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montesclaros.com - Ano 25 - sexta-feira, 20 de setembro de 2024
 

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Mensagem: A casa de Stroessner Manoel Hygino Jornais da semana passada davam conta de uma descoberta, considerada macabra: era de três crânios e outros restos humanos, enterrados em um banheiro da mansão de propriedade do general Alfredo Stroessner, que governou ditatorialmente o Paraguai por muitos anos, inclusive correspondentes a Getúlio Vargas no Brasil. Stroessner governou o país com mãos de ferro e, até hoje, investigam-se mortos, cujos corpos não foram identificados, desaparecidos na mais longa ditadura da América do Sul. Apelidada de “A Casa de Stroessner” ou “A Mansão do Horror”, foi construída na década de 1970 e fica em Ciudad del Este, na conhecida tríplice fronteira com o Brasil e a Argentina, passagem obrigatória dos brasileiros que atravessam a famosa Ponte da Amizade para fazerem compras e trazerem muambas para o lado de cá. Acontece que o imóvel esteve abandonado por muitos anos, desde a queda do presidente, e, lá como aqui, sofreu invasão de cerca de 180 famílias “sem teto”. Eles (os invasores) encontraram, há duas semanas um úmero e vários crânios, três fêmures e restos soltos. Tudo foi guardado, rotulado com a placa de “protegido”. O material vai para Assunção, disse Rogelio Goiburú, da Unidade Especializada de Direitos Humanitários. De quem eram estas partes de corpos? Tem-se como muito provável tratar-se de gente de certo prestígio, senão lá não se achariam. Se prisioneiros comuns, contrabandistas talvez, deveriam estar em locais menos guardados. O repórter Edmar Morel, que trabalhou, no Rio de Janeiro, para os principais jornais do Brasil à época dos dois presidentes, visitou mais de uma vez aquela região, chamando a atenção para o fato de ser Stroessner de origem germânica: “o Paraguai que encontrei tinha censura prévia, cárceres cheios e serviam de abrigo a refugiados nazistas”. Morel, contudo, admoesta que no Paraguai havia campos de concentração no Chaco, onde se prendiam os inimigos do regime, desde o governo de Higino Morinigo, um ano depois, do final da guerra, em 1946. Por sinal, o presidente esteve em Belo Horizonte, então, e a cidade foi preparada com cartazes para saudá-lo. O jornalista comentou sobre Morinigo, “tipo perfeito do ditador sul-americano, saiu da caserna, chegara ao poder com um golpe, tal qual diversos tiranos que infelicitaram os povos do hemisfério, sufocando as liberdades políticas de seus povos. Morinigo, porém, tinha um toque especial pessoal: bonachão, barrigudo, contador de anedotas, não era arrogante”. A visita do repórter brasileiro ao campo de concentração só se deu no dia seguinte, quando já esvaziado de tudo que lá se encontrava, até o arame farpado que o cercava. Agora, resta aguardar as diligências do atual governo guarani em busca da identificação dos ossos encontrados na “sagrada mansão” perto à fronteira.

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