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Mensagem: (Do livro ´Por Cima dos Telhados, Por Baixo dos Arvoredos´ - Parte 46)ANO DO CINQUENTENÁRIOCASA DO ROTARIANO Estava eu no bem bom, comendo minhas goiabinhas, com 80 anos de idade e 50 de Rotary, a usufruir do meu direito de participar das reuniões sempre que o reumatismo me permitisse, sem prejudicar a frequência do meu clube. Foi nessa altura que o clube entendeu de me convidar para ser o presidente no Ano do Cinqüentenário. Ao fazer o convite o clube estava quebrando uma praxe de 50 anos, jamais desrespeitada, de não permitir que um membro do clube exercesse a presidência por mais de uma vez. A novidade caminhou no tempo e nas ruas e chegou aos clubes irmãos, que são sete, em nossa cidade. Os comentários eram de que eu não aceitaria. E se aceitasse não daria presença às reuniões. Ao lado, assistindo a tudo isso, impávida, silenciosa como a velha esfinge grega (decifra-me ou te devoro!), estava a Casa do Rotariano, cuja construção iniciada pelo clube em 1982, encontrava-se paralisada havia 8 anos. O que lhe granjeara entre os companheiros dos clubes irmãos o apelido nada lisonjeiro de Elefante Branco. Sobrando para nosso clube, por sermos o pioneiro, o não menos pejorativo cognome de MUSEU. E para nós o pouco elegante epíteto de dinossauros. Tudo isso com muita gozação. No meu grande otimismo de inocente, como disse o poeta, aceitei o convite. Tomei posse, presidi o clube no ano de seu Jubileu de Ouro. Sem faltar a uma única reunião. E, o que é mais importante, terminei a construção da CASA DO ROTARIANO, com recursos próprios, e hoje temos a alegria de já termos, reunindo conosco, na mesma CASA, quatro dos sete clubes da cidade, com direitos de uso iguais aos de nosso próprio clube, sem qualquer custo adicional.E o clube encerrou o ano com o maior quadro de sócios de todo o distrito: 50 sócios. Cumprindo mais um de nossos objetivos: comemorar os 50 anos com 50 sócios ativos. O que tudo isso custou, não me perguntem... Faltava elaborar o Estatuto e o Regimento Interno, para ordenar e disciplinar a utilização da CASA pelos clubes que aceitassem o nosso convite. O assunto ficou a cargo dos advogados do clube. Ambos esses instrumentos jurídicos são da maior importância para prevenir a possibilidade de surgir no futuro qualquer tipo de desentendimento entre os ocupantes da CASA. Pois o objetivo de sua construção foi e continua sendo o de fortalecer a união e o companheirismo entre os clubes e entre os rotarianos e aperfeiçoar a administração interna dos clubes. Permitir a utilização da CASA DO ROTARIANO sem definição dos direitos e deveres dos clubes ocupantes seria colocar todas as boas intenções, todo o trabalho desenvolvido até aqui e todo o patrimônio envolvido sob o risco de transformá-la em pomo de discórdia. No final do ano passado – um ano após eu haver deixado a presidência - o companheiro Edmilson Cordeiro, presidente do Colégio de Presidentes, externou-me sua preocupação com a situação da CASA DO ROTARIANO, na qual já se reuniam 4 clubes, sem existir qualquer documento que especifique os direitos e deveres dos ocupantes. Queixou-se de que ninguém estava cuidando disso. E acentuando que fora eu quem terminara a construção, à minha própria custa, solicitou-me, em nome dos bons rotarianos do clube, do qual eu era o único sócio fundador na ativa, que elaborasse o Estatuto e o Regimento Interno, para regularizar a situação. Eu, que após a “guerra” que havia sido o Ano do Cinqüentenário, já me considerava mais do que aposentado, tive de assumir o novo encargo. Apenas ponderei que o meu tempo, no final do ano, já estava todo comprometido. Na primeira quinzena de janeiro seguinte eu mergulhei em um mar de papéis antigos, desde minha primeira presidência no clube, em 1954/55, quando fundamos as Escolas Profissionais Reunidas. A fim de demonstrar que o terreno de 120.020 m², ocupado pelas Escolas Profissionais, não fôra doado a Rotary, mas comprado por nosso clube, por CR$450.000,00, em 1956, e posteriormente, em 1982, declarado de utilidade pública para fins de ordem social. E desapropriado por decreto da Prefeitura Municipal, que nos deu em permuta um terreno de 5.571 m², em área nobre, no setor administrativo, no Bairro do Ibituruna e mais a importância de CR$11.632.240,00, para iniciar a construção da sede social. Foi mais de uma semana de trabalho para chegar a bom termo, atendendo aos interesses de Rotary. Finda a semana, entreguei ao clube o Estatuto e o Regimento Interno. Ambos foram devidamente registrados em cartório. Desde então a Casa do Rotariano funciona protegida por normas que garantem a sua sobrevivência em clima de companheirismo rotário.(continuará, nos próximos dias, até a publicação de todo o livro, que acaba de ser lançado em edição artesanal de apenas 10 volumes. As partes já publicadas podem ser lidas na seção Colunistas - Luiz de Paula)
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