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montesclaros.com - Ano 25 - segunda-feira, 20 de maio de 2024
 

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Mensagem: Quando o futuro chegar José Prates Por mais que queiram, hoje, ninguém consegue escrever uma crônica romântica, falando sobre a Montes Claros que conhecem e vivem hoje, porque a cidade perdeu o romantismo sertanejo ao enveredar pelo caminho do capitalismo onde amor é fantasia. O importante sobretudo é o dinheiro. Na cidade não existe mais poesia e a que existiu até a pouco no sertanejo de alma pura, desapareceu engolida pelo desenvolvimento industrial que tem tudo de comércio, mas, de romance, não tem nada. Quando a gente abre o jornal, mesmo na Internet, só vê notícias desagradáveis, quase sempre sobre assassinatos que, até, já se tornaram coisa comum e não assusta mais a ninguém. Outro dia mesmo, contei três, num único dia. Agora pensem: no passado, nem em um ano ocorria tanto assassinato assim. Agora, num abrir e fechar de olho, já tem algum corpo sem vida, estirado no chão, cercado de curiosos que nunca faltam numa hora dessas. Ah! Isto é porque atraída por emprego, veio muita gente de outros lugares, a cidade cresceu, progrediu e ficou assim. É o que dizem os mais velhos, culpando o progresso que trouxe gente de fora fazendo a população crescer desordenada, esticando a cidade para um lado e para o outro sem nenhuma infra-estrutura. Então, pra ser franco, o melhor teria sido ficar como estava, igual menina moça, quietinha, iluminada pela luz brilhante das luas cheias, fazendo as moiçolas sonharem com seu príncipe encantado, montado em seu cavalo branco, descendo a galope o Alto de São João para o encontro romântico no florido jardim da Praça de Esportes. Agora mesmo, li que uma “mega blitz” policial pára a Rua Dr. Santos. Uma rua principal, estreita, que satisfazia as exigências do transito de tempos atrás, mas, que hoje, pelo movimento da cidade, não passa de simples ruela que não pode ser alargada para que se transforme em uma via moderna, com transito intenso. Vendo os problemas de transito, de moradia, alimentação, que assolam a maioria das cidades que cresceram com a industrialização, principalmente nos sertões, verificamos que o povo que viveu no passado, nunca imaginou que tamanho desenvolvimento fosse ocorrer, por isso não se preparou para o futuro que chegou, deixando todo mundo de “calça curta”. Não havia uma visão do amanhã como realmente, ele seria. No início do século vinte, quando o então Prefeito do Rio de Janeiro Pereira Passos prevendo o aumento de veículos circulando na cidade, abriu a Avenida Central, hoje, Rio Branco, com trinta metros de largura, toda população achou um absurdo uma avenida com tamanha largura. O espanto era justificado pelo pequeno numero de automóveis circulando no Rio de Janeiro, que segundo consta, não passava de duzentos automóveis para uma população que não chegava a setenta mil, sofrendo pela deficiência de transporte. Pois bem, a visão de Pereira Passos não foi exagerada. Hoje, a Avenida Rio Branco está estreita para o volume de veículos que trafega por ela. O Rio tem hoje mais ou menos dois milhões de veículos correndo pela cidade e em Montes Claros passam dos 120 mil, congestionando suas ruas estreitas que em nada mudaram ao longo desse tempo. São as mesmas de quando havia, somente, duzentos carros, que eram simples objetos de luxo dos proprietários, sem a serventia que têm hoje. Fazer o que ou reclamar a quem? Os responsáveis que não previram o futuro ou não acreditaram no que poderia acontecer, foram embora antes do progresso chegar trazendo o abacaxi que ai está para ser descascado pelo tempo, fazendo nascer outra Montes Claros, moderna, de largas avenidas abrigadas do sol pelos arranha-céus. Esta Rua Dr. Santos de hoje, estreita e poética, estará na “velha Montes Claros” sem movimento, tombada como patrimônio histórico, quase sem uso, apenas, uma lembrança do passado distante que ficou para mostrar ao visitante turista que “Montes Claros era assim.”. (José Prates, 84 anos, é jornalista e Oficial da Marinha Mercante. Como tal percorreu os cinco continentes em 20 anos embarcado. Residiu em Montes Claros, de 1945 a 1958, quando foi removido para o Rio de Janeiro, onde reside com a familia. É funcionário ativo da Vale do Rio Doce, estando atualmente cedido ao Sindicato dos Oficiais da Marinha Mercante, onde é um dos diretores)

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