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montesclaros.com - Ano 25 - sábado, 20 de abril de 2024

Jornal de BH: M. Claros (...) é o que registrou o maior número de notificações de casos de dengue neste ano, com 5.918. (....) Januária (...) é o que possui mais casos de chikungunya, com 2.478"

Segunda 27/02/23 - 14h12

Jornal O Tempo, de BH:


Casos de dengue e de chikungunya disparam em MG e deixam municípios em alerta

Em 2023 são 11.658 casos de dengue confirmados e 4.054 de chikungunya; números revelam aumento expressivo em relação ao mesmo período de 2022
Rayllan Oliveira

Em apenas dois meses, Minas Gerais tem 11.658 casos de dengue confirmados. Os números representam uma média de 215 casos por dia, conforme o boletim epidemiológico publicado pela Secretaria Estadual de Saúde, no dia 23 de fevereiro. No mesmo período, o Estado confirmou 4.054 casos de chikungunya, com média de 75 por dia. Por causa do número elevado de casos, algumas cidades decretaram situação de emergência e uma força-tarefa foi planejada para o combate do mosquito aedes aegypti, responsável pela transmissão das doenças.

Entre os dias 1º de janeiro e 22 de fevereiro do ano passado, 1.940 pessoas tiveram dengue em todo o Estado. O número é inferior aos 11.658 registrados neste ano, o que representa um aumento de cerca de 500%. Entre os casos de chikungunya, o salto foi de 37 para 4.054, um crescimento de 10.856%.

“Esse aumento de casos configura um surto da doença e está diretamente relacionado a uma série de fatores. Um dos pontos que a gente tem observado foi a diminuição das ações de controle e de prevenção da dengue durante a pandemia de Covid-19. Nesse período, tivemos menos ações preventivas e isso resulta em um número maior de focos do mosquito”, explica a professora e médica infectologista Raquel Bandeira. Ainda segundo a especialista, esse aumento é comum no verão, período do ano favorável para a proliferação do mosquito transmissor das doenças. "Quanto mais quente, menor é o ciclo do agente. Ou seja, mais rapidamente o agente deixa de ser um ovo e vira um mosquito. Isso favorece a infecção e também a transmissão”, completa.

O cenário epidemiológico de 2023 preocupa as autoridades de saúde. “Essa é uma situação que preocupa já que o sistema de saúde está sobrecarregado. As cidades ainda não estão preparadas para enfrentar esse surto porque ainda estamos sofrendo com os impactos dos anos de pandemia de Covid-19. Hoje temos cirurgias eletivas atrasadas, diagnósticos e tratamentos de doenças crônicas que também estão atrasados, tudo isso por causa da pandemia. Então essa é mais uma sobrecarga para o sistema de saúde que tenta respirar”, indica a infectologista. Para Raquel Bandeira, uma ação fundamental diante deste cenário é o monitoramento dos casos. “É preciso fortalecer o diagnóstico precoce desses pacientes para que a gente consiga rastrear os casos. O mosquito da dengue não fica passeando, ele sempre fica muito perto de onde ele nasceu. Quando a gente tem um bairro com maior número de casos, por exemplo, a gente sabe que ali tem mais focos e isso facilita as ações”, explica.

Situação de emergência em Montes Claros
Conforme o boletim epidemiológico do dia 23 de fevereiro, a cidade de Montes Claros, no Norte de Minas Gerais, é a que registrou o maior número de notificações de casos de dengue neste ano, com 5.918. O município de Januária, na mesma região, é o que possui mais casos de chikungunya, com 2.478. Apesar do número elevado, ambas as cidades não possuem óbitos confirmados pelas doenças.

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