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montesclaros.com - Ano 25 - quinta-feira, 18 de abril de 2024
 

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Mensagem: Oito presentes Alberto Sena Fiz o suprimento, hoje. Ganhei oito presentes. Duma vez só. Ganhei requeijão, de Salinas; marmelada, de São João do Paraíso; pequi de Japonvar; mel de aroeira em garrafa, castanhas do pará, castanhas de caju e amêndoas portuguesas. Pergunto com toda sinceridade: tem presentes melhores do que estes? Evidentemente, tem sim. E o leitor atento exclamará perguntando: “O que é?!” Respondo: o oitavo presente, que passou batido na contagem de quem lê o texto. Quer dizer, a pessoa que me trouxe os presentes dentre todos é o melhor. E foi de surpresa, sabe como é? Antes, ela dizia, talvez “não tenha como ir ao Mercado Central de Montes Claros”, voltando de Belo Horizonte. Conformei-me com a explicação dela e pensei com os botões da camisa aos borbotões, “mais tempo vou ficar sem o meu suprimento”. Não é que eu tenha alguma coisa contra o requeijão, daqui, de Grão Mogol, mas o de Salinas tem um sabor especial. A marmelada pode ser de qualquer lugar (menos as de Brasília (DF) – “marmelada de cachorro.”), mas a de São João do Paraíso tem o seu lugar. Inda mais a da banca de uma mulher, o nome dela desconheço. O tijolo do doce vem muito bem embalado, e segundo disse a quem me trouxe de presente, “está novinho”. E está mesmo. Antes da palha de bananeira, o doce é coberto por “insulfilm” e abaixo da palha de bananeira, dentro de um saco plástico, está o doce propriamente dito. O pequi... Ah! Achei que só ia ver pequi na safra de 2018. Para mim foi grande a surpresa quando ao me aproximar da janela do carro em que ela chegou. Senti logo o cheiro predominante de pequi. Claro, há quem não goste e respeito o desgosto de quem quer seja. Mas o pequi... Não fosse o pequi, o sertanejo seria totalmente diferente do que é. Mel. O mel tem o seu lugar aqui na nossa mesa. Ouso fazer outra pergunta: há trabalho mais bonito do que o trabalho das operosas abelhas? Elas vão de flor em flor, rimam zumbido com amor e produzem essa delícia. E por falar nas abelhas, o mundo corre sério risco: os venenos jogados nas lavouras e outros fatores estão acabando com as abelhas. Sem abelhas não há polinização das plantas. Sem polinização das plantas não há multiplicação dos alimentos. Não havendo alimentos estamos todos sob risco de irmos embalados para o “beleléu”. Quanto à castanha do pará, dizem os entendidos, contém um mineral chamado Celênio. Esse mineral atua diretamente na membrana protetora das células do corpo, retardando o envelhecimento delas. Se a célula fica exposta, sem a membrana protetora, acelera o processo de envelhecimento. Basta comer uma por dia. Castanha de caju também é importante. Chamam-na de “aliada dos diabéticos e do coração”. Deixei por último as amêndoas portuguesas porque delas, com certeza, eu posso lhes contar uma estória. Estava eu e outros companheiros de viagem nos arredores de Lisboa, Portugal, ouvindo palestra de campo numa mina de carvão, debaixo de uma árvore. Foi no ano de 1994. O tema era “como minerar e aproveitar a água do lençol freático”. O camarada português estava lá falando quando, de repente, ao olhar para baixo vi sobre a relva, pela primeira vez, as tais amêndoas, mas não atinei para a importância delas. Ainda assim apanhei uma e comi. E sucessivamente várias. Vi que caíam da árvore debaixo da qual estávamos. Travei então com elas os primeiros contatos. De lá para cá fiquei consumidor contumaz delas. Se há lugar que gosto de ir de quando em vez é o mercado. Acho excelente o Mercado Central de Belo Horizonte. Aliás, foi considerado o terceiro melhor do mundo. O Mercado Central de Montes Claros também é bom. Aliás, é o melhor da região. Quiçá, um dos melhores de Minas Gerais. E do Brasil? O mercado de Montes Claros, eu acho legal porque lá vendem desses presentes recebidos nesta manhã, 13 de março. O de Belo Horizonte não me serviria com tanta eficiência e eficácia. Não nego, lá é possível encontrar algumas bancas que comercializam mercadorias do Norte de Minas. Mas, o de Montes Claros tem características próprias. Possui o olor do sertão, do Cerrado, e aquela cor, como um verniz próprio não encontrado nem em outras partes do Cerrado. Todavia, o mais incrível é a capacidade de Montes Claros de absorver a fama de produzir os presentes como os mencionados. Não faz o melhor requeijão; não produz o pequi mais carnudo; não fabrica marmelada tão gostosa quanto à de São João; mel, certamente, não produz nem uma gota; e muito menos, ainda, castanhas. Mas fica com toda a fama. E os cobres.

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