nossos lugares, no segundo horário daquele meu primeiro dia de aula, o professor Firmino Velloso alisou o bigode preto, usando o dedo polegar da mão esquerda para alisar a metade esquerda do bigode. E os demais dedos da mesma mão para alisar a metade da direita.
Disseram-me, depois, que era um hábito dele, quando estava preparando alguma maldade. Parece que era assim mesmo, porque em seguida ele me encarou.
– Senhor Luiz – disse ele – Nós estamos aqui desde o início do ano escolar. E vamos ter exames para acesso ao ginásio em menos de três meses. O senhor está chegando inteiramente fora do tempo regulamentar. Não sei como conseguiu matricular-se. Isso não é assunto meu. Já verifiquei, pelas anotações que me passaram, que o senhor terminou o curso primário em 1928, em Pirapora, com nota 10. E dando por encerrado esse intróito, autorizou:
– Venha ao quadro. Vou argüi-lo sobre as matérias deste curso. – E usou a campainha para conter alguns assovios da turma.
Com a sala em silêncio, levantei-me, recebi o giz das mãos do professor, aproximei-me do quadro negro e voltei-me para ficar de frente para ele.
E teve início o massacre. Português. Matemática. História. Geografia. Ciências Naturais.

Como compareci às aulas do Curso de Admissão ao Ginásio, em agosto de 1930. Foto feita no quintal do tio Basílio, próximo ao pé de urucum. [foto]

O que aconteceu eu posso resumir em três palavras: dei um “show”. Que os meus filhos, um dia, ao lerem esses apontamentos, pois é para eles que os escrevo, me desculpem. Mas não posso deixar de ser fiel ao acontecido. Tive realmente um desempenho excelente naquela sabatina. A partir do primeiro momento, após minhas primeiras respostas, de viva voz ou por escrito, no quadro negro, um silêncio total tomou conta da sala de aulas. Só se ouviam a voz roufenha do professor Firmino Velloso e minhas respostas.
No final da aula muitos alunos se aproximaram de mim. Queriam saber de onde eu era, quem eram meus pais, o que eu fazia em minha vida. Queriam ser meus amigos. Eu havia conquistado o respeito daqueles brincalhões, que passaram a aceitar-me como colega e não como intruso.
Em novembro houve os exames. Eu fui o segundo colocado entre os aprovados. A partir daí ninguém mais me afastou do primeiro lugar, até eu ser obrigado a deixar os estudos, por falta de recursos para custeá-los, quando já estava matriculado na quarta série, em 1934.


(continuará, nos próximos dias, até a publicação de todo o livro, que acaba de ser lançado em edição artesanal de apenas 10 volumes. As partes já publicadas podem ser lidas na seção Colunistas - Luiz de Paula)

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Mensagem N°36461
De: Ruth Tupinambá Data: Sábado 28/6/2008 08:26:10
Cidade: Montes Claros/MG

Montes Claros é Assim

Ruth Tupinambá Graça

Em 1986 eu lancei o meu livro “Montes Claros Eram Assim”. É um livro de reminiscências, lembranças e Histórias de nossa antiga Montes Claros. Era uma cidade pacata, tranqüila, poucos habitantes que viviam felizes como uma só família mineira. O Francisco Azevedo (amigo do meu filho) residente no Rio de Janeiro, lendo o meu livro fez esta observação:
“Dona Ruth li o seu livro, gostei muito, mas ele trouxe-me um grande problema”. Fiquei assustada e perguntei-lhe: O que aconteceu?
- Eu queria muito conhecer Montes Claros.
- É muito simples, têm avião todos os dias. Ele retrucou com uma risada.
- Eu queria conhecer a Montes Claros antiga, tão decantada em seu livro e que toda a população era feliz, sem grandes ambições. Havia muita alegria nos acontecimentos mais simples, valorizavam o que a cidade possuía, longe do atual consumismo exagerado, da vaidade, do egoísmo e da ganância.
- Meu caro Francisco, o seu desejo é impossível se realizar. Aquela Montes Claros não existe mais. Ele então me sugeriu que eu escrevesse um outro livro: “Montes Claros é assim”.
Acho difícil. Eu cresci juntamente com Montes Claros e pude acompanhar todos os seus acontecimentos e todas as alegrias. Mas agora eu não tenho mais aquele “pique”. A cidade cresceu muito e ninguém mais a segura. “A Princesa do Sertão” é agora “Rainha do Norte de Minas”. Montes Claros desenvolveu assustadoramente, sobre todos os aspectos: Social, político e religioso, educacional, físico e arquitetura é outra.
As presunçosas avenidas rasgaram as pequeninas ruas. Surgiram os Bairros por todos os lados. Edifícios subiram como num “passe de mágica”, com apartamentos luxuosos e confortáveis. Os antigos largos, sem nenhuma decoração arquitetônica transformaram-se em bonitas Praças, com jardins bem planejados, A poeira das ruas (que tantas vezes atolei os pés brincando no Largo da Matriz) desapareceu. O asfalto chegou sem cerimônia acintosamente cobriu o calçamento á “pé de moleque”, em todos os pontos da Praça Dr. Chaves (antigo Largo da Matriz) que foi a “Célula Mater”. Onde nossa cidade começou, quase nada mais existe. Aquelas casas Coloniais pequenas, de telhados enegrecidos e mofados pelo tempo e chuvas, agarra umas as outras (que pareciam estar cochichando) deram lugar ás butiques, lanchonetes, agências, lojas de grande porte.
O Coreto antigo, onde a Banda Euterpe Montesclarense tocava todos os domingos anpits (ponto de encontro das famílias) não existe mais. Restam poucos sobrados para nos lembrar o esforço, o trabalho e dedicação daqueles homens valorosos e das famílias tradicionais que ali viveram, sonharam, sofreram e lutaram pelo desenvolvimento de Montes Claros e que nos deixaram uma nobre descendência da qual tanto nos orgulhamos: a família do grande Cônego Gonçalves Chaves. Dos Prates, Costa, Guimarães, Teixeira, dos Anjos, Veloso, Câmara, Mendonça, Tupinambá, Versiani, Alves Mauricio, Ferreira de Paula, Ribeiro Pimenta, Machado, etc.
Ao invés dos carros de bois, com suas grotescas rodas de madeira, que sulcavam as ruas desertas e espalhavam no ar os seus cantares lamuriosos , hoje os automóveis modernos luxuosos, num colorido brilhante e apaixonante entopem as ruas, espremendo os pedestres nos passeios estreitos. Milhares de motos, paixão dos adolescentes, entopem as ruas (provocando acidentes) julgando-se “donos do pedaço”. As antigas ruas Dr. Veloso, Camilo Prates, Dr. Santos, São Francisco não são mais aquelas tranqüilas, onde as famílias residiam, se entendiam, se comunicavam e viviam felizes. Estas ruas viraram Super mercados, entupidas de lojas, centenas de Lanchonetes e Sorveterias Agencias Bancárias, Drogarias etc... Hoje todas as famílias se mudaram para os Bairros e as mais ricas, para os luxuosos Condomínios Fechados nas mais belas mansões.
Na Rua Dr. Santos existe apenas uma casa habitada por uma família. A casa do Dr. Luiz de Paula. Só ele persiste em meio a este torvelinho comercial. Mas eu tenho certeza que, com a sua alma poeta, sua sensibilidade á flor da pele, ele fecha os olhos e sonha com a “Vovó Centenária”, de nobre passado, lutas e glórias e tantas belezas e sente saudade da antiga RaD r. Santos.
Na área da educação Montes Claros fazendo grande sucesso, principalmente com a Unimontes, que já é considerada uma das melhores Universidades do nosso Estado.
Eu fico pensando porque nossa cidade, com tanta riqueza e belezas naturais, tanto esforço e dedicação dos seus filhos, vive um momento tão angustiante? Tem todas as características para ser a melhor cidade do Estado e vive atualmente um drama de violência, crescendo diariamente o numero de assassinatos, parece cidade sem dono, porque tanta vingança na luta pelo império das drogas?
Classificada como a cidade mais violenta de Minas Gerais, principalmente por causa dos assassinatos, que acontecem diariamente deixando toda população preocupada e desesperada. Só em 2007, 79 pessoas foram brutalmente assassinadas em diferentes circunstancias e situações. Muitos assaltos durante os quais 10% perderam a vida, crimes passionais e até casos de abuso sexual (estupros) causando revolta a população. E o que é mais triste é constatar que a maior parte das vitimas não chegaram aos 25 anos.
È a juventude barbaramente assassinada. Como explicar a razão de tanta violência? E porque na nossa cidade? Existe um desequilíbrio qualquer... Culpa de quem? Dos governantes, pela displicência? Da policia que não age como devia? Dos montes Clarenses? Dos professores, das faculdades, das escolas que mal preparam a juventude? Sabemos que o trafico de drogas é responsável por 70% dos crimes. A demônios na cadeia. Meu Deus! Tem que haver um jeito. Não podemos cruzar os braços e deixar o “circo pegar fogo”. A esperança é que ainda existem alguns deputados da nossa região que trabalham para resolver alguns problemas, que são muitos. Vamos apostar e pensar que dias melhores virão e que todos juntos conseguiremos dar um basta nestes traficantes que usam e abusam das armas.
É isto ai, minha querida Montes Claros. Você é uma grande cidade, mas poderia ser maior e mais respeitada. Você está na “berlinda” e precisando de ajuda. Dê um grito de “SOS” e ponha todos para trabalhar.
Eu fico (de perto) torcendo... Por você!

