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montesclaros.com - Ano 25 - domingo, 10 de novembro de 2024

Mural

Jornalismo exercido pela própria população

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Mensagem N°35335
De: EMILIANO Data: Domingo 18/5/2008 13:02:53
Cidade: UTRECH  País: HOLANDA

Estou em Utrech e escuto maravilhosamente a 98. Parabens

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Mensagem N°35332
De: Luiz de Paula Data: Domingo 18/5/2008 01:31:48
Cidade: M. Claros

(Do livro "Por Cima dos Telhados, Por Baixo dos Arvoredos" - Parte 12)

TI - TUÍ - Í

Meus irmãos e eu gostávamos de ouvir nossa mãe contar histórias do tempo da infância dela. Apinhávamos a seu redor, a pedir que nos falasse de seu tempo de criança.
Lembro-me da noite em que ela nos falou sobre as estações do ano. E esclareceu que tínhamos também nossa primavera. E acrescentou: “é um passarinho que avisa quando a primavera está para chegar”.
- Verdade, mãe?
- Verdade, filho. É uma avezinha de porte médio. Muito bonitinha. Ela tem o pescoço e o peito brancos. E as asas e a cauda escuras, marchetadas de branco.
- Ela canta, mãe?
- Canta, sim. É com seu canto que ela anuncia a vinda da primavera. É um canto bonito, melodioso, que alcança grandes distâncias. E ela o repete, seguidamente, desde quando começa a madrugada.
Nossas mentes de crianças ficaram empolgadas. Que coisa mais bonita! Um passarinho que avisa às pessoas que a primavera está chegando...
Nossa mãe carinhosamente prometeu:
- Quando chegar o mês de setembro eu acordarei vocês bem cedo, no escuro da madrugada, para vocês ouvirem o canto da primavera.
Não muito tempo depois, em uma madrugada de setembro, ela nos acordou, um a um, sacudindo-nos, sem fazer barulho, para não perturbar as outras pessoas da casa.
Após estarmos todos de pé, a seu lado, ela abriu uma janela que dava para o nascente e recomendou:
- Agora fiquem calados e escutem com atenção.
Nós estávamos curiosos e cochichávamos uns com os outros. A partir de sua recomendação, fizemos silêncio e nos pusemos à escuta. Daí a pouco começou a chegar aos nossos ouvidos o doce canto esperado. Era um canto de suave modulação, dividido em três tempos. No trecho intermediário as notas se prolongavam. Graficamente talvez se pudesse representá-lo assim: tí - tuííí - í.
Era um canto de alvíssaras.
Nós escutávamos embevecidos. Era um trinado límpido, cristalino, de indizível doçura, a repetir-se espaçadamente e a crescer e a ganhar distâncias na solidão daquela hora: tí - tuííí - í. Tí - tuííí – í. Tí - tuííí - í...
Olhando pela janela, vi que ao longe, acima do barrado azul da serra, o céu já assumira as cores da alvorada. E perguntei à nossa mãe como se chamava aquele passarinho.
- Primavera (*) - ela respondeu.
Mas para mim e meus irmãos, o seu nome, a partir daquele dia, passou a ser tí - tuí - í. E a tão grata cena, vivida naquela madrugada de setembro, tornou-se algo ternamente guardado para sempre em nossa lembrança.

(*) Ave passariforme do gênero XOLMIS, popularmente
conhecida como PRIMAVERA.

A ROSCA

Minha mãe havia me dado um tostão. Naquele tempo, o tostão, também chamado de cem réis, era a moeda de mais baixo valor. Mas com ela comprava-se uma caixa de fósforos, ou um papel e envelope, para cartas, e muita coisa mais.
Conheci a moeda de cobre, de 40 réis, e o vintém, de liga de níquel, de 20 réis, mas já fora de circulação, embora os adultos de então se referissem freqüentemente a um tempo em que uma e outro eram moedas correntes.
Voltando ao tostão, desde o momento em que o recebi, a moedinha não esfriou mais. Mantive-a sempre quente, apertada em minha mão.
Chegou a noite. Fui dormir pensando no que iria comprar no dia seguinte.
Ao despertar, pela manhã, de pronto não me lembrei do tostão. Dei-me conta, sim, de que havia algo novo naquele novo dia. Senti que vinha de dentro de mim uma alegria nova, latejando como se quisesse saltar do peito para fora. Mas não atinava com a razão disso tudo. Por que será que estou me sentindo assim tão feliz?
Foi nessa altura que me lembrei do tostão. E foi aquele susto! Cadê o tostão? Não se encontrava mais em minha mão. Revirei-me na cama, num átimo, e, graças sejam dadas, lá estava ele, o danadinho, a destacar-se sobre o lençol.
Apanhei-o depressa e voltei a apertá-lo na mão e a sonhar, olhando no telhado as teias de aranha e as falhas das telhas, por onde se avistava, aparecendo ao longe, o límpido azul do céu.
“Que vou comprar?” Era sobre o que me perguntava.
A escolha era farta. Poderia comprar três laranjas, ou quatro limas, ou cinco balas doces, ou dois biscoitos de fofão, ou uma rosca.
“Vou comprar uma rosca”.
Na rua de baixo havia a venda do seu Gaudêncio, delegado do lugar.
A esposa dele, Dona Biló, era quitandeira de mão cheia. Além do pão de sal, pesado, barrigudo, ela fazia uma rosca morena, temperada com canela e adoçada com rapadura, que para mim era a rainha das quitandas. Decidi-me.
“Vou comprar uma rosca”.
E fui. Deviam ser umas duas horas da tarde. Por aí assim. Nem muito antes nem muito depois. Comprei a rosca e no caminho, de regresso, vim roendo-a por fora, comendo a casca, que tinha um cheirinho bom de erva-doce. Poupando. Quem já foi menino pobre sabe o que é poupar. Comer devagar. Um pedacinho de cada vez. Para durar muito.
Ao me aproximar de casa a rosca já estava sem a casca. Raciocinei: “meus irmãos são muitos. Se eu entrar pela porta da frente vou ser forçado a dar um pedaço aqui, outro ali e lá se vai minha rosca”. Decidi: “vou pelos fundos.” Passei pelo quintal, saltei a janela do quarto de minha mãe e me deitei na cama dela, cobrindo-me com seu cobertor, dos pés à cabeça. E bem no escondido continuei a roer a minha rosca na maior felicidade.
Mas vocês sabem como são as coisas. Em lugar pequeno as notícias correm depressa. Assim é que o Vicente, meu irmão mais velho, ficou sabendo, não sei por que meios, que eu fora visto a roer uma rosca, vindo da venda de seu Gaudêncio. O Vicente nunca foi bobo. E tirou logo suas conclusões.
O certo é que daí a pouco comecei a ouvir seus gritos, dentro de casa, chamando por minha mãe.
Acompanhando o som da voz, percebi que ele fôra à cozinha, em seguida ao quintal, e agora vinha, a repetir o chamado, em direção ao quarto em que me encontrava.
Minha avó dizia que nós, os seus netos, tínhamos o capeta no couro. Devia ser o Romãozinho, que é o capeta dos meninos. Deve ter sido ele que me cutucou e me fez responder, debaixo do cobertor, o mais alto que pude, com a boca cheia de rosca, quando o Vicente passava pelo corredor sempre a gritar por minha mãe.
– Úuu... - Eu respondi.
Ele deve ter escutado. E a pergunta veio em altos brados:
– Onde é que a senhora está, mãe?
– Aquiii... – Respondi em falsete.
O Vicente insistiu:
– Onde, mãê?
– Úuu... Foi como respondi. Eu não quis arriscar-me a imitar novamente a voz da minha mãe. Ele já estava muito próximo e poderia descobrir o embuste. Por isso só fiz assim: – Úuu...!
Aí ele entrou no quarto, viu o vulto na cama, acreditou que era nossa mãe, e pôs-se a choramingar.
– Ó, mãe! A senhora deu um tostão ao Luiz, aquele cachorro amarelo, e ele comprou uma rosca. Todo mundo viu ele vindo da venda de Dona Biló, comendo a rosca. E a senhora não me deu nada. E arrematou, redobrando o chôro:
– Me dá um tostão, mãêêêê!
Não agüentei. Era engraçado demais. Eu ali debaixo daquele cobertor e o Vicente a chorar e a me chamar de mãe, e a pedir um tostão. Ele que era tão prosa e arrogante diante de mim...Não fui capaz de conter o riso.
Mas imediatamente tive de passar à ação. De um só golpe atirei o cobertor em cima dele e saltei para o outro lado, rindo a mais não poder, e pulei a janela, enquanto o Vicente perdia tempo desembaraçando-se do cobertor, dava a volta à cama e por sua vez saltava também a janela em minha perseguição, a xingar tudo que sabia.
Mas eu já estava longe. E os cacos de telha atirados por ele não me alcançaram.
Ganhei a rua, entrei num quintal vizinho e me escondi embaixo de um velho carro de boi.
Pacientemente deixei o tempo passar. Mais tarde voltei. Espiando de longe e avançando aos poucos, até chegar em frente à venda de meu pai e verificar que a barra estava limpa. Ninguém na venda. Somente meu pai. Em sua mesa, a escrever.
Entrei e fiquei perto do meu pai.
Daí a pouco o Vicente apareceu. Essa era a hora perigosa. Era o nosso primeiro encontro depois da presepada que lhe armara. Ele me viu e veio-lhe o ímpeto de me atacar. Mas eu me encostei mais em meu pai e ele se conteve e veio se aproximando devagar, até encostar-se em mim. Aí começou a me xingar só com o canto da boca, enquanto tentava pisar em meus pés e me beliscava no couro das costelas. Aí eu denunciei:
– Olha, pai. O Vicente está aqui querendo pisar em meus pés e me pinicando na costela...
Meu pai interrompeu a escrita, virou-se para nós, percebeu a atitude belicosa do Vicente e passou-lhe uns pitos, mandando que parássemos com aquilo e fossemos brincar lá fora.
O Vicente saiu, emburrado, mas eu não arredei pé da venda a não ser com meu pai, para jantar, e, mais tarde, para dormir.
No outro dia minha mãe deu ao Vicente um tostão. E a paz voltou a reinar em nosso mundo.


(continuará, nos próximos dias, até a publicação de todo o livro, que acaba de ser lançado em edição artesanal de apenas 10 volumes. As partes já publicadas podem ser lidas na seção Colunistas - Luiz de Paula)

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Mensagem N°35330
De: valter josé vieira Data: Sábado 17/5/2008 21:30:46
Cidade: santos SP

Os navios que transportam veículos são do tipo ro-ro .Hoje o porto de Santos, recebeu pela primeira vez um navio de colossais dimensões para este fim,o ro-ro Morning Composer,da armadora Eukor,que foi lançado na Coreia do Sul,no dia 26/03/08.Esta embarcação,tem a capacidade para transportar a fantástica quantidade de 6 000 veículos.Navegando com bandeira panamenha,passará a visitar o Porto de Santos com freqüência,doravante.O Composer, tem 197 metros de comprimento , 32 de largura. Seu calado é de 7 metros possibilitando sua navegação pelos principais portos nacionais,devido este baixo calado.Tem 12 decks (andares ), para distribuir os veículos.

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Mensagem N°35324
De: Petrônio Braz Data: Sábado 17/5/2008 13:22:54
Cidade: Montes Claros/MG

O meio ambiente é assunto que interessa, e muito, a todo o Norte de Minas, que luta por um projeto sério de revitalização do Vale do rio São Francisco.
Notícia divulgada pela internet nos informa que a destruição da natureza custa R$ 5 trilhões por ano
A destruição da natureza acarreta ao mundo danos no valor de aproximadamente 2 trilhões de euros ao ano, cerca de R$ 5 trilhões, segundo um estudo da ONU. Os resultados provisórios deste estudo sobre os custos globais da perda de espécies e espaço vital serão apresentados na conferência da ONU sobre Biodiversidade que começa nesta segunda-feira, na Alemanha.
Segundo o estudo, ao qual teve acesso o semanário alemão Spiegel, a perda da biodiversidade custa por ano 2 trilhões de euros.
"Os pobres no mundo são os que pagam a maior parte" destas perdas, assinala Pavan Sukhdev, diretor do estudo. Segundo o analista, isto acontece porque são precisamente os países mais pobres que mais sofrem com a perda de biodiversidade, como o desaparecimento de riquezas naturais cujo valor chega à metade da riqueza econômica dessas nações.

