Cobiçada por interesses da China e da Rússia, África registra novo golpe, anunciado ainda há pouco: militares derrubaram governo reeleito, já de 14 anos, e fecharam as fronteiras
Quarta 30/08/23 - 8h09O presidente em exercício, Ali Bongo, foi colocado em prisão domiciliar, enquanto os militares fecharam as fronteiras do país.
Eles anunciaram a dissolução das instituições, incluindo o Senado e a Assembleia Nacional, e declararam nulas as eleições devido a fraude.
O golpe desencadeou celebrações nas ruas, mas a comunidade internacional, incluindo a União Europeia e a Rússia, expressou preocupações com a situação e pediu estabilidade.
O Gabão, localizado na África Central, tem histórico de turbulência política, com o atual presidente no poder há 14 anos.
O país enfrentou tentativas anteriores de golpe em 2019.
A situação no Gabão se encaixa em contexto mais amplo de instabilidade política em alguns países africanos, incluindo o Níger, Mali e Sudão, que também tiveram mudanças de governo lideradas por militares.
A presença de atores internacionais, como a Rússia e o Ocidente, busca influência na região do Sahel, que é rica em recursos naturais.
A instabilidade política na África gera disputas entre diferentes atores globais, devido aos interesses estratégicos na região e aos recursos naturais disponíveis.
A África crescentemente está num cenário complexo de competição geopolítica, com a presença cada vez maior da China e da Rússia.