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Mensagem N°36458
De: Raphael Reys Data: Sábado 28/6/2008 06:38:28
Cidade: Moc - Mg  País: Br

DAS RECORDAÇÕES DA INFÂNCIA

Pedaços da minha infância nos Montes Claros provinciano dos anos 50 e 60, detalhes de um cotidiano bucólico, tipos humanos, coisas simples... Ternuras!A pança de Deba de Freitas, balançando a calca de linho S120. O ar tranqüilo e resoluto de Mário Veloso, na sua pharmácia de manipulação e o indefectível cabide rococó de colocar os chapéus dos elegantes cavalheiros de antanho que chegavam para dois dedos de prosa.
Os óculos modelo Ronaldo do líder político Ronaldo de Neco Santa Maria, a traseira do Cadilac Rabo de Peixe de Oscar Gabriel, o baticum do reclame da Boneca de Leonel pelas ruas em paralelepípedos. O guaraná espumante no Montanhês e a conversa inteligente do elegante professor Pedro Santana.
Padre Agostinho, o último dos brutos atávicos vociferando impropérios à porta do confessionário e o estofado vermelho-fogo do Lincol Preto de Dom José Alves Trindade.A visão do contraste da mão branca de Virgínio Preto segurando a pirata com o cabo incrustado em prata. O cavalo Appaloosa do cow-boy de Janaúba e as histórias hilárias e inteligentes de João de Paula.
O menestrel João Leopoldo cantando na nave da Catedral, os chapéus Ramezhonne da Casa Preferida à voz de Nivaldo Maciel e o Irmão Marista Idelfonso lendo e teatralizando os capítulos de Inocência de Taunay
O triste destino do menino no colo de Maria Babona, o pedaço de jornal com as letras para baixo de Geraldo Tatu, o tubo do lança perfume Rodoro metal no carnaval da Rua XV e a fantasia de Yalorixá de dona Afra Bichara abrindo o carnaval de rua e Lazinho Pimenta gritando Evoé foliões! A fantasia de Zorro de Biô Maia curtindo uma ressaca à porta do Cabaré de João Pena com o chapéu amassado.
O boné de couro do chapa Brigadeiro, a bengala cabo de marfim de Vavá Alfaiate, os suspensórios de Benjamin Rego e o Colt Cavalinho de Antonio Leite. Fragmentos de lembranças do gesto de Juca de Chichico e o seu que aperta e não machuca. Os inflamados discursos políticos de Mundim Atleta em cima de um caixote de cerveja à porta do Bar de Nelson Vilas Boas sentando o cacete em Juscelino. As ferradas de Manoel Quatrocentos!
A cachaça de Bem-Pau-Véi penducando o equilíbrio nas ruas em paralelepípedos, a bazófia de Leônidas da Onça e a baratinha Volkswagen de Jair Aminthas. O sabor do pão alemão feito na Padaria Santo Antônio e entregue no lusco-fusco das manhãs por Adão Padeiro. Das bolachas formato pastilhas de seu Tóta que grudavam no céu da boca.
O sabor indefectível da garapa gelada de Jason, o pão de doce com manteiga Alvorada o carro de madeira de seu Manoel dos Carneirinhos. O colorido dos colares de Ogum e Oxossi do babalorixá-Baba-Obá Zé Fernandes. A leitura na biblioteca universal da doutora Juracy Felix e as ilustrações de Gustavo Doré na Divina Comédia e a surpresa de ler As Estâncias de Dzian de Blavasthsk.
O sapato bico fino furadinho em marrom e branco, presente de aniversário que ganhei do meu padrinho Deba. O bloco de papel de cartas com a gravura de Bem-me-quer, mal-me-quer na papelaria de Nice David e o cheiro da fumaça do cachimbo de Benjamim da Anglo e o jeito matreiro e curraleiro de Benedito Gomes.
Da camisa Prist, a tampa dourada do isqueiro Ronson, mastigar o quente pastel recheado de vento do bar de Tiano e do cigarro Columbia no bar de Bebé no velho Mercado Municipal.
Da caixinha de sorvete Esquibom saboreado e olhando aquela menina morena jambo dos olhos verde mar e de vestido Bangu. O relógio Tissot Militar do meu pai e da sua biblioteca da Sociedade Teosófica. A caneta Parker 51, pena foliada a ouro comprada na Gráfica Orion de Laertes David e da voz metálica e gutural de Zé Amaro.
O latido do cão dinamarquês de Loyola e Cia, o embornal de milho ou balas 44 na cabeceira das selas aos roletes de cana caiana na talisca de bambu. Ver os caminhões atolados na lama da rua Doutor Santos, o passeio no Cedro no Ford Bigode de meu pai, o Mate Couro no canudinho de palha, da brincadeira de finca, do estraque deixa, dos banhos nus em pêlo no rio do Melo tomando Cinzano Rossi...