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Mensagem N°35321
De: Wantuil Data: Sábado 17/5/2008 11:18:28
Cidade: M. Claros

Marcado para 30 de junho, dentro do prazo eleitoral, a inauguração da pista dupla da avenida Magalhães Pinto, do Parque de Exposições ao Max-Min Clube. Pessoas da área dizem que as obras estão atrasadas e que dificilmente poderão ser inauguradas ainda a tempo para o uso político/eleitoral. Os recursos são do governo do estado e da prefeitura e não se sabe, até agora, com quem ficará o proveito político, caso o Palácio da Liberdade e a prefeitura não caminhem juntos na próxima eleição local. Esta junção, no último pleito, derrotou o favorito nas pesquisas, o deputado Gil Pereira. Com as obras, praticamente desapareceu o trevo do aeroporto, pois um braço da pista duplicada passa em cima do local onde havia o chinelão do tropeiro, obra de Konstantin Cristof. O chinelão, fraturado e humilhado, está abandonado ao lado da pista.

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Mensagem N°35319
De: Marly Data: Sábado 17/5/2008 10:49:52
Cidade: M. Claros

Estão queimando bandeiras do Brasil no Paraguai. Os sem terra de lá.

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Mensagem N°35318
De: Web Outros Data: Sábado 17/5/2008 10:43:42
Cidade: Belo Horizonte/MG

A hora de transposição

Manoel Hygino (jornal "Hoje em Dia")

As notícias são incompletas, nem completas poderiam ser, senão se tornariam relatório. Mas o Brasil, no fundo, não sabe exatamente de que se trata a transposição do São Francisco, cujas obras começaram com trabalhos preliminares pelo Exército. Segundo os que entendem do problema e o vivem, não se tem ciência efetivamente de qual é o projeto em execução, já que o original foi alterado muitas vezes, inclusive o apresentado em audiências públicas.
O escritor Petrônio Braz, presidente da Academia de Ciências, Letras e Artes do São Francisco, advogado com importante contribuição publicada no campo do Direito Municipal, convidado pelo professor Luiz Giovani Santa Rosa, fez palestra na Casa do Rotariano sobre o assunto. Especificamente, discorreu sobre o programa de desenvolvimento sustentável do semi-árido, projetado para atendimento às vitais necessidades da gente nordestina.
Nascido no município de São Francisco, Petrônio Braz conhece em profundidade a questão. Começou sua exposição por enfatizar que nós, mineiros, nada teríamos a ganhar ou a perder com a transposição, posto que as águas do rio já terão cumprido o seu papel em Minas. Sem embargo sublinhou que, sendo Minas fornecedor de 75% das águas que descem para a calha do rio, continuou tendo a ver com o projeto.
Mais do que isso, a menos de um quilômetro do rio, nas duas margens, o norte-mineiro passa fome e tem sede. Todos os anos, os municípios entram em regime de emergência ou de calamidade pública por falta de água e não há projeto conhecido visando melhorar o quadro.
O pensamento do palestrante é também o de milhões de mineiros: mesmo nada tendo a ver com transposição das águas, após elas deixarem o território de nosso Estado, como brasileiros temos o direito (mais do que isso, o dever, digo-o) de analisar os lados positivos e negativos do projeto.
A energia consumida com o bombeamento da água para o abastecimento dos dois canais no Nordeste, somada à uma energia que deixará de ser produzida pelo complexo Paulo Afonso, comprometerá a produção também da usina de Sobradinho.
Outros fatores foram alinhados. Assim, a evaporação do rio, até Sobradinho. Somente no lago da represa desta usina, ela corresponde ao volume de água lançado no São Francisco. Além disso, a infiltração absorverá apreciável quantidade de água bombeada, considerando que os terrenos das áreas de caatinga são de natureza sedimentar, com alta capacidade de absorção.
O rio da integração nacional corta terras de cinco estados, mas - com exceção do Alto Médio São Francisco, seja dizer, acima de Pirapora, as populações ribeirinhas são altamente sacrificadas, vivendo em estado de pobreza quase absoluta. Não são muito diferentes dos irmãos do Nordeste.
Ademais, embora apresentados projetos com vistas à revitalização do rio em Minas, em verdade não passam de micro-projetos, sem a força determinante de uma ação realmente efetiva e positiva.
Minas Gerais, onde nasce a grande via fluvial, continua exigindo um macro-projeto de revitalização. Carece de uma ação condizente com a realidade, com a situação que o rio atravessa, não somente com objetivo de despoluição dos afluentes, mas sobretudo para sua própria revivificação.
Em resumo: revitalizar é fazer renascer, dar nova vida. Isso é o essencial para Petrônio Braz e os mineiros. É o que interessa ao Brasil.

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Mensagem N°35313
De: Ruth Tupinambá Data: Sábado 17/5/2008 08:48:12
Cidade: Montes Claros/MG

Nos tempos em que os bebês nasciam

Ruth Tupinambá Graça

Logo após o casamento toda a cidade (que ainda era pequena) ficava curiosa aguardando a grande novidade do casal.
Quando demorava muito uma comadre mais curiosa procurava o casal bisbilhotando: Qual o motivo daquela demora? A cegonha estava atrasada voando por fora... o que seria?
O normal era, logo após a lua-de-mel, aparecer o enjôo e aos nove meses, o bebê.
Era pecado, evitar filhos. A mulher casada não tinha outra escolha, teria os filhos que Deus mandasse. E por mais pobre que fosse a família, o ditado era consolador:
Deus dá, Deus cria. E assim a casa enchia.
Os bebês nasciam e como nasciam!
A maioria num desconforto tremendo, após um sofrimento de oito a doze horas. Os poucos médicos da cidade eram só para doenças graves e parto (não é doença) ficava a cargo das parteiras, na maioria das vezes, sem nenhuma noção de higiene. Eram apenas curiosas, num grande desejo de servir.
Durante a gravidez a gestante deveria se abster de certos alimentos considerados maléficos, presa a crendices daquela época: não podia comer pele torrada (a placenta ficaria agarrada), pimenta e couve (provocava dor de barriga no neném), carne de porco sem castrar (atrasava o parto).
Depois vinha o resguardo, ainda mais severo: limonada e frutas ácidas nem em sonhos. Surubi, bacalhau e dourado eram remosos (indigestos), carnes de caça (veado, tatu, paca etc.) provocava alucinações (o parto subia para a cabeça).
Em compensação, havia o Vinho Reconstituinte, a cerveja preta, canjicas e mingaus para ajuntar leite.
Os frangos eram tratados em poleiros separados, comendo ração especial, durante os nove meses, para a alimentação da parturiente, um pirão gordo de farinha do Morro Alto e temperos especiais durante os trinta dias de resguardo.
O tratamento dos bebês era outro drama. Após o corte do umbigo (qualquer tesoura) o curativo era feito com azeite de mamona quente e pó de fumo torrado, durante sete dias.
Era comum a criança morrer durante esse período, principalmente nas roças. Muitas mães só completavam o enxoval depois dos fatídicos sete dias, se a criança escapasse... a maioria morria com o mal dos sete dias, mas na verdade o mal era infecção umbilical. As parteiras menos esclarecidas acreditavam que aquele mal levava impiedosamente as criancinhas.
Com os meus seis anos, eu já entendia e percebia certas coisas em casa. A mamãe estava incomodada, dizia o pai, passeando na sala, de um lado para outro; muito afobado. Algo estava acontecendo.
A Martha, uma velha escrava, cria do vovô e que nos pageava, imediatamente nos levava para o quintal, procurando nos distrair.
A cegonha ia chegar e depositar o neném no balaio que já o esperava (suspenso por cordas presas ao teto), enfeitado com fitas e tiras bordadas. Não existia maternidade, tudo era resolvido em casa mesmo, apenas com a parteira.
Na cidade havia três especiais: Sá Germana, Sá Theófila e Sá Rosinha Leite. Eram as mais esclarecidas e conscienciosas, atendiam as grávidas de melhor nível social. Eram procuradas e respeitadas por todos e até pelos médicos. Mamãe gostava mais de Sá Germana, era muito discreta e paciente. O papai ia buscá-la com muito respeito.
Ela chegava tranqüila, vestida de preto (era viúva), trazendo em baixo do chale de lã, com grandes franjas em marambaias os apetrechos para a importante tarefa. Fazia o parto, a seu modo. Tudo dependia da natureza da parturiente e assim ela sofria esperando a hora mandada por Deus. Nenhuma anestesia e, após doze a quinze horas (era normal) de dores fortíssimas, as dilatações se completavam auxiliadas apenas por cápsulas de quinino, fomentações quentes na barriga, banhos e escaldas pés.
Acontecia às vezes, não completar a dilatação, vindo, em conseqüência, a hemorragia.
Chamava-se o médico na última hora e nem sempre dava tempo de salvar o neném, usando o fórceps. O bebê nascia sozinho, debatendo-se, sofrendo juntamente com a mãe. O esforço era tremendo e nascia tão inchados! Muitas vezes até com hematomas.
Hoje os bebês não sofrem e noventa por cento não nascem. Existe, para a tranqüilidade de todos, a cesariana que resolve o problema com conforto, sem dores e sofrimentos, só que exige muita grana...
Eu rezava para que Deus desse a mamãe uma boa hora, fazia promessas incríveis, enquanto a Martha inventava mil coisas para nos prender no quintal. Eu opinava sempre pelo guisado completo até com sobremesa de melado de rapadura com mandioca. Ela concordava, havia tempo, a cegonha não tinha pressa. Ela nos punha para catar gravetos naquele enorme quintal.
Tudo pronto, eu subia cuidadosamente com o prato de comida, na mangueira. Era gostoso comer nas alturas e depois jogar o prato lá embaixo... era uma grande aventura.
Quando tudo serenava, éramos chamados para ver o irmãozinho que já dormia enroladinho no queiro de baeta vermelha (para dar sorte), bem refestelado no pequenino balaio. A mamãe dormia tranqüila, que alegria! Olhávamos desconfiados procurando entender aquele milagre.
Na cozinha começava um movimento diferente. A própria parteira preparava o pirão para a mamãe com temperos especiais para não secar o leite nem provocar cólicas no bebê.
O Vinho Reconstituinte e a cerveja preta, comprados de véspera, já estavam no armário e a marmelada Colombo, para a sobremesa da mamãe.
Em casa tudo mudava. Não podíamos correr dentro de casa, fazer barulho, nem dormir tarde.
Papai falava pouco sobre a situação, apenas gestos, mas entendíamos tudo. Tínhamos que ser educados e bonzinhos.
A parteira vinha todos os dias para o banho e o curativo do umbigo do nenê, que geralmente caía no oitavo dia.
Às vezes atrasava. O bebê tinha o umbigo muito grosso e que dificultava a cicatrização. A parteira gracejava: isto é porque ele vai ser muito rico ou um político muito importante.
Era comum enterrar o umbigo logo que caía. A mamãe era muito supersticiosa e para a sua tranqüilidade guardava-os (de todos os filhos) numa caixinha de couro preto, com bordados de tachas douradas. Os supersticiosos acreditavam que se rato o carregasse, o menino mais tarde seria um ladrão, e se o perdesse, ficaria desorientado na vida.
Durante muitos e muitos anos, vi aquela caixinha com os tesouros da mamãe... bem guardadinhos.
Mas, com o correr dos anos e as nossas mudanças, eles se perderam com o tempo... mas nenhum azar nos aconteceu.
Não existe nenhum ladrão na nossa família (modéstia à parte), e até agora, nenhum desorientado...

