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Mensagem: JUNHOS PASSADOS Junho.Segunda metade do século passado. As noites frias pediam blusas e cobertores para a noite. Tempos inocentes em que, ainda , só velhos cobertores - com cheiro de naftalina - saíam dos armários. Tempo de ouvir pelo rádio a pátria amada ser, pela primeira vez, campeã de futebol e por isso, ser mais amada ainda. O mundo de violência, atentados, assaltos, sequestros e todas as coisas ruins do mundo estava muito longe (graças a Deus e às rezas de todas as tardes na Matriz de Nossa Senhora e São José) - mais ou menos a milhares de quilômetros desta velha e alegre cidade. E as guerras , marca registrada do primeiro mundo em todas as eras ( defendida por muitos e por todos os tempos como sinal vital de educação e civilização(sic), sustentáculo da economia principalmente na venda de armamentos, a mais forte fonte de renda), locais ou mundiais - em qualquer lugar longínquo e incerto do planeta - estavam apenas nas rádios e fotos das revistas. Deus te salve ó Casa Santa e mais ainda à força e simpatia dos Aliados (contra o vilão alcunhado de Eixo, cujos integrantes viraram novamente mocinhos, pela força do coração e homens de boa vontade do mundo inteiro) nossos queridos “muy amigos” americanos, ingleses, franceses ( por muito tempo os russos foram cortados. Mas, já voltaram, como amigos também , depois que o dinheiro falou mais alto e conseguiu-se comprar e acabar com o comunismo) , transmitiam segurança eterna e sabor de vitória para todos nós, terceiros mundistas ignorantes , eternamente crédulos , de carteirinha, amém . Generais e comandantes de nomes impronunciáveis eram nossos grandes heróis – fora Superman, Flash Gordon e Capitão Marvel, rrs - rivalizando-se até à paixão pelos nossos craques imortais de jogadas e dribles sobrenaturais (ora viva e reviva o grande Nelson Rodrigues). Lado a lado com estes craques eles também faziam parte dos nossos álbuns de figurinhas. Como também a figurinha super difícil das Balas América , a Bomba Atômica (ninguém completava o álbum sem ela ) e seu cinematográfico cogumelo de fumaça. Jogada em Hiroshima e Nagasaki, quem falava das centenas de japoneses mortos era politicamente incorreto. Ou de comunista, comedor de criancinhas, o sermão sempre era o mesmo, nos púlpitos. Mas, pela justiça e vontade de Deus, as linhas tortas foram entendidas e a verdade apareceu no futuro, calando bocas infames. Nos jornais falados e telas de cinema, mostrados repetidas vezes, à exaustão , a gente vibrava de patriotismo nas marchas e dobrados dos documentários enlatados ufano-americanóides (como se fossem nossas próprias músicas de raiz), apresentados antes do nossos filmes de cowboy-capa-e-espada das inesquecíveis matinês de domingo . Mas, se já cantávamos e assobiávamos de cor o “Oh! Minas Gerais”, que nasceu e morrerá como uma valsa do velho mundo, quem vai se importar com um detalhe deste? Como diria Robin, parceiro do Batmam : “santa inocência”. No entanto, éramos felizes e sabíamos (homenagem ao bom livro da rapaziada)! Abraços a todos. Flavio Pinto
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