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montesclaros.com - Ano 25 - sexta-feira, 3 de maio de 2024
 

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Mensagem: A crônica de Carmen Netto nos levou ao ontem José Prates Se evocássemos apenas os espaços na concepção do que é real, quando paramos no meio do caminho e nos pomos a relembrar o passado, estaríamos próximos a evocar objetos, cores, formas, sons, perfumes e sensações que marcam experiências vividas que incluídas às lembranças, nos transformam em poetas. Tocados pela sensibilidade, ao lembrarmos o passado, construímos uma história com características tão familiares que nos reacende aquela vida, revivendo-a com todo seu romantismo e beleza poética. Isto é o que nos traz Carmen Neto em sua crônica do dia 19. Lendo o texto, palavra por palavra, fomos vivendo momento por momento de um tempo inesquecível, numa Montes Claros menina faceira e elegante, sem a insebilidade de hoje. E vamos, de rua em rua, perambulando no passado, deixando que a alma empolgada no que sente, transforme tudo no hoje, pelo menos, enquanto durar a leitura. Quando nos vêm à mente o tempo e as imagens resgatadas da lembrança, tudo transforma-se no presente, fazendo-nos viver aquela idade, e nos sentimos na juventude, pelo milagre da mente. Hoje, graças a Carmen Netto, voltei aos vinte e quatro anos, recém casado, numa cidade que me recebeu na adolescência e me conduziu à vida que conservei, aperfeiçoei e nela estou. Hoje embarquei na crônica de Carmen e mergulhei nas águas tranqüilas do ontem: desci a Rua Dr. Santos, caminhando devagar, parei no sinal de transito, coisa nova, recém inaugurado, observando o guarda no passeio, de apito na mão, para sinalizar ao carro, um ou outro, que viesse subindo a rua, agora mão única. Antes de chegar ao Jornal de Montes Claros, ali perto, no casarão de “seu” Arthur do Valle, vizinho do Dr. Alfeu Quadros, vou passar, por força do hábito, na casa de “seu” Anselmo para um bom dia. Ao chegar à redação onde o Meira me espera com a matéria para a ultima página, passarei no escritório do Dr. Orestes pra saber as novidades do fórum. Depois de ir à casa do Dr. Plinio para entregar o livro que me emprestou, vou encontrar-me com Ataliba Machado, na Gazeta do Norte, para lhe entregar o meu artigo para sua revista. Ali, encontrarei, também, com Jair de Oliveira e discutiremos as novidades. Terminado esse percurso, com as obrigações cumpridas, vou subir a Rua Camilo Prates. Tenho que ir à Delegacia saber o que existe de novo. O Cel Coelho, delegado especial, tem boa vontade para com a imprensa e não nega informações, salvo quando é coisa grossa, envolvendo gente grande. Ao entrar na rua, encontrei o dr. João F. Pimenta que ia para o matadouro. Ofereceu-me carona até a Delegacia. Aceitei. Conversamos sobre a política e constatamos pelo movimento na cidade, que a eleição do Dr. Alfeu de Quadros seria tranqüila. Mais tarde, quando voltei fui encontrar-me com o Dr. Hermes de Paula, no seu consultório, quando li as últimas quatro páginas que havia escrito para o seu livro. Falou sobre as festas de agosto, com tanta propriedade que nos pareceu estar dançando com os “catopés”. Passei na Agência da Nacional Transportes Aéreos, ali mesmo ao lado, para cumprimentar “seu” Natércio França e dar um abraço em João Leopoldo que estava iniciando no trabalho. Parece que no mês seguinte, ia freqüentar o Tiro de Guerra sob o comando do Sargento Moura que já se tornava um patrimônio da cidade. Quando saia da Agência, depois do abraço em João Leopoldo, a voz de Afra, minha esposa, chamando para o almoço, espocou-me no ouvido e despertei, A tela do computador com a crônica de Carmen estava em minha frente. Sai do passeio, de alma limpa. Mas, daqui a pouco, o hoje vai começar e tudo volta de novo. (José Prates, 84 anos, é jornalista e Oficial da Marinha Mercante. Como tal percorreu os cinco continentes em 20 anos embarcado. Residiu em Montes Claros, de 1945 a 1958, quando foi removido para o Rio de Janeiro, onde reside com a familia. É funcionário ativo da Vale do Rio Doce, estando atualmente cedido ao Sindicato dos Oficiais da Marinha Mercante, onde é um dos diretores)

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