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Mensagem N°35305
De: Raphael Reys Data: Sexta 16/5/2008 13:43:09
Cidade: Moc  País: Br

O bloco carnavalesco Feijão Maravilha foi fundado pelo líder sindical Nivaldo Feijão, ora aposentado. Nivaldo foi o fundador do PT em Montes Claros.
Na época áurea dos carnavais de rua de 1978 a 1988 o bloco, juntamente com a Escola de Samba Destak representava o bom carnaval do bairro Morrinhos. Chegou a ter quatrocentos componentes em suas alas.
Na sua sede própria à rua Corrêa Machado, 267, ensaia diariamente com toda garra para trazer animação ao carnaval temporão que será realizado entre os dias 22/23 e 24 do corrente, tendo como passarela as folclóricas ruas da Praça da Matriz e adjacências.
Tudo sob a coordenação da Secretaria de Cultura do município e a Agrocar.
O bloco, hoje com duzentos componentes tem como quesito nota dez o samba no pé e a sua bateria, coordenada pelos mestres Eduardo Bastos, (também autor da letra e música do samba enredo do bloco) e o Bolota. Nos tamborins, o mestre Delei faz a coordenação.
A ala Mestre sala e Porta Bandeira serão confiadas aos artistas e professores de dança Daivson e Luciana que formam o casal.
Desfilaram concorrendo ao primeiro lugar os blocos Lequedê do Bairro Santa Rita, os Unidos da Vila, que representa a Vila Guilermina e o bloco Sacy do bairro Santo Expedito.
Os componentes da bateria nota dez são: SURDO- Nil, Bim, Aruca de Cizino, Tim, Biga, Divino, Quiné, Abel e Ró. - SURDINHO-Getúlio, Nenzim, Frank, Willham, Chapolin, Carel e a garota Márcia. - RIPINIQUE – Dio, Fernandinho, Amaral e Zé Maria da capoeira. - TAROL - Mestre Bolota, Carlinhos, Landi, Tanekão, Wellington, João, Maicon, Marquinhos, Cascão e Betinho de Zacarias. - TAMBORIM – Mestre Delei, Nino, Erick, Fabinho, Tiago, Antonio Marcos, George, Osmar, o pequeno Pedro Henrique e as garotas, Rafaela, Luam, Janaina, Mahira, Larissa e Elizângela.- CHOCALHO – Zeca, Elias, Biluca, Ró e Willham. - AGÔGÔ - O cobra criada Viví, promete fazer o instrumento falar na avenida!
As Rainhas que trarão o encanto à frente da bateria foram apresentadas pelo jornalista e colunista social João Jorge, do Jornal O Norte de Minas e ligado ao evento. São elas:
Mariana Martins do Santos Reis, Gláucia Lopes estudante da FUNORTE, a musa do carnaval, Ísis Daniele e Gislaine Moreira do Vera Cruz. O rei momo será o folião Pablo Ruan, que já prepara a fantasia no capricho.
Com a volta do bloco Feijão Maravilha ficou em evidência o Beco dos Carijós, passarela ao lado que agora foi elevada à categoria de Alameda dos Carijós. Como no morro tudo é exótico e diferente, temos também como vizinho uma igreja evangélica e o conjunto habitacional Zacarias I com duas torres gêmeas.
Quem nasce nos Morrinhos, já nasce sabendo sambar. Tem o samba no sangue e a ginga nos pés.
O samba enredo: SERA?
Será mentira?/ Ou é verdade?/ Que o carnaval voltou pra esta cidade. / Será verdade ou é mentira?/ que o carnaval voltou pra avenida. /Será que a alegria voltou a reinar?/ Com o carnaval se voltou pra ficar / Será que alegria voltou a reinar?/ Com o carnaval se voltou para ficar/
O morro desce/ O morro pára a avenida/ Com o bloco Feijão Maravilha/ Tem mulher bonita, pois é!/ Tem capoeira e muito samba no pé/ Mas a alegria não vai faltar/
(REFRÃO) Com o Feijão Maravilha vamos lá/ Mas a alegria não vai faltar/ Com o Feijão Maravilha vamos lá/

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Mensagem N°35300
De: Waldyr Senna Data: Sexta 16/05/2008
Cidade: Montes Claros

Não se elege um poste

Waldyr Senna Batista

Em que medida pode um governador de Estado, com elevados índices de aprovação, influir para a eleição de um candidato a prefeito em cidade de porte médio ? A resposta está sujeita aos acasos da política.
Ninguém consegue eleger um poste, segundo o jargão muito em voga no meio político, depois que o inefável Paulo Maluf, gozando de indiscutível prestígio, se propôs a eleger Celso Pitta prefeito de São Paulo. “Eu elejo até um poste”, disse ele, com o sotaque característico. E elegeu mesmo.
Mas por estas bandas essa história de transferência de prestígio é discutível. Às vezes funcionava, ao tempo em que a simples designação de uma diretora de escola podia mudar o resultado da eleição. Ou a instalação de um mata-burro na estrada da região em que o coronel era dono de forte “mandiocal” e usava o “melhoramento” para mostrar força junto ao governo.
Mudaram-se os costumes. Agora, não basta apenas estar com a caneta em punho para determinar como as coisas vão acontecer. A legislação eleitoral impede certas decisões em véspera de eleição, e o ministério público e a justiça eleitoral desfrutam de independência total para a aplicação das normas. Além disso, o eleitorado, escudado pela urna eletrônica, não se deixa dominar com facilidade.
O que não significa dizer que o processo eleitoral passou a ser coisa de anjos e que esteja a salvo de influências negativas. Elas acontecem, mas são grandes os riscos assumidos pelos infratores. Agora mesmo um juiz tirou do ar um candidato camuflado. Antes não se via, como na atualidade, prefeito perder mandato e até ser preso em razão de infrações cometidas durante a campanha. Nos dias de hoje, a disputa se desenvolve de maneira transparente, com limitações ao uso dos meios de comunicação e contenção rigorosa da influência do poder econômico.
A campanha eleitoral de quatro anos atrás, em Montes Claros, pode servir de exemplo para mostrar como o eleitorado está resistente a procedimentos de cúpula que contrariem a tendência natural das coisas. Naquela ocasião, o então prefeito Jairo Ataíde costurava acordo que previa o apoio do seu grupo ao candidato Athos Avelino. Outros dois disputantes se alinhavam, um deles o deputado Gil Pereira, que aparentava posição privilegiada, tudo indicando que seria o candidato de oposição ao então prefeito. A cidade foi dormir com esse esboço, na última noite do prazo de escolha de candidatos, e acordou com um quadro totalmente diverso, ao que se soube por influência direta do governador Aécio Neves: Gil tomou o lugar que seria de Athos, que teve de assumir o papel de oposição, montando uma chapa com vice improvisado.
Na prática, o esquema não funcionou porque parte do grupo do prefeito, tendo à frente o vice-prefeito Ucho Ribeiro, abriu dissidência e apoiou a candidatura de Athos, que se elegeu; e Gil, de franco favorito que era, não chegou sequer ao segundo turno.
No cenário que se descortina agora, os personagens são exatamente os mesmos de quatro anos atrás e, de novo, fala-se que a decisão definitiva só será adotada por Jairo depois que Aécio se pronunciar. Aécio, que pode ser considerado o grande derrotado na eleição passada. Ou seja, o desacerto anterior não serviu de lição. Quem poderá garantir que o que não deu certo antes produzirá resultado diferente agora? É verdade que Jairo não é um “poste”, já disputou seis eleições e ganhou três.
Poucos entenderam a razão pela qual, em vez de ajudar, a influência do palácio da Liberdade atrapalhou. É que essa fórmula, que no passado distante funcionava maravilhosamente bem, caducou. Em Montes Claros, especialmente, por um fator que não foi considerado antes e parece não estar sendo levado na devida conta nas negociações em curso: o eleitorado aqui tem se mostrado avesso a decisões urdidas em gabinetes.

(Waldyr Senna é o mais antigo e categorizado analista de política em Montes Claros. Durante décadas, assinou a "Coluna do Secretário", n "O Jornal de M. Claros", publicação antológica que editava na companhia de Oswaldo Antunes. É mestre reverenciado de uma geração de jornalistas mineiros, com vasto conhecimento de política e da história política contemporânea do Brasil).

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Mensagem N°35294
De: Carlúcio Boaventura Faustino Data: Sexta 16/5/2008 10:46:59
Cidade: Montes Claros-MG  País: Brasil

Impressionante a falta de lixeiras em Moc (principalmente no centro). Não é a toa que a sujeira toma conta da cidade! Educação da população é importante, mas onde vamos jogar o lixo?

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Mensagem N°35288
De: Reinaldo Sandes Data: Sexta 16/5/2008 10:02:57
Cidade: Montes Claros - MG

O jornal Hoje em Dia, em sua edição de hoje, divulgou que a UFMG, seguindo deliberação de seu Conselho Universitário, adotará, já no próximo vestibular, bônus de 10% para os candidatos egressos de escolas públicas. Se o candidato for negro, o bônus sobre para 15%. Ou seja, quem se enquadrar nessas categorias, a título de inclusão social, terá bônus nas notas das provas. Desse modo, os excluídos passam a ser os brancos e os egressos de escolas particulares, muitos deles nessa última situação graças ao esforço hercúleo de seus pais, que fazem "das tripas coração" para darem uma melhor formação aos filhos. Não bastando o injusto sistema de cotas, vêm agora os tais bônus, aumentar ainda mais a discriminação sócio-econômico e racial. Ao invés de promover uma educação de base gratuita e de boa qualidade, o que seria justo e colacaria todos em condições de igualdade para disputar uma vaga na universidade, parece mais cômodo e mais barato ao Poder Público, promover a inclusão de certos grupos usando como ferramenta a injusta exclusão de outros.

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Mensagem N°35286
De: Moradora Data: Sexta 16/5/2008 08:19:49
Cidade: Montes Claros

Mais um assassinato aconteceu nesta madrugada em Montes Claros, desta vez, na bairro Vila Campos em mais uma favela que foi contruída com o apoio de um conhecido vereador de Montes Claros, e nós moradores dos bairros vizinhos, temos que conviver diariamente com o tráfico, roubo e prostituição naquele lugar. Na madrugada, foi possível todos os vizinhos escutarem vários tiros, hoje na vizinhança, não podemos mais ficar na porta de casa, chegar em casa a noite, pois a qualquer hora é possível sermos vítimas. Não aguentamos mais.

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Mensagem N°35285
De: Margareth Ramos Data: Sexta 16/5/2008 08:17:15
Cidade: São Paulo/SP

Titulo da notícia: Ex-prefeito de Mariana, favorito nas próximas eleições, é morto a tiros por homens de moto
E-mail: [email protected]
Comentário: Eu e minha família estamos muito tristes com a morte de nosso primo de 2° grau. Somos filhas da Glória, prima pela qual ele tinha muito carinho. Sempre nos tratou com muito respeito e delicadeza, e quando íamos à Cachoeira parávamos em seu posto para abastecer e rever os parentes. É muito triste viver em um país em que homens com mais de 70 anos, decentes, de visão são mortos covardemente.

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Mensagem N°35275
De: Paulo Data: Quinta 15/5/2008 16:35:46
Cidade: M. Claros

Chega a 250 o número de ocorrências registradas diariamente em Montes Claros pela PM. Os chamados BO, boletim de ocorrência.

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Mensagem N°35267
De: karla da silva cruz Data: Quinta 15/5/2008 11:44:58
Cidade: Montes Claros/MG

Titulo da notícia: Choque entre moto e caminhão mata cabo PM em cruzamento de ruas no bairro Morrinhos
E-mail: [email protected]
Comentário: vi o belo trabalho do samu e dos bombeiros na tentativa de salvar Welber. infelizmente nao foi a vontade de Deus. ele ainda resistiu por algum tempo e fica aqui a minha solidariedade com a familia. fiquem em paz.

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Mensagem N°35263
De: Azevedo Data: Quinta 15/5/2008 11:21:03
Cidade: BH

Lembrada apenas na hora de construir um cadeião "de trânsito" em tempo recorde, Montes Claros passa ao largo da crise que pode levar ao rompimento do ex-presidente Itamar Franco com o governador Aécio Neves. Conhecido e reconhecido pelo seu temperamento mercurial, o ex-presidente ontem enviou curta carta ao governador, em cuja eleição foi decisivo, pedindo o afastamento da presidência do Conselho Administrativo do BDMG. Itamar está irritadíssimo com a preterição de sua Juiz de Fora para ser sede do entreposto aduaneiro que abastece a zona franca de Manaus. A cidade escolhida foi a próspera Uberlândia. Montes Claros sequer foi lembrada, como recentemente passou a ser moda na hora de deslocar presos da região metropolitana de Belo Horizonte para algum lugar do território mineiro. (...)

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Mensagem N°35261
De: João José Data: Quinta 15/5/2008 11:03:49
Cidade: Montes Claros

Uma força subjetiva ("que provém de um sujeito enquanto agente individual") conseguiu o que a lei até aqui não conseguiu: momentâneamente as carrocinhas de som que assombram a cidade com o seu som nas alturas baixaram o volume! Pela Lei do Silêncio, elas e os carros de som têm restrições, que não são nem de longe obedecidas. O carnamontes, que tirou o sono da cidade (e pode provocar retaliações nas urnas), também não seria realizado. Ora, entre nós, a lei nada vale; vale a voz de algum poderoso do momento. Decididamente voltamos ao regime do arbítrio. Que os dicionários definem mais ou menos assim; "Que independe de lei ou regra, e só resulta do arbítrio, ou mesmo do capricho de alguém". Ou não é? (...)

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Mensagem N°35256
De: Lara Data: Quinta 15/5/2008 10:31:56
Cidade: Brasilia  País: Brasil

Soube por informação aqui em Brasilia DF que o nosso querido Padre Ivan Clementino voltou para Montes Claros, alguem sabe informar em que paroquia ele esta celebrando. Um abraço a todos os muralistas.