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Mensagem N°36457
De: M. França Data: Sexta 27/6/2008 22:36:48
Cidade: M. Claros

Aqui no bairro São Luiz, área essencialmente residencial, devo escolher qual dos sons altos, muito além do limite, sou obrigada a ouvir mais: o que vem de uma casa alugada para festas (em área residencial) ou o som de uma quadrilha que salta a avenida Correia Machado. (Este som pelo menos é sazonal, é da nossa cultura, na época certa; não é uma coisa artificial, como o carnamontes, patrocinado pela prefeitura, com dinheiro coletivo); o outro não - é um abuso permanente que debocha da secretaria do meio ambiente. A casa onde a banda agora toca é de aluguel, para festas de arromba, vive disso. Cumpre a lei? Claro que não. E nós não dormiremos de hoje para amanhã, na cidade do barulho, em qualquer ponto dela (...)

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Mensagem N°36456
De: Jorge Cláudio Data: Sexta 27/6/2008 21:22:21
Cidade: Moc/MG

Acabou de ser definido agora há pouco em convenção no Sesiminas o candidato Democrata à prefeitura de Montes Claros: Ruy Muniz é o candidato escolhido para disputar a vaga de prefeito pelo partido.

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Mensagem N°36452
De: Rosalva Data: Sexta 27/6/2008 18:10:04
Cidade: Montes Claros

Enquanto a Prefeitura divulga nova campanha no combate a poluição sonora, neste exato momento ecoa pela Pça. Doutor Carlos o som gritante vindo de uma carrocinha de cd pirata ocupando espaço das pessoas no ponto de ônibus. Todo dia a mesma coisa, quanta tortura.

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Mensagem N°36450
De: Marcelo Data: Sexta 27/6/2008 16:57:19
Cidade: Brasília DF

No momento em que M. Claros discute se levanta um prédio de 25 andares - uma cidade que tem espaço para todos os lados - mando um comentário do repórter Ricardo Noblat, um dos melhores do Brasil. Mando, mas adianto a sua própria apresentação: "Como pernambucano, eu sei que estamos no topo do IGPM (Índice Geral de Pouca Modéstia"
Agora, o comentário:
"Recentemente, e em boa hora, a Justiça impediu que os pernambucanos alimentassem sua megalomania com mais um prodígio. Nova Iorque perdeu as torres gêmeas, mas Recife estava prestes a inaugurar as suas - cada uma com 41 andares e medindo 135 metros de altura. A Justiça mandou demoli-las porque ferem a harmonia do conjunto arquitetônico do centro da cidade. Ainda cabe recurso da decisão.
Atualização das 14h47 - Acho que não deixei claro o que penso a respeito. Essas torres são um horror. Não deveriam ter sido construídas. Como foram, deveriam ser derrubadas. Mas duvido que sejam"

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Mensagem N°36449
De: Marilo Andrade Data: Sexta 27/6/2008 16:49:32
Cidade: Francisco Sá  País: Brasil

Vi o recado de um morador de Urucuia-MG, que fala da falta de agua nakela regiao, preciso muito também falar pra voces da situacao que está pra acontecer com nossos familiares aqui mesmo no Brejo, está tudo muito seco e se vier a parar esta entrega de agua nao sei mesmo o que será de nós, nao temos agua nenhuma por aqui, peco a voces que entrem em contato com a televisao, com os jornais, que voces divulgem por favor. Este é o unico Coronel que fez alguma coisa pelo norte de minas, eu e todo o pessoal aqui estamos implorando prás autoridades que facm alguma coisa naum deixe parar esta entrega de agua.Agradeco muito este espaco que vcs nos coloca aqui.

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Mensagem N°36448
De: Haroldo Lívio Data: Sexta 27/6/2008 16:37:24
Cidade: Montes Claros

Beto Viriato

A cidade perdeu, no dia de São João (24.06.2008), uma das figuras marcantes de nossa cultura popular, Alberto Afonso de Oliveira, da família Gonçalves de Oliveira, relacionada na genealogia do historiador Hermes de Paula. Beto Viriato, ou Betão do Trator, ou Beto do Rebentão etc., era pessoa muito querida, em nosso meio social, e batalhou pela preservação de nossos costumes e tradições. Seu falecimento, aos 74 anos de idade, repercutiu dolorosamente em Montes Claros, seu torrão natal a que muito serviu e amou.
Beto pertencia à estirpe dos Viriatos, um numeroso tronco familiar estabelecido nas terras férteis das fazendas Guiné, Rebentão dos Ferros e Baixa, desde o Século XIX, e que devia seu apelido ao patriarca Viriato Gonçalves de Oliveira, que veio de Espinosa e era casado com dona Amélia. Os descendentes deste casal de pioneiros se multiplicaram e são encontrados por toda parte. Muitos brilhando na vida, como os bisnetos: senador Carlos Patrocínio e sua irmã Felicidade, Maristela Kubitschek, Ângela Zimbardi, o cantor Fernando Ângelo, Carlos Marly Abreu, Wagner Gomes, Itamaury Telles, Vinícius Gomes (Tuca Porreta), secretário João Rodrigues, da Cultura, para falar só de bisnetos. (Conheço esse pessoal porque me casei com uma bisneta, Maria do Carmo, e sou pai de três tataranetas.) A lista dos tataranetos ilustres se encontra em formação, para reconhecimento futuro e aplauso.
Beto se orgulhava muito de seus parentes e recebia, em retribuição, o carinho e apreço de todos, que viam nele um baluarte da tradição familiar dos viriatos. Trata-se de gente de boa índole, convivente e ordeira, que tem se dedicado, de corpo e alma, ao trabalho na gleba. É de grande importância sua participação no crescimento de Montes Claros, no comércio, na indústria, na vida social e esportiva. Tem marca registrada, conhecida nacionalmente pela excelência de seu produto, a afamada cachaça Viriatinha que, sem o braço de Beto, passou aos cuidados da quarta geração de fabricantes.
Ele se notabilizou como seresteiro, que cantava no grupo de serestas João Chaves; como acordeonista que embevecia o público, na execução de canções queridas, como Zíngara e outros sucessos. Também era exímio dançarino de salão, cantador de aboios e dançador de guaiano e lundu. Participou de diversas excursões destinadas a divulgar, pelo Brasil afora, as belezas de nosso patrimônio musical e folclórico.
Acrescenta-se a essa contribuição pessoal, sua oceânica simpatia, fortalecida pela fidalguia no trato, por sua convivência amena e civilizada, herdada do berço, razão maior de seu prestígio. Embora galante e cortejador do belo sexo, Beto Viriato nunca se casou e morreu celibatário. Poderia ser amantíssimo esposo e pai, se tivesse optado pelo matrimônio. Parece que não deixou descendente. Deixou, sim, imorredoura saudade de todos que pranteiam seu desaparecimento.

