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montesclaros.com - Ano 25 - segunda-feira, 25 de novembro de 2024

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Jornalismo exercido pela própria população

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Mensagem N°37731
De: José Prates Data: Segunda 18/8/2008 11:07:18
Cidade: Rio de Janeiro - RJ

MINHA INFÂNCIA EM JACARACI

José Prates

A lembrança do passado, principalmente da infância ou da juventude, acontece com freqüência quando atingimos a idade avançada, apresentando-nos imagens com tamanha fidelidade que são capazes de nos transportar para lugares onde estivemos e nos mostrar cenas que ali vivemos, nos permitindo revivê-las e sentir os seus momentos com a mesma intensidade que os sentimos naquele tempo remoto. Essa lembrança com imagens tão fieis, não vem com a mesma forma na idade jovem ou na meia idade, porque aí o presente é intenso e não cede lugar ao passado que “é coisa morta”. Na idade avançada, a lembrança desse passado, revivendo intensamente os momentos felizes da infância ou da juventude, é um artifício da alma que busca um lenitivo para as amarguras da velhice, um analgésico para a dor da inatividade que martiriza idoso.
Toda minha infância foi em Jacarací, cidade onde nasci. Dessa infância tenho gratas recordações que agora emergem do arquivo da memória e se projetam na mente, fazendo-me viver um passado distante e feliz, quando não conhecia problemas que nos envolvem no cotidiano, nem sabia o que eram dificuldades na condução da vida cheia de exigências. Sinto-me correndo pelas ruas, descalço e sem camisa, fazendo parelha com outros meninos, ou então pulando no areião da rua do fogo, brincando de circo. Não sentia o tempo passar criando ou destruindo ilusões, nem tomava conhecimento das agruras de quem lutava pela sobrevivência naquele mundo pequeno. Tinha amigos, colegas de escola com quem brincava nas ruas tranqüilas, vazias de povo, onde o barulho de um carro chamava todos à porta, curiosos pela novidade. Não havia muitas atrações que despertassem o interesse, salvo os bailes no salão da Prefeitura com o soalho encerado a vela, ao som fanhoso do gramofone. O domingo começava com a missa na Igreja lotada, para um desfile de roupa nova. Futebol havia à tarde. Começou no largo da Igreja, depois foi para um campo gramado, perto da ponte, ao lado da estrada para Areia Branca. Lembro-me das cores dos dois times: um azul outro vermelho. As “partidas” tinham boa assistência que chamava o goleiro de quiper; a defesa de beque, ralf e center ralf e o meio campo de center for. Naquele tempo, no futebol, não usava termos portugueses como hoje, usava-se a pronuncia do inglês.
Eu gostava de ir ao Cruzeiro assistir à missa quando o Padre resolvia celebrá-la ali. Esse Cruzeiro que, ainda, existe até hoje, como fui informado, é uma capelinha no alto do morro. Acesso dificil. Uma escada natural, formada por lages, num corredor formado por grandes pedras, leva ao topo, onde está num planalto, a pequena igreja, tendo à frente um grande cruzeiro, visto de longe. O campanário do lado de fora, era atração da meninada. Eu ia com minha avó, sempre vestida de preto, com um chale que lhe cobria a cabeça e os ombros. Andava devagar. E nessa vagareza, eu aproveitava para observar e admirar a natureza virgem e bela que nos cercava. Nos dias de missa, juntava-me aos outros meninos, acólitos da missa. Antes, porém, estendia o olhar pela mata que circundava o morro e contemplava maravilhado, a cidade aos nossos pés. Belo e poético o espetáculo da natureza, mostrando a mata verdejante abraçando a montanha.
Areia Branca, lugar misterioso, que só a natureza pode explicar. Um lençol de areia alva como o leite, estendido no sopé do morro. Quanto mais cavam, mais alva aparece. Não tenho conhecimento de nada igual em outro lugar Para chegar à areia branca, passávamos pelos gerais floresta rala, onde encontrávamos pés de pequi, cabeça-de-negro, cagaita. mandapuçá, araçá e algumas outras frutas da região, regalo de todos.. Era uma festa pra meninada que em algazarra subia nas árvores para apanhá-las. Essa areia branca, existente, apenas ali, pelo que sei, não tinha nenhuma utilidade a não ser enfeitar presépios que naquela época, eram armados em todas as casas da cidade. Visitá-los, a todos, não era uma simples diversão, mas, quase obrigação. Existiam os mais bonitos com figuras bíblicas, sem faltar a vaca, o carneirinho no ombro do pastor, o jumento e a manjedoura com o menino, ladeado por Maria e José. Dois presépios que eu me lembro, eram os mais bonitos: o de “sà” Maria de Albino e o de dona Dedé, mulher de “seu” Mulatinho, Agente do Correio.
Revivendo essas lembranças, nós a transmitimos àqueles que as viveram conosco e os faremos senti-las e vivê-las com o mesmo prazer e alegria que elas nos proporcionaram no passado.

(José Prates é jornalista e Oficial da Marinha Mercante. Como tal percorreu os cinco continentes em 20 anos embarcado. Residiu em Montes Claros de 1945 a 1958 quando foi removido para o Rio de Janeiro onde reside com a familia. É funcionário ativo da Vale do Rio Doce, estando atualmente cedido ao Sindicato dos Oficiais da Marinha Mercante, onde é um dos diretores)

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Mensagem N°37730
De: Nelson Data: Segunda 18/8/2008 10:41:21
Cidade: Montes Claros/MG  País: Brasil

É impossível separar eventos culturais e comércio, mas, nas Festas de Agosto, os que fazem o espetáculo são os que menos ganham...

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Mensagem N°37729
De: Hudson Lopes Souto Data: Segunda 18/8/2008 10:18:14
Cidade: Montes Claros/MG

Em resposta a mensagem Nº37.726 de Veronica Souto, posso até concordar com você em sentido "cultural" que a volta das manifestações na Praça Porgutal figure o verdadeiro sentido da festa. Agora se verificarmos o lado "racional",fica claro que é uma péssima idéia nos dias de hoje fazer esta festa naquela local. Além de transforma o trâsinto muito complicado ( pois aquela avenida é uma via arterial da cidade), prejudica também diretamente os comerciantes daquele local. O local ideal para estas festas continua sendo a Praça da Matriz.

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Mensagem N°37728
De: Leocádio Pedro Data: Segunda 18/8/2008 10:10:08
Cidade: MONTES CLAROS  País: Brasil

Concordo que a festa de agosto deve ser realizado no seu lugar de origem, além de ser mais aconchegante é mais ampla, não deixa o povo apetado como na Praça da Matriz, parabens pela realizaçãoda festa e esperamos que no ano que vem ela aconteça no mesmo local.

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Mensagem N°37727
De: Paulo Narciso Data: Segunda 18/8/2008 10:06:05
Cidade: Montes Claros

Mestre Hygino:
Nunca se conhece bastante a própria cidade.
Na tarde deste domingo, o Reinado de Nossa Senhora, o Reinado de São Benedito e o Império do Divino despediam-se da velha cidade, quando – seguindo o cortejo, eu mesmo catopê, de araque - olhei para cima.

Vi a placa no segundo andar, que jamais havia visto.
E a fotografei.
E envio.

São recuerdos profundos,
que apenas uma procissão de Catopês pode revelar, numa tarde de domingo, de despedidas.
Abraços, pn

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Mensagem N°37726
De: Verônica Souto Data: Segunda 18/8/2008 09:30:11
Cidade: Montes Claros

Quero parabenizar a Prefeitura e a Secretaria de Cultura, pela volta das Festas de Agosto para a Avenida Cel. Prates. Dava pra notar a satisfação dos moradores quanto a alegria de ver a festa realizada em seu local de origem. Era muito triste, nos anos anteriores, ver os marujos e caboclinhos, levantatando seus mastros sozinhos, em frente a bela Igrejnha do Rosário, enquanto os visitantes, comiam e bebiam na Praça da Matriz. Com certeza, um imenso resgate a cultura de Montes Claros

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Mensagem N°37724
De: Maria Aparecida Data: Segunda 18/8/2008 09:08:13
Cidade: Montes Claros-Mg  País: Brasil

Realmente,Concordo com a reclamação da msg no.37675.A falta de água está realmente um absurdo não está satisfazendo nenhum de nós moradores de moc.Faltando água o tempo todo e olha que nem chegou a"seca ainda",e quando chegar então?como ficaremos nós? Precisamos de água o suficiente para satisfazer as nossas necessidades e não é justo pagarmos tão caro por algo que não estamos consumindo a nosso gosto.Isso é uma verdadeira vergonha da COPASA em nossa região.