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Mensagem N°35255
De: Walc y Data: Quinta 15/5/2008 10:30:35
Cidade: Montes Claros

A Copasa e a Cemig são empresas ricas do estado por explorar a população. Em Montes Claros, uma residência sem consumo nenhum de energia elétrica e de água, isto é, de consumo zero, precisa pagar, por mês, 39 reais e 24 centavos para a Cemig e 20 reais e 75centavos para a Copasa. Não precisa nem dizer que os políticos e os seus apadrinhados vivem dependurados nestas estatais.(...)

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Mensagem N°35227
De: Luiz de Paula Data: Quarta 14/5/2008 11:31:45
Cidade: Montes Claros

(Do livro "Por Cima dos Telhados, Por Baixo dos Arvoredos" - Parte 11)


A TINTA SARDINHA E AS BELAS
ASSINATURAS

Sempre tive todos os sentidos muito aguçados, notadamente o olfato.
Quando entrei para a Escola Rural Mixta de Várzea da Palma, aos seis anos e meio de idade, captava no ar o cheiro da tinta Sardinha. Era a tinta de escrever que todos os alunos usavam. Vinha em vidros redondos, achatados. Custava 300 réis, cada vidro.
Eu gostava do cheiro da tinta. E gostava também do ranger da pena MALLAT no 12, no papel, quando se escrevia.
Queria aprender depressa a escrever o meu nome. Para fazer como o ferreiro Tertuliano Silva e o professor particular José Maria Guimarães.
Eles alisavam o papel sobre a mesa, molhavam a pena no tinteiro e a seguir executavam dois a três volteios com a mão e feito isso assinavam caprichadamente os seus nomes, com as maiúsculas enfeitadas de bonitos floreados.
Sabiam escrever bonito, aqueles dois...
A fábrica da tinta distribuía um folheto que trazia esta quadrinha:
Não chores assim,
não chores maninha,
que dou-te um vidro
de tinta Sardinha.

PASSATEMPOS

Não havia rádio nem televisão. Outros eram os passatempos domésticos.
Em nossa casa havia violão, viola e sanfona de oito baixos. Baralhos e tabuleiros de damas. E cartelas e pedras para o jogo de víspora. De vez em quando apareciam quebra-cabeças de arame ou de madeira.
Os jogos mais praticados no baralho eram o jogo de burro, truco, douradinha, vinte e um, sete e meio.
Todos se utilizavam desses passatempos, de modo que cedo comecei a me divertir no violão.
Naquele tempo, o bonito era conhecer muitos floreados e não ritmos, como hoje. Lembro-me de dois floreados que aprendi primeiro, ambos em sol maior. Da primeira posição para a segunda e voltando da segunda para a primeira. Para memorizá-los criei letras para ambos. “A rosa nasceu do galho”, para o primeiro e “o nosso amor verdadeiro”, para o segundo. Ao relembrar essas passagens do início de minha infância me detenho na segunda frase - o nosso amor verdadeiro. Que significado teria para um menino de 6 a 7 anos a palavra amor? E porque fui buscá-la para ilustrar aqueles floreios do violão? E porque “verdadeiro”? Já teria àquele tempo intuição maior do significado do amor, e da existência de amores verdadeiros e falsos?
Mais tarde, com dez anos e meio de idade, quando passei um ano em Pirapora, para fazer o 4o ano primário, gostava de acompanhar a banda de música pelas ruas, em datas festivas, ouvindo a execução de seus dobrados. Como não tinha a quem perguntar, eu punha nome e letras no que ouvia. Letras sem nexo, representativas do que aquelas melodias desconhecidas despertavam em mim. Ainda me lembro de uma dessas melodias. A letra que criei era assim:

Guarda como um tesouro,
guarda como um tesouro.
Guarda como um tesouro,
o tesouro carioca.
Parará-tá-tá - Bum!

UTENSÍLIOS, FERRAMENTAS, CRIAÇÕES ETC
EXISTENTES EM NOSSA CASA

DIVERSOS
Oratórios com santos, estampas de santos, pilão e mão-de-pilão, retratos da família e de parentes, peneiras de arame e fibra, barris e tambores para água, lata tipo querosene, latas para leite, gancho tridente com corda para retirar latas e outros objetos que caíssem nas cisternas, tacha de torrar café, gamelas para amassar biscoitos e pães, tachas para assar quitandas, forno com porta dando para o interior da cozinha, vassouras de varrer casa, de varrer quintal e de limpar telhado por dentro, lanterna de mão, lampiões belga, lamparinas a querosene e azeite, máquina de moer carne, guarda-chuvas, galochas, além dos móveis e utensílios comuns de copa, cozinha, dormitórios e sala de visitas.
E mais: canastras, espreguiçadeiras, cofre Bergamini, escadas, brochas, pincéis, selas, cangalhas, arreios de carroça, cabides de parede e de pé, bacias de rosto e de banho, lavatório, jarras e bacias esmaltadas, quadros de paisagem nas paredes da sala de fora, reproduções de quadros de generais da primeira guerra mundial, relógio em forma de 8, de bater horas e quartos de hora, relógio despertador, termômetro Casella, vidro de tirar ventosa, ferro de acertar casco de animais para assentar ferraduras (puxavante). Bacias grandes, para banho, e menores para lavar os pés. E bacias de rosto, com jarro e lavatório metálico, em cada quarto, pois não havia água canalizada nem pias. Laços de couro e cordas de uso na pecuária, e cordas de pular.

FERRAMENTAS
Machado, serrote, martelo, turquês, alicate, chaves de fenda, pua, seguetas, nível, compasso, esquadro, metro e fita métrica, escala, fio de prumo, enxada, enxadão, picareta, alavanca (lebanca), lima e limatão, grosa, arranca-prego, pregos, chaula ou pá, parafusos, funis, machadinha de marcar madeira, fogareiro com ventoinha, tipo forja, para queimar veneno (arsênico e enxofre) e injetar fumaça venenosa em formigueiros.

ANIMAIS DOMÉSTICOS E PÁSSAROS
Cachorros, gatos, papagaios, passarinhos (bicudo, patativo, pintassilgo, curió, canário), sagui e quatí, galos e galinhas, cocás, patos, perus, cabras e cabritos, porcos no chiqueiro, vaca para leite.

LIVROS
Chernoviz, Bíblia, Dicionário de Jayme Seguiér, Os Sertões, O Guarany, Iracema, O Mistério da Estrada do Sintra, Os Miseráveis, Manual del Curtidor.

PARA O LAZER
Baralhos (novo para gente grande e velho para as crianças), sanfona, violão, viola, tabuleiro de jogo de damas, espingarda cartucheira e Flaubert, revólver, facão, anzóis, carrinho de mão, carrocinha de mão.

JOGOS DE BARALHO
Jogos de baralho: burro, truco, batalha, sete e meio, vinte e um, douradinha e douradão, estenderê e estenderê de monte, fedor, bisca, pôquer, dominó, paciência.

(continuará, nos próximos dias, até a publicação de todo o livro, que acaba de ser lançado em edição artesanal de apenas 10 volumes. As partes já publicadas podem ser lidas na seção Colunistas - Luiz de Paula)

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Mensagem N°35221
De: ISADORA Data: Quarta 14/5/2008 08:11:50
Cidade: Motntes Claros  País: Brasil

Acidente de trânsito matou um policial militar na manhã desta quarta-feira, próximo a rua Melo Viana.Quem souber de mais informações, poste aqui.

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Mensagem N°35210
De: Petrônio Braz Data: Terça 13/5/2008 16:53:46
Cidade: Montes Claros/MG

Isto não é democracia

Fui professor durante belos vinte anos e tenho orgulho dessa passagem, para mim histórica, de minha vida. Hoje não me disporia a exercer esta sublime profissão.
Assisti aos noticiários televisionados de hoje, o terremoto na China e outras notícias. Da Globo passei para o Fala Brasil e encontrei reportagens terrificantes sobre a situação dos professores em algumas capitais deste País. Ao vivo professores sendo espancados por aluno ou grupo de alunos, em plena sala de aula. Grupos de alunos, dominando áreas dentro da escola para uso de drogas. Isto, para meu entendimento, é inadmissível. Um aluno de quatorze anos levanta-se da cadeira e dá um soco na professora, em plena sala de aula.
A explicação dos menos avisados vem rápida: droga.
Não é somente pelo possível uso de drogas que tem ocorrido a desrespeito à autoridade do professor nas escolas, principalmente nas públicas, é pelo desrespeito ao princípio de autoridade.
Não apenas porque fui professor, em tempos outros, mas porque a classe de professores é a que deve merecer maior respeito em nossa comunidade dita civilizada, apesar dos salários recebidos, que saiu em defesa da classe.
Fatos como esses têm sido presenciados em razão de entendimentos diversificados do que seja uma democracia (leia liberdade).
Em qualquer sociedade humana (sem falarmos nas formigas ou nas abelhas) deve existir um vínculo de subordinação, através de escalões sucessivos, que define os limites de autoridade, de superior a subalterno, sem o que se perde o controle da própria sociedade, estabelecendo-se o primado da anarquia.
Não se pode negar que tais abusos, que se vão tornando permanentes, têm sua origem primeira nos postulados da atual Constituição brasileira. No texto constitucional existem acentuadas limitações à atuação da autoridade, posto que escrita, votada e posteriormente entregue aos brasileiros como sua lei maior, como uma reação legislativa contra o regime militar anteriormente vigente. Nela, na Constituição, destacam-se direitos, com exaltação dos interesses sociais e coletivos, sem considerar as obrigações e os deveres sociais e cívicos, que se exige de todo indivíduo, que vive em sociedade.
Na esteira da Constituição, leis ordinárias e resoluções normativas têm sido editadas excluindo o princípio da autoridade, principalmente nas escolas.
Não seria necessário voltarmos aos bons tempos da palmatória, tempos que me trazem agradáveis recordações, quando éramos levados a bater (com a palmatória) em um colega que não acertava a tabuada. Era um castigo que não magoava, mas incentivava. Mas é imperioso que o princípio da autoridade seja restabelecido.
Hoje nada, ou quase nada, se pode fazer para conter a elevação da desordem dentro das escolas. Em tempos outros havia o instituto da expulsão, da extinção do mau elemento do convívio escolar. Se o criminoso deve ser preso (afastado da sociedade) como deseja toda a sociedade (lembremos do caso Isabella), por que o mau aluno, que pratica ilícitos nas escolas, não pode dela ser afastado como ato punitivo, ouvido o conselho escolar?
Não me animaria, hoje, a ser professor, especialmente nas escolas de primeiro e segundo graus, porque não tenho vocação para mártir, para o sacrifício ou o sofrimento por um trabalho.
A primeira educação deve nascer na família, o que nem sempre acontece. Em seguida vem a escola que instrui, mas não está podendo educar.
Estamos efetivamente vivendo tempos difíceis.

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Mensagem N°35188
De: Augusto Vieira Data: Terça 13/5/2008 12:29:10
Cidade: Belo Horizonte

ADEUS, FREI LAMBAS!

