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montesclaros.com - Ano 25 - quinta-feira, 2 de maio de 2024
 

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Mensagem: O FANTASMA DO CAMPO ALBERTO SENA A casa da Rua Corrêa Machado, 238, entre as ruas Dr. Veloso e João Pinheiro, em Montes Claros, se revelou, logo nas primeiras semanas, um dos lugares mais incríveis onde a família morou. Em verdade, em verdade digo a todos: cada lugar tem as peculiaridades próprias. Cada um nos é especial de modo diferente. A casa ficava justamente em frente ao campo de futebol do União, que dera origem ao Casimiro de Abreu. Havia um quintal pequeno na casa, mas um quintal interessante porque tinha pés de goiaba, abacate, pinha, fruta do conde, urucum e uma bela parreira sobre quatro colunas de ferro. E, ainda, sobrava espaço para as plantas diversas de dona Elvira. Mas o melhor mesmo era o campo de futebol. O campo ocupava o quarteirão todo da Rua Dr. Veloso à Rua João Pinheiro. Vinha sendo desativado porque o Casimiro de Abreu construía o campo do Bairro Todos os Santos. Mas volta e meia, ali era realizada uma partida entre times da cidade e servia como campo para treinamento. Craques da época, como Marcelino (ex-lateral do Atlético Mineiro) e o irmão dele, Moe-de-Ferro; Bispo e o irmão, Bonga; Felipe Gabrich, Zé Venâncio e João Batista Macedo, toda essa gente era vista ali naquele campo. Era um lugar onde se podia brincar de manhã e à tarde. Às vezes até de noite, com o auxílio da iluminação da Rua Corrêa Machado, a meninada batia uma bolinha. As ruas eram de terra. Nem se cogitava asfalto. Quando muito, só as ruas centrais de Montes Claros tinham paralelepípedos ou bloquetes. Enchente não havia porque a água da chuva penetrava facilmente a terra para formar o lençol freático. Quando era chegado o período das águas, fazíamos ‘olho de boi’ com os pés. Era assim: apoiávamos o calcanhar e a ponta do dedão no chão sem encostar a sola do pé na terra. Dávamos um giro de 360º no corpo e estava pronto o ‘olho de boi’ no chão, um círculo com a marca do calcanhar no meio, receita infalível para fazer parar de chover a fim de brincar na rua ou no campo de futebol. Ou para jogar finca com Chico Ornelas e o irmão dele, Quinzim; com os irmãos Paulo e Luís, filhos do ferreiro Simeão; e com Eustáquio, neto de dona Tina; além de, entre outros, Jésus e Osmar. O detalhe é que, aos poucos, como quem nada queria, abrimos um buraco no muro do campo e em pouco tempo uma criança de dez anos já podia passar em pé por ele. Foi quando de fato conquistamos para nós aquele espaço e disputávamos ali ‘peladas’ incríveis, todos os dias, de manhã e à tarde. Claro, quando eram chegadas as férias escolares. Não sei se o tempo passou ou se passamos pelo tempo, mas o fato é que anos mais tarde, os donos da área onde a essa altura era um campo de futebol desativado, iniciou o loteamento do terreno. Um dos primeiros a construir casa dentro do campo foi o pai de Luiz Biondi. Depois, uma empresa de ônibus construiu uma oficina e logo o ex-campo de futebol do time União virou um lugar recortado por ruas. Sou capaz de apostar uma barra de chocolate: muitos moradores daquele lugar mágico, onde pudemos viver bons momentos, nem devem saber o que fora ali antes. Mas quando ali era um campo de futebol, o futuro jornalista Fernando Zuba, que trabalhou no extinto ‘Diário da Tarde’, em Belo Horizonte, pai do atual jornalista Fernando Zuba, esperava a noite cair, e quando a meninada se juntava debaixo de um poste na Rua Corrêa Machado para brincar de ‘salva bandeira’, ele se cobria com um lençol branco e se transformava num fantasma, na escuridão do campo. De lá vinham os gritos fantasmagóricos e as pedras atiradas de estilingue por uma figura vestida de branco. Precisamos de algumas noites de investigação para, afinal, descobrirmos que o fantasma tinha carne e osso. Além de nome: Fernando Zuba. Naquela época, ele certamente nem pensava em ser jornalista. Ajudava o pai, marceneiro, dono de uma marcenaria na Rua Camilo Prates, quase esquina de Rua general Carneiro. Ele fabricava eficientes manivelas para a meninada soltar papagaio – pipa ou arara – de papel impermeável, quando era chegado o mês de agosto.

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