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Mensagem N°37723
De: Web Outros Data: Segunda 18/8/2008 08:52:59
Cidade: Belo Horizonte

Os que escrevem

Manoel Hygino

Sublime e insidiosa patologia: escrever. Enfermidade congênita, de que não se consegue fugir. Meu amigo Abílio Machado Filho lia sempre, todos os dias, os livros eram seus amigos, como sugerira Eduardo Frieiro. Olhar distante, assistia o alvorecer, volume ao lado.
Há pouco, li aqui o artigo de Emanuel Medeiros Vieira, o excelente autor da Santa Catarina: ‘Começamos escrevendo para viver e acabamos escrevendo para não morrer. Para quem edifica palavras, mal rompe a autora, escrever é inadiável e urgente, mesmo que nada externamente nos obrigue. Mas a necessidade interna é visceral, orgânica, chama e fogo, flecha, algo colado à pele. A literatura é um apelo de fogo, onde mora meu desespero, a minha inquietação e o meu paraíso, escreveu alguém‘.
Escrever é preciso. Duas vezes Prêmio Esso, Paulo Narciso ama a profissão de repórter: ‘Gosto muito. Há notícia por toda parte, esperando quem as colha, feito margaridas‘. Enquanto não é repórter de tempo integral viaja.
Outro dia, foi ver um rio, que saindo da terra de Ayres e Edgar da Matta Machado irriga uma propriedade sua, com seus 100 metros de largura e areias brancas, de presépio. Fica em Augusto de Lima e se chama Pardo Grande. Ilustre desconhecido de nossa civilização, mas soberbo. ‘É nossa maravilha escondida. Caso contrário, acham um jeito de matá-lo‘.
Os que escrevem, por isto nascem. Os poetas nascem poetas, afirmava-se no tempo de Bilac, Alberto de Oliveira e outros fazedores de versos que enterneceram a elite do século XIX. Prosadores são assim também, qualquer que o gênero.
Henrique Chagas, que residiu em Belo Horizonte e edita um excelente site cultural no estado de São Paulo, me envia notícias de si: ‘Acordei cedo, ainda estava na cama quando desejei caminhar pelo deserto, como faz diariamente o escritor Amós Oz, apenas para captar as vozes. Diz ele que as vozes do deserto são pratos regalados para a sua escrita.‘
Medito, como concluiu a vida terrena Abílio, ao amanhecer do sábado, que o levou consigo: ‘Gostaria, mas eu não ouço as vozes do deserto, nunca as ouvi; mas procuro ouvir as vozes do vento, aprecio dias de ventania, pois o vento carrega o som do primeiro dia da existência. Procuro ouvir aquele vento que pairou sobre as águas no momento da criação do mundo.”
Quase sempre os que escrevemos, mesmo os menos aptos e tangidos por forças misteriosas, tentamos pretensiosamente talvez compor um hino à palavra, como observou, Emanuel Medeiros Vieira. Não sem razão, Samuel Titan Jr., lembrando Borges, comentou: ‘Se o mundo dos objetos palpáveis e vida prática não é mais real que o mundo das ficções, dos sonhos e dos labirintos, e então pode ser que o autor de artifícios verbais tenha mais direito à condição de demiurgo que qualquer outro candidato.‘
Comento seguidamente sobre o poder das palavras, que servem ao bem e ao mal. A repetição em Shakespeare adverte para sua importância: Palavras, palavras, palavras. A do sacerdote no altar, a dos parlamentares na tribuna, a dos candidatos nos comícios. Toda a humanidade passa por ela. No princípio, era o verbo.
Tudo pode depender dela. Na declaração de guerra ou nos acordos de paz. Paz? Uma simples palavras de três letras, de suma significância. Precisamos fazê-la valer. No livro que se lê, no rádio que se ouve, na televisão a cuja novela se assiste ou com cujo noticiário se tem o mundo à mão: Palavra.
A verdade, a mentira, o engodo, estão nas palavras. Mas a humanidade precisa de paz, e ela decorre também da palavra, do diálogo, da confiança.

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Mensagem N°37722
De: Raphael Reys Data: Segunda 18/8/2008 08:23:17
Cidade: Moc - Mg  País: Br

Ref. Mens. 37699 - João Afonso Maurício- Beleza que recordamos de uma figuira tão animada como bem era o seu pai. Alegre sempre, representava a boa alma de um sertanejo puro, inteligente e de grande coração. Dava gosta dar dois dedos de prosa com ele! A bem da verdade muito embora contamos muito `causo" um para o outro a crônica foi escrita a pedido do nosso Tico Lopes, o homem show, um grande alma tupiniquim! Comedor de pequí! Logo em sequida publicarei O HIPNOTIZADOR, escrita também em homenagem a Joanir! Agradeço a leitura e feliz por ter provocado a saudade desse nobre montes-clarense.

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Mensagem N°37721
De: Marcos Fabiano Santos Data: Segunda 18/8/2008 07:48:36
Cidade: Mamonas/MG

Telefone: (38) 32216166

Prezados candidatos da região é proibido utilizar rádios piratas para fazer programas políticos eleitorais. Somente rádios legalizadas pela Anatel, são autorizadas pela justiça eleitoral.

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Mensagem N°37720
De: Augusto Vieira Data: Segunda 18/8/2008 04:20:35
Cidade: Belo Horizonte

O PESSOAL DO BANCO DO BRASIL

Gostaria imensamente, neste Brasil meio sem memória, que as pessoas nunca se esquecessem da importância cultural do Banco do Brasil, especialmente no século XIX, para as comunidades interioranas. Costumo dizer que pertenço a uma confederação de tribos chamada Brasil, a uma tribo chamada Minas Gerais e a uma de suas aldeias, chamada Montes Claros. Quando nasci, em 1945, minha aldeia tinha pouco mais de trinta mil habitantes. Não havia uma rua calçada. Era um poeirão danado. Diziam que poeira era vitamina de baiano. E o calorão? Causticante, mas bem menos intenso do que o das almas dos nativos. Minha aldeia era e ainda é muito pobre. Na região a riqueza era bem mais concentrada. Os melhores salários da época eram os das professoras e os dos servidores do Banco do Brasil, esses últimos, provindos dos mais variados rincões deste nosso vasto território brasileiro. Suponho que, embriagados pela beleza de nossas moças, pelos harmoniosos sons das cordas de nossos violões e por nosso arroz com pequi e carne de sol, mal chegavam já iam deitando raízes em nosso solo e nem pensavam em promoções para as comunidades mais prósperas da época. Afinal, minha aldeia era e ainda é a pátria do aconchego. Naquele tempo, casar-se com funcionário do Banco do Brasil (quase não havia mulheres dentre eles) era certeza de bom marido, sobrevivência digna e futuro promissor. Os que chegavam solteiros, considerados bons partidos, logo se enamoravam por nossas lindas donzelas vestais. Muitos se casaram com filhas dos fazendeiros mais ricos da região e até impediram, bem informados em matéria econômica, que muitos sogros e sogras trocassem os pés pelas mãos e perdessem ou diminuíssem suas fortunas.
Em meu livro de memórias relembro um fato ocorrido com um deles. Era meu vizinho. Chamava-se “seu” Caçulo. Tinha por sobrenome Leão. Leão Caçulo (não me recordo se com c cedilha ou com dois esses). O grande pinguço da cidade era “Bem Pau Véio”, de estatura elevada e traços finos, irmão de Santim Amorim. Quando parava, por uns tempos, de beber, a abastada família, dona do prédio onde funcionava a agência do banco, o produzia com um belo terno de linho branco, gravata vermelha, camisa de seda e sapatos caros. Inesperadamente, dava uma recaída e virava um molambo. Vendia as roupas e os sapatos para golear. Bêbado, tinha o hábito de aproximar-se das pessoas e ir, logo, dizendo:
— Morreu, leão, eh, tigrão! Cheguei ontem, cê num ouviu o Constellation roncando no céu?
No primeiro dia de trabalho do zeloso servidor, quando ele se dirigia à agência, imaginem só, cruzou logo com “Bem Pau Véio”, que o encarou e exclamou:
— Morreu, Leão!
O homem quis deixar a cidade, na hora, não fossem os convincentes esclarecimentos dos risonhos colegas.
Dos dignos servidores do Banco do Brasil de minha época, alguns já partiram, mas muitos dos que conheci, para minha alegria, ainda estão entre nós, semeando saber e esbanjando cidadania. E nas pessoas desses últimos, quero prestar esta singela homenagem a todos eles, na certeza de que sempre serão bem-vindos a minha aldeia, à minha Vila de Formigas, esses valorosos brasileiros que, sobre cuidarem muito bem de nossa grana, ainda prestaram e vêm prestando relevantes serviços à nossa cultura. Devemos muito a eles. Que Deus os abençoe!