Deixou-nos, em 11 de maio de 2008, o Desembargador Lamberto de Oliveira Sant’Ana. Conheci-o no final dos anos 50, do século próximo passado, seminarista em Montes Claros. Era filho de “seu” Lourenço Sant’Ana e de D. Zelita, que residiam no primeiro andar de um prédio da rua Dr. Santos. “Seu” Lourenço, soteropolitano, adotou nossa aldeia e nela trabalhou por longos anos. Foi, dentre outras atividades, concessionário da SIMCA, cuja sede era no mesmo edifício, de sua propriedade, em que abrigava a família. O casal teve dois filhos. Lamberto, que nasceu em Pedra Azul, a “Fortaleza do Vale”, e Osmane, nosso querido e saudoso “Binha”.
A partir dos anos 60, seríamos três vezes colegas: na Faculdade de Direito da UFMG (eu calouro dele), na advocacia e na magistratura. Na faculdade lutamos contra a ditadura. Quando foi editado o AI-1, ele foi patrocinador de um dos mais sutis protestos que o movimento estudantil mineiro já conheceu. Estávamos, à noite, no edifício Arcângelo Malleta e recebemos a notícia. Começamos a vaiar. Entraram no prédio vários policiais, civis e militares, para impedir a manifestação. Lamberto, que todos já chamavam de “Frei Lambas”, por sua sabedoria, bondade e profunda religiosidade, ao perceber a entrada deles, se levantou e pediu a todos que permanecessem em seus lugares, em absoluto silêncio. Foi imediatamente obedecido. Quando os policiais se retiraram, sem graça, ele começou a estalar os dedos de uma das mãos, o polegar no médio, no que foi acompanhado por quase todas as pessoas que, àquela hora, lotavam os bares e corredores do prédio. Os policiais retornaram, ferozes, mas ficaram sem ação: como proibir tanta gente de estalar os dedos?
Lamberto colou grau de bacharel em Direito, inscreveu-se na OAB e retornou a Montes Claros, onde exerceu honrosa advocacia. Decorridos cerca de quatro anos cheguei eu e ele, pouco tempo depois, seria aprovado no concurso para Juiz de Direito. Resolveu assumir e passou-me vários casos de seu escritório, que era no Edifício Ciosa, na Praça Dr. Carlos. Em 1982 também fiz o mesmo concurso e ingressei na magistratura. Ele já era Juiz da Comarca de Curvelo. Em meu primeiro livro, Estórias do Bala, registrei um fato de sua passagem por essa comarca. Num julgamento do Tribunal do Júri, ele perguntou ao réu:
— O senhor atirou na vítima?
— Não atirei não, dotô, é que eu tava cum revolve na cintura, ele disparou, a bala bateu numa pedra, ripicou e furou a testa do vítimo.
— O senhor está pensando que bala de revólver é aquele gás fedorento, que sai pelo ânus, desce pela boca da calça e reflete no nariz?
O réu acabou confessando, tranqüilo, a autoria do crime ao paciente e sacerdotal magistrado.
Quando fui promovido para Belo Horizonte, em 1992, ele ali já se encontrava. Para minha alegria, ainda trabalhamos, bom tempo, no Fórum Lafayette, ele sumariante do I Tribunal do Júri e eu na 6ª Vara Criminal. Sempre nos visitávamos em nossos gabinetes e relembrávamos nossa querida aldeia, nossos parentes e amigos. Eu me aposentei e ele foi promovido a Juiz do Tribunal de Alçada. Com a fusão dos tribunais, assumiu o cargo de Desembargador do Tribunal de Justiça, que exerceu, por longos anos, com dedicação e brilhantismo, até aposentar-se compulsoriamente, aos 70 anos de idade.
Lamberto deixou viúva D. Lia de Oliveira Santana, sua dedicada esposa, mãe de seus três filhos, Leonardo (dentista), Luciano (advogado) e Alisieux (economista e advogada). Deixou seis netos. A viagem precoce desse grande amigo, que foi um dos maiores latinistas que conheci, de caligrafia perfeita, entristeceu e plantou imensa saudade nos corações de muitas pessoas, porque ele foi um homem alegre, culto, virtuoso e extremamente solidário. Fará muita falta a todos nós.
Lambertus, requiescat in pacem!

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Mensagem N°35183
De: Vilela Data: Terça 13/5/2008 11:21:50
Cidade: Montes Claros  País: Brasil

Que saudade da Montes Claros de pouco tempo atrás, pacata, tranquila e acolhedora... Ontem em mais um episódio da violência uma perseguição policial como em filmes, muitas viaturas da polícia civil em alta velocidade pela Rua João Souto no centro por voltas das 15:00 horas. Estamos com medo... nós, norte mineiros, precisamos descobrir uma forma de viver melhor, e só há um modo, resgatar valores! Valores culturais, sociais, éticos, familiares e religiosos. Precisamos nos unir minha gente, em busca de valores, para podermos viver e ver nossos filhos e netos viverem bem também.

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Mensagem N°35162
De: Wanda Data: Segunda 12/5/2008 22:58:24
Cidade: Montes Claros

A mensagem 35135, de "organizadores", fala por si. Não há necessidade de acrescentar nada. Leiam-na e depois releiam. É o perfeito retrato deste Brasil que assusta e espanta.

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Mensagem N°35156
De: Marilza Neves Cangussu Data: Segunda 12/5/2008 17:53:44
Cidade: Imperatriz/MA

Titulo da notícia: Corpo quase intacto de padre Santo Pio é retirado da sepultura e ficará exposto na Itália até outubro
E-mail: [email protected]
Comentário: Sou devota de São Pio desde 1994, através dos livros de Vassula Hyden, A Verdadeira Vida em Deus, onde Jesus dizia a ela que, Pe. Pio era um dos maiores Santos da Igreja Católica. Daí fui buscar conhecê-lo e me tornei sua devota. Inclusive já estive em San Giovane Rotondo, cidade dos milagres do Pe. Pio, e onde ele passou os ultimos anos de sua vida.

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Mensagem N°35141
De: Alencar Data: Segunda 12/5/2008 13:08:20
Cidade: Moc.

Alguns promotores de "eventos" e tambem alguns organizadores de "festas" confunde democracia com algo parecido como "pode fazer tudo". Estão alugando clubes, sitios ou residencias, onde promovem verdadeiras orgias regadas a drogas e alcool, este negocio que só entra de maior é só fachada, quem paga entra. É comum dentro e fora destas "festas" acontecer brigas dentro e fora do recinto, por causa de abuso das drogas ou alcool. Entendemos que festa é confraternização entre amigos e parentes. As festas que tem acontecido ultimamente tem simplesmente como objetivo dos organizadores arrecadar $$$, os demais vão para se embriagarem ou se drogarem.

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Mensagem N°35133
De: Gilberto Data: Segunda 12/5/2008 10:52:25
Cidade: Montes Claros

Um absurdo!!! ao passar sexta-feira a noite pela praça Dr. Carlos, notei que a unica iluminação desta praça vem da claridade dos painéis de publicidade instalados no Shopping Popular. Pergunto quem recorrer???

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Mensagem N°35124
De: Eujácio Data: Segunda 12/5/2008 08:04:02
Cidade: Montes Claros-MG  País: Brasil

para o Paulo, mensagem 35119. Muito obrigado pela informação. Neste dia, logo após o acontecido, tinha um senhor assitindo o jogo com a esposa e a filha, ele levantou e exclamou: "nunca mais venho a um estádio de futebol com minha família." Por isto que não esqueço deste jogo.

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Mensagem N°35117
De: José Prates Data: Domingo 11/5/2008 14:55:44
Cidade: RIO DE JANEIRO RJ

MULHER AVIADORA

José Prates

Outro dia, falávamos da mulher motorista de ônibus, a primeira de Montes Claros. Claro que não foi a primeira cidade a ter uma motorista dirigindo coletivo e, também, com certeza, não será a última, porque é uma conseqüência da emancipação social da mulher. Foi novidade? Na cidade, foi. Tomara que daqui a anos, quando muitas mulheres estarão ao volante de coletivos circulando pela cidade, a pioneira seja lembrada com orgulho pela classe, porque não foi um fato de somenos importância. Foi o uso por aquela mulher, da liberdade de opção de vida, direito adquirido na luta silenciosa de todas pela independência, cortando as amarras da dependência que eliminavam o uso da vontade própria.
Também, não foi de somenos importância, mas, a história não registrou e todo mundo esqueceu, uma mulher aviadora, brevetada pelo aeroclube montesclarense, num dos anos quarenta, creio que quarenta e quatro. Foi logo no início do aerocube, quando veio o primeiro “teco-teco” para treinamento dos alunos inscritos. A história não registrou o fato porque aquele tempo era outro. Na década de quarenta, uma mulher da sociedade matricular-se no aeroclube, e como aluna usar traje masculino, era um atentado à moral feminina e feria os bons costumes. Bons costumes que significavam a aceitação mansa e tranqüila, pela mulher, da condição única de dona de casa, prendada e obediente, com a função precípua de procriar.
Vamos do princípio. Foi nessa década que teve início a construção do trecho ferroviário Montes Claros a Monte Azul, levando muita gente do Rio de Janeiro para Montes Claros que nessa ocasião, já era a cidade mais importante do norte de Minas. Com essa gente veio a Comissão de Construção constituída pelo Ministério, composta de engenheiros da Estrada, sob a chefia do Dr. Demostenes Rockert, que ficou conhecido como Dr. Roque e o seu substituto eventual, o sub-chefe Dr.Othon de Souza Novais, conhecido como Dr. Novais. De todos os engenheiros que vieram do Rio, apenas o Dr. Novais trouxe a família, ou melhor, a esposa Dona Eny Novais, uma jovem, bonita, talentosa, falando fluentemente o francês. Segundo contaram, viveu durante alguns anos em Paris onde estudou e lá conheceu o Dr. Novais quando ali fazia pós-graduação. Na França, Dona Eny adquiriu, incorporou e trouxe consigo o costume da mulher francesa que há muito emancipara. Costume que aqui não era aceito pela sociedade, nem pela Igreja. Mas, a mulher do engenheir, que vio d Rio e Janeiro, foi aceita pela sociedade local, sem restrições. No princípio foi tudo muito bem. As novas amigas ouviam atentas as histórias contadas por Dona Eny, sobre a beleza de Paris, a cidade luz. A coisa começou a mudar quando ela fez a matrícula no aeroclube, com o consentimento formal do marido. Foi um reboliço no meio social. “E o marido consentiu!” Era constrangedor para as mulheres de então que perguntavam: “Onde já se viu uma mulher sozinha, no meio de tanto homem?”. Outras, porem, aceitavam com tranqüilidade porque “ela é mulher moderna, criada na capital”. Sem dar importância aos comentários, D. Eny prosseguiu no curso e o seu vôo “solo” não demorou. Logo, brevetou-se. Não sei se foi a primeira do Brasil, mas, com certeza, foi a primeira de Montes Claros. A sociedade foi-lhe afastando, até que ela resolveu regressar ao Rio de Janeiro. Dr. Novais ficou e permaneceu na Comissão até o final da construção, em 1948, com a inauguração da Estação de Monte Azul..
Muitos anos depois, em 1960, encontrei Dr. Novais no Rio, como diretor da Estrada de Ferro Central do Brasil. Perguntei pela esposa, a resposta foi lacônica: “vai bem”. E... nada mais foi perguntado.

(José Prates é jornalista e Oficial da Marinha Mercante. Como tal, percorreu os cinco continentes em 20 anos embarcado. Residiu em Montes Claros, de 1945 a 1958, quando foi removido para o Rio de Janeiro, onde reside com a família. É funcionário ativo da Vale do Rio Doce, estando atualmente adido ao Sindicato dos Oficiais da Marinha Mercante, onde é um dos diretores)

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Mensagem N°35114
De: Antonio Carlos Data: Domingo 11/5/2008 10:40:55
Cidade: M.Claros

Longa vida ao Mestre Oswaldo Antunes, Jornalista de raça,e com um cerebro superfino bem dotado de sensibilidade democratica e exemplo para os mais jovens.A mensagem "a menina Dilma" do dia 8.05.08 n° 35031, é uma testemunha de honestidade intelectual, que é uma "mercadoria" que começa a faltar pelo mundo a fora. Sou honrado de ser um seu leitor. E uns dos motivos principais que estimulam conectar o Montesclaros.com é o de ter a possibilidade de ler coisas inteligentes e que induzem à meditaçao sobre a negatividade do efimero hoje espalhado nesse mundo superficial.

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Mensagem N°35112
De: Wanderlino Arruda Data: Domingo 11/5/2008 07:57:31
Cidade: M. Claros

MINHA MÃE, MEU TESOURO

Amarás e servirás incessantemente,
todos os dias da tua vida,
eis o teu poder, a tua convicção,
o teu trabalho santificado.

Teus gestos serão movimentos de encanto,
busca de paz, homenagens sinceras a Deus
por ter permitido a vida a ti mesma
e a teu filho, a tua filha, a todos os teus filhos,
pedaços ou amplitudes do teu corpo e da tua alma...

Amarás, mãe, os minutos e os segundos
e tempo não te faltará para os mais santos carinhos
com que envolverás o fruto do teu amor.

E maternidade, mãe,
não precisa que seja do teu próprio ventre,
célula da tua célula,
porque ser mãe é passar pelo caminho da vida,
oferecendo dádivas do amor e da fé,
o melhor que exista no coração.

Ser mãe é passar com rastro fulgurante
em cendal de estrelas,
envolvendo em luz as trajetórias
dos seres que lhes são entregues
para cuidado e burilamento.

Ser mãe é sofrer amorosamente,
é sorrir na complacência,
é sonhar com a esperança.
Nenhuma tarefa é mais dignificante
do que a de mãe,
pois, em sua vida, dificuldade é ensino,
problema é lição, sofrimento é bênção,
tudo é alicerce divino na construção do bem.

Ser mãe é transmudar-se em bálsamo
e bom entendimento.
É ter a vida dos anjos,
é esparzir misericórdia
em nome do que há de mais sagrado no amor.
Ser mãe é curar o cansaço,
é amenizar a própria existência.

Filhos de todo o mundo, reverenciai as vossas mães.
Elas são seres insubstituíveis,
tesouros inestimáveis, maravilhas da criação.
A elas, jóias do mais fino labor de Deus,
o nosso amor!

