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montesclaros.com - Ano 25 - sexta-feira, 22 de novembro de 2024
 

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Mensagem: O ginasial de antigamente José Prates Na notícia que postou no Mural, Luiz Ortiga diz que a turma de 1952 do curso ginasial feito no Colégio Diocesano, pretende, em dezembro, comemorar sua formatura com toda gala e toda honra. Pena, como diz ele, que muitos daquela turma não estarão presentes porque já se foram, levados pela morte de que ninguém escapa. Naquele ano, como em alguns anos posteriores, em dezembro era a formatura ginasial em dois estabelecimentos importantes de Montes Claros: o Colégio Diocesano e o Instituto Norte Mineiro de Educação, educandários referência no Norte de Minas que recebiam jovens das cidades vizinhas. A solenidade de formatura era festiva pelo que representava para o jovem que recebia o grau de Bacharel em Ciências e Letras, com direito ao respectivo anel, porque até 1961, antes da lei 4024, existia o Ensino Secundário compreendendo um ciclo ginasial, composto por quatro séries e um segundo ciclo, subdividido em cientifico e clássico, ambos com três séries. Hoje, o sistema escolar no Brasil compõe-se de dois níveis: Educação Básica e Superior. A Educação Básica compõe-se de Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio; e a Superior todos os cursos de formação superior como medicina, engenharia, etc. O curso ginasial, antes secundário, hoje está incluído no ensino fundamental, antigo curso primário. Depois da revolução de 64, as estruturas de ensino passaram por grandes modificações visando eliminar o analfabetismo que era grande, principalmente no interior do país. Para isso foi criado um sistema de ensino que chamaram de MOBRAL, intensificando ações para implantação do ensino supletivo, como alternativa de acesso ao aprendizado. Aconteceu que o Mobral não erradicou o analfabetismo e os supletivos, pela rapidez empregada, era carente em conteúdo pedagógico. Alem disso, veio a expansão de instituições privadas com profissionais de baixa qualificação e isso contribuiu para a queda do ensino em todos os graus. Nos anos 80, o que se viu em todo o país, foram as universidades tentando intensificar uma maior oferta de cursos demandados pelo mercado sem nenhuma preocupação com a vocação natural do estudante, uma espécie de ensino por escolha da universidade, não do aluno. Durante a década de 90, com a diminuição de recursos e planejamento de gestão de ensino público no país, e ainda com o aumento da população, vimos a falência do ensino público em todos os níveis, em instalações físicas precárias e professores sobrecarregados sem plano de carreira de real valor. O que determinou essa queda, entre outros fatores, foi a pressa em eliminar o analfabetismo sem que houvesse uma preparação antecipando o movimento. Foi o lançamento de Mestres mal preparados que influenciaram em todo sistema educacional; Alem disso a expansão demográfica exigiu mais escolas e mais professores que o país não tinha para satisfazer a exigência. Daí, então, a formação apressada de mestres levou o ensino a cair. Para ter uma idéia, basta lembrar-se do nível de um segundo grau nos anos 50 e compará-lo ao nível desse grau em nossos dias ou, então, ver a capacidade de um quartanista primário dos anos 40, 50 e vê o de hoje. A diferença é grande, muito grande. Não é difícil encontrarmos por ai, ainda vivos e atuantes, intelectuais que nunca foram a uma faculdade. Esses que chamam de autodidatas. São eles o atestado vivo da qualidade do ensino de então e a prova da grande queda do ensino para chegar à qualidade atual. É por isso que Ortiga comemora a formatura e com toda razão porque formar-se no ginasial era uma glória. (José Prates, 84 anos, é jornalista e Oficial da Marinha Mercante. Como tal percorreu os cinco continentes em 20 anos embarcado. Residiu em Montes Claros, de 1945 a 1958, quando foi removido para o Rio de Janeiro, onde reside com a familia. É funcionário ativo da Vale do Rio Doce, estando atualmente cedido ao Sindicato dos Oficiais da Marinha Mercante, onde é um dos diretores)

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