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Mensagem N°37719
De: Márcia Vieira Data: Domingo 17/8/2008 22:24:21
Cidade: Montes Claros- MG  País: Brasil

Domingo chega e com ele, o fim das “Festas de Agosto”, que encheram nossos olhos e nossa alma por cinco dias. Cinco dias de beleza, de encantamento, de emoção. Todas as cores presentes, desde o branco puro e imaculado dos catopês até o preto, que surgia nos lacinhos colocados nas roupas dos caboclinhos, que ainda choram a morte do seu chefe Joaquim Pólo. É apaixonante ver desfilar pelas ruas as crianças (uma delas inclusive usando um andador), os jovens, meninos e meninas, e senhores de cabelos brancos que em nenhum momento dão sinal de cansaço. A pureza do mestre João Faria, que foge das entrevistas, o Mestre Zanza, que de bravo só tem a aparência e perguntado sobre a origem do seu apelido responde a uma criança “é porque eu só fico zanzando!”. Tem ainda o semblante terno e acolhedor de dona Fina de Paula, viúva de Dr. Hermes, acomodada numa cadeira de rodas, mas presente todos os dias na avenida, o dinamismo de Raquel Chaves, empenhada e sempre solícita com os participantes da festa, finalizado com um sorriso e a pergunta: “foi lindo, não foi?”. Tem o menino Paulo Estevão explicando que há 13 anos participa da festa e dando uma aula sobre a florescência dos ipês, o seu Zezinho do Sesc, que aos 99 anos aparece todo alegre e afoito, assoviando para as moças que passam pelo caminho. Tem o Tonhão (ou Tonão), que Paulinho Narciso aponta como uma das grandes figuras dos catopês, tem crianças que passeiam segurando suas fitas à cata de padrinhos e oferecendo ainda três desejos mediante o batismo, como o gênio da lâmpada. Tem Gabriel Guedes, neto de Godofredo, que vem especialmente para homenagear o avô e participar com os filhos da maior festa de sua terra natal. Tem a filha de Joaquim Pólo que vem à frente dos caboclinhos, empunhando uma bandeira e dançando com um entusiasmo sem igual, bonito de se ver. Tem gente pequena no corpo e grande no coração, tem filho da terra e tem estrangeiro apreciando a festa, tem gente que ri e tem gente que chora. Ao longo do percurso, aparecem também os fotógrafos, os escritores, os cinegrafistas, os estudantes que fazem pesquisas sobre a festa, os historiadores, os curiosos. Durante o desfile matutino o comércio pára, pois patrões e funcionários correm à porta de suas lojas para respeitosamente assistir à passagem dos grupos. A Igrejinha do Rosário, ponto final do desfile e inicial de uma bela cerimônia, é pequena para conter a multidão, que se espalha por toda a Avenida Coronel Prates, onde agora acontece a festa. O colorido toma conta daquela parte da cidade. Existem problemas, sabemos nós. Nem tudo são flores, mas é válida a luta dessas pessoas que não deixam a festa morrer. Espero apreciá-la ainda, por muitos e muitos anos. Agosto já deixa saudade. Deus te salve, festa santa!

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Mensagem N°37718
De: Mauro Data: Domingo 17/8/2008 21:41:01
Cidade: Montes Claros

fiquem espertos os donos de carros ao deixar seus carros nas aragens(estacionamentos)que ficam com a chave dos seus carros. neste final de semana foi roubado de dentro de uma garagem no centro,na parte da manhã em fiat uno placa de são francisco (...)

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Mensagem N°37717
De: César Data: Domingo 17/8/2008 21:37:33
Cidade: M. Claros

Foi com boa intenção, mas desapontador resultado, a idéia da marujada de Miguel, que este ano apareceu com uma farda... irreconhecível. De "padioleiros", anotou alguém. Miguel, muito zeloso com o que faz, viajou bastante com o seu grupo e foi aconselhado por outros a mudar a farda tradicional, para uma mais, digamos, consentânea, com as vestimentas marítimas. É o costume de lá, mas não é o costume de cá, dos nossos olhos embriagados com os costumes só nossos. E as pessoas longamente acostumadas a aplaudir os marujos indígenas desta vez não os acharam, ou acharam apenas a metade. Estavam irreconhecíveis, opacos, sem brilho, sem alma. Tanto que o padre, na missa, falou assim - "Palmas para a marujada. (palmas) Palmas para a outra marujada. (palmas)". Viramos a outra... Acontece, Miguel, que para nós, sertanejos, marujada é assim mesmo, nas cores azul e vermelha. Guimarães Rosa, sempre ele, soprou ao nosso ouvido - "quem nasce no Sertão, nunca sabe direito o que é o mar...". Não sabemos, em definitivo não sabemos. Mas marujo nosso, marujo que "faz fogo de arrasar", tem bizarrice também nas cores. Devolva-nos, as cores que nos são caras, e que sabedoria nenhuma de outras terras pode mudar. Aguardaremos, já com as mãos vermelhas de tanta vontade de aplaudir, de novo.
Aliás, seria muito bom que o conservatório ou algum curso letrado da Unimontes, de graça, com simpatia e graça, se oferecesse para dar uma assessoria informal e graciosa aos nossos cantantes. Amável, sem interferência, muito lhana, a explicar que boné de fanqueiro não combina com caboclada. Estes, já foi dito aqui mesmo, estão amplamente perdoados, pois acabam de perder o chefe, e que chefe!
Se soubermos agir com tato, e bom coração, esta nossa Festa pode se transformar numa festa nacional como faz a cidade portuária de Parintins. Pode-se até pensar em criar, no momento do desfile dos Reinados e do Império, uma "folgança" no comércio próximo, momentânea, de duas horas no máximo, para que todos assistam uma festa que caminha para os 200 anos. É um patrimônio que vale mais que o ouro. Tornou-se, ao longo do tempo, uma data em que montesclarenses ausentes marcam o seu retorno a Montes Claros, para distribuir abraços e chorar muito pelo caminho, o caminho dos catopês. Ao poder público, é preciso pensar uma maneira de compensar estes pedreiros, serventes de pedreiros, carroceiros, etc., com um incentivo pessoal, para que mais e mais se dediquem ao que fazem. Um desconto no imposto, um tratamento preferencial por sustentarem uma tradição que esteve muito próxima da morte e reagiu. É também preciso que mais e mais escolas levem os alunos a entender aquilo, que apenas à primeira vista é uma chibança.

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Mensagem N°37715
De: Fagundes Data: Domingo 17/8/2008 21:05:30
Cidade: Montes Claros

Não adiantou o povo pedir. Não haverá retorno nas duas pistas da avenida Magalhães Pinto, entre a entrada do bairro Planalto e o trevo do aeroporto. A avenida duplicada, naquele trecho, vai se transformar em pista de corrida - anotem aí. Não custava ter deixado uma entrada na altura da Coteminas e deste atacadista que acaba de ser inaugurado, ao lado. Quem sair do clube AABB obrigatoriamente terá que fazer o retorno na entrada do aeroporto. Não seria muito fazer um retorno no local pedido... Culpa do DER, que faz a obra, ou da prefeitura?

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Mensagem N°37713
De: Ruth de O. N. Rodrigues Data: Domingo 17/8/2008 20:57:38
Cidade: Montes Claros - MG

“Boi, boi, boi...
Boi da cara preta,
Pega este menino
Que tem medo de careta!...”

Tudo que posso fazer, neste momento, é cantar para você uma canção de ninar. Diante da dor de alguém que perde um filho, as palavras se tornam excessivas e dispensáveis. Como pode a Natureza, tão perfeita em tantos detalhes, permitir que um filho se vá antes do pai ou da mãe? Por quê?
Quantas vezes terão sido feitas essas indagações, desde que o mundo é mundo, sem nunca haver uma resposta... Porque resposta não há. O jeito, José, é voltar para dentro de você mesmo, para dentro de sua alma, e tentar encontrar aquela força que você nunca terá imaginado que existisse. E fazer dessa força um caminho encantado que o levará de volta aos braços de sua mãe, aconchegar-se neles, e ouvi-la, outra vez, cantar uma canção de ninar.

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Mensagem N°37712
De: Jurandir Data: Domingo 17/8/2008 20:50:26
Cidade: Montes Claros

Repararam? É o Catopê, são os Catopês que primeiro anunciam a chegada da Primavera a Montes Claros, com antecedência de um mês. Vede os Ipês floridos, reparai nas Espirradeiras, nas Bouganvílias, nas Paineiras em flor; vieram todas florir com e para os Catopês, a mais elevada expressão de nossa cultura. É a própria natureza que veste Galas para receber os dançantes imemoriais.
Por sinal, está belíssimo este artigo do ex-prefeito de Montes Claros, Geraldo Atayde, o prefeito do centenário, muito precocemente falecido. Era menino na época da sua partida,a cujo enterro compareci, de terno e gravata, e não sabia que escrevia tão bem, com tanto apuro e sentimentos. Esperamos que os próximos prefeitos de Montes Claros tenham esta mesma sensibilidade.
(Aliás, ocorre-me uma profunda curiosidade, que não sou capaz de refrear, e penso que vocês também não farão: o que diria o ex-prefeito Geraldo Atayde sobre o seu parente e sucessor na prefeitura, Jairo Atayde, que deu vigoroso ponta-pé, e não o inicial, para a destruição, agora física, da Praça de Esportes, construindo no lugar da cerca viva aqueles horríveis quiosques de camelô. Ele desconhece a história da cidade, não tem informação, ou foi deliberado no erro que cometeu? Foi um atentado, um tiro contra a história. Creio, penso, que os dois prefeitos de sobrenome Ataíde se desentenderiam asperamente, pois pelo texto que acabo de ler Geraldo Atayde tinha grande sensibilidade para as coisas da cultura, o que não demonstrou, depois, o seu parente. Mas, ainda é tempo de corrigir o grave atentado e salvar a nossa Praça de Esportes). (...)

