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montesclaros.com - Ano 25 - segunda-feira, 23 de setembro de 2024
 

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Mensagem: RUA DE BAIXO Eu tenho a impressão que, boa parte da minha infância montesclarense, passei brincando ou perambulando à toa, ali pela ruas de baixo. E como me divertia! Nas primeiras vezes, bem antigamente, levado pelo querido e saudoso Joanir Maurício (casado com minha tia Stella), em visita ao seu pai, Seu João Maurício, e era quando, pela grande amizade e entrosamento entre pai e filho, ambos se divertiam à larga naquele velho Sobrado (eu ouvia quietinho, magnetizado e calado), ao misturarem assuntos do cotidiano com as inimagináveis estórias de caçadas e aventuras dos dois, contadas de um jeito especial e jocoso,provocando gargalhadas gerais . Em mim e quem mais estivesse presente. Seu João Maurício, super impagável, com suas bem humoradas e originais tiradas durante as conversas (a respeito de tudo, coisas que eu até nem entendia, à época) e a visita ainda ficava mais emocionante e engraçada. Sem falar no acompanhamento de um lindo fundo musical de canários da terra cantando nas gaiolas penduradas por toda a casa e a presença olfativa onipresente do fogão de lenha (o borralho,grande e extenso,ia até a parede) sempre fumegando cheiros gostosos, com D.Nair e Alexina preparando algum doce gostoso e me dando raspas e sobras deliciosas,enquanto se coava um café torrado na hora. Cada vez que ia ao Casarão, eu vivia e revivia um filme diferente. Tinha uns nove dez anos. Meus olhos brilhavam, nas histórias. Caçadas de onça, principalmente. E, fora isso, vivia andando solto e feliz por aquelas ruas e becos antigos: sempre gostava de passar em frente ao Armazém de Seu Caribé , comprar balas num boteco ao lado(sabia o nome das maioria das pessoas que morava nas casas vizinhas), jogava bola com ,Tone Abreu,José Leite e os filhos de José Gomes, do Correio,frequentava a casa de “seu” Manoel Viriato ( nas férias,quando os netos, filhos de Bela Oliveira ,Carlos Milton,Ronald e Sandra vinham do Rio de Janeiro,onde moravam),acompanhados da saudosa Angela Zimbardi,prima deles e de uma beleza que marcou presença na história social da cidade. Um acontecimento em quase todos os finais de ano e era uma festa só, ali naquela casa de esquina,em frente à Escola Normal ,nos dias por conta dos preparativos e brincadeiras que antecediam a tradicional ida de todos( no jipe de Pedrinho Viriato) para a fazenda Rebentão dos Ferros,onde passei inesquecíveis momentos de minha vida. Daí,mais pra frente, no decorrer da toada, fiz muitos amigos por ali e adjacências, leia-se Praça de Esportes, onde todos e mais outros colegas e amigos das redondezas nos encontrávamos, quase que diariamente ,na piscinona para treinos de natação. Depois prosseguiu naturalmente,quando estudei na Escola Normal , da terceira-série ginasial em diante até o científico. Foi quando se consolidaram muitas amizades de fé que duraram a vida inteira, até hoje. Uns se foram, outros estão por aí e, apesar não nos encontrarmos muito amiúde (os tais de desencontros chatos que a vida teima em fazer), as lembranças que tenho deles ainda moram no fundo do meu coração e na minha mente. E, nessas alturas da vida, juro que ainda me lembro de todos, acreditem. Sempre lembranças felizes. Só não arrisco a citar nomes, com medo de esquecer alguém, confesso. Mas o livro se encarrega de dar todos os queridos e benditos nomes, com satisfação, garanto, nas fotos (históricas, lindas) e sensíveis crônicas apresentadas. Li e reli várias, senão todas, com o maior deleite. Falei este montão de coisas, das profundezas do meu baú de recordações, para ver se conseguia chegar ao ponto de demonstrar o quanto me fez bem ler o RUA DE BAIXO, e ter, literalmente, parte de meu PASSADO REENCONTRADO, recordando essa importante passagem de minha vida,num local encantado de minha terra. Bem na fronteira da minha casa,separado apenas por uma linda e florida Praça da Matriz ( uma irretocável Igreja , onde cheguei a ser um irrequieto e temporário coroinha) em que tudo acontecia em ritmo de festa e encantamento.Os leilões, as festas de Nossa Senhora e Semana Santa, as procissões, as beatas, os sermões e a doce braveza de Padre Dudu, tudo me voltou à tona : e,last but not least, às voltas e mais voltas das moças bonitas rodeando, interminável e suavemente,seu longo perímetro, nos esperados footings pós festas tradicionais. A gente, já rapazinho, esperava, ansioso, debaixo de uma mesma árvore de Fícus, merecer um único olhar de certa escolhida da hora,que fazia brilhar ainda mais as noites enluaradas daquele lindo sertão.

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