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Mensagem N°36439
De: Waldyr Senna Data: Sexta 27/6/2008 13:50:35
Cidade: Montes Claros

Telhado de vidro

Waldyr Senna Batista

Disseram que a presença da força-tarefa da Polícia federal na prefeitura, na semana passada, teve a finalidade apenas de recolher documentos relativos à aplicação de dinheiro do Governo federal em projetos do PAC ( programa de aceleração do crescimento). Mas a sutileza de elefante que marcou a visita, que teve armamento pesado e mandado de busca e apreensão expedido pelo STF ( supremo tribunal federal), sugere que, no ar, pode haver algo mais do que urubus e aviões de carreira, pois documentos podem ser enviados pelo correio ou até por fax. E foram quase dez horas de “visita”.
Certo é que muito tempo irá decorrer até que se tenha a exata dimensão do que motivou a ação indesejável da PF. Até lá, o estrago feito poderá inclusive modificar o resultado da eleição de outubro. De imediato, tudo leva a crer que muda pelo menos o discurso previsto para a campanha sucessória, que começa na próxima semana. Se antes a palavra-chave nos debates entre os candidatos seria honestidade, agora há motivos de sobra para que ela seja evitada, pois, quem tem telhado de vidro...
Antes, era de se prever que o prefeito Athos Avelino iria brandir o vocábulo mágico em direção aos demais palanques, seguro que estava de que sua administração estaria a salvo de revide no mesmo diapasão. Tanto assim era que um de seus concorrentes procurou antecipar-se, mandando que um vereador, estrategicamente, em discurso na câmara, pusesse em dúvida a honestidade do prefeito, tomando por base motivo pouco relevante. E, no palanque do prefeito, as armas estariam ensarilhadas para o ataque aos adversários que deixaram rastros comprometedores quando exerceram o cargo de prefeito. O atual iria se apresentar como vestal, relatando pormenores de irregularidades que encontrou ao assumir e cuja solução, segundo ele, atrasou em dois anos a arrumação da casa para que começasse a administrar.
Com a incursão da PF nos arquivos municipais, o telhado de vidro estendeu-se também sobre a atual administração. A previsão é de que o prefeito-candidato dificilmente conseguirá livrar-se a tempo da situação incômoda, porque a elucidação da questão não acontecerá antes da eleição. E se em campanha eleitoral vale tudo, até inventar o que não existe, para desgastar o adversário, quando no jogo aparece polícia federal empunhando armas e ocupando o prédio da prefeitura acobertada por mandado expedido pela mais alta corte do país, aí então, para os adversários, é sopa no mel.
Na nota oficial que divulgou após a retirada dos policiais, a prefeitura declarou que atua em completa transparência e nada tem a esconder. Sem entrar em detalhes, pois não é esse o objetivo de nenhuma nota oficial.
Sabe-se, porém, que a vinda da PF a Montes Claros estaria ligada a suspeita de irregularidade na aplicação de verba de R$ 5 milhões constante do orçamento da Codevasf, destinada à drenagem do córrego Bicano, entre os bairros Ciro dos Anjos e Chiquinho Guimarães, localizados na região mais pobre da cidade. A obra foi incluída no PAC e integra o projeto da estação de tratamento de esgotos que está sendo realizada com intensa publicidade da prefeitura. O chefe da Codevasf informou que já foram entregues ao município R$ 2,5 milhões para execução do serviço, mas a prefeitura declarou que os projetos integrantes do PAC ainda não foram iniciados.
O jornal Estado de Minas, de Belo Horizonte, identificou na origem do problema os deputados João Magalhães( PMDB ) e Ademir Camilo (PDT), que atuam na região de Governador Valadares, presentes em outras denúncias de má aplicação de dinheiro público. A PF entrou no gabinete do primeiro, em Brasília, no curso da mesma operação João de barro, também à procura de documentos.

(Waldyr Senna é o mais antigo e categorizado analista de política em Montes Claros. Durante décadas, assinou a "Coluna do Secretário", n "O Jornal de M. Claros", publicação antológica que editava na companhia de Oswaldo Antunes. É mestre reverenciado de uma geração de jornalistas mineiros, com vasto conhecimento de política e da história política contemporânea do Brasil).

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Mensagem N°36438
De: Mercia silva Data: Sexta 27/6/2008 13:40:15
Cidade: Capitão Eneas

Sou moradora do Quem-Quem, perto de Capitão Eneas,gostaria de desabafar neste mural... é impossivel beber agua do poço tubular , o gosto é horrivel , e uma agua salobra . Só temos esta agua para beber gostaria que algum orgão nos ajuda-se

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Mensagem N°36437
De: Ronaldo Vargas - Jogador amador Data: Sexta 27/6/2008 12:22:26
Cidade: Bocaiuva

Outra medida assistencialista do governo, além do bolsa família,veja o vem por aí: Estão querendo criar uma aposentadoria para ex- jogadores( aqueles que jogaram na seleção brasileira).Isto é uma brincadeira, pois eles, os jogadores ganham fortunas e se envolvem com carrões, mulheres bonitas e alguns não têm o curso primário. O jogador amador, alguns melhores que os profissionais, têm de trabalhar no dia a dia e não existem aposentadorias especiais para eles.Já pensou uma aposendoria para Ronaldinho Gaúcho, Ronaldo, Romário, Pélé? Garrinha não teve esta moleza. Estes Deputados e Senadores estão de brincadeira com o povo trabalhador brasileiro.Só em Montes Claros, Januária, Pirapora e São Francisco eu aponto mais de 100 jogadores do passado melhores que estes que estão aí na seleção e até no exterior

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Mensagem N°36435
De: José Geraldo Data: Sexta 27/6/2008 12:11:16
Cidade: Montes Claros

Um bom indicador de a quantas anda a nossa realidade é prestar atenção nas notícias mais lidas deste extraordinariamente lido meio de comunicação de Montes Claros e já agora de todo o Norte de Minas: invariavelmente as notícias mais lidas estão ligadas à precária segurança dos cidadãos e às oportundiades de emprego, os concursos. Observem. Numa leitura, sugerem que a população está preocupada com a segurança geral, muito, e precisando de emprego. Também muito.

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Mensagem N°36434
De: Joválcio Data: Sexta 27/6/2008 11:39:11
Cidade: Montes Claros

Conversando com um líder ruralista da região, ontem, confirmei o que posso constatar através de observações, pois não sou da área. Não passou de oba oba a história da renegociação das dívidas rurais. Os políticos, como sempre, se assanham, posam de dono do ovo, mas a realidade é muito diferente, inversa. Desde o governo FHC que o setor produtivo no campo está destroçado, arruinado, liquidado. A remuneração pelo trabalho caiu vertignosamente e 70% dos ruralistas da região estão dependurados nos bancos. Não são mais donos das suas terras. Elas pertencem aos bancos e a renegociação é apenas falácia, muito embora políticos se arvorem em dizer que resolveram o problema que está mais vivo do que nunca. Não resolveram. Muitos dos agricultores e pecuaristas estão vivendo do dinheiro obtido da venda do seu patrimônio. Em outras palavras: cortam no corpo, na carne, para sobreviverem. Esta é a realidade. Se os bancos, como prometem, executarem tudo, serão eles os fazendeiros do Norte de Minas, os novos proprietários, no lugar de gente que lavra a terra por dezenas e dezenas de anos. Nunca os bancos ganharam tanto. Nunca os produtores perderam e sofreram tanto, mesmo trabalhando muito. É mais do que de desesperança a situação no meio rural em nossa região. É de desespero mesmo. E o pior é que eles caem calados, desabando como num jogo de dominó.

