Receba as notícias do montesclaros.com pelo WhatsApp
montesclaros.com - Ano 25 - domingo, 24 de novembro de 2024
 

Este espaço é para você aprimorar a notícia, completando-a.

Clique aqui para exibir os comentários


 

Os dados aqui preenchidos serão exibidos.
Todos os campos são obrigatórios

Mensagem: SONHOS, DESAMORES E A LENDA DE ALBANY - Esta crônica é dedicada a Albany Chaves, com seu ar de mistério! 30/04/2010, Amelina Chaves levou-me, novamente à tiracolo, ao encantado povoado de Boa Sorte. Como condutor e guia: Altair Fonseca. Fomos ao lançamento do livro sobre a saga de Baltazar Duarte, o desbravador do Éden tropical. No Barreirinho, onde inicia o córrego Bandeira, com o outono já mostrando a sua face monótona, um festival aéreo de folhas em queda sincronizada caiam sobre nossas cabeças. Tocada pela aura poética do momento, Amelina solfejou... “Enquanto o vento dava/as folhas caiam/Siriri cantava/siriri caía...” Um sofrê amarelo ouro com suas miríades de notas tão altas, encantou-nos com seu canto bem acima da escala do dó normal. Os temidos xinhêns voavam em formação desencontrada próprias de predadores a caçar calangos, teiús e coelhos nas áreas ainda não reflorestadas. Ao longe, um expressivo matraquear de tucanos nas locas da serra e o leve estrepitar do burrico “Pequeno” sobre o caminho de pedras. Com um “quantum” de sentimentos eriçados, as nossas almas epidérmicas ansiavam pelas flechas de Cúpido. Aí, nos veio a recordação do poetinha, quando dizia que a vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro nesta vida... Estancamos o carro para observar o paredão de calcário onde Jacó, um quilombola, ousou alçar vôo com asas de palha catulé buscando a liberdade dos pássaros. Já à frente da casa de Baltazar e Isabel saboreamos biscoitos de queijo, polvilho e formamos uma roda de dois dedos de prosa. Falamos de sonhos, premonições, fase REM, volitação da alma em sua condição perispiritual, duendes, ondinas e elfos. Comentamos a mania de dar nós de Albany, uma filha de Amelina, Marte noturno, afilhada de Plutão. Baltazar, o guerreiro branco falou da história do poço da Barra do São Joaquim, o poço do côco da noite! Uma fábula relatada originalmente por Joaquim Rodrigues, que a recebeu de seu avô, que a recebeu de seu bisavô que por sua vez relata a ter recebido do seu tetravô na era do século XVII. O côco do poço guardava em seu bojo a “noite”, com seus mistérios e magias acorrentadas. Um dia chega a Boa Sorte um estranho e curioso personagem. Talvez um elfo disfarçado e usando chapéu jaberrou, vindo não se sabe de onde e quebrou o tal côco. Aí o tempo ficou bipartido. Dia e noite, cada qual no seu cada qual! Durante esse tempo que durou sete dias e sete noites, o dia ficou em cima da Serra do Marimbondo e a noite sobre a Serra dos Caetanos. Consta que Joaquim Rodrigues, o relator dessa lenda era catimbozeiro. Benzia até mordedura de serpente peçonhenta. Albany, a filha do meio de Amelina, que nasceu entre sete rebentos acima e sete abaixo, falou do mito da Sereia Do Pente De Ouro, que ofusca com seus raios a visão dos campesinos moradores próximo à lagoa do Riachão. Falou também da grande Jibóia Da Cabeça De Boi, que é a guardiã daquele portal de mutantes e mistérios. Logo mais as festividades de cultura do município, teatro infantil, ludoterapias, jogos, arrasta pé, discursos e muita emoção com os corações molhados pela chuva fina que caia e inflamados pela aragem que vinha da curva do rio.

Preencha os campos abaixo
Seu nome:
E-mail:
Cidade/UF: /
Comentário:

Trocar letras
Digite as letras que aparecem na imagem acima