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Mensagem N°37711
De: Virginia Abreu de Paula Data: Domingo 17/8/2008 19:51:46
Cidade: Montes Claros, MG

Alguém sabe quando aconteceu a última cavalhada numa festa de agosto em Montes Claros? Foi no primeiro ano sem ela que Geraldo Athayde escreveu o artigo que transcrevo abaixo. Vejam que os problemas naquele tempo, eram: a falta de interesse das pessoas chamadas "civilizadas", a falta de apoio das autoridades e o descaso da igreja. Muito bom ver que a festa continua, que a ajuda necessária veio e permanece. Apesar de algumas coisinhas lamentáveis. Ah...Miguel! Largue a marinha e volte a ser marujo!

A Festa de Agosto é Necessária.

Geraldo Athayde.

Meia noite, o côro entoado de uma cantiga sem forma quebra o silêncio da hora final. O rufar das caixas, com qualquer coisa de místico e bárbaro, o tilintar dos pandeiros, o côro lamentoso das violas, rabecas e gatinhas de bambu, formam ao lado da cantiga sem forma um som profundo, uníssono, soturno, expressando bem a alma simples do sertanejo semi-civilizado.
É da despedida dos catopês, marujos e caboclinhos que me refiro. O último dia da tradicional festa, a última hora de uma voz saudosa que sente o desaparecimento desta folgança. Faz pena!
Este ano já não houve cavalhada e deslocaram um dia de festejos. As bombas foram poucas, foguetes quase nenhum. O elemento rural não compareceu. Não houve propaganda. O “civilizado” se rebela contra esta coisa de dançantes e cavaleiros fantasiados. Isto depõe contra Montes Claros, dizem com empáfia. O clero, por sua vez, recebe o “cobre” do rei, da rainha, dos juízes, etc. e condena a “palhaçada”.
Agora vejamos: o que podem estes homens fazer mais do que fazem? Onde receberam eles cultura, instrução e educação artística para se exibirem melhor em palcos e cenários diferentes? Que dia o poder público auxiliou esta gente e lhes aperfeiçoou o gosto? O Clero também, porque não protege a festa, já que o povo a quer? Ela não é profana e dá à Igreja alguma renda. Não, não acabem com a “Festa de Agosto”. Ela é a única festa popular de Montes Claros. Dancem, catopês, teçam cipós, caboclinhos; naveguem, marujos; corram, cavaleiros! A diversão não é privilégio de uma só classe – aquela que detém o dinheiro.
O povo, o operário, o trabalhador rural e urbano precisam se expandir, necessitam descarregar a libido ao menos nessas reuniões, cujo móvel é culto do catolicismo, onde reina a paz, a amizade.
Onde não se vê a faca de ponta, a garrucha, nem a pinga. Onde por alguns momentos se esquecem a rudeza brutal da natureza do sertão. Ademais, o homem é animal social por excelência, e numa zona como esta, de população pequena e espalhada, é mistér que haja mesmo um ponto de reunião dos indivíduos. Um contato direto destes com o meio civilizado, a fim de que não amorteça (como acontece com o homem isolado) o espírito de solidariedade humana, de cortesia, de arte, de educação.
É dever, como se faz nos centros civilizados, é dever dos poderes públicos, incentivar as festas populares, subvencioná-las até, dar-lhes um cunho original, para atração do elemento de fora.
Que se improvisem coretos, que se enfeitem as ruas, que haja música, que queimem girândolas e façam as belíssimas demonstrações de fotos de artifício, que muito agrada a todos. Busquemos o exemplo disso em São Paulo, Rio, São Salvador, e, se quisermos, na Europa.
A cidade não é somente um entreposto de compra e venda. Lugar onde se busca o café, o sal, o querosene e o remédio. Na cidade, deve-se buscar algo de nuevo, de alegre, de bom. Coisas enfim que façam o homem mais amigo e sincero, menos desconfiado, menos ganancioso e materializado. Deixar a “Festa de Agosto” com sua parcela de função social. Auxiliem-na, porque além do povo, muita gente boa e civilizada gosta dela. Não diz, mas gosta...

AS FOTOS

No meio das fotos, das festas que ontem tiveram fim, o laço de luto dos Caboclinhos. A nova geração pôs luto no braço, e sustentou a herança cultural do mestre Joaquim Poló. Grande parte do grupo é de filhos e netos. Os mais velhos vão ensinando aos mais novos, pela mão e pelo pão.

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Mensagem N°37704
De: Wanderlino Arruda Data: Domingo 17/8/2008 08:47:22
Cidade: Montes Claros

DOUTOR SANTOS VISTA DE PERTO
Wanderlino Arruda


A Rua Dr. Santos começava no Bar de Manoel Cândido e Hotel São Luiz (agora Copasa) e no Banco Crédito Real de Minas Gerais (hoje Farmácia Real). Depois era o barzinho de Adail Sarmento, mais café do que qualquer outra coisa, pois, lugar pacato, sério, onde nem viajante hospedado no Hotel podia fazer barulho e conversar alto. Tudo ali era de muito respeito, principalmente no mini-restaurante em que alguns estudantes mais bem postos na vida – Ivan Guedes e Raimundo Sant`Ana, por exemplo – podiam tomar semanalmente um pequeno lanche, com gorjeta para o garçom. Pensando bem, o bar ou café de Adail Sarmento era um quase sucesso, com tiras de bilhetes de loteria e açúcar refinado, tudo bem ao olho do dono reclamador dos exageros. Quando um dia um viajante encheu a xícara todinha de açúcar, Adail perguntou, ironicamente, a ele por que gostava de café tão amargo... De lá saíam muitas estórias para a portaria do hotel no outro lado, onde muitos anos depois, ainda falavam de saudades do bom Sebastião Sobreira, que de tão bom, no dia em que morrera, os pobres choraram nas ruas no meio de muitos lamentos pela perda do amigo e protetor.
Era no Hotel São Luiz, nas quintas-feiras, à noite, a reunião do Rotary Clube, a mais fina nata da aristocracia montes-clarense, lugar em que pontificavam inteligências e interesse pelo bem público, como João Souto, Nozinho Figueiredo, Moreira César, Niquinho Teixeira , Cel. Coelho, Gentil Gonzaga, Chico Tófani, Nathércio França, Antônio Augusto Athayde, João Valle Maurício, Lezinho, Fontes, Levy Peres, Baendel, Gerardo Guerra entre os que se foram, e Luiz Pires, Luiz de Paula, Hélio de Morais e Josias Loyola entre os poucos que ainda estão muito vivos. Luiz de Paula, no meu acompanhamento de jovem repórter, foi o melhor presidente que conheci, quando uma noite no Rotary dava tanto assunto que, no dia seguinte, eu escrevia todo o JMC, com exceção da página de polícia. Até para crônica social do A. R. Peixoto, e, mais tarde, dos J. e J., eu fornecia dados para fazer sucesso. Era uma festa e tanto, e nenhum assunto importante poderia ser sugerido ou resolvido sem passar por lá.
Um pouco acima ficava a farmácia de Juca de Chichico, ele muito falante, bem vestido, alegre fazendo trocadilhos, mexendo com um e com outro que passava, já não muito novo, mas bastante saudável para viver intensamente como gostava. Dele me lembro muito bem nos dois extremos da rua, porque encontrávamos também várias vezes por dia no Hotel São José (praça Cel. Ribeiro), onde eu era hóspede. A farmácia São José (agora, Minas Brasil), era a única da Rua Doutor Santos antes de Montes Claros ser o maior paraíso de farmácias da face do planeta. À frente, o Banco Hypothecário e Agrícola, de Mauro Moreira e Lidehir, com placa ainda escrita com "y" e com "th", contrastando já com a modernidade do Bancomércio, onde trabalhava o jovem alto e elegante Theodomiro Paulino.
O barulho ficava por conta da loja de rádios, eletrolas, geladeiras e discos 78, de Dizinho Bessa, precursora das modernas lojas de muita propaganda, aonde muitas vezes fui buscar anúncios para o Jornal. Era um contraste com a linha de elegância e silêncio da "Renner", loja de camisas com colarinhos trubenizados e ternos vindos de Porto Alegre. Lá, a gente conversava com João Leopoldo, jovem cantor da jovem D-7, testes na Rádio Nacional do Rio, e com Nathércio França, o melhor e mais ponderado papo de tudo que cheirava ao atual da cidade e do país. Lá, além de ternos e passagens de avião, a gente comprava coletes, lenços e gravatas. E cuecas samba-canção, em grande evidência naquele tempo.
Como vêem, não chegamos ainda nem ao JMC (agora, Caixa Econômica Federal), que ficava em frente à Padaria Santo Antônio, onde o cheirinho de pão quente era uma gostosura...

Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais

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Mensagem N°37703
De: GUALBERTO Data: Domingo 17/8/2008 02:06:41
Cidade: Montes Claros/MG

Domingo 17 de agosto por volta de uma da manhã quando transitava pela avenida Deputado Esteves Rodrigues, aos olhares de alguns curiosos que circulavam proximo ao mercado municipal, um acidente de moto cuja as vitimas era um casal no qual não foram identificados, vieram a colidir em uma das muretas da avenida. A equipe do SAMU estava no local prestando os 1º socorros a vitima sendo que o rapaz o motociclista não parecia não está nada bem sendo que uma 2° unidade móvel veio está no local pra poder prestar socorro a mulher que estva com ele, que apesar de está consiente apenas sentido dores, todas as atenções estavam voltadas para o rapaz. Alguns curioso, sendo eles a maioria motociclistas, pararam proximo ao local e ficaram obsevando o trabalho emergencial dos médicos. A moto, uma yamaha ybr de cor vermelha ano 2008 cuja a placa não tem por ser nova, foi que chamou atenção dos curioso que transitavam naquele local.

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Mensagem N°37699
De: João Afonso Maurício Data: Sábado 16/8/2008 16:49:30
Cidade: Montes Claros / MG

Meu querido Raphael Reys.Foi um prazer imenso, uma felicidade enorme e deu-me uma saudade maior ainda ao ler e ouvir o que você escreveu sobre o meu Pai, Joanir Maurício.Realmente um artista "de primeira".Aquilo tudo que vc disse,com toda modéstia à parte, ainda foi pouco para definir o "Véio Joanir". Pessoa boníssima, justa, franca,honesta, "mintiroso" só quando contava os "causos" das pescarias e das caçadas que faziam êle e o "Felixburgo" Dr Félix Pimenta, e de um coração enorme, muito maior do que o cano do "38" que ele carregava sempre na cintura como companheiro de todas as horas e que fez com que o "Véio" ficasse com o corpo meio "empenado" pro lado direito (pra poder tentar esconder a ponta do cano do 38 que insistia em aparecer na borda do paletó que êle usava quando mais moço)."Sanfona" (Acordeon 80 baixos Scandally-acho que é assim...), violão, cavaquinho, bandolim, piano, órgão (teclado),enfim, qualquer instrumento musical que fosse a êle apresentado, êle começava a tocar, dedilhar, soprar, apertar, e daí a pouco êle estava tocando "Saudades de Matão, Saudades de Ouro Preto, Fascinação, Bonequinha Linda (música que fez D. Stella minha mãe se apaixonar por êle numa das milhares de serenatas que êle sempre fazia e viveram casados quase 50 anos)", enfim um repertório enorme de canções que sempre tocava.A "80 baixos" era a sua maior "arma" e maior companheira, "sem nunca beber nem um gole,nem mesmo da Maluqinha,pinga gostosa que êle fabricou durante muitos anos com meu avô o Velho João Maurício.Dedilhava divinamente bem a Sanfona, mesmo sem nunca ter assistido a sequer uma aula de música e só ter frequentado a escola até o "4º ano primário" como êle sempre dizia. A gente vai falando, vai escrevendo, vai lembrando e a saudade enche os nossos olhos de lágrimas, de saudades daquêle tempo. Tenho 52 anos de idade, sou Médico e lembro-me claramente de quando o "Véio" Joanir conheceu Sivuca. Foi na Praça da Matriz, uns três ou quatro anos antes do Véio nos deixar aqui em Outubro de 2000, bem de frente à casa de Tia Nilda (irmã do meu Pai que morava naquêle sobradinho "alaranjado" lá da Praça da Matriz). Estávamos Eu, Êle, o Dr Alencar (Dr. Francisco Alencar Carneiro, "advogado de fama" como meu Pai o chamava, amigo-irmão dêle, também artista nato que nos deixou o Grupo de Serestas Minas Gerais), e o "Chico Midubin" (Laércio Francisco de Oliveira, outro amigo-irmão dêle, uma verdadeira "Enciclopédia" com 95 anos de idade, vivo até hoje e que sabe todas as estórias e toda a história da nossa Montes Claros desde o Arraial das Formigas"). O Véio Joanir olhou, escutou, ouviu bem o Sivuca com todos aquêles sons, gritinhos e grunhidos que ele usava em suas apresentações, admirando bem o show com aquêle "chapelão azul" que o meu Pai usava sempre enterrado na cabeça, olhou para o Dr. Alencar que admirava o show com os braços cruzados e os óculos quadrados lá na ponta do nariz, olhou pro Chico Midubin que assistia com um sorriso assim meio maroto nos lábios com seu olhar desconfiado, e disse: "Vão `bora cumpadre que isso aí eu faço..." Foi realmente o que aconteceu no "encontro" de Joanir Maurício e Sivuca, DUAS FERAS DO ACORDEON. Valeu muito a sua intenção de homenagear e relembrar meu Pai. Uma felicidade enorme, um respeito maior ainda, e um agradecimento profundo por suas palavras e pela sua lembrança do nosso "Véio", que nos encheu de orgulho, saudades e gratidão. Nosso abraço amigo e a certeza de que tenho uma grande vontade de encontrar você e te agradecer pessoalmente.

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Mensagem N°37697
De: Rafael Aurelio de Castro Data: Sábado 16/8/2008 14:50:44
Cidade: Manga - MG

Estou chocado com o descaso da policia com os demais cidadãos de S. J. das Missões, e indignado com a falta de aplicação da lei.Hoje estava retornando de Januaria quando fui obrigado a voltar ate Itacarambi, pois a BR-135 esta bloqueada por individuos que se indentificam como xacriabas.Tive que traçar um novo trajeto para chegar em Manga, tive que fazer a travessia do Rio S. Francisco, ir ate a cidade de Mocambinho dai ate Matias Cardoso, so então fazer a travessia do Rio S. Francisco novamente e chegar à minha cidade, esse trajeto me rendeu mais de 120 km, mais ainda duas taxas de travessias, sendo que estava ha apenas 20 km de casa quando fui impedido de trafegar por uma rodovia de um Estado que pago todos os meus imposto, isso e o cumulo do absurdo,Se fosse os pobres sem terras ja tinha um batalhão la mandando balas de borracha (e de verdade) em todo mundo, mais como de dizem indios a lei não vale para estes.

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Mensagem N°37695
De: Fernando Soares Data: Sábado 16/8/2008 13:51:48
Cidade: São João das Missões-MG

Em São João das Missões nova manifestação "indigena" (xacriabas)atropela a constituição brasileira e tira o direito de ir e vir da população fechando a BR-135 e estradas vicinais do municipio.Um homem foi detido dentro da reserva e so foi liberado hoje pela manhã para levar o seguinte recado à população não indigena de Missões,( se algum não indio entrar aqui vai sofrer as consequencias pois nos podemos matar e nada vai acontecer com nos porque somos indios), isso e a visão de pessoas que veêm a constituição como meros rabiscos em papel, porque a lei não pode punir indios como qualquer outro brasileiro.

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Mensagem N°37692
De: José Prates Data: Sábado 16/8/2008 08:17:11
Cidade: Rio de Janeiro/RJ

Comunico-lhes que meu filho ANTONIO CARLOS GUIMARAES PRATES, advogado, faleceu ontem, vitima de parada cardiocirculario, aos 56 anos. Ele nasceu em Montes Claros, onde viveu toda infancia. Um abraço JPrates

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Mensagem N°37691
De: Luciano André Data: Sábado 16/8/2008 08:13:43
Cidade: Montes Claros

Em outros tempos em epócas de eleições os candidatos sujavam a Cidade e a "feiura" estampadas nos postes de energia eletrica, nos tempos "modernos" precisou - se criar Leis para que, não pregassem as suas "caretas" nos postes fazendo das cidades mais feias, engraçado que a cidade esta toda panfletada, papeis de todos os tipos de propagandas e propagandas enganosas, a lei não deveria ser para todos? deveriam punir estes poluidores do nosso visual.

