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montesclaros.com - Ano 25 - sábado, 23 de novembro de 2024
 

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Mensagem: TRÊS DE PEDRO, UMA DE NAZARENO.
Nos anos 60, quando o alcáide-médico da terra de Figueira tomou conhecimento de que notívagos pisavam na grama do bem cuidado jardim do Automóvel Clube, ordenou ao Departamento de Serviços Urbanos da Prefeitura confeccionar placa de advertência tendo a mesma sida afixada no referido gramado.
No mesmo fora escrito: É proibido pisar na grama! Logo em seguida, na segunda linha: Quem não souber ler, peça ao vigia para fazê-lo. A suprema incoerência foi alvo de chacotas em todo o território nacional. Saiu inclusive na coluna O Impossível Acontece da popular Revista O Cruzeiro.
Na mesma gestão do alcaide chegaram à cidade, vindos de São Paulo e atraídos pela renda da municipalidade, um magote de 171 fazendo marketing, venda, instalação e manutenção de um relógio para logradouros públicos.
O dito era modelo internacional, última moda mo primeiro mundo. Em cada uma das suas quatro faces havia um cronômetro que marcava a hora em Paris, em Londres, em Nova York e ainda outro em Brasília. Tudo via Intelsalt!
Usufruindo a bufunfa da municipalidade trouxa e dos comerciantes enganados, as malas sem alça levaram três meses por aqui para montar e fazer operar a novidade. O maior Agapito! Os comerciantes afluíam diariamente ao logradouro, buscando ver o bom nome das suas empresas brilharem em néon naquela citada obra de arte contemporânea.
Depois de inaugurada, sob forte aclamação e comoção pública e expressivo festejo por parte da municipalidade e demais autoridades políticas presentes, aliando-se a presença das famílias vestidas em roupa de gala que, durante uma semana, tempo de funcionamento do relógio-agá, afluíam à praça Doutor Carlos, palco do espetáculo urbano para ver as horas internacionais.
Não demorou e logo outra notícia curraleira veio a ser veiculada pela imprensa nacional. Na residência do prefeito-médico, à rua Belo Horizonte, no centro, uma macaca orotango, criada em regime doméstico era filmada e fotografada lavando uma trouxa de roupas no tanque.
A meninada, animada pela novidade, subia ao muro da casa para ver a Chita lavadeira. A visitação foi de tal ordem, que o animal foi transferido com as suas presepadas para a fazenda do prefeito. Comenta-se que os assessores do alcaide usavam como marketing político à filosofia: Falem de mim, bem ou mal, mas falem! Toda a presepada era fruto de manobra da inteligência politiqueira tupiniquim!
Logo outra notícia quente correu a cidade em comentários à boca pequena! O conhecido cidadão da urbe, o popular Nazareno, cobra mais do que criada nas adjacências do Ateneu, e que na ocasião exercia o papel de secretário de consultório do médico-prefeito, fez a cabeça do mesmo instruindo-o a cobrar uma taxa mínima no valor de cinco cruzeiros.
Autorizada a cobrança, o secretário ficou encarregado de usar a verba para pequenos gastos como limpeza, compra de material de consultório e cafezinho a ser servido à sempre expressiva quantidade de eleitores e pacientes, que para lá afluíam em busca de tratamento médico gratuito.
O esperto Nazareno logo abriu uma poupança em seu próprio nome e andava com os bolsos barrufados. Como a impunidade campeava à solta, aproveitava o horário de meio dia às 2 da tarde, quando o médico almoçava e fazia a sesta para colocar o jaleco branco e atendia os pacientes novos com o nome de doutor Julião Branco.
Uma receita aviada indevidamente por ele a uma paciente sem a necessária precisão médica, foi observada por um farmacêutico criterioso, que acionou a polícia. Não fosse a influência do alcaide, o doutor Julião Branco tinha curtido um tremendo xilindró!

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