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montesclaros.com - Ano 25 - sábado, 4 de maio de 2024
 

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Mensagem: Poetas e ambientalistas uni-vos Alberto Sena “O Morro Dois Irmãos (complexo da Serra do Melo ou Ibituruna) poderá ser parcialmente destruído”. A denúncia abre a mensagem Nº 70388, de 11 de fevereiro de 2012, publicada no montesclaros.com, assinada por Simone. Ela faz a denúncia baseada no fato de já ter dado entrada na Supram de Montes Claros, o processo Nº 00380884/2012, com pedido de licença de lavra do último vizinho ao Morro Dois Irmãos. O Morro Dois Irmãos, o símbolo de Montes Claros, lembra as pirâmides do Egito, uma ao lado da outra. Pensando bem, e se forem mesmo pirâmides como se pode observar por meio desta bela fotografia que estamos vendo agora, assinada por Vinícius Queiroga, imagem selecionada para o Google Earth? Nesta perspectiva, se pode dizer também que o Morro Dois Irmãos se parece com os seios da terra do semi-árido. E se forem mesmo os seios da terra do semi-árido, além da necessidade de preservá-los a qualquer custo seria também o caso de mudar-lhes o nome? Ao invés de “Dois Irmãos” passaria a ser chamado “Morro Duas Irmãs”, porque se parecem com dois seios. Certo? Errado. Estamos ocupados com a defesa de um morro, que, em verdade são dois, ambos investidos da força de um símbolo para uma cidade da grandeza de Montes Claros. Mexer num só fio telúrico do Morro Dois Irmãos devia ser a mesma coisa que mexer com os brios dos montes-clarenses de modo geral. Deveria ser a mesma coisa que rasgar e queimar a bandeira de Montes Claros em praça pública. Ou senão apagar para sempre da memória dos montes-clarenses o hino da cidade, ou a canção “Amo-te muito”, de João Chaves. Em símbolo não se mexe. Nós já vimos muita coisa acontecer em Montes Claros, embora nem sejamos tão antigos assim. É que o progresso se acelerou de tal forma que nem se pode fazer uma comparação do que era com o que é hoje a cidade. Vimos o município alcançar as eras socioeconômicas do comércio de gado bovino ao carvão vegetal e ao algodão que o bicudo do algodoeiro comprometeu. Do comércio como cidade polo à cidade industrial e cultural da região. Todas as fases tiveram, e porque ainda persistem cada uma ao seu modo, têm ainda os seus lados positivos e negativos; uns mais negativos do que os outros e vice-versa. Montes Claros e o Norte de Minas de modo geral entram noutro momento neste século XXI: a era mineraria. Trata-se de uma atividade devastadora, mais devastadora do que as outras atividades econômicas juntas, que, aos trancos e arrancos, fizeram o desenvolvimento de Montes Claros. A mineração, além de devastadora é voraz sob todos os aspectos, porque ela chega com o poder dos dólares e se acerca de tudo. As áreas onde a mineração atua se assemelham a laranjas antes e depois de chupada até o bagaço. Foi o que as Minerações Brasileiras Reunidas (MBR), hoje Vale do Rio Doce, surgida durante a ditadura militar, fez ao quase destruir o principal cartão postal de Belo Horizonte, a Serra do Curral. Foi preciso denunciar que a mineradora tinha planos de minerar na serra ao ponto de rebaixá-la ao nível da Praça Rui Barbosa (Estação Ferroviária). Um estudo da Fundação João Pinheiro feito, à época, alertava para o perigo, e então publicamos no jornal Estado de Minas uma reportagem editada por Roberto Drummond, que deu o seguinte título: “Sou gente-serra e eu hoje solto meu grito: estão me matando”. A partir desta denúncia e de outras que se seguiram, o poeta Carlos Drummond de Andrade escreveu o poema “Triste Horizonte”, e a MBR buscou tecnologia (por bancadas) menos degradante para preservar a fachada da serra vista pelos belo-horizontinos, porque do lado de Nova Lima ficou enorme buraco de mais de 200m de profundidade, que se vai enchendo d’água para virar um grande lago. A Serra do Curral é um símbolo para Belo Horizonte tanto quanto o Morro Dois Irmãos o é para Montes Claros. A mineração costuma utilizar da tática do rato que come o queijo a partir das beiradas. Se o último vizinho do Morro Dois Irmãos já tem pedido de exploração, e sabendo da condescendência das autoridades, que os montes-clarenses fiquem de prontidão. Que ninguém ouse tocar nos seios maternos do semi-árido. Poetas de Montes Claros socorram o Morro Dois Irmãos, como Drummond fez ao defender o símbolo dos belo-horizontinos. A força, a leveza e a beleza da poesia são fulminantes. Portanto, poetas e ambientalistas uni-vos.

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