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montesclaros.com - Ano 25 - terça-feira, 24 de dezembro de 2024
 

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Mensagem: SÉTIMO CÍRCULO DO ÉREBRO

Marcava o calendário gregoriano o ano 2000, fim de uma e começo de outra era entre povos. Na bucólica cidade de Monte Azul, no Norte de Minas, transcorria uma cálida manhã de sol. Como em toda pequena urbe que se preze, a macharia na sua quase totalidade tomava uma branquinha com tira-gosto de uma boa talhada de requeijão.
A vida corria ao Deus-dará, o gado cagava pára trás no pasto botando o dono para frente, na cidade. A bolsa família provia o sustento da malandragem da roça, o morro azul cintilava no horizonte sob os raios do sol e as muriçocas dormiam nos galinheiros e nos telhados das casas...
Deu meio dia e Geraldo Foguinho, mui digno jogador do Odom Oliva Esporte Clube, eterno rival do Maec, um pouco antes do almoço abriu o livro de salmos alhures e entrou em prece agradecendo pelo alimento. Súbito sentiu um estalo no parietal direito, uma reverberação sonora e vibrátil na glândula pinel. Um som meio difuso sustenido.
Abriu-se uma janela metafísica e através da mesa um ser etéreo, portador de chacras humerais, que o vulgo e profano chama de asas de anjo o chamou-o a atenção fazendo, em seguida, uma predição. Instruiu-lhe a alertar com urgência a população sobre uma tromba dágua que logo mais se abateria sobre a cidade trazendo morte e destruição. Geraldo deixou o prato com o almoço sobre a mesa e saiu.
De porta em porta avisava aos moradores sobre a visão e a predição e logo subiu rumo à Esplanada e viu um boteco cheio de gente que tomava uma branquinha com rosário. Geraldo entrou no salão e pediu a atenção de todos! Relatou a visão e a predição do anjo do Senhor e conclamou a todos irem procurar abrigo seguro em suas casas.
O dono do boteco, o indefectível botequineiro habituado a delírios etílicos de seus clientes, bateu palmas chamando a atenção de todos adotou um ar de superior, fez boca de muxoxo sentenciou em alto e bom som: dessa água que vem aí eu bebo toda!
Mal pronunciou a zombaria e um ribombo com força de mil megatons irrompeu nos céus de Monte Azul!
Rasgou o firmamento de costado a costado e vindo das profundas uma tromba dágua lambeu a cidade.Parecia ouvir milhões de vozes no clamor de Castro Alves: Ventos, trovões, tempestade, rolai das imensidades, varrei os mares tufão!
Quando parou a catástrofe natural levando consigo os maus entes etéreos da cidade e os depositando no círculo mais profundo do Érebro de Dante, no centro da cidade, em frente à casa de Josias Mascarenhas na rua Odom Oliva nasceu uma cratera monumental que cabia em seu espaço forjado uma boa parelha de carretas com as devidas Julietas com três eixos trucado!
Geraldo Foguinho sabiamente ouviu mais uma vez a voz do seu “Deimom” e o mesmo lhe relatou, pela segunda vez, um dito da sabedoria popular Indiana: Quando o demônio viaja no seu baú, lembra-te do teu inferior.
Revelou ainda a visagem que o procedimento da tromba dágua fora adotado pela Providencia Divina para levar, pela força gravitacional e de atração vibratória, as almas penadas que abundavam pelas ruas da cidade em busca de machos para sugarem com isso o ectoplasma etílico dos mesmos.
Eram almas daqueles que morreram de tanto beber e que agora, por força da atração dos seus desejos, se encontravam anexadas as auras dos que estão vivos e se entregam ao Deus Baco curraleiro!

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