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montesclaros.com - Ano 25 - segunda-feira, 25 de novembro de 2024
 

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Mensagem: Prezados Senhores, sou Engenheiro de Minas, e faço parte do Comitê Consultivo do Parque Estadual da Lapa Grande. Tenho lido muitas notícias sobre os eventos de terremotos na nossa cidade de Montes Claros, onde resido há 30 anos. Trabalhei na Fábrica de Cimento a maior parte deste tempo e hoje sou Consultor na área de M ineração. É certo que os Relatórios Técnicos que estão sendo preparados pelos Órgãos competentes esclarecerão melhor a origem destes tremores de terra, mas, na minha avaliação e pelo conhecimento que tenho da estrutura geológica regional, considero a hipótese de ´Falha Geológica´, conforme tem sido citado por diversas fontes, uma hipótese muito pouco provável. A região cárstica a que pertence Montes Claros tem falhamentos ou dobramentos da rocha tipicamente sedimentar que é o calcário,mas não considero que estes falhamentos possam afetar a estrutura geológica local, com deslocamentos longitudinais ou transversais, sem que possa observar resquícios e/ou sinais na superfície. Isto porque deve-se considerar que o fenômeno já acontece na região há muito tempo, com certeza desde a minha chegada por aqui, ou seja, há 30 anos atrás. Considero que a uma das prováveis causas sejam os ´bolsões´ ou vazios que são naturais em regiões de rochas carbonáticas devido a erosão ou lixiviação destas rochas por ´águas ácidas´ que se formam naturalmente (ácidos húmicos por exemplo, que se derivam da decomposição de matéria orgânica). Com o passar do tempo geológico, estes ´bolsões subterrâneos´, localizados em diversas profundidades, passam a compor um sistema de drenagem ou acumulo de águas profundas, formando diversas cavernas literalmente cheias de água do próprio lençol freático. Esta situação se estabiliza com a pressão da água mantendo as paredes e os tetos das cavernas estabilizados por até milhões de anos, se não houver alteração nas condições climáticas e/ou geológicas regionais. No nosso caso, o que vem acontecendo há décadas é que o número de poços artesianos perfurados, a impermeabilização do solo por uso antrópico, além das mudanças do regime climático que se observa à nível mundial, tem causado um rebaixamento do lençol freático regional. Como consequência direta deste fenômeno, as cavernas passam a ter o mesmo rebaixamento no nível de água de preenc himento, afetando-se desta forma o equilíbrio das forças de estabilização das paredes e tetos, que é a pressão da água no interior das mesmas. Desta forma o abatimento de grande blocos de rocha passa a ocorrer com maior frequência, gerando como consequência os tremores de terra que vivenciamos atualmente. Observo que é possível que algum destes abatimentos de tetos de cavernas possam eventualmente vir a ser observados na superfície, gerando com isto um ´sumidouro´, à exemplo do que eu já presenciei na zona rural da cidade e também como exemplo o ocorrido na cidade de Sete Lagoas há alguns anos, onde grande parte de um quarteirão de um bairro foi ´engolida´ por um buraco surgido no meio da rua. No caso de Sete Lagoas o abatimento foi gradual, sem tremores de terra, provavelmente porque a caverna já estava seca há muito tempo e as características geológicas locais eram diferentes. Mas em Montes Claros, infelizmente estes tremores estão sendo mais frequentes e com consequências imprevisíveis. Observo ainda que a região predominante do fenômeno é aquela que se situa próximo ao sopé da Serra do Sapucaia (Serra do Mel) pois esta Serra representa exatamente a frente de decomposição do maciço rochoso (planalto), onde o calcário está sendo geologicamente (e gradativamente) transformado em argilas. Com isto a formação das cavernas em profundidade são mais comuns. Por isto bairros como a Vila Atlântida tem sentido mais fortemente os tremores. Historicamente, em sondagens realizadas naquela região, foi possível detectar estes ´bolsões´ cheios de água em diversas profundidades, com ´vazios de rocha´ ou cavernas cheias d`água, alternados com rocha sã, que atingiram até 30 metros de altura no subsolo.

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