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Mensagem N°35108
De: Eujácio Data: Sábado 10/5/2008 19:10:41
Cidade: Montes Claros - MG  País: Brasil

Dia desses surgiu uma polêmica num papo de boteco. Certa vez, o jogador Nelinho(Atlético/Cruzeiro), veio jogar em Moc. Alguém da torcida soltou um foguete que caiu perto do Nelinho e este imediatamente fez um gesto obceno para a torcida. Nesta partida, em qual time jogava o Nelinho? Quem souber me responda por favor.

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Mensagem N°35101
De: Hermes Data: Sábado 10/5/2008 10:54:27
Cidade: Montes Claros

Quem for ao centro de Montes Claros agora, é bom que venha com protetores de ouvido, o que tem de carro de som e locutores nas portas das lojas é suficiente para estourar os timpanos de qualquer um.

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Mensagem N°35099
De: Luiz de Paula Data: Sábado 10/5/2008 10:24:06
Cidade: Montes Claros/MG

(Do livro "Por Cima dos Telhados, Por Baixo dos Arvoredos" - Parte 10)

CHEIRO DE LUZ ACESA

Minha mãe tinha ido a Pirapora fazer o batizado de meu irmão Cassimiro. Com ela fora a D. Carlota Rosa Teixeira, professora da Escola Mista de Várzea da Palma. Ela ia ser a madrinha do meu irmão. E com ambas fomos eu e meu irmão Vicente.
Hospedamo-nos no Hotel Maia, em um quarto dos fundos, com janela para uma rua lateral.
Na ocasião eu tinha 6 anos e era a primeira vez que conhecia uma cidade.
Estava deslumbrado. Caminhava nas ruas olhando para todos os lados, embevecido com o que via, tropeçando nas botinas novas e arrastado pelo braço por minha mãe que não se cansava de admoestar-me: “anda depressa, menino. Se você não caminhar direito eu nunca mais vou trazer você aqui”.
E lá ia eu, calado, aos tropeções, registrando e admirando tudo quanto via.

À noite conheci a luz elétrica.
Havia uma lâmpada pendente do teto, sobre a cama, com apagador fixo, em forma de borboleta, no encaixe da própria lâmpada. Vi quando minha mãe a acendeu assim que começou a escurecer. Em seguida ela saiu para jantar, no refeitório do hotel, prometendo trazer comida para mim e o Vicente, quando voltasse.
Tão logo ela saiu, eu fiquei de pé, sobre a cama, e torci a borboleta do apagador da lâmpada. A lâmpada apagou-se. Torci outra vez: acendeu. Que trem bonito e mágico! Fascinante! E me encantou tanto que eu sentia o cheiro da luz acesa. Apagava, ia-se embora o cheiro. Acendia, voltava o cheiro. Como era bonito aquele aramezinho, todo de luz, dentro da lâmpada, parecendo uma porção de letras M emendadas. Foi uma noite gloriosa. Nem Edson, talvez, tenha se extasiado tanto com seu invento.
No outro dia minha mãe saiu cedo, com a Dona Carlota, para fazer compras.
Desde a tarde anterior eu havia visto, pela janela, numa padaria, do outro lado da rua, um balcão onde estava exposta grande variedade de roscas, doces e biscoitos.
Sempre tive muito aguçados os sentidos, especialmente os do olfato, do paladar e da visão. A exposição daquelas guloseimas despertou em mim uma vontade enorme de vê-las de perto e de comprá-las.
Eu possuía um tostão, que a Dona Carlota me dera na viagem, para que eu ficasse quieto em meu lugar, ao lado de minha mãe.
Aproveitando a ausência de minha mãe, saí do quarto, percorri o corredor até a porta da rua, saí, dobrei a esquina, atravessei a rua lateral e entrei na padaria. Êta cheiro bom, só de coisas boas. Eu nunca estivera em um lugar tão agradável como aquele. Olhei através dos vidros do balcão e lá estavam caramelos coloridos das mais variadas formas, recobertos de açúcar cristal. Coisas nunca vistas. Me lembrei da história de João e Maria na Casa de Chocolate.
Do outro lado do balcão, assentada em uma cadeira de balanço, com alto espaldar de palhinha, estava uma senhora clara e gorda, muito rosada, entretida a fazer “crochet” (naquele tempo não se falava em “tricot”.)
Fiquei meio abobalhado, sem coragem de interrompê-la. Ela tinha um perfil simpático, que o uso de óculos não prejudicava. Eu queria chamá-la todavia o acanhamento me tolhia a ação. Mas o dinheiro sempre nos dá muita força. Animado com o calor do tostão que eu apertava na mão canhota, criei coragem e chamei:
- Ôi, Dona. De que preço é esses biscoitos? - E apontei uns biscoitos de polvilho arrumados num potinho.
Ela fez, com muita agilidade, mais alguns pontos em seu trabalho, depois levantou os olhos, viu-me e respondeu:
- Dois por um tostão.
- A senhora dá de três? - Foi minha segunda pergunta.
Aí ela concedeu-me uma atenção maior. Virou-se na cadeira, encarou-me com mais vagar e por sua vez perguntou-me:
- Menino, de onde você é ?
- De Várzea da Palma, respondi.
E ela, voltando-se para o seu “crochet” e dando o assunto por encerrado:
- Bem me parece...

(continuará, nos próximos dias, até a publicação de todo o livro, que acaba de ser lançado em edição artesanal de apenas 10 volumes. As partes já publicadas podem ser lidas na seção Colunistas - Luiz de Paula)

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Mensagem N°35097
De: Jurandir Data: Sábado 10/5/2008 09:17:57
Cidade: M. Claros

"...Makro ocupará terreno de 68 mil metros quadrados. A área construída será de 8 mil metros. A previsão é de que os trabalhos sejam concluídos até a segunda quinzena do mês de julho, com previsão de inauguração para o dia 30 daquele mês."
Recebi esta notícia com alegria e, como eu, acho que todo mundo. Contudo, fui ao local e não vi sinal nenhum de obra. Pela envergadura do empreendimento acho que é difícil inaugurá-lo dia 30 de julho, como anuncia a propaganda da prefeitura. Esperemos, para conferir. (...)

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Mensagem N°35095
De: Raphael Reys Data: Sábado 10/5/2008 06:49:13
Cidade: Moc - Mg  País: Br

EFEBOS E RITOS INICIÁTICOS DE ALCOVA
Nos românticos 1957, próximo às festividades do nosso Centenário, surgia na rua Ceará, no bairro Morrinhos, uma dama da noite, a notável Sá Eliza.
A garotada fazia fila à sua porta aguardando a vez de receber os seus préstimos de alcova. Ela muito criteriosa, negociava com cada menino, pessoalmente.
Antes de entrar no pórtico do seu oráculo de lascívia, o menino dizia o quanto tinha de dinheiro no bolso. Pura formalidade, pois normalmente era aceita a quantia disponível.
Pululava pela cidade um verdadeiro batalhão de efebos comedores ( no mau sentido) de galinhas caipiras. Apanhavam as penosas quase sempre no quintal do vizinho, e, à força, satisfaziam os seus instintos carnais. Como sempre matavam o galináceo.
A vinda de Sá Eliza aliviou o prejuízo dos criadores domésticos de bípedes.
Sempre à tarde, para não chamar à atenção dos comissários Altinin e Zé Idálio, a galera mirim deitava e rolava.
Na boate Maracangália, também conhecida como Cabaré de Anália, tinha a Baixinha, uma profissional especializada em primeira vez, cujo quarto de serviços ficava na parte externa da boate e logo à entrada, ela também operava sob a luz do sol. Lá, a fila formava-se no passeio em frente, já que estavam no Centro.
A piscina da Praça de Esportes freqüentava a Maria Fumaça, oriunda do subúrbio e que ao entrar nas águas da piscina provocava uma verdadeira corrida de garotos que, com seu consentimento, apalpavam as suas partes íntimas. Ela adorava se ver cercada de pequenos intumescidos!
Na Avenida Ovídio de Abreu, no Centro, havia um conjunto de barracos com tetos de palha e barro, que serviam de abrigo, e local de serviço às profissionais do sexo oriundas de outras terras e que, por aqui, não haviam conseguido a devida licença policial para operar como dama da noite.
Era tudo controlado pelo delegado que as acompanhava evitando a passagem de caloteiras pela urbe. Lá nesse conjunto levantavam o capital necessário para voltarem as suas origens campesinas!
A profissional especializada em meninos era a Lurdinha, que dado à sua pouca experiência nas artes de Vênus, e sendo ainda orgástica, quando se tratava de um menino simpático ela entrava no platô e dava o maior esparro gritando: Eu estou morrendo! Mata-me meu amor!
Muito garoto iniciante desconhecendo, o arroubo do fator genésico feminino corria pela avenida apavorado vestido apenas de cuecas Torre, botão de pressão. Embrenhavam-se pelas matas do bairro São José, com a bermuda na mão e o suspensório arrastando uma ponta pelo chão, fugindo de um possível crime de morte!...
Para curar o efebo assustado executava-se a terapia curraleira. Nele, mesmo gaguejando de medo, aplicava-se uma pancada na cabeça com uma colher de pau. A colher rachava e voltava o paciente ao ritmo sinusal.
Foi aí que o cavaleiro da verve, o nosso Zé Amorim, sentenciou: Ela gritava tão alto que caía manga verde do pé. Puro tratamento de choque com raízes e qualidade tupiniquins!

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Mensagem N°35086
De: Márcia Vieira Data: Sexta 9/5/2008 21:55:00
Cidade: Montes Claros  País: Brasil

Morreu hoje no Rio de Janeiro, o jornalista Paulo Alberto Monteiro de Barros, mais conhecido como Artur da Távola. O jornalista também se destacou na política, como senador, deputado federal e deputado estadual. Entre 64 e 68, cassado pelo regime militar, viveu na Bolívia e no Chile. Trabalhou como cronista do jornal O Globo, O Dia, e Última Hora, mas sem dúvida, suas crônicas inesquecíveis ficaram registradas na extinta revista Manchete, onde Távola se popularizou. Ele costumava dizer: “Intelectual não lê o que eu escrevo, porque eu tenho muita preocupação de escrever para o grande público. E eu escrevo crônica, que é considerado um gênero menor. Não é, mas foi caracterizado assim”. O jornalista estava com 72 anos e faleceu em decorrência de problemas cardíacos, em sua casa, no bairro do Leblon. Era pai do ator André Barros, da Rede Globo, que na novela “Celebridade” interpretou um jornalista.

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Mensagem N°35083
De: Pedro Eduardo Data: Sexta 9/5/2008 18:26:42
Cidade: Montes Claros

Fiquei sabendo por alto que já estaria autorizado o corte de uma linda árvore, guapuruvu, que na época de flora dá lindas flores amarelas. Este guapuruvu está situado na Rua José Maria de Alckmim. Não entendi o motivo do corte! Alguém poderia se pronunciar a respeito disso. Vamos fazer uma mobilização para que esta não seja cortada. Aquela árvore parece ser centenária.

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Mensagem N°35081
De: Jorge Silveira Data: Sexta 9/5/2008 17:53:47
Cidade: Montes Claros

Difícil entender a matemática do governo no caso do aumento dos combustíveis. Segundo a equipe econômica, o governo diminuiu o valor da CIDE sobre a gasolina e o álcool para evitar um aumento da inflação, que já começa a incomodar. Entretanto, autorizou um aumento de cerca de 10% para o óleo diesel. Ora, todo mundo sabe que o Brasil é movido pelo transporte rodoviário e caminhão usa é óleo diesel. Nas cidades, o transporte coletivo também usa é óleo diesel. Imagina-se então que vamos ter um custo maior dos fretes, que será repassado para os produtos. E o povo logo, logo vai pagar mais também pelas passagens dos transportes coletivos. Enquanto isso, o governo vai financiar quem anda de veículo particular.Mais inteligente teria sido subir a gasolina e o álcool, diminuindo o número de veículos particulares nas ruas, e subsidiar o óleo diesel, barateando o custo dos fretes e do transporte coletivo. Esta equação parece óbvia, mas num governo populista como este, o importante é sempre agir de forma a agradar a maioria. Ainda que mais tarde todos venham a pagar o preço da demagogia.Mas aí, é só jogar a culpa nas "zelites". E o presidente Lula dizer que não sabia de nada.

