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montesclaros.com - Ano 25 - domingo, 22 de setembro de 2024
 

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Mensagem: Em quem votar? Waldyr Senna Batista O clima é de perplexidade, diante do resultado das urnas, que pôs no segundo turno os candidatos Paulo Guedes e Ruy Muniz. “E agora, em quem eu vou votar?”, é a indagação que mais se ouve na cidade nos últimos dias, formulada, em sua maioria, por eleitores ortodoxos, que se sentem em posição desconfortável ao terem de optar, tendo, de um lado, um candidato pouco conhecido, e, de outro, por um candidato conhecido demais... No caso de Paulo Guedes, natural de Manga, o paliativo vem da vizinha Janaúba, que acaba de eleger um japonês de nascimento, com a só diferença de que ele radicou-se na cidade na condição de empresário, criou raízes e tornou-se político, enquanto o daqui, político, veio atraído pela política, especialmente para disputar espaços políticos. Ruy Muniz, montes-clarense de nascimento, com passado comprometedor, de que constam golpe no Banco do Brasil, processo, condenação, prisão e cumprimento de pena, tornou-se empresário, com incursões na política, ganhando e perdendo eleições, sempre confrontado com o seu passado. Os dois personificam o dilema de que se queixam inúmeros eleitores, sendo desnecessário ressaltar que chegaram a essa posição de forma legítima, pelo voto popular, que será também o único instrumento a ser usado para desfazer (ou não) o dilema com que se defronta o eleitor. Em meados da campanha, o candidato Jairo Ataíde afirmava que as classes A e B não estavam dando importância à escolha do novo prefeito. Para esse segmento, qualquer um que se elegesse estaria bem. Pois é essa mesma faixa do eleitorado que agora se atormenta, por se sentir sem opção de voto. O candidato fez a advertência certamente por já ter, àquela altura, sentido o cheiro da pólvora, que lhe reservaria o quarto lugar, apesar de ter dado a largada como franco favorito e tendo o apoio do governador Anastasia e do senador Aécio, os grandes derrotados na temporada: eles tinham um olho aqui e outro no processo de 2014, e perderam feio. Disputando em outra faixa, o candidato Paulo Guedes usou a mesma estratégia, amparando-se nas figuras do ex-presidente Lula da Silva e da presidenta Dilma Roussef para convencer o eleitorado de que, se eleito, teria o apoio irrestrito do governo federal para a realização de obras que alinhava de forma genérica, como melhoria “na saúde”, “na educação”, “na segurança” e “recuperar a cidade que está destruída”. Classificado para a disputa final, ele dispara contra seu adversário: “Ele é um ladrão de banco, foi condenado e preso cinco anos e tem processo por sonegação. O eleitor tem de saber essa história. Como colocar na Prefeitura alguém que roubou?”, indaga. Ruy Muniz, que sempre tratou do assunto olimpicamente, atribuindo esse deslize à imaturidade da juventude, ultimamente tem mudado o discurso, tentando vincular o episódio à luta armada, de que teria participado. Diz ele: “Estive na militância estudantil na década de 1980 e era do PT. Na época, fui militante radical e de esquerda, combatendo a ditadura e, assim como Dilma foi guerrilheira, tivemos atos contra o sistema. Já pagamos o que devíamos e nunca mais erramos”. Uma versão conveniente aos tempos atuais, em que na chefia do Governo encontra-se uma ex-guerrilheira. É, no mínimo, charmoso. Só que não corresponde aos fatos ocorridos há trinta anos, quando a maioria dos jovens que constituem a força eleitoral do agora candidato a prefeito não era nascida. Mas, se ele insistir na nova versão, acabará chegando à Presidência da República, que, por sinal, diz ser sua meta... O significado óbvio do segundo turno da eleição é de que ao menos a metade do eleitorado não votou em nenhum dos dois candidatos remanescentes, e agora vai ter de escolher um deles. Ou então votar em branco ou anular o voto, o que constitui prática condenável, pois não leva a nada. No entanto, na primeira fase, em que não havia motivo aparente, os votos em branco foram 5.129 e os anulados somaram 10.640. A tendência é de que esses números sejam muito mais amplos no próximo dia 28, a não ser que o eleitor, até lá, consiga responder a insistente indagação que está nas ruas: “em quem votar?”. (Waldyr Senna é o decano da imprensa de Montes Claros. É também o mais antigo e categorizado analista de política. Durante décadas, assinou a ´Coluna do Secretário´, n ´O Jornal de M. Claros´, publicação antológica que editava na companhia de Oswaldo Antunes. É mestre reverenciado de uma geração de jornalistas mineiros, com vasto conhecimento de política e da história política contemporânea do Brasil)

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