Em 2022, Brasil teve redução de mortes violentas quase 2% menos do que em 2021. Uma em cada 5 aconteceu na Amazônia
Sexta 21/07/23 - 6h51
Os estados somaram um total de 9.302 mortes violentas intencionais.
Em todo o Brasil, houve um total de 47.508 mortes violentas no mesmo ano, com uma redução de quase 2% em comparação a 2021.
Na Amazônia Legal, essa redução foi de menos de 1%.
A região da Amazônia Legal apresenta um índice de mortes violentas significativamente superior à média nacional, com uma taxa de 33,8 mortes para cada 100 mil habitantes, enquanto a média brasileira é de 23,4 para cada 100 mil habitantes.
As mortes violentas intencionais incluem casos de homicídio doloso, latrocínio, lesão corporal seguida de morte, mortes decorrentes de intervenções policiais e feminicídio.
Os índices na Amazônia Legal estão acima da média nacional.
Dois fatores principais são apontados pelo relatório como contribuintes para os elevados índices de mortes violentas na região:
Disputa entre facções criminosas:
Existe disputa entre grupos criminosos pelas rotas de tráfico de drogas, tanto nacionais quanto transnacionais, que atravessam a região.
A disputa começou no sistema prisional e se espalhou pelos territórios dos estados da Amazônia Legal, inclusive com a associação de grupos do narcotráfico a outras atividades ilícitas, como madeireiros e garimpeiros.
Avanço do desmatamento, garimpos ilegais e intensificação de conflitos fundiários:
O desmatamento ilegal, garimpos irregulares e conflitos relacionados à disputa de terras também são apontados como fatores que podem explicar os altos números de mortes violentas na região.
A Amazônia Legal é uma área estratégica para o narcotráfico devido à sua proximidade com países produtores de cocaína.
Além disso, a dificuldade de fiscalização nesse vasto território permitiu que os criminosos cooptassem indígenas, quilombolas e ribeirinhos, contribuindo para o aumento da violência.
Entre os estados da Amazônia Legal, o Pará teve o maior número de mortes violentas intencionais em 2022, com 2.997 casos.
Por outro lado, quando considerada a taxa de mortes para cada 100 mil habitantes, o Amapá apresentou o maior índice, com 50,6 mortes por 100 mil habitantes, e também registrou a maior redução proporcional no número de casos, com uma queda de 25%.
Outros estados como Pará, Rondônia, Tocantins e Mato Grosso tiveram crescimento no número de mortes violentas, com o Mato Grosso apresentando o maior aumento, com uma variação de 18,9%.