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Mensagem N°36433
De: Jussara Data: Sexta 27/6/2008 10:46:23
Cidade: M. Claros

Apanhei no chão, numa rua do centro, o panfleto que mando para vocês. A prefeitura anuncia que vai cumprir a lei de 5 de junho de 2007, que combate o absurdo barulho em M. Claros. Vem tarde, com um ano de atraso, mas é bem vinda, pois a cidade virou uma loucura, uma terra de ninguém, onde nem a prefeitura cumpre a lei que ela própria criou. O caso mais gritante é do Carnamontes!!! De qualquer forma, acho que todos devem se unir para exigir o cumprimento da lei, que agora terá a participação do Ministério Público e da PM. No panfleto estãos níveis máximos permitidos e a legislação federal que impede, desde 2006, que abusados carros se transformem impunemente em usinas de barulho, afetando a saúde de todos. Por favor, não deixem de publicar.(...)

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Mensagem N°36431
De: Web Outros Data: Sexta 27/6/2008 07:47:39
Cidade: Belo Horizonte

Não há vagas

Manoel Hygino (Jornal "Hoje em Dia")

Assinante deste jornal durante anos, meu leitor diário, o cônego Murta, educador, latinista e falante culto do francês, sempre perguntava como encontrava eu assunto para preencher este espaço todos os dias. No entanto, como lhe explicava, não há mistério ou segredo.
Os temas estão diante de nossos olhos, os fatos preenchem todos minutos das horas. O sol inclemente ou a chuva que destrói casas e sacia os campos; a mulher que apanha, em seus oitenta anos, restos de comida no lixo; os meninos que choram nos braços das mães; o tiro que mata um inocente no recesso do lar; o ônibus assaltado com dezenas de pessoas a bordo, a guerra pelos muitos lugares do mundo; o passarinho que canta na janela, a buzina estridente na via pública.
Os fatos aí estão, são o alimento de quem escreve, de quem se dedica à comunicação, seja pelos meios modernos e vertiginosos, seja pelos livros. Não falta assunto, mesmo que não se trate da morte de um homem de bem zelou pelos que estavam em seu convívio, sob seu aconselhamento, no norte de Minas.
Também os poetas, como os cronistas, são porta-vozes do tempo. Ferreira Gullar, sob o prosaico título de ‘Não há vagas‘, conta um pouco da epopéia humana do cotidiano: ‘O preço do feijão/não cabe no poema. O preço/do arroz/ não cabe no poema./Não cabem no poema o gás/ a luz o telefone/ a sonegação/ do leite/ da carne/ do açúcar do pão.
O funcionário público/não cabe no poema/com seu salário de fome/sua vida fechada/em arquivos./Como não cabe no poema/ o operário que esmerila seu dia de aço/ e carvão / nas oficinas escuras/
-Porque o poema, senhores,/está fechado: ‘não há vagas‘/só cabe no poema/ o homem sem estômago/ a mulher de nuvens/ a fruta sem preço
O poema, senhores,/ não fede/nem cheira‘.
O poeta não apenas curte, pois também, e mais que os outros freqüentemente, sofre. Foi o que disse Bandeira: ‘Eu faço versos como quem chora/De desalento...de desencanto.../Fecha o meu livro, se por agora/Não tens motivo nenhum de pranto. -‘Meu verso é sangue. Volúpia ardente.../Tristeza esparsa...remorso não...‘Dói-me nas veias. Amigo e quente,/Cai, gota a gota, do coração.
E nestes versos de angústia rouca, Assim dos lábios a vida corre,/ Deixando um acre sabor na boca..Eu faço versos como quem morre.‘
Em ‘Nova Poética‘, o vate pernambucano que morava no Rio de Janeiro na Lapa, abre-se, com dolor: ‘Vou lançar a teoria do poeta sórdido./Poeta sórdido:/Aquele em cuja a poesia há a marca da vida.
Vai um sujeito, /Sai um sujeito de casa com a roupa de brim branco muito bem engomada, e na primeira esquina passa um caminhão, salpica-lhe o paletó de uma nódoa de lama:
É a vida.
O poema deve ser como a nódoa do brim: /Fazer o leitor satisfeito de si, dar o desespero/ Sei que a poesia é também orvalho. /Mas este fica para as menininhas, as estrelas alfas/ as virgens/ cem por cento e as amadas que envelheceram sem maldade‘.
O dever de quem escreve, quotidianamente. Sofrendo, sorrindo, morrendo com os que morrem, vivendo com os que ainda vivem. Esta a missão, implacável mas indesviável. Os tempos mudam, mas pouco mudam os homens. A grande revolução do homem ainda não se fez ou não se consolidou. Resta apenas acompanhar.

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Mensagem N°36430
De: Joao Bosco Data: Sexta 27/6/2008 07:34:36
Cidade: Urucuia  País: Brasil

Venho atraves de mural para deixar minha solicitacao ao Coronel do Exercito, pois a nossa situacao em Urucuia e regiao é muito agravante com a falta de agua todos os anos e este ano voces estao nos socorrendo com os caminhoes pipa que estao nos atendendo, e estamos ouvindo comentarios que o governo vai parar esta entrega, entao me diz Dr. Coronel, o que vai ser de nós, os rios estao secos, as lagoas, nao temos outra fonte de sobrevivencia , só esta agua que o Sr. manda entregar aqui. Será que vao deixar agente morrer, tantas familias? será que estes governantes so pensam nagente nas eleicoes, além do mais dizem que vai parar devido ser ano politico, que que a sede a fome tem haver com ano politico. É por isso que as pessoas acabem sendo compradas pelos calhoradas dos vereadores, pois nao temos agua pra sobeviver, ai acabam se vendendo atroco de um balde de agua. Por favor, pensa no nossa situacao que é agravante cada dia mais, que custa deixar esses carros entregando agua?

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Mensagem N°36425
De: joao guilherme Data: Quinta 26/6/2008 16:32:27
Cidade: Montes Claros

Moro em bairro. Várias vezes a noite Sou obrigado a ficar ouvindo o som de carros passeando pelo quarteirão. Ao chamar a polícia. Sou informado que é preciso ser identificado e o indivíduo ser pego em flagrante. Como a polícia não pode me atender a tempo e a hora. E eu sei o nome e endereço dos baderneiros ambulantes, com seus carros de som. Gostaria de ser informado quanto ao procedimento para ajuizar uma ação de danos morais.

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Mensagem N°36424
De: Fernando Melo Data: Quinta 26/6/2008 16:15:23
Cidade: Monts Claros

Acabo de ouvir de um pai de família, com mulher e 6 filhos, que passa pela cidade em direção ao estado de S. Paulo: foi convencido a se arranchar na periferia da cidade, debaixo de uma lona preta. E recebeu a recomendação de transferir o título eleitoral, i-me-di-a-ta-men-te!

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Mensagem N°36420
De: Alex Data: Quinta 26/6/2008 14:27:29
Cidade: montes claros-mg  País: brasil

seu velox está lento? reclame com a oi. a maioria dos velox da cidade estão funcionando com apenas 10% da velocidade normal.0800-565658

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Mensagem N°36416
De: Mariluce Data: Quinta 26/6/2008 12:53:01
Cidade: M. Claros

(...) Na praça Dr. Carlos, a mais central de M. Claros, quem ontem à noite esperava o ônibus em um dos pontos só dispunha da luz de lampiões (dos vendedores de pipoca e outros carrinhos). Para o clima ficar ainda mais completo, faltou apenas que as estridentes carrocinhas de som tocassem - "lampião de gás, lampião de gás, quantas lembranças você me traz...."

