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montesclaros.com - Ano 25 - terça-feira, 24 de setembro de 2024
 

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Mensagem: Rio Serraria Transcorria o abastado ano de 1968 e no bairro São José onde morávamos vadiávamos em turmas de adolescentes em incomensuráveis festas as quais eram realizadas na maioria das vezes na laje da casa de Durval Durães e Margarida Barbosa. Os piqueniques nos fins de semana aconteciam em nossa fazenda no Rio de Peixe, às margens do São Lamberto. As caçadas e pescarias que fizeram história eram sempre nos fins de semana e feriados prolongados tendo como palco a fazenda de Tião Souto e Onofre Espírito Santo, no município de Jaiba. Íamos os casais de namorados e éramos recebidos por Onofre, nosso vizinho de bairro aqui nos Montes Claros e companheiro de trecho, aventuras e dois dedos de prosa à beira das fogueiras. Tempos de fartura, de Jovem Guarda, de Beatles. As armas e a tralha de pescaria eram transportadas na caminhonete de Waltim Coutinho, um cabeceira sempre à frente nas aventuras. Companheiro de toda hora, Walter estava presente e a disposição para o que desse e viesse. Na viagem, passávamos pela fazenda de Mário do Umbigo, irmão do prefeito de São João da Ponte, onde curtíamos o dia com mesa farta boas cachaças, muita conversa jogada fora e exercício de tiro ao alvo com revólveres, atividade que o Mário adorava! Hoje o local é o povoado de Marilândia, em sua homenagem. À porta da fazenda de Tião Souto, duas lagoas garantiam a fartura com marrecos, ariris e patos em abundância. Muita mata fechada, pastagem de colonião para o gado de corte, um calor sufocante que propiciava até gestação de mula. O Rio Serraria é formado de três cursos secundários de águas e estando no alto do morro, dava para vislumbrar as margens do velho Chico, ao longe. Rio de águas fortes com corredeiras, pescaria difícil usando redes e melhor ainda com o uso do anzol com caçote para apanha dos dourados nas corredeiras. Grande quantidade de cobras venenosas descendo o rio fazia com que se tivesse um atirador de plantão posicionado em uma elevação. Uma cartucheira Boito 16 mocha sempre pronta para o disparo certeiro de Onofre, exímio atirador. Certa tarde, um fazendeiro vizinho mandou uma encomenda solicitando o abate de uma vaca. Queria o fígado inteiro e uma banda da criação, pois estava para receber a sua família que residia em Belo Horizonte naquele feriado longo. O fígado e a banda dianteira foram postos em sacos de estopa e amarrados na garupa de um cavalo. O vaqueiro encarregado da entrega refugou a viagem já na boca da noite, alegando o perigo de se deparar com uma onça na campana, mas acabou indo, pois não havia outro peão disponível no momento. Não deu outra! Em certo trecho beirando a cerca, com precaução, a pintada deu o pulo e arrancou os sacos com a carne, deixando o traseiro da montaria rasgado pelo sulco das suas garras afiadas. O vaqueiro conhecedor do terreno saltou da montaria, pulou a cerca sob a luz da lua e se refugiou em uma pequena ilha, no centro do rio. Tarde da noite saímos montados a cavalo com uma patrulha organizada. Pela manhã o localizamos e o avistamos todo enregelado nas folhagens da pequena ilha. Deu trabalho para tirá-lo de lá. O homem estava em pânico e recusava-se a dispensar a segurança do local.

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