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montesclaros.com - Ano 25 - domingo, 24 de novembro de 2024
 

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Mensagem: “Amor na Zona” Alberto Sena Uma grande parte dos homens montes-clarenses hoje na faixa dos 50 anos de idade para cima iniciou vida sexual na zona boêmia de Montes Claros. Zona boêmia havia em profusão, na cidade, nas décadas derradeiras do século passado, antes, muito antes do advento dos motéis. Falar de sexo naquela época era tabu. Hoje em dia, tudo mudou. A iniciação sexual da juventude acontece mais cedo diante da acessibilidade às informações a respeito de sexo, via TV, internet e outros veículos mais, que fizeram desaparecer do mapa a zona boêmia. Tanto tempo depois daquelas incursões à zona boêmia de Montes Claros, que carregava o epíteto de “baixo meretrício”, quando na realidade era “um amor de zona”, com certa dose de glamour até, o montes-clarense Geraldo Maurício percebeu que, no mínimo seria interessante traçar nos dias atuais uma linha do tempo até àquela época do século passado, quando muitos senhores “bem casados” da sociedade montes-clarense eram assíduos frequentadores das “casas das mulheres” – Anália, Roxa, Zé Coco, entre outras tantas. Foi com essa motivação que Geraldo Maurício coordenou outro livro, este considerado primo-irmão do primeiro – “Éramos felizes e sabíamos” – intitulado “Amor na zona”, no qual personalidades de Montes Claros, muitas delas ainda no meio de nós e outras pos-mortem, contam suas experiências na zona boêmia daquela época em que se amarrava cão com linguiça. Trata-se de uma coletânea de histórias assinadas por Ademir Fialho, Augusto Vieira, Armênio Graça Filho, Alvarez, Darcy Ribeiro, Haroldo Tourinho, Hildeberto Mendes, Geraldo Maurício, João Vale Maurício, Marcos A. Pereira, Mario Ribeiro Filho, Mazinho Silva, Murilo Antunes, Paulo Henrique Souto, Raphael Reys, Tininho Silva, Virgínia de Paula e, para completar, dois textos de minha simplória autoria. O livro debulha o tema sem saudosismo e de forma bem humorada, sem o uso de linguagem chula, mas com boa dose de romantismo, porque naquela época a zona boêmia era com frequência o fim da noite de muitos dos que viveram as transformações sofridas por Montes Claros até se tornar essa metrópole de meter medo, devido à violência trazida de fora, a partir da BR 251, que corta a cidade. O livro está pronto. Tenho comigo um exemplar, e posso dizer que, afora a minha participação, a picardia, a beleza e o ineditismo das histórias vão aguçar a curiosidade de gerações de ontem e de hoje, não só de montes-clarenses, mas de modo geral, dos brasileiros, porque as lembranças da zona boemia ainda estão vivas, muito tempo depois do advento dos moteis e em meio à licenciosidade sexual. Falta agora só definir o local, o dia e o horário do lançamento do livro, em Belo Horizonte e Montes Claros. Para manter as características da abordagem, o lançamento deverá ser em algum lugar o mais próximo possível da compatibilidade do tema. Em seguida, o livro será lançado em outras praças. O tema é instigante, despertará a curiosidade e o interesse de leitura da parte de homens e de mulheres, indistintamente. Na época retratada nas 127 páginas do livro, “as moças de família” tinham curiosidade de saber como era a zona boêmia tão decantada em prosa, versos e outras maneiras mais que ouviam dizer e eram proibidas até de se aproximar do lugar. Algumas delas devem ter conseguido satisfazer a curiosidade, é possível, antes do desaparecimento da zona boêmia. As que não tiveram a mesma sorte poderão, enfim, se satisfazer lendo o livro “Amor na Zona”, com prefácio do escritor Augusto Vieira, o Augustão Bala-Doce. Li o livro de cabo a rabo e posso dizer que tem tudo para ser sucesso de público, o tema é incomum. As histórias contadas pelos 18 autores são curtas e de leitura fácil porque simples. A coletânea, além de atrativa para leitores de todos os níveis e idades, é um prato cheio para sexólogos, sociólogos, antropólogos e quem mais queira pesquisar, estudar ou mesmo se divertir com os casos contados por respeitados senhores montes-clarenses, que ajudaram a transformar Montes Claros. Lançamento em breve.

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