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Mensagem N°36415
De: João Data: Quinta 26/6/2008 12:41:33
Cidade: Montes Claros

Informamos o falecimento de José Gomes da Silva (Juca Gomes), ocorrido na manhão de hoje 26/06/2008, na Santa Casa de Montes Claros. Juca Gomes era da região de Mirabela, onde foi eleito vereador a época que a cidade era município de Montes Claros. Após a emancipação da cidade de Mirabela Juca Gomes foi eleito como primeiro prefeito da cidade.

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Mensagem N°36412
De: Flávio Data: Quinta 26/6/2008 11:32:04
Cidade: M. Clros

Os conchavos políticos se aceleraram por toda parte em decorrência do prazo fatal do dia 30 de junho, para definição dos candidatos. São partidos e mais partidos ignorados pelo grosso da população, que fica perdida na sopa de letras que nada significam, a não ser para os políticos. Eles tramam tudo na cúpula, de olho no horário do rádio e tv, e entregam a homologação ao eleitorado. Que se vinga, ignorando tudo. Cada vez mais pessoas falam que não votam em mais ninguém. Pergunte a alguém do lado. A falta de interesse está em toda parte e não é diferente aqui. Político que deita candidato é derrubado da cama, e amanhece falando sozinho. Vai ser assim até os últimos minutos do dia 30, próxima segunda-feira. De lance em lance a política vai se rebaixando, e enojando.

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Mensagem N°36407
De: Auguwto Vieira Data: Quinta 26/6/2008 10:20:24
Cidade: Belo Horizonte

Coisa mas linda Luiz de Paula descrevendo "O caminho geral do sertão". Descobri - e creio que muita gente o fará - não minhas origens, mas seus porquês. Só nunca vou entender mesmo o porquê de apenas dez exemplares desse opúsculo maravilhoso. Grande Luiz!!!

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Mensagem N°36406
De: Ronaldo Data: Quinta 26/6/2008 10:19:10
Cidade: Glaucilândia/MG

Infidelidade partidária gera mais 12 cassações de vereadores em Minas Minas Gerais já tem 61 vereadores com mandatos cassados em decorrência de infidelidade partidária, o que contraria a Resolução 22.610/2008 do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que trata sobre o assunto. Nessa terça-feira (24), a Corte Eleitoral decretou a cassação do cargo eletivo de mais 12 parlamentares. Além disso, os juízes determinaram que as Câmaras Municipais das respectivas cidades sejam comunicadas da decisão, depois de esgotados os recursos no âmbito do TRE-MG. Tiveram seus mandatos cassados nessa terça-feira os seguintes vereadores: · De Itumirim: José Peixoto Filho (eleito em 2004 com 97 votos; do PMDB p/ PDT); · De Carmésia: Arminda Salvador do Carmo Campos (eleita com 106 votos; do DEM p/ PMDB); · De Nova Lima: José Raimundo Martins (eleito com 1.030 votos; saiu do DEM p/ PTB); · De Patrocínio: Joel da Silva Carvalho (eleito com 1.582 votos; do PMDB p/ PP); · De Moema: Éderson Aparecido Pessoa (eleito com 178 votos; do PMDB p/ PV); · De Pedro Leopoldo: Euclides Teixeira Neto (eleito com 818 votos, do PSDC p/ PDT); · De Ewbank da Câmara; Jorge Miguel da Silva (eleito com 109 votos; do PSDB p/ PTB); · De Fortuna de Minas: Carlos Geraldo da Cunha (eleito com 107 votos; do PPS p/ DEM); · De Glaucilândia: Leonardo de Castro Leão (eleito com 128 votos; do PMDB p/ PSDB); · De Ressaquinha: Jair Henriques de Oliveira (eleito com 102 votos; do PDT p/ PRP); · De Carmo de Minas: Camilo da Silva (eleito com 120 votos) e Eder Lima Palma (eleito com 339 votos) - saíram do PDT p/ PR).

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Mensagem N°36405
De: Novais Data: Quinta 26/6/2008 09:56:49
Cidade: M. Claros

Um dos maiores prédios de M. Claros, com altura equivalente a 18 andares, está hoje paralizado. Desde muito cedo os dois elevadores pararam porque a bomba dágua inundou parte vital do seu funcionamento. Resultado: o rebuliço de gente subindo e descendo escadarias, inclusive crianças, desde as primeiras hora da manhã. Não há previsão de retorno dos elevadores. Há gente retida, por motivos óbvios, nos andares mais altos, esperando que os elevadores voltem a funcionar.

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Mensagem N°36404
De: Marcelo Data: Quinta 26/6/2008 09:30:55
Cidade: Montes Claros  País: Brasil

Gente a situação no bairro Vilage do Lago está fora de controle, tem assassinato ou tentativa de homicídio praticamente todo dia, moro no bairro JK e tenho amigos no bairro Planalto, estamos todos amendrontados e inseguros. De tanto carro de polícia que passa correndo e de sirene ligada parece zona de guerra. Pedimos a quem puder ajudar, de qualquer forma, nos ajude a mobilizar as pessoas. Polícia, SOCORRO!!! Poder público, HELP! Deus, tende piedade de nós!

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Mensagem N°36394
De: Paulo Data: Quarta 25/6/2008 17:42:08
Cidade: SP

Neste momento, em S. Paulo, o presidente Lula está diante do caixão de dona Ruth Cardoso. O marido FHC está ao lado. Não posso esquecer que foi desta serena intelectual que partiu a suave, mas enérgica reação ao dossiê contra o marido, no desgastante episódio dos gastos presidenciais que se teriam transformado em dossiê de estado. Nas palavras não agressivas brotou uma firme recusa, como só as mulheres são capazes de fazer. A eternidade aproxima os dois presidentes, em torno de uma morta - diante da qual todos se inclinam. E se calam. Há em tudo mais do que o respeito devido à morte. Num plano infinitamente superior ao da política. Tudo mais está pequeno neste quadro.

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Mensagem N°36393
De: Luiz de Paula Data: Quarta 25/6/2008 17:41:07
Cidade: Montes Claros/MG

O CAMINHO GERAL DO SERTÃO

Luiz de Paula

A estrada utilizada pelos bandeirantes paulistas para o sertão, a princípio para preação de índios e em seguida em busca de ouro e pedras preciosas, buscava a nascente do Rio das Velhas, onde começava o território das minas gerais, no qual era abundante o ouro de aluvião.
A estrada vinha de Parati encontrava-se ai com a dos bandeirantes e prosseguiam juntas até o Morro da Garça, próximo de onde, mais tarde, nasceria o povoado de Santo Antônio da Estrada, hoje Curvelo.
Do Morro da Garça partia o caminho que se acredita seja o de João Gonçalves do Prado, diretamente para Montes Claros e daí prosseguia Rio Verde Grande abaixo até a divisa com a Bahia, onde fletia à direita e acompanhava o Rio Verde Pequeno até sua nascente e alcançava Caetité e depois Tranqueira (antigo Crioulos), na Bahia, onde terminava.
A estrada dos bandeirantes, agora também de Parati, atingia a localidade de São Gonçalo das Tabocas, hoje Lassance, e prosseguia Rio das Velhas abaixo até alcançar o Rio São Francisco, na localidade de Almas de Nossa Senhora da Barra do Rio das Velhas, então maior empório comercial do Sertão Mineiro, hoje Guaicuí. E daí prosseguia margeando o São Francisco, passando por São Romão, Pedras de Maria da Cruz, Brejo do Salgado (Januária), Matias Cardoso e Malhada, na Bahia.
E encerrava o seu trajeto em Tranqueiras, na Bahia, ponto final também do caminho de João Gonçalves do Prado.