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Mensagem N°37689
De: Raphael Reys Data: Sábado 16/8/2008 07:04:34
Cidade: Moc - Mg  País: Br

Ref. Mens. 37667 - Flávio Maurício. Todos os encontros são transcendentais, não existe o acaso. Apresente os meus respeitos a dona Estela. Beleza que temos a honra de tê-los como nossos leitores!

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Mensagem N°37688
De: Antonio Clarete Data: Sexta 15/8/2008 22:39:45
Cidade: BH

Mais uma vez longe da festa de agosto, mas so a foto do padre Henrique, vale para matar a saudade

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Mensagem N°37682
De: Waldyr Senna Data: Sexta 15/8/2008 15:47:14
Cidade: montes claros/MG

Falta entusiasmo
Waldyr Senna Batista
Vistas no papel, as coligações partidárias montadas pelos três candidatos a prefeito impressionam pela quantidade de siglas que exibem. Na prática, não passam de ajuntamentos formados apenas para garantir tempo no rádio e na televisão para a propaganda eleitoral. À maioria faltam votos e afinidade.
No grupo comandado pelo prefeito Athos Avelino, o PPS só tem peso por ser o partido do prefeito, que detém a máquina administrativa, e o PTB, por apresentar candidatos a vereador geralmente bem votados. Os demais, incluindo o PT, a que pertence o candidato a vice-prefeito, contam pouco. Os petistas, além de serem em número reduzido, não se entendem internamente e estão divididos, porque o grupo derrotado na renovação do diretório não se integrou na campanha.
Na coligação liderada pelo PMDB, que lançou Luiz Tadeu, a presença expressiva se resume ao PP, por causa da presença do deputado Gil Pereira, que recompôs antiga parceria com o ex-prefeito. Os dois, atuando em campos opostos, demonstraram força eleitoral. Os demais partidos praticamente não contam.
Quanto a Rui Muniz, lançado pelo DEM e tendo o PSDB como aliado, teoricamente poderia desfrutar de situação privilegiada. Mas, efetivamente, ele não pode contar com nenhum dos dois partidos, que optaram por cruzar os braços, haja vista que ninguém do chamado alto-clero se fez presente na passeata realizada no último sábado. Além disso, há sinais de que o candidato é alvo do chamado fogo-amigo, eufemismo que serve para denominar boicote. A partir da homologação, em vez de crescer, sua candidatura perdeu muito do ímpeto inicial.
O artificialismo que predominou na composição dos grupos, ligados a interesses que não o de fortalecer as candidaturas a prefeito, talvez explique a reduzida movimentação das três campanhas. Elas estão em compasso de espera, na suposição de que recuperarão o tempo perdido a partir dos programas televisivos que começam no dia 19. Uma aposta de alto risco, considerando-se que faltam exatos 50 dias para a realização do pleito. Se o chamado comício eletrônico não produzir o milagre esperado, não haverá tempo bastante para adoção bem sucedida de estratégia alternativa.
Enquanto aguardam, os candidatos vão “cozinhando” a campanha com reuniões domiciliares e no corpo-a-corpo nas ruas. O do PMDB, nas primeiras visitas feitas após a convenção de homologação, mostrava-se empenhado em reformular a imagem de agressividade que é sua marca e que ele utilizou amplamente na fase da pré-campanha, quando usava o rádio para pregações demolidoras, até ser silenciado pela justiça eleitoral. Nesses contatos, ele anunciava haver expurgado os “aloprados” do seu grupo,e se reconciliado com antigos colaboradores. Uma inédita imagem “zen” que será avaliada nos programas de tevê.
O prefeito-candidato usou o telefone para seus primeiros contatos com formadores de opinião, aos quais dizia ter sacrificado os dois primeiros anos do seu mandato na recuperação das finanças do município, o que lhe causou grande desgaste. Mas não se arrepende disso, confiante em que o reconhecimento da população virá com as obras que vem executando e que só se viabilizaram graças ao saneamento realizado – dizia o prefeito.
O candidato do DEM/PSDB não está conseguindo superar os obstáculos postos em seu caminho pelas figuras que compõem o núcleo-duro dos dois principais partidos que deviam apoiá-lo. A essa altura, as dificuldades parecem intransponíveis, restando-lhe investir no eleitorado jovem, que tem sido a base de suas campanhas.
Nos moldes em que se desenvolveu até agora, a atual campanha difere totalmente do modelo usual. Nela é patente a ausência de vibração tanto por parte do eleitor como dos candidatos.

(Waldyr Senna é o mais antigo e categorizado analista de política em Montes Claros. Durante décadas, assinou a "Coluna do Secretário", n "O Jornal de M. Claros", publicação antológica que editava na companhia de Oswaldo Antunes. É mestre reverenciado de uma geração de jornalistas mineiros, com vasto conhecimento de política e da história política contemporânea do Brasil).

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Mensagem N°37679
De: Afra Helena S.. Prates Data: Sexta 15/8/2008 14:44:37
Cidade: Rio de Janeiro RJ



Faleceu hoje à zero hora, o Dr. Antônio Carlos Guimarães Prates, filho do colunista José Prates. O extinto que nasceu em Montes Claros, foi enterrado hoje às 13,30 no Cemitério da Saudade em Mesquita.

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Mensagem N°37677
De: Alexandre Takaki Data: Sexta 15/8/2008 13:28:22
Cidade: Montes Claros

Quero deixar minha total indignaçao perante a organização da festa de agosto,mas antes gostaria de deixar bem claro que sou totalmente a favor dessa festa,pois valoriza o nosso folclore e mantem a nossa tradição.O que eu acho de errado,é a prefeitura "paralisar",o centro de grande fluxo para isso,pois a cidade ja não suporta tantos carros,e ainda fecham uma rua de tanta importancia como aquela????? Percebe-se um aglomerado de carros e motoristas nervosos e impacientes e principalmente pedestres apavorados correndo para não serem atropelados (...) pois se cada vez que houver um evento nós tivermos que passar por isso,é melhor nos avisar para nos trancarmos em casa,ja que as ruas ficam impossivel de se locomover E lembrando que os "catopes" nada tem haver com isso,e sim os governantes que comandam a nossa cidade obrigado

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Mensagem N°37675
De: Júnior Data: Sexta 15/8/2008 11:54:27
Cidade: Montes Claros

Está um verdadeiro "caos" a falta de água em Montes Claros. A falta de abastecimento de água por parte da copasa já perdura a mais de duas semanas. Até quando sofreremos... mas a conta não deixa de chegar, e com valores absurdos... Sem falar no VELOX...

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Mensagem N°37674
De: Liliane Data: Sexta 15/8/2008 11:51:53
Cidade: Montes Claros

Escrevo neste mural simplesmente para ratificar a mensagem 37669.Quando Alves escreveu: "Eles conduzem a melhor parte de nossa alma", o sentimento que tive foi uma necessidade,uma obrigação de confirmar que é a nossa alma que está sendo conduzida através dessas pessoas simples e humildes,alma que por sinal está sendo muito bem conduzida,afinal, uma tradição movida à paixão não podia fazer outra coisa a não ser nos apaixonar! Aplaudamos todos a essa grande festa!

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Mensagem N°37671
De: Rose Soares Data: Sexta 15/8/2008 09:31:30
Cidade: moc

ref. mens. 37669 parabéns Alves! vc soube expressar realmente o que eu sinto em relação ás festas de agosto. Os catópês não tem culpa da "bagunça" que virou o centro, e nem lucra com as "barraquinhas". O negócio deles é manter a tradição dessa festa, álias totalmente religiosa.

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Mensagem N°37670
De: Jr. Data: Sexta 15/8/2008 09:19:04
Cidade: Montes Claros - Mg

para mauricio talma, Mensagem N° 37638 Caro Mauricio, os Catopês não tem nada a ver com a venda de bebidas. Os catopês são parte de uma cultura, de danças, músicas, vestimentas e cerimônias. As bebidas surgiram como oportunismo por parte dos comerciantes, os quais, nada tem em comum com as solenidades festivas de agosto.

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Mensagem N°37669
De: Alves Data: Sexta 15/8/2008 08:54:43
Cidade: Montes Claros

Até aqui, o que chama atenção nas Festas de Agosto deste ano é um uniforme bastante bizarro e fora da tradição da marujada, comandada por Miguel. Segue padrão de outras regiões, é sem brilho e sem graça. Muito diferente daquele fardão de cores vermelhas que sempre encantou gerações de M. Claros. Ô Miguel, deixe este uniforme para outras terras e volta com as cores nossas, tão belas...
Também chamou atenção um certo chapeu de fankeiro usado pelos Caboclinhos. Mas, estes estão imensamente perdoados. Acabaram de perder o seu chefe, Joaquim Poló, que comandou o grupo por 20 anos.

