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montesclaros.com - Ano 25 - domingo, 24 de novembro de 2024
 

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Mensagem: A pequenez do ser humano Alberto Sena Em psicologia há um vocábulo – “misoneísmo” – que significa medo do novo, do desconhecido. A título de exemplo, esse medo se manifesta a partir daquele friozinho na barriga quando se está diante de uma experiência nova. O fato de termos medo da morte é também chamado de “misoneísmo”. Não sabemos a hora nem para aonde iremos, por mais que haja quem ache que saiba. Diante de nova experiência, confessamos não estar atacados por nenhum sentimento “misoneístico”. Mas, como acontece sempre quando se está tomando pé de uma nova situação, é necessário ficar de olhos abertos para enxergarmos bem o que é preciso fazer a fim de desincumbir da missão da melhor maneira possível. Mas não basta ficar só de olhos abertos. Os ouvidos, a memória e o sensorial devem estar aguçados para tudo aprender e apreender. O homem – e a mulher, também, claro! – tem capacidade de absorver o que quiser em se tendo boa vontade e curiosidade para isto. Só não tem mais essa capacidade de assimilação dos ensinamentos quem já morreu ou quem está vivo morto esperando só um toque para deixar o corpo cair no chão. Se nós estamos vivos e dispostos, em pleno uso das faculdades espirituais, mentais e físicas temos mais é que ir em frente sem sequer olhar pelo espelho retrovisor para não perdermos um instante sequer o foco daquilo que brilha como uma nova estrela no céu. Em outras palavras, como hoje tudo está condicionado ao computador, é preciso conhecer o sistema utilizado em rede. É claro que isto não acontece duma vez. Superada essa fase, as possibilidades são como um grande leque chinês aberto; enormes. A coisa funciona como quem aprendeu a andar de bicicleta. Quem aprendeu na infância nunca mais vai esquecer como se faz isto, mesmo se ficar sem pedalar durante décadas. Nem tão antigos somos, mas somos do tempo em que se fazia jornal no chumbo, em Montes Claros e na capital, gravado por máquina linotipo. O linotipista tinha à frente teclas como as de máquinas de datilografia e gravava as matérias redigidas em laudas de papel nas antigas e operantes Remingtons. Assim que eram gravadas em chumbo, as peças davam verdadeiro passeio pela linotipo e iam se juntando num compartimento ao lado de onde se sentava o linotipista. Depois da linotipia, veio a composição a frio. Durou pouco tempo e logo foi substituída pela informática. E as redações dos grandes jornais perderam as máquinas de datilografia, substituídas pelo silêncio dos computadores responsáveis pelo fim da era romântica da imprensa. Quando estavam em uso as máquinas de datilografia, as redações se enchiam de papeis e de barulho. Numa comparação, o estresse talvez fosse maior do que hoje em dia, quando predominam nas redações as vozes dos profissionais e o toque do telefone ou o som de aparelhos de TV. Quem quer se manter na ativa precisa se reciclar sempre porque, de fato, ninguém sabe tudo. Melhor, a rigor ninguém sabe é de nada. Quando achamos que sabemos, uma simples reflexão nos faz cair na real. Numa comparação, é a mesma coisa de quando a gente acaba de ler um belo livro. Podemos resumir o livro, mas dizer de cabo a rabo o conteúdo dele, dificilmente nós seremos capazes de fazer isto. Claro que há exceções. Lá em Nova Iorque (EUA) havia um camarada que decorara todo o catalago telefônico da cidade. Ele fez do aparelho telefônico brinco e o dia inteirinho atendia quem para ele discava a fim de saber o número de alguém, e com isto garantia o pão de cada dia. A capacidade de decorar é intrínseca ao ser humano. Mas uma coisa é decorar e outra diferente é entender e apreender algo novo. Estamos convencidos de uma coisa: o que mais sabemos é que, se sabemos alguma coisa, sabemos muito pouco. Saber disto é como porta e janela abertas para que possamos aprender alguma coisa. É porque sabemos da nossa ignorância em relação a muitos assuntos que, com a permissão de quem conseguiu chegar até o final deste texto, pedimos a devida licença para nos retirarmos, enfim; a fim de poder nos recolher à nossa própria insignificância. Um bom exercício para se adquirir a consciência da insignificância do ser humano é imaginar a pequenez da terra diante da grandeza do universo. Quem viu a passagem de Vênus diante do sol pôde entender o quanto o ser humano é pequeno para ousar se arvorar em tão grande.

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