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Mensagem N°36385
De: Ana S. Guimarães Data: Quarta 25/6/2008 13:20:06
Cidade: Montes Claros

Hoje um comerciante que tem loja na Pça. Dr. Carlos me falou que deseja fazer uma manifestação contra a taxa de iluminação publica paga religiosamente por todos, e à anos a Praça Dr. Carlos permanece as escuras.

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Mensagem N°36384
De: Roberto Data: Quarta 25/6/2008 13:19:17
Cidade: Belo Horizonte  País: Brasil

Acreditem... estou morando a um ano em Belo Horizonte e pasmem, durmo muito melhor aqui do que quando morava em Montes Claros. Morei minha vida inteira no bairro Sta Rita. O barulho de festas era infernal. Cães latindo a noite inteira. Meus filhos tadinhos sempre queixavam que não conseguiam dormir direito. Moro num bairro demasiadamente movimentando em BH, próximo a uma avenida que é um dos maiores corredores de ônibus da cidade e consigo dormir a noite inteira sem acordar por conta de barulho. Aqui a lei funciona. No Axé aqui de BH eu estava na casa de parentes muito próximos ao mineirão e não escutávamos quase nada dos shows. No bairro Santa Rita aí em Montes Claros nós ouvíamos perfeitamente o carnamontes que era realizado na praça dos jatobás... imaginem os pacientes da Sta Casa. Se existe lei ela tem que ser cumprida, fica minha parabenização para a prefeitura caso consiga executar sua lei que abrange tão sofrido assunto.Um grande abraço a todos da minha terra

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Mensagem N°36383
De: J. Santos Data: Quarta 25/6/2008 12:14:13
Cidade: M. Claros

Já que a prefeitura, neste "mea culpa", quer cumprir a lei, poderia dar um jeito na boate que funciona na entrada do aeroporto, em área estritamente residencial, como reconheceu num texto publicado aqui mesmo. Há questão de um ano, a Secretaria do Meio-Ambiente divulgou que havia resolvido o problema lá. Não resolveu.(...)Neste último fim de semana, sofremos muito com o alto som durante a noite toda. Absurdo. Acreditamos que o Ministério Público e a PM possam vir em nosso socorro, que somos pessoas pacíficas, cumpridoras dos deveres, e desejamor dormir, descansar. Estamos há muito tempo pedindo ajuda a prefeitura, como todos podem testemunhas neste espaço. (...) O mais grave é que a boate é toda irregular, desde a sua construção e funcionamento em espaço público, de invasão. Soube que há também uma disputa judicial com os ex-donos, que ocuparam uma área de domínio público. (...)

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Mensagem N°36378
De: Juarez Campos Data: Quarta 25/6/2008 10:44:07
Cidade: Montes Claros/MG

Boas notícias Pegando carona na mensagem “boas notícias”, da internauta Maria Clara, (24/06), domingo a noite criei coragem e liguei a TV. Na Globo, durante bom tempo, só notícias sobre doenças. Na Record, assassinatos, estupros, roubos, assaltos, atentados. NO SBT, a baixaria e ignomínia de sempre. Na Bandeirantes... hum... muda tanto, sempre pra pior, que nem sei mais. Mas a conclusão que cheguei é que realmente a comunicação brasileira, sobretudo a televisiva, é de fato cultural e educadora. Pois desliguei o aparelho e fui ler: "Homo Videns: Televisão e Pós-Pensamento": a televisão estaria simplesmente mudando a natureza do ser humano, que deixa de ser homo sapiens (homem que sabe) para torna-se homo videns (homem que vê). Incapaz de elaborar um pensamento abstrato, o homem se torna um idiota guiado por símbolos e imagens. Enfim, um imbecil. Não há esperança de boas notícias no Brasil, portanto.

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Mensagem N°36377
De: Hélio Data: Quarta 25/6/2008 10:43:00
Cidade: Montes Claros

O Grupo de Serestas João Chaves está duplamente de luto.,perdemos ontem de manhã o nosso grande amigo Toninho da Pavisan,sempre prestativo e presente em nossos ensáios e apresentações e a tarde o nosso companheiro Beto(viriato)Oliveira que encantava a todos com sua voz no solo da modinha "Elvira escuta". O Grupo de Seresta João Chaves com pesar despediu cantando destes nossos companheiros(Toninho, no momento do Sepultamento e Beto no Velório) Adeus amigos,vai ficar a lembrança eterna e a gratidão do Grupo de Seresta João Chaves.

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Mensagem N°36375
De: Leocádio Pedro dos Santos Data: Quarta 25/6/2008 10:38:27
Cidade: Montes Claros/MG

Titulo da notícia: Prefeitura promete, mais uma vez, cumprir a lei e combater o barulho em M. Claros, a partir de quinta-feira
Nome: Leocádio Pedro dos Santos
E-mail: [email protected]
Cidade: Montes Claros/MG
Comentário: Se isto acontecer e for pra valer, será muito bom, que o barulho ou poluição sonora está fora do normal em Montes Claros. É carro com som em volume altíssimo, principalmente na conhecida avenida Sanitária e ninguém faz nada, isto próximo a hospitais e residências, é preciso que haja mais rigor com esses poluidores sonoros de todas as espécies, principalmente os sons de carros, os serviços tem finalidade e as vezes é necessários e não tem outra opção, mas estes carros que trafegam com som altímos precisam de serem abordados e ser feito algo para coibir.

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Mensagem N°36372
De: Vanessa Data: Quarta 25/6/2008 10:23:07
Cidade: Moc

Está uma lástima o serviço Velox em M. Claros. Quando reclamamos, falam vagamente que vai melhorar no dia 30. E as contas não deixam de chegar, com os mesmos altos valores. (...)

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Mensagem N°36370
De: João Carlos Data: Quarta 25/6/2008 10:11:45
Cidade: DF

25/06/08 - 9h47 - Prefeitura promete, mais uma vez, cumprir a lei e combater o barulho em M. Claros, a partir de quinta-feira

M. Claros é uma cidade essencialmente musical, e reconhecida por todas as outras. Mas, por desleixo dos seus governantes, está se transformando na cidade do barulho. Oxalá desta vez a prefeitura, como é do seu dever, cumpra a lei que criou e barre esta má fama que a cidade está adquirindo. (...)

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Mensagem N°36369
De: Ernane Data: Quarta 25/6/2008 10:03:51
Cidade: moc

Dúvido que a prefeitura consiga colocar o volume dos shows da expomontes no índice permitido por lei. Essa é mais uma lei que ninguém cumpre.

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Mensagem N°36368
De: Guilherme Data: Quarta 25/6/2008 09:54:04
Cidade: M. Claros

Sobre a mensagem 36366, já ví este filme antes e não teve um final feliz. Espero que nesta "refilmagem" a Prefeitura faça com que este novo filme tenha um final feliz.

