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montesclaros.com - Ano 25 - sexta-feira, 20 de setembro de 2024
 

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Mensagem: OGO DE GATA-PARIDA

Waldyr Senna Batista

A poucas semanas das convenções que homologarão os candidatos a prefeito, em Montes Claros o quadro parece definido. Persistem uma pendência, cujo desate não influirá muito na composição geral, e desacerto interno no PT, que mexe apenas com peças secundárias. A resolver, restará a escolha dos vices, que serve para coligações com vistas ao horário no rádio e na TV.
Situação bem diferente de quatro anos atrás, quando tudo se resolveu de afogadilho, na calada da noite. Na undécima hora, surgiram nomes que sequer haviam sido mencionados e se formaram chapas de feitio “frankestein”, juntando pedaços que não se agregavam e, por isso, não poderiam dar certo. Além disso, a interferência do palácio da Liberdade no processo foi inoportuna e repelida pelo eleitorado ao ponto de ser alijado do segundo turno o candidato tido como franco favorito, em benefício do que tinha todas as características de “azarão”.
Na pré-campanha deste ano, afora o falso suspense na área do Democratas, que envolve Jairo Ataíde e Rui Muniz, mas que deverá confirmar Jairo, a dúvida é quanto ao desdobramento desse aparente litígio: Rui se acomodará, aceitando o cala-boca da vaga de vice, para ele próprio ou para sua mulher, Raquel, ou abrirá dissidência, apoiando informalmente candidato a prefeito de outro partido (que poderá ser a própria Raquel) ?
A outra questão refere-se ao diretório do PT, que saiu dividido da recente convenção que renovou sua direção local. Esse partido, cujo potencial, aferido na eleição passada, é de meros 5% do eleitorado ( menos de 10 mil votos), está se consumindo entre dois nomes para companheiro de chapa do prefeito Athos Avelino, sem que este tenha se pronunciado publicamente sobre sua pretensão à reeleição. O PT põe o carro adiante dos bois, insistindo em indicar o candidato a vice. Na verdade, o coração do prefeito bate mais forte a favor de uma aliança com o PTB, devido a vantagens ( inclusive financeiros) que o PT não pode dar. O martelo ainda não foi batido devido a questões éticas, mas, se tivessem desconfiômetro, os petistas teriam percebido que já não têm espaços na prefeitura, estando submetidos a autêntico jogo de gata-parida.
O PT tem o atual vice, Sued Botelho, que vaga pelos corredores do casarão da prefeitura como fantasma que não assombra ninguém. Ele não conta com o apoio nem do diretório do seu próprio partido, defenestrado que foi por forças alienígenas comandadas pelos deputados Virgílio Guimarães ( de Curvelo) e Paulo Guedes (de Manga) , que desejam renovar a coligação com o prefeito, mas preferem Marcos Maia no lugar do atual vice.
Os dois deputados desceram de pára-quedas na política local e passaram a pilotar poderoso trator para triturar o grupo que há tempos domina a legenda, mas que, a juízo deles, tem demonstrado total inapetência política, ao ponto de não ter sabido aproveitar a onda favorável do lulismo para ampliar sua influência. Ao contrário, nesse período, o PT encolheu, perdendo os dois representantes que tinha na Câmara municipal. Externamente, o grupo de Sued Botelho passou a sofrer bombardeio até de legendas “nanicas”, que fizeram convenções e aprovaram apoio ao prefeito, desde que o candidato a vice seja Marcos Guimarães. Um posicionamento no mínimo esdrúxulo, com a marca de coisa encomendada.
Os conflitos íntimos do PT parece não preocupar o prefeito, que provavelmente até torceria pela não solução deles, pois tem à mão a aliança com o PTB, tida como mais vantajosa. E, quanto ao quadro geral, esses desacertos são também considerados irrelevantes. Os candidatos a prefeito serão os de que se tem falado, pois eles são donos das legendas a que estão filiados e não admitem partilhá-las com novos comensais no banquete eleitoral, a não ser como coadjuvantes.

(Waldyr Senna é o mais antigo e categorizado analista de política em Montes Claros. Durante décadas, assinou a ´Coluna do Secretário´, n ´O Jornal de M. Claros´, publicação antológica que editava na companhia de Oswaldo Antunes. É mestre reverenciado de uma geração de jornalistas mineiros, com vasto conhecimento de política e da história política contemporânea do Brasil).

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