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Mensagem N°35066
De: Waldyr Senna Data: Sexta 9/5/2008 13:00:44
Cidade: Montes Claros/MG

Punição pelo voto

Waldyr Senna Batista

A denominação – Escola do legislativo – sugere estabelecimento de ensino com salas de aula, carteiras, quadro verde, retroprojetores, multimídia e professores. Mas não é. Trata-se de extensão da Câmara municipal de Montes Claros, montada segundo modelos que funcionam em outras grandes cidades, cuja definição é: “... espaço de formação profissional, de reflexão democrática e de criação, sistematização e difusão do conhecimento técnico, especializado na área legislativa”.
A definição ajuda pouco. O presidente da Câmara, Coriolano Ribeiro, procura trocar em miúdos: “O papel que a Escola do legislativo tem é o de buscar (...) a conscientização política. E isso se consegue através da qualidade, da informação consciente e da formação da verdadeira cidadania”. E acrescenta: “Queremos essa interatividade: o poder público e o cidadão, como um todo, na consolidação de uma sociedade certamente melhor do que vivemos hoje”.
Também adiantou quase nada. Mas ele insiste: “Ou seja, finalmente estamos em plenas condições de receber e atender à população com informações que ajudem na consolidação dessa política de cidadania e conscientização. É um trabalho de todos que integram a Câmara municipal, servidores e vereadores”.
Seria uma espécie de “banco de dados” ( no bom sentido, com licença da ministra Dilma Roussef) ? Pode ser. O vereador detalha: “A escola oferece à população um acervo público com variadas informações, onde as pessoas têm acesso a documentos históricos”. Ela contará com o que se denomina CAC--Centro de apoio ao cidadão, via um telecentro cuja operação terá o apoio do Ministério das comunicações e a parceria de outras entidades, entre elas a Unimontes. O CAC permitirá o atendimento de alunos de escolas públicas e particulares. Uma cartilha será lançada nesta semana contando a história do legislativo local, de forma a mostrar sua importância “na busca de uma sociedade melhor”.
O projeto da escola ensaia seus primeiros passos e vem completar o roteiro traçado pelo atual presidente da Câmara, desde o início do seu mandato, com cursos de capacitação e reciclagem de servidores. A escola é franqueada aos legislativos dos demais municípios norte-mineiros, segundo informa Macreydes Valéria Caldeira, sua diretora.
Quanto aos vereadores, embora eles também possam usá-la na forma de assessoramento técnico e participação em cursos, há quem duvide de que eles venham a utilizar esses meios. A maioria dos vereadores gosta mesmo é de iniciativas que lhe garanta voto, sendo desprezível o quesito de preparo técnico. Os que adotam tal conduta deveriam rever esse conceito, levando em conta que, mais do que os servidores, a imagem do Legislativo é a que eles projetam. E, convenhamos, nos últimos tempos ela não tem sido das melhores.
Aliás, na semana passada, a Câmara local sofreu mais um baque, com repercussão negativa na grande mídia. Despacho do juiz Richardison Xavier Brant, da 2ª Vara da Fazenda Pública, determinou o seqüestro de bens de três vereadores e de três ex-vereadores, acusados de terem utilizado indevidamente o reembolso de despesas realizadas em período de recesso. Esse novo escândalo soma-se ao da chamada “operação pombo correio”, desfechada em 2005 pela polícia federal, pelo fato de vereadores terem usado notas frias de posto da ECT para obtenção de dinheiro da mesma rubrica. Seis deles foram algemados em casa e conduzidos à prisão, uma violência considerada abusiva, já que nem inquérito existia. O caso de agora é mais grave, pois trata-se de decisão judicial, que só pode ser revista em instância superior e a ela não cabe o rótulo de abusiva.
É claro que a Escola do legislativo, se existisse antes, não teria evitado o que se pode denominar de desvio de conduta desses vereadores. O remédio mais apropriado para esses casos é o voto, e isso está nas mãos do eleitor.

(Waldyr Senna é o mais antigo e categorizado analista de política em Montes Claros. Durante décadas, assinou a "Coluna do Secretário", n "O Jornal de M. Claros", publicação antológica que editava na companhia de Oswaldo Antunes. É mestre reverenciado de uma geração de jornalistas mineiros, com vasto conhecimento de política e da história política contemporânea do Brasil).

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Mensagem N°35048
De: Francine Data: Quinta 8/5/2008 20:15:02
Cidade: São Paulo

Querem saber por que as redes de TV têm um só assunto nestes dias, o caso Isabella? É fácil. Percorram todos os jornais, todos os sites, leiam as revistas, tudo, remexam em toda parte e verão que a pasmaceira é geral, total. A política, isolada nas cúpulas, já não prende a atenção de ninguém, antes entedia, pois não traz mais qualquer tipo de esperança. Então, o assunto único passa a ser o caso Isabella, pisado e repisado, ou o que lhe suceder. Examinem bem. Já vivemos tempos melhores.

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Mensagem N°35040
De: Wanderlino Arruda Data: Quinta 8/5/2008 15:58:53
Cidade: Montes Claros

GODOFREDO GUEDES

Godofredo Guedes, em várias décadas, foi o artista mais completo de Montes Claros: na pintura e no desenho publicitário. Na pintura, com figuras humanas fictícias e reais, paisagens urbanas e campestres, marinhas; no desenho publicitário, em portas, carrocerias de caminhões e paredes de estabelecimentos comerciais. Sua maior produção era a de letreiros em muros, placas, faixas e cartazes.
Um bom exemplo de qualidade. Tudo que Godofredo fez foi com a busca de um acabamento perfeito, principalmente nas cores, que ele não admitia não fossem reais. Enquanto não achava a cor exata de cada detalhe, não descansava. Vi-o muitas vezes gastando horas preciosas na busca de uma tonalidade, seja nas cores primárias ou nas secundárias. Ele produzia as suas próprias tintas, com exceção do verde. Seus azuis eram realmente maravilhosos, principalmente o celeste e o turquesa.
Creio que foi a pintura e o desenho o foco real de toda a sua vida. O estúdio ao lado de sua casa de morada, na Rua Rui Barbosa, tinha um vendaval de tintas que iam do chão ao teto. Praticamente todo o seu tempo era empregado na produção de telas e molduras para os quadros, assim como dos suportes para a confecção das placas.
A música – composição e execução – era mais uma forma de diletantismo a que o intelectual Godofredo Guedes se via ligado nos momentos de ócio. Foi músico profissional somente nos tempos de juventude, no Clube Minas Gerais, famoso cassino que ficava na esquina das ruas Carlos Gomes com Visconde de Ouro Preto, no centro de Montes Claros. Muitas das músicas cantadas pelo filho Beto Guedes eram composições antigas, acredito criadas ainda quando morava na Bahia.
Meu convívio com Godofredo foi a partir de 1974, quando de meu início na pintura. Era raro o dia que eu deixava de ir à sua casa para ficar sentado numa banqueta ao lado da sua. Passava longas horas, ouvindo-o e vendo o seu trabalho, suas explicações sobre cores e luzes, sobre a importância dos reflexos e das sombras. Ele gostava muito de mim e eu gostava muito dele, sendo grande a nossa afinidade em assuntos históricos e geográficos, principalmente na geografia humana. Godô era um homem culto, interessado em tudo que representasse conhecimento e marcasse progresso. Conhecedor profundo de formas e perspectivas, seus modelos – pessoas e coisas – faziam parte do seu próprio sentido de vida.
Dizia-me sempre que fui o seu único aluno de pintura, pois nem aos seus filhos e netos ensinava sua arte e seu ofício. Para ele a vida de artista era muito triste, economicamente pouco valorizada, sem sentido para quem precisasse vencer na vida. Dava muito prestígio, muita fantasia num sentido cultural, mas pouquíssimo dinheiro para a feira semanal de D. Júlia, sua mulher. Ele só não era infeliz, porque adorava ser um criador de belezas, vibrava com a própria habilidade nas tintas e nos pincéis. A mim me ensinava porque sabia que eu era independente financeiramente, e não precisava do dinheiro que a pintura pudesse me proporcionar, assim como acontecia também com Konstantin Christoff e com Samuel Figueira.
Muitas e muitas vezes contava-me sobre suas experiências como pintor em Belo Horizonte, expositor na Feira de Artes dos domingos, principalmente da alegria dos montes-clarenses quando viam seus quadros das igrejinhas dos Morrinhos e da Avenida Cel. Prates. Outro quatro seu que fazia o maior sucesso era o Palhacinho, que todo mundo achava ser o único comprador, mas que ele já havia pintado mais de novecentos. O êxito maior dos quadros da igrejinha do início da Cel. Prates era por dois motivos: primeiro porque ela não existia mais; segundo porque fora o local de batismo e de casamento de uma grande maioria. Uma lembrança mais grata a todos os corações.
Em verdade, foi Godofredo Guedes – cidadão e artista – um homem de admirável mérito, uma figura histórica exemplar, um ser realmente inesquecível. Dou graças a Deus por ter, de perto e por muito tempo, convivido com ele.

Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros

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Mensagem N°35031
De: Oswaldo Antunes Data: Quinta 8/5/2008 11:48:00
Cidade: Montes Claros

A MENINA DILMA

Oswaldo Antunes

O que comoveu e chamou a atenção dos que viram/ouviram e não se esquecerão do detalhe, não foi a poderosa ministra da casa civil do governo. Foi “a menina de 19 anos que, torturada, mentiu para não entregar companheiros e que, quando falou, exibiu o coração e a bravura”. Lembro-me bem de como assustavam os porões da ditadura nos anos de chumbo. Ao ser chamado perante um agente policial para dar esclarecimentos a propósito de noticias sobre mau gasto do dinheiro publico, fiquei, na mesa de interrogatório, em frente a uma metralhadora engatilhada. Depois, em Juiz de Fora, no tribunal militar, o interrogador pressionou com ameaças para saber quem havia feito a noticia simples, mas significativa, do espancamento de um sepultador de indigentes por soldados armados. Foi preciso, sim, coração e coragem para sofrer as conseqüências de não entregar os companheiros, tentando valer-me dos direitos que a lei assegurava mas a ignorância negava.

Quando, não faz muito tempo, foi sepultado em Montes Claros o torturado homem do povo Porfírio Francisco de Sousa, me lembrei de Bertold Brecht a propósito dos que lutam sem esperança de vitória. Uns lutam apenas um dia e podem ser considerados bons. Mas os que mantêm o espírito de luta a vida inteira, esses são imprescindíveis. Sem eles não teria havido, na ditadura armada, a luta clandestina contra a injustiça. Como não teria funcionado a lúcida, corajosa e desconhecida liderança legitimamente popular, na defesa de idéias sociais que, embora negadas, contribuíram para o reconhecimento de muitas injustiças.

É fácil verberar aparecendo no noticiário e na TV Senado, com as mordomias asseguradas. Difícil é viver e lutar anonimamente. É tentar, sem que a mídia saiba, acabar com o analfabetismo político que impede as pessoas de ouvir, falar e participar. É estar, até o último minuto, junto ao analfabeto político que morre de fome sem saber as razões do custo de vida; do pobre que, calado, engole o preço do feijão, da farinha, do remédio e das decisões políticas; dos que, com uma simples humanidade aparentemente conformada, lutam contra a injustiça; e por intuição buscam sentido para a vida.

O depoimento mostrou a coragem dos torturados. Ali estava também uma afirmação de impossibilidade de legitima defesa contra a tortura. Apareceu, ainda, o símbolo da integração masculino/feminino que, no poder, não esqueceu a utopia necessária às conquistas e capaz de levar ao patíbulo. A ministra mostrou, com veemente clareza, o significado de uma dignidade que vem sendo esquecida, a das vítimas. Mostrou que o valor de ser digno falta nos escaninhos da política, apesar de ser suporte da grandeza. Alguns senadores que tiveram a intenção de agredir foram vistos abaixando a cabeça com respeito. Vale lembrar a frase “compreender é perdoar” quando urge o resgate da consciência política contra a violência.

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Mensagem N°35022
De: Yasmin Data: Quinta 8/5/2008 08:41:03
Cidade: M. Claros

Definitivamente, as redes de TV passaram a tratar a tragédia da menina Isabelle como um espetáculo. A população já percebe o excesso, e sente.