Aliás, este ano é a primeira vez que as Festas de Agosto não têm a presença de dois dos seus mais ilustres líderes: o citado Joaquim Poló, pedreiro, que "brincou" nas festas por 51 anos, e o mestre carapina Senhô, que por mais de 60 anos enriqueceu o ato de maior cultura de Montes Claros, com sua presença alta, elegante, gentil. Senhô, há cerca de 5 anos, comparecia às três missas dos Reinados e do Império numa cadeira de rodas, chorando. Estava trabalhando na zona rural, fazendo telhados como sempre, e tentou correr de uma vaca brava. Caiu de um viaduto de trem, lesionou a coluna e ficou paralítico. Assim caminham as festas de agosto, um substituindo o que parte. A turma de Joaquim Poló, os caboclinhos, está sendo liderada pela viúva Lena, pela filha Socorro e por Dinzão, o filho de 14 anos, escalado pelo pai para substituí-lo no comando dos Caboclinhos. O chapéu, lamentavelmente tipo fankeiro, tem uma palavra de saudade para Poló, que contudo não o aprovaria. Todo o grupo usa um lacinho preto na manga, em sinal de luto pelo patriarca, velho costume de Montes Claros que conserta em sentimentos o equívoco do chapéu de fankeiro. (Aqui eu pergunto: como é mesmo que se escreve esta palavra feia - fankeiro, fanqueiro ou funkeiro. Não sei. As três são péssimas, não cabem nunca numa festa de Catopês, Marujos e Caboclinhos de Montes Claros). Segue a vida. Uma última coisa: os dançantes não têm culpa pelos transtornos na avenida Coronel Prates, nem pela sujeira no local. A tradição deles é atravessar a cidade, durante três noites, para fincar os três mastros - de Nossa Senhora do Rosário, de São Benedito (o desfile será daqui a pouco) e do Divino Espírito Santo, neste sábado. Desfile noturno. Voltam nas manhãs seguintes, percorrem o centro, abrindo alas para os Reinados e o Império. Têm o direito eterno de percorrerem este caminho, iniciado quando isto aqui era ainda a Vila das Formigas. Não causam transtornos, nem bebedeiras, nem comedeiras. Bem, um ou outro às vezes sai da linha....coisas da vida. As demais queixas não devem ser endereçadas a eles, homens pacatos, simples, honestos. Herdeiros da maior tradição desta cidade que, em alguns momentos, por desinformação, não os reconhece. Mas, eles, ainda que não saibam explicar em palavras, conhecem cada mílímetro do chão que pisam. Por favor, não culpem os Catopês. Eles conduzem a melhor parte de nossa alma. (Desculpem a pressa, os erros, a linguagem também tosca. Saio agora, para correr atrás deles, e aplaudir).

***

As fotos

1 - As quatro primeiras mostram os Caboclinhos. É a primeira vez que saem nos últimos 21 anos sem o seu chefe, o pedreiro Joaquim Poló, que morreu, de câncer, há um mês. A caboclada pôs luto na manga da camisa e abriu a boca para homenagear o chefe morto, um dos maiores beneméritos da cultura popular de Montes Claros.
2 - O jovem marujo leva no colo, dormindo, o marujinho seu filho, que um dia vai sucede-lo na tradição que herdou de pais e avós. Um puxa o outro pela mão; alguns, como este, levam no colo. São muitos, em todos os grupos.
3 - O Pequeno Catopê olha para o alto, para a câmera, e a Marujada desfila com o tradicional fardamento azul e vermelho; na foto seguinte, Miguel inova com a vestimenta branca, que provocou surpresa e já saudades das roupas tradicionais que eles vestiam;
4 - A mãe e as cinco crianças que chegam são a viúva e os netos de Joaquim Poló. Vêm apressadas, bem cedo, para o Reinado de São benedito. Seguem as ordens do mestre Poló, que nos últimos momentos de vida recomendou repetidamente: "não deixem que morra a tradição dos caboclinhos". Quase todo o grupo é constituído por filhos e filhas do casal, netas e netos, como estes cinco.
4 - Dona Fina de Paula, esposa do historiador Hermes de Paula, mãe dos historiadores Walmor, Virgílio e Virgínia acompanha o desfile de uma cadeira de rodas, emocionada. Foi Doutor Hermes quem impediu, na década de 60, que a tradição dos Catopês, Marujos e Caboclinhos fosse declinando em Montes Claros. Ele dispôs do seu próprio patrimônio material para contornar a extinção iminente.
5 - Nas últimas fotos, padre Henrique, a amada doce figura que a Espanha enviou para Montes Claros há 40 anos, aguarda o início do Reinado de São Benedito, na praça Dr. João Alves, rodeado e aclamado pelas crianças. Este espanhol é, por todos os títulos, um dos maiores montesclarenses de todos os tempos, e como tal reconhecido.

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Mensagem N°37668
De: Guedes Data: Sexta 15/8/2008 08:31:20
Cidade: Presidente Prudente/SP

Encontrei o site de vocês navegando em busca de histórias de cidades antigas, pois meu pai era de Itanhandú (nasceu lá em 1910) e sempre tive curiosidade para conhecer essas cidades de Minas. Bom, o fato é que achei este site muito interessante e acredito que tenha uma enorme audiência. Tenho uma (...)

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Mensagem N°37667
De: Flávio Maurício Data: Sexta 15/8/2008 08:08:55
Cidade: Januária - Montes Claros  País: Brasil

Raphael Reys, dona Estela, esposa do Joanir Maurício, agradece imensamente o bem lembrado fato da visita do artista Sivuca... com este fato mudou-se o rumo da vida de Seu Joanir... deixou a sanfona e as madrugadas e pos a trabalhar para a famíla... Obrigado.

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Mensagem N°37666
De: Raphael Reys Data: Sexta 15/8/2008 06:43:30
Cidade: Moc - Mg  País: Br

Ref: mens. 376661 de 18/08/2008 - Meu caro Flávio Maurício é uma honra poder escrever sobre esse ilustre montes-clarense, Joanir Maurício. Mais ainda poder com saudade recordar a sua verve, seu humor que encantava a todos.

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Mensagem N°37663
De: Ivanete Figueiredo Data: Quinta 14/8/2008 19:34:59
Cidade: Uberlândia

Para Cristiane (msg 37656) Concordo plenamente com você a respeito das Festas de Agosto que acontecem aí em Montes Claros. Que Saudade!!! O sr Gumercindo não deve mesmo saber o significado de tudo isso.
Sou prima do Mestre Zanza e fico com o coração partido de não poder está aí neste mês. Inclusive o meu sobrinho que ainda nem tem um ano de idade participará da festa vestindo a roupa de catopê que foi usada por meu filho que hoje tem 10 anos. Esta festa vai passando de geração. Assim foi com minha vó, minha mãe, eu, meus filhos e agora meus "sobrinhos-netos".

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Mensagem N°37661
De: Flávio Maurício Data: Quinta 14/8/2008 18:32:16
Cidade: Januária -Montes Claros  País: Brsil

Obrigado RAphael Reys por lembrar Joanir Maurício e Sivuca... duas grandes personalidades brasileiras no arte da acordeon ou "sanfona" como o interior brasileiro conhece... Joanir Maurício deixou muita saudades... amém.

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Mensagem N°37660
De: Manoel Casagrande - Cidadão Data: Quinta 14/8/2008 18:10:43
Cidade: Januária - MG

Gostei muito deste monitoramento feito em Montes Claros pelas câmeras de TV.Só está faltando agora colocar câmeras perto dos cofres da prefeituras deste Brasil. Será que dá jeito?

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Mensagem N°37658
De: Sabrina Data: Quinta 14/8/2008 17:24:15
Cidade: montes claros/mg  País: brasil

(...) A prefeitura lavou as ruas ultilizando um caminhão pipa nas proximidades da Av coronel prates e praça portugal para receber a sua publico alvo do catope, agora vamos ver se eles vão lavar as ruas novamente após o termino do evento pois as portas das lojas estao um fedor só insuportavel de urina.Quero ver se a prefeitura vai zelar pela limpeza da cidade

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Mensagem N°37656
De: Cristiane Data: Quinta 14/8/2008 16:05:06
Cidade: Montes Claros//MG  País: Brasil

Para a mesg. 37618 - Sr. Gumercindo, alguma vez o Sr. leu, estudou ou ao menos ouviu dizer a respeito das festas de agosto, suas origens, raízes e importância? Antes de dizer algo a respeito de nosso folclore, de enchovalhá-lo, sugiro ao Sr. ser mais diligente e estudar e ou procurar entender mais sobre o assunto.