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Mensagem N°36367
De: Luiz de Paula Data: Quarta 25/6/2008 09:46:16
Cidade: Montes Claros/MG

Do livro "Por Cima dos Telhados, Por Baixo dos Arvoredos" - Parte 23)

RETORNO A MONTES CLAROS
EM AGOSTO DE 1930

“Ó Nunca Mais”

Eu sofria por estar me separando de meu pai, de minha mãe, de meus irmãos. De nossa casa, do quintal, das mangueiras, dos bichos que criávamos. Das manhãs claras dos gerais, com os passarinhos cantando nas árvores do quintal. Das tardes, em que me sentava no passeio de lajes, em frente à nossa casa, a acompanhar o sol do estio se pondo atrás da Serra do Repartimento. E, mais longe, o céu sobre a vastidão do horizonte. E mais longe ainda, a visão de um futuro. O meu futuro!
Agora eu me afastava de tudo. Eu estava deixando para trás a minha vida com meus pais, estava deixando a minha terra, com tudo em meio ao qual eu fui criado.
Para que?
O meu sentimento era de que estava deixando para trás a minha própria vida.
No carro de segunda classe em que viajava, entraram e saíram passageiros, durante o percurso, e agora só restavam os dois guarda-freios, contando casos de suas vidas, em voz monótona.
O trem havia atrasado, por defeitos na locomotiva. Já era noite. A marcha era lenta, marcada pelos rumores e solavancos do material rodante. Nós nos encontrávamos no trecho que hoje identifico como sendo o das matas que havia entre Engenheiro Dolabella e Engenheiro Navarro.
Eu estava debruçado à janela, olhando a mata escura e pensando na vida. E cantando baixinho: “Ó Nunca Mais”. Uma canção antiga.
E chorando.
SAÚDE E CRESCIMENTO

Nos primeiros anos de vida eu era referido como um menino bonito, de tez clara, corado, alegre, de cabelos castanhos, olhos esverdeados e principalmente inteligente, loquaz e espirituoso.
Ao entrar na puberdade, tornei-me introvertido, pálido, enfermiço. A morte do Geraldo, o irmão mais velho, falecido aos 18 anos, e minha transferência aos 9 anos incompletos, para Montes Claros, onde penei, nessa primeira permanência, um ano e meio de tristezas e revolta, concorreram para isso. Pesava-me, na adolescência, reconhecer-me feio e pobre.
Maltratado pela febre malária e verminose crônica (amebíase, shistosomíase, necatoríase) e igualmente crônica inapetência, carreguei por muito tempo um quadro de desnutrição crônica.
O perfil de meu crescimento, estampado a seguir, é ilustrativo.
Idade – Altura - Pêso

Junho de 1933 - 16 anos - 1,54 m - 36 kg
04-12-1933 - 16,5 “ - 1,58 “
27-03-1934 - 17 “ - 1,62 “
17-07-1934 - 17 “ - 1,655 “
31-12-1934 - 17“ - 1,70 “
31-12-1935 - 17,5 “ - 173,5 “
29-02-1936 - 17,7 “ - 174,5 “
29-02-1936 - descalço - 172,0 “ - 52 kg

Os dados foram registrados em 29.02.1936. Minha altura estabilizou-se em 1,755 m. O peso manteve-se em torno de 52 kg em 1936/37/38.
O crescimento desenvolveu-se após o uso dos seguintes medicamentos receitados pelo Dr. Santos, em Montes Claros, em 1933: Novosan (Vit. A) em ampolas de 1cm3, intramuscular e cloro-calcion, (comprimidos de cálcio). E banhos de luz ultravioleta.
Em 1940 combati a shistosomíase com injeções intramusculares de tártaro emético. E o uso de vitaminas. Nos anos 70 meu peso chegou a 88 kg. Hoje peso 75 kg, descalço.

(continuará, nos próximos dias, até a publicação de todo o livro, que acaba de ser lançado em edição artesanal de apenas 10 volumes. As partes já publicadas podem ser lidas na seção Colunistas - Luiz de Paula)

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Mensagem N°36366
De: Prefeitura Data: Quarta 25/6/2008 09:44:22
Cidade: M. Claros

(...)A Secretaria Municipal de Meio Ambiente lança amanhã, quinta-feira (26), juntamente com o Ministério Público e a 11ª Companhia Independente de Meio Ambiente e Trânsito, a Campanha de Controle da Poluição Sonora. O trabalho consiste na orientação e educação ambiental como forma de coibir os abusos. Os postos de gasolina, bares e o comércio do centro da cidade serão o alvo principal da campanha.
A intenção é mostrar que é possível viver com menos barulho. Os danos provocados pela poluição sonora vão desde irritabilidade até distúrbios auditivos severos. A equipe da Divisão de Fiscalização lembra que o que se pretende regular é o excesso. “A lei ambiental não proíbe a realização de eventos, apresentações musicais e outras formas de emissão sonora, mas eles devem ocorrer dentro de determinados parâmetros para que a diversão de um não seja a perturbação de outro”, diz o chefe da Seção, José Robério. E não são apenas as atividades de lazer que geram problemas há também o ruído ocupacional provocado no âmbito do trabalho. Sem os equipamentos de segurança e o cuidado necessário, os danos podem ser irreversíveis.
O lançamento será no Auditório do Centro de Referência em Gestão Ambiental Integrada do Norte de Minas. Representantes das instituições parceiras irão falar sobre como será desenvolvida a campanha e apresentar o material de divulgação à imprensa. O trabalho prático nas ruas começa no mesmo dia nos pontos de maior incidência de poluição sonora da cidade.

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Mensagem N°36363
De: alexandre ferrari Data: Quarta 25/6/2008 08:18:02
Cidade: Brasilia - DF

Foi como se tivesse sido atingido por um choque. Quê sensação horrível!E foi logo pela manhã, às sete da manhã desta quarta-feira em um telefonema para a minha irmã Marcia. "O nosso tio Beto descansou", disse cautelosa. E confessou a preocupação de dar a notícia a meus pais que chegam hoje a Montes Claros. O tio querido da minha mãe Heloisa. E um dos irmãos da minha avó materna Helena - que também já se foi - que meu pai admirava. Sentados por horas, conversam sobre amenindades, falavam de politica e relembravam aquelas figuras célebres conhecidas na cidade e no mundo; gente que já havia partido. Agora foi o tio Beto, Alberto Oliveira nos deixou...extremamente tristes. Por alguns anos ele conviveu com algumas complicações cardíacas, foi submetido a cirurgias, e recentemente estava internado. Mas as lembranças que tenho do "amigão" - era a saudação dele se dirigindo a mim: "Xandão, meu amigão". Desde que era ainda uma criança de férias em Montes Claros ele me chamava de amigão. Um sorriso no rosto como quem diz. "gosto de você, moleque!" Eu também sempre fui seu fã, Tio Beto! Eu ainda era aquele molecão quando o tio Beto animava as festas de fim de ano da familia. Estivesse ou não abraçando a "Geni", cantando com uma alegria particular. A Geni, sanfona do tio Beto era famosa na cidade e na roça. Um par perfeito. Acho que um dos amores da vida dele. Por onde anda a Geni? Neste espaço democrático do povo de Montes Claros divulgo aqui a minha dor, a minha tristeza, o meu sofrimento pela ausência do tio Beto entre nós. É o meu desabafo, o meu aborrecimento por estar tão longe. Choro calado, como geralmente faço, mas reconheço que a dor dessa vez é muito intensa. Adeus amigão!

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