Receba as notícias do montesclaros.com pelo WhatsApp
montesclaros.com - Ano 26 - domingo, 11 de maio de 2025

Fim do acordo decidido pela Rússia pode impor a fome a 400 milhões, especialmente na África e no Oriente Médio, mas favorecer países produtores de alimentos. Brasil também vai ser afetado

Terça 18/07/23 - 7h00

A Rússia anunciou que não renovará sua participação no acordo que permitia à Ucrânia exportar grãos pelo Mar Negro, o que pode ter um impacto significativo nos preços globais dos alimentos.

A Ucrânia é um dos maiores exportadores mundiais de girassol, milho, trigo e cevada.

Após o anúncio do fim do acordo, os preços desses produtos já aumentaram.

O pacto anterior permitia que navios de carga ucranianos utilizassem os portos de Odesa, Chornomorsk e Yuzhny/Pivdennyi no Mar Negro, resultando em mais de 32 milhões de toneladas de alimentos ucranianos chegando aos mercados mundiais.

Agora, a Ucrânia precisará encontrar rotas alternativas para suas exportações.

Isso lembra o bloqueio ocorrido em fevereiro de 2022, quando cerca de 20 milhões de toneladas de grãos ficaram presas nos portos do Mar Negro devido à guerra.

A baixa oferta e a alta demanda fizeram com que os preços mundiais dos alimentos subissem.

Quando o acordo foi assinado novamente e os embarques de grãos foram retomados, os preços mundiais dos alimentos caíram cerca de 20%, conforme relatado pela FAO, agência da ONU para Agricultura e Alimentação.

O fim do acordo também pode levar à escassez de alimentos em países africanos e do Oriente Médio, que dependem da importação de grãos ucranianos.

A região da África Oriental, que já enfrenta desafios com a seca e as inundações, perdeu grandes quantidades de colheitas e agora vê cerca de 80% dos grãos exportados da Rússia e da Ucrânia.

Como resultado, mais de 50 milhões de pessoas estão enfrentando fome e os preços dos alimentos aumentaram em quase 40% neste ano.

A Rússia alega que o acordo chegou ao fim "de fato" devido a supostas violações, incluindo o não cumprimento de condições relacionadas à exportação de alimentos e fertilizantes russos e ao fornecimento de grãos ucranianos a países mais pobres.

O país também acusa sanções ocidentais de restringirem suas próprias exportações agrícolas e ameaçou retirar-se do acordo em várias ocasiões.

Embora haja discordâncias entre as partes envolvidas, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, acredita que o presidente russo, Vladimir Putin, deseja continuar o acordo e planeja discutir a renovação pessoalmente em um encontro futuro.

A Turquia e a ONU estiveram envolvidas nas negociações do acordo.


BRASIL

É previsível um aumento de preços os alimentos em escala global.

Deve afetar também o Brasil, que depende de importações de trigo e fertilizantes e é exportador de soja e milho.

Compartilhe
Siga-nos nas redes sociais