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Mensagem N°35018
De: Luiz de Paula Data: Quarta 7/5/2008 21:57:17
Cidade: M. Claros

(Do livro "Por Cima dos Telhados, Por Baixo dos Arvoredos" - Parte 9)

Minha mãe era uma mulher de gênio bondoso, paciente e trabalhadora. De estatura mediana e atitudes singelas, sempre trabalhou muito na cozinha, para atender ao pessoal de casa, “camaradas” da “Fazenda do Espinho” e hóspedes, que eram freqüentes.
Nos primeiros anos não havia pensão no lugar e a nossa casa tornara-se a hospedaria oficial e gratuita das pessoas que vinham de Montes Claros e de outras localidades do Norte de Minas, para apanharem o trem da Central.
Com tanto serviço, não sobrava tempo à minha mãe, senão de quando em quando, para dar um grito ou, se estivéssemos mais próximos, sapecar um beliscão em qualquer dos 6 (seis) selvagens que tinha em casa. Depois crescemos para oito.
Fomos criados soltos, pois meu pai tinha mais em que se ocupar na loja, na Fazenda, na extração e compra de madeiras, na compra e venda de porcos, algodão, peles silvestres, mel etc.
As porcadas eram conduzidas ao Rio das Velhas, a um quilômetro de distância, duas vezes por dia. Isso era uma festa para nós.
Devo esclarecer que o pensamento de meu pai, ao transferir-se de Montes Claros para Várzea, então ponta dos trilhos da ferrovia, era trabalhar pesado ali, durante algum tempo, ganhar dinheiro e seguir em frente, para uma boa cidade, onde pudesse criar os filhos com conforto e saúde. Pensava em São Paulo. Mas as coisas não aconteceram como ele desejava. O prosseguimento dos trilhos, de Buenópolis em direção a Montes Claros reduziu o movimento comercial de Várzea com o Norte do Estado. Como meu pai havia aplicado parte de seu capital em imóveis, ficou difícil apurar com rapidez o dinheiro imobilizado.
Registre-se que a queda da produção motivada pela epidemia da Gripe Espanhola (1918/1919) na qual morreram correntistas devedores da firma Paula & Irmão, endividaram-na pesadamente.
Com o pai absorvido por trabalhos redobrados, para recompor a economia da firma, nós, os filhos, que já éramos criados com bastante liberdade, ficamos ainda mais soltos.
Fazíamos o que queríamos e quando queríamos, apanhando de vez em quando uma boa surra, quando nosso pai tinha tempo para isso.
O Geraldo, irmão mais velho, era exceção, trabalhando firme ao lado do pai.
Sofríamos todas as agruras que perseguem os meninos da roça. Durante o frio, maltratavam-nos as dores de dentes. Recordo-me de nossa mãe, sempre boa e paciente, levantando-se no meio da noite e esquentando azeite doce na chama da lamparina a querosene para tratar da dor de ouvidos do caçula, enquanto alguns de nós a puxávamos pela saia, gritando com dores de dentes. Ela, pacientemente, colocava no ouvido do caçula o algodão embebido em azeite doce aquecido, acalmava-lhe o choro e o recolocava no berço. E se voltava para nós.
- Qual é o dente que está doendo?
- É este aqui, do canto, dizíamos apontando o local.
Ela apanhava novo capucho de algodão, embebia-o em azeite doce e besuntava nossa gengiva e a área da bochecha próxima ao local dolorido e colocava na cavidade exposta uma bolinha de algodão embebido em ácido fênico ou creosoto. E dava a cada um de nós um tostão. Quando havia essa raridade.
Passado o período do frio e das dores de ouvido e de dentes, de maio a julho, vinha o fim do estio, de agosto a setembro/outubro. Era o tempo dos bichos de pé, dos carrapatos e rodoleiros. Era também o melhor tempo para caçadas e pescarias. Nós espalhávamos pelos matos e beiras de córregos. Havia ocasião em que nossa mãe só nos via à noite. Comíamos qualquer coisa e íamos dormir. E nossa mãe, terminada a labuta diária, aproveitava nosso sono para nos lavar os pés e extirpar os bichos. Nessa última operação, o instrumento era um alfinete de fraldas, com a ponta aquecida ao rubro na chama da lamparina e resfriado a sopros. Muitas e muitas vezes, eu que nessa fase era o mais novo entre os maiores, acordava estremunhado, sentindo os dois pés suspensos, enquanto minha mãe ia descobrindo os bichos de pé embaixo das unhas, entre os artelhos, na sola dos pés, e no tendão de Aquiles, a guisa de esporas. Eu resmungava qualquer coisa e vencido pelo cansaço das andanças do dia, mergulhava de novo no sono, para acordar no dia seguinte, com os pés furados e manchados de iodo.
Seguia-se o tempo das chuvas. Novamente o frio e dores de dentes. E tiririca, nos calcanhares, e frieiras, entre os dedos dos pés, apanhadas nas enxurradas e doendo e sangrando em contato com o ar. As tiriricas eram lixadas com a parte áspera dos cacos de telha e as frieiras eram tratadas com aplicações de creolina. Mas só desapareciam ao cessarem as chuvas, em março/abril. Perseguiam-nos, também nessa ocasião, os brotos, nome que se dava as nascidas ou pequenos abscessos que irrompiam nas pernas e braços em conseqüência do consumo imoderado de mangas, pequis e outros frutos considerados “quentes”, pelo vulgo. Alguns desses brotos inflamavam e evoluíam para perebas e feridas, que tratávamos com água de cozimento de cascas de pau santo e barbatimão (adstringentes, ricos em tanino) e para cicatrizar aplicávamos carvão moído de caule de embaúba.
As chuvas terminavam em março para abril e em maio voltava o tempo de frio, com as dores de dentes.
Durante o ano sofríamos as doenças comuns às crianças. O sarampo, tratado com chá de “jasmim de cachorro”, ou seja excremento de cachorro ressecado e envelhecido sob a ação do tempo. Caxumba, tratada com aplicação tópica de massa formada com compressa de casa de marimbondos. Catapora, curava-se com o tempo. Cobreiro ou cobrelo (herpes-zoster), sofri certa ocasião. A região das virilhas, entre as pernas, abriu-se em chagas ardentes, de um lado e outro, aos 5 para 6 anos de idade. Não suportava o contato da calça. Minha mãe costurou para mim, em sua velha máquina Singer, de oito gavetas, uma camisola, que eu vestia constrangido pelos apupos dos irmãos. Fui tratado com “simpatia” aplicada pela velha Regina, mulher do José Bruno, empregado de meu pai. Só a muito custo, e em face das dores que sentia, permiti que ela visse o local da doença. Para o tratamento ela requisitou uma faca virgem (o que me causou justificadas desconfianças) ou seja faca retirada da loja, que ela apertava de um lado e outro de minhas virilhas, enquanto balbuciava uma reza apropriada. Em seguida passou sobre as chagas três galhinhos de arruda, que atirou para trás, por sobre os ombros, mandando depois que verificássemos como ficaram murchos, bom sinal para a cura. E mais: sarna, coqueluche, impingem (impetigo), dermatose contagiosa que se tratava com esfregaço de pólvora negra transformada em pasta com suco de limão. Lombrigas: tratadas com óleo de Santa Maria (óleo de mastruço). Os resfriados e conseqüentes defluxos nos perseguiam constantemente.
Para cicatrização das feridas, se falhava o pó de carvão de embaúba, meu pai preparava um pó infalível à base de iodofórmio, sulfato de quinino, pós de Joanes e mercúrio.
Nossos cabelos cresciam muito. De vez em quando nosso pai nos levava ao quintal e um a um nos mandava sentar no tôpo de um barril vazio e pelava nossas cabeças com máquina zero, enquanto os outros corriam pelo quintal, em cavalos de pau, ou carreavam com bois de ossos ou de mangas verdes.
O dia pior de nossa vida era o dia de tomar lombrigueiro. Meu pai consultava a folhinha, marcava a fase da lua em quarto minguante e nos anunciava: tal dia não tomem café pela manhã porque vai ser dia de lombrigueiro. Não nos adiantava apelar. Tomava-se o lombrigueiro em cápsulas de óleo de santa maria (mastruço) e algumas horas após, um purgativo salino.


(continuará, nos próximos dias, até a publicação de todo o livro, que acaba de ser lançado em edição artesanal de apenas 10 volumes. As partes já publicadas podem ser lidas na seção Colunistas - Luiz de Paula)

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Mensagem N°35002
De: Wilson Data: Quarta 7/5/2008 10:59:45
Cidade: M. Claros

Foi balela, puro despiste, a informação de que o novo cadeião de Montes Claros (que consumiu mais dinheiro do que aprisão de segurança máxima de Francisco Sá) contribuiria para desativar a antiga cadeia. Não desativou, pelo contrário. O novo cadeião já está quase cheio, enquanto a velha cadeia já "hospeda" quase 200 presos. Do total, 11 são de Manga e 99 de Contagem, depois dos 77 de Santa Luzia. (...)

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Mensagem N°34992
De: Web Outros Data: Quarta 7/5/2008 09:36:25
Cidade: Belo Horizonte

O baluarte que cai

Manoel Hygino (Hoje em Dia)

Tenho duas coisas a contar; uma boa e outra ruim. Que dizer primeiro? Dúvida cruel, mas indesviável. Com resposta também imprescindível. Vamos à notícia benfazeja. Reivaldo Canela lança o primeiro livro. O inaugural? Suponho que sim, não conheço outro anterior.
O autor escreve bem, vem de longa e bem afortunada experiência nos jornais, pertenceu e pertence a grêmios literários, tem estirpe, vem conquistando manifestações favoráveis dos leitores, sobretudo os norte-mineiros, dos quais nasceu e junto aos quais convive.
‘Menino Pescador‘ é autobiográfico, valorizado pela fiel descrição de sítios e personagens, da flora e fauna de extensa e sofrida região. Sente-se o cheiro das flores e a cor das plumas das aves. Por conhecer esses quase mistérios, que escapam ao visitante desinteressado, ama o que vê e sente.
No berço, aprendeu a entender a significação da família, que se vai desagregando modernamente ao sabor do vento. A violência reinante é testemunho do esgarçamento do tecido social. Os pais viveram bem e tiveram filhos, soberanos até nos nomes: Reivaldo, Reinine, Reinilson, Reinice e Reinilde.
O alter ego de Reivaldo é Nivaldo, mas tudo flui da fonte ascendente, de Cândido Canela, o maior poeta sertanejo do Norte de Minas, e de Laurinda, casados a despeito das divergências políticas antigas. Viveram e foram felizes aqui e, depois, quando se mudaram para dimensões mais altas.
É espelho de uma época em que as pessoas do interior, desesperançadas dos poderes públicos, mantinham-se fiéis a tradições, lutando para sobreviver honestamente e deixar exemplo de probidade aos filhos. Recorda-se um período bravo, mas mais decente, quando se brigava por valores sociais e humanos maiores, e cuidava de preservar o meio ambiente, sem preocupação de campanhas e slogans, porque se sentiu o sertão se desfigurar, destruído por muitos e perniciosos interesses.
Nessas páginas que li, revigorei-me com o halo do sertão em que também nasci, e em que, quando a Justiça pública falhava, se lutava, ainda que impropriamente, para fazer prevalecer o bom e o digno entre os homens. Nozinho Canela, serventuário público, autêntico, defendia pela imprensa e na tribuna da edilidade o patrimônio maior que os avós legaram ao bem comum.
‘Menino Pescador‘ é uma demonstração da solidez de cultura de um povo. Nada faz esmorecer essa gente, de que Reivaldo Canela é porta-voz e que tão bem descreve os pássaros, as árvores, os peixes, a bonança da chuva e a inclemência das longas estiagens.
Enfatiza a importância da célula familiar para que a sociedade não se perca nos desvãos ínvios de uma época materializada e consumista, fomentada pelos meios de comunicação e incrementada ao desvario por perigosos agentes, como as drogas e toda ilegalidade a elas associada.
Em resumo, esse livro diz que não é difícil ser honesto e coerente, que é possível ser feliz e contribuir para a felicidade alheia.
Afora as belas lembranças da terra sertaneja e de sua gente, há muito a se aproveitar no trabalho do autor, inclusive sua boa poesia. Não são as veredas de Rosa. Mas é o cerrado, das terras mais fracas e ácidas, zona do pau torto, mas que - se intocado, se respeitado - é vivo e vibrante. Tem beleza e tem vigor.
A segunda notícia é a má. A casa da praça Honorato Alves, em que viveram Cândido e Laurinda, onde criaram filhos e netos, vai ser demolida para ceder espaço a um fruto do progresso. Cai uma baluarte do sertanismo em Minas Gerais.

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Mensagem N°34984
De: Daniel Data: Quarta 7/5/2008 07:26:39
Cidade: Montes Claros

Li nesse mural a reclamanção de cidadãos que queriam apenas descansar enquanto a cidade era tomada pelo barulho do Carnamontes. Na ocasião um leitor falava das providências jurídicas de cunho coletivo que estava tomando para fazer valer o cumprimento da LEI!! Gostaria de saber como aderir a este movimento e juntar minha assinatura! Nada contra o evento! Tudo contra o local realizado e a forma truculenta como se gasta o dinheiro público!!!

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