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Mensagem N°37652
De: Renato Data: Quinta 14/8/2008 14:36:49
Cidade: Montes Claros

gostaria de complementar minha mensagem sobre a festa de agosto na av. coronel prates. nunca tinha vivido tão perto de uma barraca desta de comidas e bebidas. temos duas delas na frente da nossa loja, onde podemos ver a total falta de higiene (cadê a vigilãncia sanitária?), carne colocadas embaixo da bancada sem as devidas proteções, comidas guardadas de um dia para outro sem refrigeração. lavam as vasilhas em tambores com água estocada com resíduos desta lavagens. o lôdo que já formou neste dois dias nas proximidades, já apresenta um forte ôdor. venham aqui e comprovem, dêem a volta na barraca e vejam com seus próprios olhos se estou inventando alguma coisa. pensem antes de degustar estas preciosidades, o corpo agradecerá.

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Mensagem N°37651
De: Antonio Pacheco Data: Quinta 14/8/2008 14:34:34
Cidade: Frutal/MG

Interessante a notícia com as imagens das câmeras de segurança no centro de Montes Claros. Já é uma arma a mais para combater a violência de Montes Claros. Estamos na torcida para que os índices de violência em nossa querida Montes Claros diminuam. Atualmente moro em uma cidade tranquila no Triângulo mineiro, mas sempre acesso o site em busca de notícias da região. Fiquei muito feliz ao ver nas imagens, o Dr. Haroldo Lívio, pessoa que eu admiro muito e que certamente, é um dos grandes responsáveis por eu hoje estar morando e trabalhando aqui no Triângulo.

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Mensagem N°37650
De: Raphael Reys Data: Quinta 14/8/2008 13:38:00
Cidade: Moc - Mg  País: Br

SIVUCA E JOANIR


1957. A terra de Figueira comemorava o seu Centenário e como uma das atrações principais houve apresentação do sanfoneiro Sivuca. A propaganda do evento artístico chegou até o nosso Joanir Maurício, pintor, caçador de mocós, sanfoneiro dos bons, seresteiro.
Ao receber a notícia do evento e por não conhecer o artista contratado, Joanir, consertando o chapéu Ramenzon XXX na cabeça ao estilo cowboy, desconsiderou. Torceu o nariz e falou: Quem? Sivuca! Mais quá!
Em cima do seu cavalo alazão, corpo torto pelo peso do Smith and Wesson 38, reafirmou a sua superioridade de sanfoneiro sobre o tal de Sivuca.
Ao interlocutor que ressalvava as qualidades do artista visitante disse: sou mais eu! Além de sanfoneiro sou desenhista, pintor, caçador dos bons e marceneiro. De um pedaço qualquer de madeira bruta faço um sanfoneiro marca Sivuca, com um pé de bode na mão!
Já ia rompendo quando voltou e completou o seu raciocínio: debaixo da minha sanfona de oito baixos eu respeito somente Luiz Gonzaga e olhe lá!
Dona Estela, sua esposa, que assistia ao diálogo, deu-lhe um ingresso para o show, caso ele resolvesse ir ver o tal de Sivuca.
No dia do espetáculo, boca da noite Joanir já tomava a sua Viriatinha quando deu a sapituca de ver o tal de sanfoneiro falado. O céu tinha cara de chuva e Joanir montou no seu fiel alazão, vestiu a capa Colonial três Coqueiros, calçou a sua bota Agabê, consertou o pau de fogo no currião e partiu.
Andando no seu pisadô manso, característico dos Mauricio, chegou ao Cine Montes Claros onde já acontecia o show perto do encerramento do mesmo. Tomou, sorrateiramente ao seu modo, o rumo dos fundos do palco, levantou discretamente uma beirada da cortina e se pasmou.
Sivuca, encerrando o show e para delírio da platéia que o aplaudia de pé, tocava no teclado da oito baixos os nomes das pessoas que eram lançados pela platéia. Dedilhava como os diabos e fazia a sanfona falar o que quisesse.A galera pulava como uma farândola de diabretes!...
Acabrunhado com o que viu, Joanir botou a sua sanfona no saco e gramou o beco de volta para casa.
Ao chegar em casa, apanhou a sua oito baixos, botou em cima de um velho pilão de madeira no quintal, tacou querosene no instrumento e ato seguinte efetuou seis disparos certeiros.
O fogaréu torrou a sanfona que chiava emitindo sons fantasmagóricos e desarmônicos.
Em seguida, o nosso Joanir tirou o chapéu em sinal de respeito ao sanfoneiro nordestino e encerrou aí a sua carreira de tocador de oito baixos tupiniquim...

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Mensagem N°37642
De: Luiz Ortiga Data: Quinta 14/8/2008 10:48:01
Cidade: Brasilia/DF

Nesta época do ano, ao olharmos para a folhinha, vem aquela saudade imensa de Montes Claros com sua festa mais tradicional, mais antiga. Os catopês, caboclinhos e marujos. Quantas saudades da minha infância, veem à memória aquelas músicas que jamais esquecemos pela vida afora. Duvido que haja quem não goste desses folfuedos. Talvez quem não entenda bem o espírito de uma velha tradição genuinamente montesclarense.

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Mensagem N°37641
De: li Data: Quinta 14/8/2008 10:20:46
Cidade: Montes Claros

Fico emocianada sempre que vejo Sr Edson e suas ações humanas, desprovido do materialismo que o cerca, vida simples, mas de um coração maior que o mundo. Ama as crianças, luta para dar o exemplo da doação, e já presenciei várias vezes em que Sr Edson ajudou a quem na praça estivesse, precisando de um vale, faltando dinheiro para adquiri-lo.... Na verdade seu caráter é o que todos deviam seguir, suas boas ações emocionam, porque nos lembra do que deviamos fazer e nos esquecemos.....

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Mensagem N°37640
De: Hugo Data: Quinta 14/8/2008 10:14:28
Cidade: Moc

Além da Súmula Vinculante n. 11, sobre o uso de algemas, o Supremo Tribunal Federal também aprovou a Súmula Vinculante n. 12, que diz: “A cobrança de taxa de matrícula nas Universidades Públicas viola o disposto no artigo 206, inciso IV, da Constituição Federal”.

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Mensagem N°37639
De: Estado de Minas Data: Quinta 14/8/2008 09:24:04
Cidade: Belo Horizonte/MG  País: Brasil

Montes Claros revive de hoje a domingo festival de cultura popular com concentrações e desfiles de grupos folclóricos
Luiz Ribeiro

A partir de hoje, a alegria dos grupos de catopês, marujos e caboclinhos toma conta das ruas de Montes Claros, no Norte de Minas. Eles são os principais astros das centenárias Festas de Agosto, que vão até domingo, atraindo centenas de visitantes, estudiosos e pesquisadores da cultura popular. Depois de vários anos realizadas na Praça da Matriz, as festividades retornam ao seu local original, na Avenida Coronel Prates e na Praça da Igrejinha do Rosário, no Centro.
O Reinado de Nossa Senhora do Rosário, dominado pelas cores azul e branco, sai hoje, às 9h, da Praça do Automóvel Clube em direção à Praça da Igrejinha do Rosário. À noite, haverá o levantamento do Mastro de São Benedito. Amanhã, às 9h, sairá o Reinado de São Benedito, com as cores branco e rosa. No sábado, haverá o desfile do Império do Divino, com domínio da cor vermelha. Domingo à tarde, será realizado o Encontro de Ternos de Congado, com a participação de grupos folclóricos de outras regiões de Minas. O cortejo sairá da Praça da Matriz em direção à Igreja do Rosário.
Devido às festas, o trânsito será interrompido na Avenida Coronel Prates, que ganhou uma decoração inspirada no colorido das fitas dos capacetes e roupas usadas pelos catopês. No mesmo local, à noite, acontecem apresentações artísticas. Além disso, os visitantes podem saborear as iguarias da região, com destaque para a carne-de-sol, servidas nas barraquinhas.
As festividades são realizadas há 168 anos, tendo como principais astros os catopês, pessoas simples como pedreiros, serventes e carroceiros, que nesta época do ano deixam seus afazeres para se dedicar à devoção. Ao todo, são seis grupos, incluindo os caboclinhos e marujos.
HISTÓRIA O escritor e historiador Haroldo Lívio conta que as festas nasceram a partir da religiosidade dos negros. Primeiro, surgiram os catopês. Em seguida, apareceram os caboclinhos, que representam os índios, juntamente com os grupos de marujos, herança da cultura portuguesa.
De acordo com o escritor, há cerca de 40 anos, as Festas de Agosto correram o risco de acabar. Mas, foram mantidas graças ao empenho do falecido médico e historiador Hermes de Paula, que também registra como surgiu a tradição no livro Montes Claros, sua gente, sua história e seus costumes. “O Doutor Hermes, com recursos próprios, bancou as Festas de Agosto e evitou que elas desaparecessem”, afirma Haroldo Lívio.
O historiador destaca a importância da preservação da tradição. “As Festas de Agosto representam a identidade cultural de Montes Claros. Se as festas acabarem, a cidade fica sem alma”, avalia o escritor. Por outro lado, ele lembra que hoje a tradição é preservada com o apoio do Poder Público.

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